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ANIMACAO6
ANIMACAO6
ANIMAÇÃO NA EDUCAÇÃO
TEMA 1 – EDUCOMUNICAÇÃO
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um novo campo de intervenção social e de atuação profissional, considerando que
a informação é um fator fundamental para a Educação” (Soares, 2000, p. 22).
O pesquisador defende também a intervenção social, por considerar que a
educomunicação se apresenta com autonomia, uma vez que tem uma filosofia
própria, história e reconhecimento da sociedade. A educomunicação seria um
campo de mediações, de interdiscursividade. “Há necessidade de teorização e de
reflexão crítica sobre os projetos para que se constitua esse campo, tornando-o
um novo espaço de luta material e discursiva” (Soares, 1999, p. 57).
Prado e Mungioli (2016) abordam a questão da influência das novas mídias
na educação considerando que elas descentralizaram a educação, dado que a
família e a escola perderam o status de instância socializadora primária e
detentora de todo o saber. Ainda segundo a autora, não é possível afirmar que o
avanço tecnológico “[...] tornou irrestrito o acesso de todos à informação e à
cultura, porém, podemos dizer que quebrou barreiras e ampliou o processo”
(Prado; Mungioli, 2016, p. 91).
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A linguagem comunicativa tem como objetivo melhorar os fluxos de
comunicação na escola e essa é a principal aplicação dos estudos
educomunicativos. Soares (1999) delimita também que são cinco as possíveis
áreas de intervenção da educomunicação, sendo elas: educação para a
comunicação; expressão comunicativa através das artes; gestão da comunicação
nos espaços educativos; reflexão epistemológica; mediação tecnológica nos
espaços educativos. Essas áreas de intervenção surgiram de uma pesquisa
desenvolvida pelo Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) do Departamento
de Comunicações e Artes da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de
São Paulo (ECA-USP), realizada com 172 especialistas e profissionais de 12
países da América Latina, confirmada por agentes do campo nos Estados Unidos.
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cultura e educação. Já a área de reflexão epistemológica acontece nas pesquisas
sobre as práticas de educomunicação.
A mediação tecnológica é tida como o esforço para compreender a
discussão em torno da presença e dos usos das tecnologias de informação na
educação e será, como explicado, a área a que daremos maior atenção a partir
deste momento.
Partindo do pressuposto de que a educomunicação aborda temas
transversais e valoriza o conhecimento como um todo e não apenas informações
compartimentadas, as tecnologias têm um papel fundamental nesse processo,
não sendo apenas instrumentos para auxiliar ou melhorar a performance do
professor; elas devem ser usadas em benefício de todos os envolvidos no espaço
educacional. Conforme explica Metzker (2008, p. 7):
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contexto educacional. Sobre esse aspecto, Soares (citado por Metzker, 2008)
reforça que alunos e professores encaram a chegada da tecnologia de diferentes
maneiras. Os professores, geralmente, mostram-se receosos e até resistentes a
ela, enquanto os alunos são atraídos por esse novo modo de aprender.
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possível, portanto, compreender a educomunicação como a área que faz uso da
tecnologia na sala de aula. Em detrimento dessa conceituação, a linguagem da
animação cumpre o objetivo de ser a tecnologia de mediação do processo de
comunicação.
No que tange ao processo de aprendizagem da disciplina de Artes, existem
várias animações que poderiam ser utilizadas para discutir os assuntos
pertinentes à disciplina. A partir do instante em que as diversas formas de se
aprender e de se entreter estão disponíveis para os estudantes fora do ambiente
escolar, a escola passa a não ser um local atrativo ou, ao menos, um local
prazeroso para se conhecer novos assuntos. Assim, quando o professor da
disciplina de Artes insere animações (produtos midiáticos) em sua análise ou se
propõe a elaborar uma oficina de elaboração dessa linguagem, ele acaba por
estimular crianças e jovens a restituírem em si o elo de interesse com a educação
formal.
Dessa forma, vamos imaginar um cenário hipotético para entendermos
melhor como a animação pode ser utilizada em sala de aula, na disciplina de
Artes. Imagine um professor que tenha, em seu planejamento de aulas, o
conteúdo intitulado barroco, a ser ministrado aos seus estudantes do ensino
básico. O professor poderia contextualizar o período em que vigorou esse estilo
como sendo aquele que surgiu no final do século XVI e meados do século XVIII,
como sustenta Gombrich (1999). Poderia ainda, esse professor, em suas aulas,
mostrar que o barroco surgiu inicialmente na Itália, como sustenta Hauser (1978),
e, posteriormente, se disseminou em terras americanas, pelos católicos. Todavia,
o barroco teve desdobramentos e com ele se pode discutir, também, assuntos
relativos ao protestantismo.
Para abordar esses e outros aspectos característicos do estilo, o professor
poderia propor elaboração de animações, para os seus estudantes. Como forma
de referência, ainda seria possível mostrar como elaborar animações que gerem
como resultados elementos formais como os da Figura 1.
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Figura 1 – Possibilidade de animação para se ensinar aspectos do período do
barroco
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Como foi observado, anteriormente, é por meio da educomunicação que,
segundo Metzker (2008), a educação se torna emancipatória. Por ela o estudante
é levado a pensar, a aprimorar sua percepção, além de seu senso crítico. Dessa
maneira, ao propor um projeto de animação em sala de aula, o professor da
disciplina de História poderá gerar um ambiente propício à autonomia e ao espírito
crítico de seus estudantes.
Como exemplo, imaginemos outro caso hipotético em que o professor da
disciplina de História poderá trabalhar uma oficina de animação em sala de aula.
Ao fazer isso, o professor poderia propor o desenvolvimento de um sketch
(rascunho), na linguagem do desenho, para personagens e cenários (concept art).
Para isso, poderiam ser mostradas diferentes fontes historiográficas para seus
estudantes entenderem melhor o assunto, como no caso da imagem de Dom João
VI, como se vê nas Figuras 2 e 3.
Crédito: StockPhotosArt/Shutterstock.
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Figura 3 – Selo em homenagem a Dom João VI
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TEMA 5 – ANIMAÇÃO COMO MEIO TECNOLÓGICO EM AULAS DE
LITERATURA
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REFERÊNCIAS
MELO NETO, J. C. de. Morte e vida severina. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2007.
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