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Instituto Superior Politécnico Internacional de Angola

Criado pelo Decreto Presidencial nº 162/12 de Julho


Departamento de Ciências Sociais e Humana

MONOGRAFIA

A RELAÇÃO ESCOLA E FAMÍLIA, SUAS IMPLICAÇÕES


NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
(CASO ESCOLA DO I E II CICLO DO ENS. SECUNDÁRIO
Nº 6072 CHEVRON- BOM JESUS)

Autora: Teresa Antonio Mauricio


Licenciatura em: Pedagogia
Opção: Instrução Primária

Zango, Novembro/2022

1
Instituto Superior Politécnico Internacional de Angola
Criado pelo Decreto Presidencial nº 162/12 de Julho
Departamento de Ciências Sociais e Humana

MONOGRAFIA

A RELAÇÃO ESCOLA E FAMÍLIA, SUAS IMPLICAÇÕES


NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
(CASO ESCOLA DO I E II CICLO DO ENS. SECUNDÁRIO
Nº 6072 CHEVRON- BOM JESUS)

Autora: Teresa Antonio Mauricio


Licenciatura em: Pedagogia
Opção: Instrução Primária
Orientador: Prof. Doutor Manuel Bunga

Zango, Novembro/2022

2
Epígrafe
Não desista dos seus sonhos, por mais que as pessoas ao seu redor não te apoiem. Fé,
foco e determinação.
Por: Teresa António Maurício

I
Dedicatória
Aos meus filhos que sempre estiveram comigo, incentivaram-me a continuar, que
desistir nunca seria opção.
Dioclécia Gil Maurício do nascimento João, Altino Valério Maurício Martins, Suzany
Valério Maurício Martins, Belma Maurício Gambôa.

II
Agradecimentos
A Deus pelo dom da vida.
A minha família biológica, Francisco Maurício, Raposo Maurício, Fortunato Maurício,
Suzana Armando, tio ozébio.
Aos meus genros, Walter, Moreno Bartolomeu, Paulo João, Haile Sebastião. E sem
esquecer o meu esposo Fialho Sebastião Gambôa.
A minha família acadêmica: Albertina Lino, Maria Cristina, Teresa da Cruz, Amélia
Vunda, Olímpia, tio Antônio.
A família profissional: Arlete Xavier, Albertina Lino, Baltazar, Domingos, joão
Cariombo, tio Quintas.
Com especial atenção ao meu tutor – Professor Doutor Manuel Bunga, o qual agradeço

imensamente por todo apoio moral, força e não desistir nem duvidar de mim;

O meu especial agradecimento à professora Isidora Broa, a grande incentivadora ao


ingresso à faculdade.
A minha alta consideração e imensurável reconhecimento aos meus professores de
várias disciplinas do curso de pedagogia (ensino primário).
Imensa gratidão a todos aqueles que de uma ou de outra forma apoiaram-me na minha
formação.

III
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA
Criado pelo decreto presidencial nº 168/12 de Julho

DECLARAÇÃO DO AUTOR
Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos do
Instituto Superior Politécnico de Angola (ISIA) e, em particular, das Normas
Orientadoras de Preparação de Elaboração do Trabalho de Fim de Curso. O trabalho é
original, excepto onde indicado por regência especial no texto.

Quaisquer visões expressas são as da autora e não representam, de modo nenhum, as


visões ISIA. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para avaliação
noutras instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras.

Mais informo que a norma seguida para a elaboração do trabalho é a Norma APA

Assinatura:________________________________________

Data:____/____/_____

IV
Abreviaturas
DE---------------------------------------Desenvolvimento Escolar
DT---------------------------------------Director de Turma
DF---------------------------------------Distrito Federal
INEPE----------------------------------Instituto Nacional de Estudo e Pesquisa Educacional
MEC-----------------------------------Ministério da Educação e Cultura
PE---------------------------------------Projecto Educativo
ZDP-----------------------------------Zona do Desenvolvimento Proximal

V
RESUMO
Evidenciou-se após a realização de toda revisão bibliográfica citada e a implementação
do projecto, o quanto é importante e benéfica à relação Família/Escola no processo
educativo da criança. Tanto a família quanto a escola são referenciais que embasam o
bom desempenho escolar, portanto, quanto melhor for o relacionamento entre estas duas
instituições mais positivo será esse desempenho. Todavia, a participação da família na
educação formal dos filhos precisa ser constante e consciente, pois vida familiar e vida
escolar se complementam. Com base nos depoimentos de pais e professores
acreditamos que o desempenho escolar das crianças melhorará a partir do bom
relacionamento entre família e escola.

A família, em consonância com a escola e vice-versa, são peças fundamentais para o


pleno desenvolvimento da criança e consequentemente são pilares imprescindíveis no
desempenho escolar. As reuniões permitem às famílias compreenderem a necessidade
de estimularem os filhos para levar mais a sério a escola. Pensamos também que não
precisam esperar serem chamados para comparecerem à escola e que incentivando os
filhos a fazerem o dever de casa estão favorecendo o bom desempenho escolar dos
mesmos. Igualmente, a interação família/escola se faz necessário para que ambas
conheçam sua realidades e construam colectivamente uma relação de diálogo mútuo,
buscando meios para que se concretize essa parceria, apesar das dificuldades e
diversidades que as envolvem. O diálogo promove uma maior aproximação e pode ser
o começo de uma grande mudança no relacionamento entre a Família e a Escola. Uma
das propostas aqui elencadas é a reflexão histórica das funções e atribuições da família e
a forma pela qual a escola – equipe pedagógica, professores, etc. – vem tecendo tal
discussão e proposição de práticas que superem a relação e constitua o vínculo escola-
família. Observando os resultados quantitativos e dos objectivos preconizados e, para
aquilo que constitui as nossas hipóteses, podemos dizer que foram confirmadas,
segunda a qual o envolvimento da família no processo de ensino tem maior impacto na
qualidade de aprendizagem dos alunos. Concluindo, as acções colaborativas entre as
comunidades familiar e escolar, merecem atenção e intencionalidade efectivas para
enfrentar a realidade conflituosa que ocorre nos seus espaços e na sua constituição
social.

Palavras-chaves: Relação, Família/Escola, Implicações, Processo de Ens.


Aprendizagem.

VI
Summary
It was evidenced after the accomplishment of all the bibliographic review cited and the
implementation of the project, how important and beneficial it is to the Family/School
relationship in the educational process of the child. Both the family and the school are
references that support good school performance, Therefore, the better the relationship
between these two institutions, the more positive this performance will be. However, the
participation of the family in the formal education of the children needs to be constant
and conscious, because family life and school life complement each other. Based on the
testimonies of parents and teachers, we believe that children's school performance will
improve from the good relationship between family and school.

The family, in line with the school and vice versa, are fundamental parts for the full
development of the child and consequently are essential pillars in school performance.
The meetings allow families to understand the need to encourage their children to take
school more seriously. We also think that they do not have to wait to be called to attend
school and that encouraging their children to do their homework is favoring their good
school performance. Likewise, the family/school interaction is necessary for both to
know their reality and collectively build a relationship of mutual dialogue, seeking ways
to achieve this partnership, despite the difficulties and diversities that involve them. The
dialogue promotes a greater rapprochement and can be the beginning of a great change
in the relationship between the Family and the School. One of the proposals listed here
is the historical reflection of the functions and attributions of the family and the way in
which the school – pedagogical team, teachers, etc. – has been weaving such discussion
and proposition of practices that overcome the relationship and constitute the school-
family bond. Observing the quantitative results and the objectives recommended and,
for what constitutes our hypotheses, we can say that they were confirmed, according to
which the involvement of the family in the teaching process has a greater impact on the
quality of learning of the students. In conclusion, the collaborative actions between the
family and school communities deserve effective attention and intentionality to face the
conflicting reality that occurs in their spaces and in their social constitution.

Keywords: Relationship, Family/School, Implications, Process of Ens. Apprenticeship.

VII
Índice Geral

Epígrafe .......................................................................................................................................... I
Dedicatória ....................................................................................................................................II
Agradecimentos........................................................................................................................... III
Abreviaturas ................................................................................................................................. V
RESUMO ................................................................................................................................... VI
Summary .................................................................................................................................... VII
Índice de tabelas ........................................................................................................................... X
Índice de gráficos ........................................................................................................................ XI
Índice de quadros ....................................................................................................................... XII
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1
PROBLEMÁTICA ........................................................................................................................ 3
PERGUNTA DE PARTIDA ......................................................................................................... 3
OBJECTIVOS ............................................................................................................................... 3
HIPÓTESES:................................................................................................................................. 4
JUSTIFICATIVAS ....................................................................................................................... 4
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.................................................................................................... 5
CAP. I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 6
1.1 - Definição de Termos e Conceitos ............................................................................... 6
1.2 - Relação família-escola ...................................................................................................... 8
1.2.1 - A família .................................................................................................................. 12
1.2.2 - A escola.................................................................................................................... 12
1.3 - A função da família......................................................................................................... 14
1.4 - A família e o desempenho escolar .................................................................................. 15
1.5 - O processo ensino-aprendizagem ................................................................................... 16
1.6 - A importância da relação família/escola ......................................................................... 19
1.7 - Director de turma ............................................................................................................ 22
1.7.1 - O envolvimento da família na escola ....................................................................... 23
1.7.2 - Os pais e a educação dos filhos ................................................................................ 26
1.7.3 - O papel dos pais no estudo....................................................................................... 29
1.7.4 - Caminhos para estudar a relação família-escola ...................................................... 32
1.7.5 - A visão dos pais ....................................................................................................... 34
1.7.6 - A visão dos alunos ................................................................................................... 35
CAP. II – OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO ..................................................... 37

VIII
2.1 - Tipo de pesquisa ............................................................................................................. 37
2.2 - Método de abordagem..................................................................................................... 37
2.3 - Técnicas de recolha de dados .......................................................................................... 37
2.4 - População ........................................................................................................................ 38
2.5 – Amostra .......................................................................................................................... 38
2.6 - Variáveis ......................................................................................................................... 38
2.7 - Caracterização de estudo................................................................................................. 38
CAP. III - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................... 39
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 44
RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................. 45
SUGESTÕES .............................................................................................................................. 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 47

IX
Índice de tabelas
Tabela 1 - Grau de concordância dos pais e encarregados de educação sobre A relação escola-
família e vice-versa é importante no processo de ensino aprendizagem......................................39

Tabela 2 - Grau de concordância dos pais e encarregados de educação sobre O envolvimento da


família no processo de ensino tem maior impacto na qualidade de aprendizagem dos alunos....40

Tabela 3-Grau de concordância dos pais e encarregados de educação sobre O envolvimento da


família no processo de ensino tem maior impacto na qualidade de aprendizagem dos alunos....41

Tabela 4 - Grau de concordância da Direcção da escola sobre o diálogo promove uma maior
aproximação no relacionamento entre a Família e a Escola.........................................................42

Tabela 5 - Grau de concordância da Direcção da escola sobre A participação da família na


educação formal dos filhos é constante e obrigatório..................................................................43

X
Índice de gráficos
Gráfico 5 - Grau de concordância dos pais e encarregados de educação sobre A relação escola-
família e vice-versa é importante no processo de ensino aprendizagem......................................40

Gráfico a 6 - Grau de concordância dos pais e encarregados de educação sobre O envolvimento


da família no processo de ensino tem maior impacto na qualidade de aprendizagem dos aluno.41

Gráfico 7-Grau de concordância dos pais e encarregados de educação sobre O envolvimento da


família no processo de ensino tem maior impacto na qualidade de aprendizagem dos alunos....42

Gráfico 8 - Grau de concordância da Direcção da escola sobre o diálogo promove uma maior
aproximação no relacionamento entre a Família e a Escola.........................................................43

Gráfico 5 - Grau de concordância da Direcção da escola sobre A participação da família na


educação formal dos filhos é constante e obrigatório..................................................................44

XI
Índice de quadros
Quadro nº1 - Síntese da metodologia de investigação................................................................38

XII
INTRODUÇÃO
A temática apresentada neste trabalho é resultado de reflexões teóricas e práticas no
âmbito escolar referentes às relações entre a escola e família. Isto porque é cada vez
mais comum os docentes solicitarem a presença da família para cooperar com a
educação e nas atividades propostas pela escola e, em contrapartida, a forma pela qual
os responsáveis participam da vida escolar, muitas vezes, não está a contento da
solicitação docente, o que leva, com certa freqüência, a uma situação conflituosa. Por
outro lado, está a família, às vezes distante, mas que deposita na escola sonhos e anseios
para a educação dos filhos.

Neste entremeio estão os alunos, que necessitam de posturas educativas desenvolvidas


com eles, de conhecimentos científicos, de valores morais e comportamentais,
indispensáveis para a sua formação. Considera-se que esta dinâmica instituída é uma
situação real que, geralmente, é permeada pelos desencontros de soluções e por um jogo
de transferência das responsabilidades educativas entre família e escola. Não obstante,
corriqueiramente, culpabiliza-se ora a família, ora a escola – ou ambas – pelas mazelas
estabelecidas, o que demonstra uma frágil compreensão da historicidade destas
instituições e das relações sociais estabelecidas, o que inviabiliza ações efetivas para
lidar com tal demanda.

A particularização e naturalização destas instituições são comumente reiteradas, por


exemplo, pelos meios de comunicação (programas jornalísticos, reportagens veiculadas
em revistas e jornais) ao enfatizarem que os conflitos decorrentes na atualidade são
específicos da família e da escola, fornecendo “dicas” e “receitas” de como os pais
devem educar os seus filhos e estabelecer limites e como a escola deve atuar frente a
família (SILVA, 2004).

Com esse ensejo, objectiva-se, no presente trabalho, articular atividades entre os


educadores e a família para fortalecer os vínculos dessas instituições no sentido de
enfrentar os desafios que se apresentam, na actualidade, que fazem parte do cotidiano
das relações familiares e escolares. Além disso, especificamente, intenciona-se buscar
aprofundamento teórico metodológico que instrumentalizem todos os envolvidos no
processo de ensino e aprendizagem.

A intervenção dos pais na educação dos filhos é indiscutivelmente essencial. Dar apoio
e cuidados adequados ao filho é uma responsabilidade bastante exigente. Muitas vezes,

1
os pais estão preocupados/envolvidos com os outros problemas (profissionais, pessoais,
económicos, financeiros) que se esquecem de dar atenção aos seus filhos, o que leva
muitas vezes a um afastamento entre pais e filhos, e é precisamente isso que não se
quer. Consideramos fundamental nos dias de hoje, e com a constante evolução da
sociedade que as escolas devam acima de tudo ser promotoras de políticas/estratégias
que promovam uma maior aproximação dos pais à escola.

Este trabalho de investigação é resultado de um conjunto de circunstâncias e


participação em trabalhos anteriores junto de diversas escolas, em que a relação entre a
escola e a família era praticamente inexistente. Certos que esta é uma vantajosa
parceria, considerámos oportuno, entrar de forma um pouco mais profunda neste campo
pedagógico, onde possamos tentar perceber como é que os pais acompanham o
progresso dos filhos na escola e se por parte da escola é feito algum acompanhamento e,
por sua vez, como é feita a inserção dos pais na escola e na vida escolar dos seus
filhos/encarregados de educação.

Este estudo com o título “A Relação entre a Escola e a Família – as suas implicações no
processo de ensino-aprendizagem”, insere-se numa temática muito falada, mas ainda
com grandes discrepâncias e lacunas por resolver. É fundamental que os pais se
integrem na vida escolar ativa dos seus educandos, de forma a conseguirem dar todo o
apoio que eles necessitam no seu crescimento escolar. A escola é um local onde os pais
confiam a educação dos seus filhos e encontram nela um tipo de apoio para as suas
vidas, sendo mesmo um elemento indispensável para os pais e encarregados de
educação.

Começamos por uma apresentação geral da introdução, com foco do tema em estudo e
no que assenta a sua escolha, bem como nas metas que se pretendem atingir como a
problemática, os objectivos, as hipóteses a justificativa e a delimitação do estudo.

O Capítulo I apresenta-se com uma revisão da bibliografia, através da qual é possível


elucidar-se do enquadramento teórico que envolve estudo sobre a relação escola e
família e suas implicações no processo de ensino e aprendizagem.

O capítulo II centra-se na descrição da metodologia adotada, bem como no


delineamento das hipóteses de trabalho. Além disso, descrevem-se inclusivamente
outros dados do projecto, nomeadamente o tipo de pesquisa, métodos de abordagem,
instrumentos de recolhas de dados. A população, amostra assim como as variáveis.

2
Por fim, o capítulo III encerra o estudo com a apresentação dos dados estatísticos
aferidos e com a comparação das variantes, com a qual se confirmam as hipóteses. Em
suma, procura-se abordar aqui alguns dos conceitos básicos envolventes na temática da
relação escola família e suas implicações no processo de ensino e aprendizagem para
isso, não só todos os processos intrínsecos à temática, como também o relevo que as
pessoas têm na construção da identidade.

PROBLEMÁTICA
Nos dias de hoje, a problemática do envolvimento parental é umas das mais importantes
temáticas neste momento, visto que o desenvolvimento das crianças na escola é
extremamente importante, porque se as crianças forem bem acompanhadas no seu
processo escolar em parceria com os pais, estas crianças serão com certeza uns cidadãos
com uma perspectiva de vida e também escolar muito melhor, sendo profissionalmente
exemplares.

O ambiente familiar, a relação com a escola e a descontinuidade entre ambas são na


minha opinião aspetos fundamentais para a problemática da participação dos pais na
escola.No entanto, e de acordo com outros autores (Bloom, 1982, e Colgan 1997,
citados por Pereira, 2008, p.27), surge a ideia de que o ambiente familiar pode ser
favorável ou desfavorável ao desenvolvimento da capacidade geral para aprender.
Partindo desta ideia, pretendemos entre muitas outras coisas verificar como é que esta
questão acima enumerada é colmatada no dia-a-dia entre família e escola. Dada a
importância do tema, nos propusemos a seguinte pergunta de partida.

PERGUNTA DE PARTIDA
Qual a importância da relação entre escola e família e suas implicações no
processo de ensino aprendizagem?

OBJECTIVOS
Geral:

 Analisar a relação entre escola e família, suas implicações no processo de ensino


aprendizagem.

Específicos:

 Refletir sobre a importância da relação escola-família e vice-versa;

3
 Analisar as práticas de envolvimento parental que têm maior impacto na
qualidade de aprendizagem dos alunos;
 Apreender o tipo de comunicação existente entre a escola e a família, assim
como as actividades que nela se desenrolam.

HIPÓTESES:
H1-A relação escola-família e vice-versa é importante no processo de ensino
aprendizagem;

H2 -O envolvimento da família no processo de ensino tem maior impacto na


qualidade de aprendizagem dos alunos;

H3 - A comunicação entre a escola e a família, satisfaz nas actividades que nela se


desenrolam.

JUSTIFICATIVAS
Partindo destas questões anteriores, elaborámos um trabalho, com o intuito de conseguir
clarificar algumas questões pertinentes que têm surgido na comunidade educativa,
sendo de extrema importância clarificá-las.

É fundamental compreender como é a relação existente entre professores e alunos,


alunos com alunos, professores com encarregados de educação, encarregados de
educação com educandos, existindo desta forma várias “relações” entre toda a
comunidade escolar. É ainda importante identificar, que papel é dado ao diretor de
turma na escola e qual o seu relacionamento com os alunos e com as famílias da sua
direção de turma, assim como, o tipo de envolvimento parental existente na escola e que
tipo de atividades são desenvolvidas pela escola para envolver pais, encarregados de
educação, alunos, professores, diretores de turma.

Todo o ambiente familiar, a relação com a escola e a intermitência entre ambas são
aspetos fundamentais para a problemática da participação dos pais na escola,
pretendendo acima de tudo conseguir compreender e conhecer toda esta envolvência, de
modo a que os maiores beneficiários sejam os alunos, conseguindo chegar a todas as
metas e finalidades traçadas no início do ano.

4
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
Segundo Vergara (2005, p.30) “Delimitação do estudo refere-se à moldura que o autor
coloca em seu estudo. É o momento em que se explicitam para o leitor o que fica dentro
e o que fica fora do estudo”. De acordo com Marconi e Lacatos (2019, p. 239) “O
processo de delimitação do tema só é dado por concluído quando se faz a sua limitação
geográfica e espacial, com vistas na realização da pesquisa”.

Com a escolha do tema em sua amplitude é necessário direcionar os estudos, com a


finalidade de filtrar o tema, que se deseja investigar. É importante que seja delimitado
para que os estudos possam ser realizados de forma assertiva, cumprindo com os
objectivos da pesquisa, assim sendo, o nosso estudo está delimitado na Escola Primaria
nº caso da escola i e ii ciclo do ens. secundário nº 6072 Chevron- Bom Jesus

5
CAP. I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 - Definição de Termos e Conceitos
De acordo com CARVALHO, (2000:p.37), para a escola, os pais se envolvem e
participam na educação de seus filhos quando comparece ás reuniões de pais e mestres,
se comunicam com a escola, acompanham os deveres de casa e estão sempre atentos
quanto ás notas, e tal envolvimento pode ser espontâneo ou incentivado pela escola.

Segundo (SZYMANSKI, (2001:p.99). A função da escola é servir á sociedade, por isso,


ela tem o dever de prestar contas de seu trabalho, e criar mecanismos que facilite a
compreensão de seus atos à quem ela serve.

Contextualização histórica das relações familiares e educacionais A atualidade é


marcada, de acordo com Nagel (s/d), pela busca do prazer imediato, pela ausência do
compromisso com o outro, pela falta de motivação para o trabalho, pela apatia, pela
banalização da morte, pela indisponibilidade para qualquer reflexão. Nesse contexto, a
escola e a família sofrem mudanças em sua organização, por serem instituições sociais
e, portanto, não apartadas das condições estabelecidas pelas relações históricas e na
forma pela qual os homens produzem a vida material SILVA, (2004:p.31).

CAMPOS, (2007:p.49). Isto leva a percepção das principais repercussões sociais da


atualidade, determinado pelo sistema capitalista, numa conformação entre a utilização
das novas tecnologias com o sistema de produção global e o capital financeiro,
mostrando um quadro social e histórico, onde os conflitos interpessoais e familiares
ganham destaque.

Diante das circunstâncias atuais, provocadas pela desorganização dos laços mútuos de
afetividade entre os casais, sejam as incongruências das relações sexuais, sejam os
rompimentos amorosos, ou mesmos as impossibilidades da vida cotidiana provocadas
por variadas formas de exclusão social, como o desemprego, a miséria ou a fome, faz
com que as pessoas busquem, no desespero, a condição de viabilizar suas vidas como
resgate da dignidade humana. Entretanto, com o rompimento do núcleo familiar,
surgem outros arranjos. Da negação da existência da família se refaz o conceito de
família: a não-família. Ou seja, da sobrevivência, diante das difíceis condições
socioeconômicas, nasce um novo fenômeno social. (CAMPOS, 2007, p.49)

Nessas condições organizam-se novos laços de ajuda, proteção e partilha, onde as


relações são associadas por diversos graus de parentesco (irmãos, sobrinhos, netos,
filhos, padrasto, madrasta, etc.), havendo, portanto um processo, marcado por novos

6
arranjos e rearranjos familiares. Por essa razão, a família apresenta um padrão de
organização que não é estático, sendo que os vínculos familiares são compostos por
uma junção de fatores: psicológicos, sociais, políticos e econômicos.

Autores como Prado 1985 apud Silva, (2004:p.68) discutem que as formas familiares
evoluíram ao longo da história de acordo com o momento e os valores culturais vigentes
na sociedade. Martins (s/d) ressalta que a família contemporânea ampliou seus padrões
de constituição. Hoje, os arranjos familiares são bem mais abrangentes. A dinâmica das
relações segue padrões mais livres, nos aspectos civis, religiosos e nas relações de
gênero. Não há um modelo cristalizado de família, o que pode denotar um entendimento
distante do dito normal, dando uma conotação de “crise ou desestrutura”.

Segundo Paiva e Silva (2004:p.31), é importante salientar que as instabilidades das


relações humanas na atualidade levam, portanto, ao estabelecimento de vínculos cada
vez mais distantes e relativizados repercutindo em transformações na dinâmica familiar.
Não relacionar estas mudanças às relações familiares pode acarretar na naturalização
desta instituição, ou seja, entende-se a família nos limites de sua própria organização e
não confrontam a origem das modificações no âmbito familiar com as transformações
sociais SILVA, (2004:p.31).

O sentido, dessa análise, está conectado ao movimento, às transformações e à luta que


se vem travando na produção de vida dos homens, mostrando que o comportamento não
é individual, mas coletivo. Desta forma, buscar elementos que nos ajudem a analisar e a
4 diagnosticar os comportamentos apresentados na família e na escola se torna condição
necessária para potencializar as relações e os vínculos entre essas instituições.

Diante das instabilidades e transformações nas diversas instituições sociais, dentre elas
a família, amplia-se o debate para a compreensão das causas de tais mudanças. Um local
onde tal discussão ganha proporções cada vez mais amplas é a escola, sendo que uma
das temáticas que mais chama a atenção é justamente a relação com a família. Este
debate é permeado, corriqueiramente, não pelo vínculo entre estas instituições sociais,
mas, fundamentalmente, pela relação conflituosa entre elas. Exemplos não faltam, de
acordo com Nagel (s/d, p.03):

7
A multiplicação de atitudes socialmente inusitadas, inconvenientes, nos níveis dos
conflitos domésticos, insucessos na vida e violência urbana, leva a jornais, revistas,
documentários e filmes a colocarem na berlinda apenas a família e a escola.
Absolvidas outras instituições ou outras figuras da sociedade com seus papéis
definidos, como médicos, psicólogos, advogados, entre outras, apenas pais e
professores começam a se sentirem impelidos (mas sem força) a educar sob novos
parâmetros. Paralela a essa conscientização, vai aumentando a procura por psicólogos
(independentemente de sua maior ou menor compreensão sobre cultura & educação)
com o objetivo de diminuir os conflitos presentes no dia-a-dia. É o momento que
cresce o poder editorial de uma Tânia Zagury, de um Içami Tiba. É a hora em que o
processo educativo pode ser pensado de uma forma mais crítica sob uma perspectiva
corretiva, embora pleno de contradições.

Para Silva (2004:p.31) ressalta que para além destas manifestações aparentes, é preciso
olhar esta dinâmica com mais cuidado para não culpabilizar a família pelo que não fez e
a escola pelo que poderia fazer. É preciso contextualizar tal situação para além das
aparências e propiciar condições para criar vínculo entre família e escola.

Conforme Barroco (2004:p.60), quando os pais pedem socorro à escola para dar um
“jeito” em seus filhos, não se trata apenas de problemas nas relações interpessoais. As
diretrizes para enfrentamento dessa situação precisam ser tomadas com cuidado e com
respaldo teórico. Pesquisar e compreender as relações interpessoais e o comportamento
dos indivíduos é impossível, sem levar em consideração a sua história atrelada às
condições históricas concretas.

De acordo com Campos (2007:p.49), o fato da sala de aula existir como lugar de
aprendizagem, não significa que a tarefa da educação escolar deva se limitar a “quatro
paredes”, mas sim interagir com o mundo, numa visão holística.

1.2 - Relação família-escola


Tendo como pano de fundo a divisão de responsabilidades no que concerne à educação
e socialização de crianças e jovens e a relação que se estabelece entre as instituições
familiares e escolares, pesquisas e levantamentos acerca desta relação passam a ser
objeto de estudo de diversas áreas do conhecimento, como a psicologia, a sociologia, a
educação, entre outras.

Considerando as várias perspectivas e abordagens relativas ao tema, os trabalhos e


pesquisas sobre a temática da relação família-escola podem ser organizados em dois

8
grandes grupos, denominados enfoque sociológico e enfoque psicológico Oliveira,
(2002:p.74).

No enfoque sociológico a relação família-escola é vista em função de determinantes


ambientais e culturais. A relação entre educação e classe social mostra um certo conflito
entre as finalidades socializadoras da escola (valores coletivos) e a educação doméstica
(valores individuais), ou seja, entre a organização da família e os objetivos da escola. As
famílias que não se enquadram no suposto modelo desejado pela escola são
consideradas as grandes responsáveis pelas disparidades escolares. Seguindo este
enfoque, faz-se necessário, para o bom funcionamento da escola, que as famílias adotem
as mesmas estratégias de socilização por elas utilizadas.

Assim, a representação de modelo familiar certo/correto ganha projeção e se naturaliza,


tendo a própria escola como disseminadora da ideia de que algumas famílias operam de
modo diverso do seu objetivo. Em função dessa divergência, as estratégias de
socilização das famílias passam a ser a preocupação da escola, de forma que esta amplia
seus âmbitos de ação, tentando assumir ou tentando substituir a família em sua ampla
missão socializadora.

Para Oliveira (2002), há uma intenção que passa muitas vezes despercebida nessa
tentativa de aproximação e colaboração, que é a de promover uma educação para as
famílias tidas como "desestruturadas". O ambiente escolar exerce um poder de
orientação sobre os pais para que estes possam educar melhor os filhos e estes, por sua
vez, possam frequentar a escola.

Enquanto no enfoque sociológico a família é responsabilizada pela formação social e


moral do indivíduo, no enfoque psicológico ela é responsabilizada pela formação
psicológica. A ideia de que a família é a referência de vida da criança - o locus afetivo e
condição sine qua non de seu desenvolvimento posterior - será utilizada para manter
certa ligação entre o rendimento escolar do aluno e sua dinâmica familiar, colocando,
mais uma vez, a família no lugar de desqualificada Oliveira, (2002:p.24).

Nesse enfoque, as razões de ordem emocional e afetiva ganham um colorido


permanente quanto ao entendimento da relação família-escola e da ocorrência do
fracasso escolar. Ganha status natural a crença de que uma "boa" dinâmica familiar é
responsável pelo "bom" desempenho do aluno. As descrições centradas no plano afetivo
ganham a atenção dos professores que, com algum conhecimento de psicologia, levam

9
esse discurso para dentro da sala de aula e passam, em um processo naturalizado por
todos, a avaliar e analisar o comportamento dos alunos.

Posto desta forma, nota-se que o enfoque sociológico aborda os determinantes


ambientais e culturais presentes na relação família-escola, destacando que cabe à escola
cumprir as exigências sociais, enquanto o enfoque psicológico considera os
determinantes psicológicos presentes na estrutura familiar como os grandes
responsáveis pelo desencontro entre objetivos e valores nas duas instituições. Assim, em
uma espécie de complementaridade, encontra-se um velado enfrentamento da escola
com a família, aparentemente diluído nos grandes projetos de participação e de parceria
entre esses dois sistemas, podendo-se afirmar que em ambos os enfoques destacam-se
dois aspectos principais:

a) A incapacidade da família para a tarefa de educar os filhos;


b) A entrada da escola para subsidiar essa tarefa, principalmente quando se trata do
campo moral Oliveira, (2002:p.24).

A partir destas colocações, vê-se que a relação família-escola está permeada por um
movimento de culpabilização e não de responsabilização compartilhada, além de estar
marcada pela existência de uma forte atenção da escola dirigida à instrumentalização
dos pais para a ação educacional, por se acreditar que a participação da família é
condição necessária para o sucesso escolar Oliveira, (2002:p. 24).

Relação escola-família: estudos recentes mostram que em vários países, nas últimas
décadas, que se os pais se envolverem na educação dos filhos, eles por ora, obtêm
melhor aproveitamento escolar. De muitas variáveis que se estudaram, o envolvimento
dos pais no processo educativo foi a que obteve maior impacto, estado este impacto
presente em todos os grupos sociais e culturais Marques, (2001:p.59).

A comunicação entre professor e pais do aluno aparece como o primeiro, constituindo a


forma mais vulgar de colaboração.

Perrenoud (citado por Pereira, 2008, p.39), refere que a educação precisa de mudar e
que as mudanças podem ser negociadas entre os diferentes agentes educativos, cabendo
à escola o papel de as tornar mais visíveis e reais, ficando as famílias mais interessadas,
próximas e conscientes da sua importância. Hoje em dia existe cada vez mais a
necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família. A escola é uma

10
instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a
convivência de todos.

A educação constitui uma das componentes fundamentais do processo de socialização


de qualquer indivíduo, tendo em vista a integração plena no seu ambiente. A escola não
deveria viver sem a família nem a família deveria viver sem a escola. Uma depende da
outra, na tentativa de alcançar um maior objetivo, qualquer um que seja, porque um
melhor futuro para os alunos é, automaticamente, para toda a sociedade.

De acordo com Perrenoud & Montandon (citado por Diogo, 1998, p.47), “as famílias 15
preocupam-se, também cada vez mais com o desabrochar e a felicidade dos seus filhos,
esperando que a escola os discipline sem os anular e os instrua sem os privar da sua
infância”. Consequentemente, a Escola é, com frequência, atentamente vigiada pelos
pais que lhe confiam os seus filhos com uma mistura de confiança e de desconfiança.
Para estes autores que referem que o diálogo com a Escola não se instaura numa base de
igualdade e que, individualmente, os pais não se relacionam numa base de igualdade,
facto que se acentua ainda mais quando em presença dos lugares mais elevados na
hierarquia escolar.

A escola não deve ser só um lugar de aprendizagem, mas também um campo de ação no
qual haverá continuidade da vida afetiva que deverá existir a 100% em casa. É na escola
que se deve conscientizar a respeito dos problemas do planeta: destruição do meio
ambiente, desvalorização de grupos menos favorecidos economicamente, etc. Na escola
deve-se falar sobre amizade, sobre a importância do grupo social, sobre questões
afetivas e respeito ao próximo.

É de extrema importância o estudo da relação família/escola, onde o educador/professor


se esmera em considerar o educando, não perdendo de vista a globalidade da pessoa,
percebendo que, o jovem, quando ingressa na rede escolar, não deixa de ser filho,
irmão, amigo, etc.

A necessidade de se construir uma relação entre escola e família, deve ser para planear,
estabelecer compromissos e acordos mínimos para que o educando/filho tenha uma
educação com qualidade tanto em casa quanto na escola. De acordo com Pereira (2008,
p.29), “a Relação entre a Escola e a Família tem vindo a ser alvo de todo um conjunto
de atenções: através de notícias nos meios de comunicação, de discursos de políticos, da
divulgação de projetos de investigação e de nova legislação”.

11
Ainda na perspectiva do mesmo autor acima referido:
O desenvolvimento da criança deve ser compreendido de forma holística e a compreensão
das diferenças individuais no desenvolvimento saudável e patológico implica a consideração
das transações que ocorrem ao longo do tempo entre indivíduo e contextos sociais e
ecológicos. Segundo esta autora o contexto é constituído por diferentes níveis, uns mais
próximos e outros mais distantes, que sofrem influências múltiplas entre si (p.27).

1.2.1 - A família

A Família é vista como a base da sociedade, porém diante das mudanças econômicas,
políticas e, sobretudo sociais, vê-se a instituição familiar estruturada de forma
totalmente diferente de anos atrás. O antigo padrão familiar, antes constituído de pai,
mãe e filhos e outros membros, cujo comando centrava-se no patriarca e/ou matriarca,
deixa de existir e em seu lugar surgem novas composições familiares. Ou seja, famílias
constituídas sob as mais variadas formas, desde as mais simples, formadas apenas por
pais e filhos, outras formadas por casais oriundos de outros relacionamentos, até
famílias composta por homossexuais e famílias apenas composta por avós e netos, o que
não significa que estas novas formações não possam ser consideradas famílias
constituídas de forma diferente, mas famílias.

Além disso, os atropelos da vida moderna que acarretam a falta de tempo dos pais para
uma boa convivência com os filhos, a velocidade com que essas transformações têm
ocorrido, além do grande número de separações e divórcios, dificultam para as famílias
oferecer o que costumamos chamar de “educação de berço”. Essas mudanças e o
aumento da expectativa de vida, a diminuição do índice de mortalidade, o aumento de
mulheres ingressando no mundo do trabalho, além do aumento das separações e
divórcios, anteriormente citados, foram algumas das heranças deixadas pelo século XX.

Em consequência disso, a família contemporânea, assim como a instituição do


casamento parece estar vivenciando uma grande mudança. E, em decorrência, percebe-
se um aumento considerável de pequenas famílias chefiadas por jovens esposas
tentando se firmar financeiramente.

1.2.2 - A escola

As mudanças pelas quais a sociedade tem passado atualmente em decorrência de


aceleradas informações, os grandes avanços tecnológicos e tantos outros fatores já

12
mencionados no decorrer deste estudo, tem repercutido na estrutura da família e
consequentemente da escola.

Portanto, faz-se necessário também voltar nossa atenção para a escola que, apesar das
mudanças, continua exercendo a função de transmitir conhecimentos científicos.
Entretanto, a escola tem encontrado dificuldades em assimilar as mudanças sociais e
familiares e incorporar as novas tarefas que a ela têm sido delegadas, embora isso não
seja um processo recente. No entanto, a escola precisa ser pensada como um caminho
entre a família e a sociedade, pois tanto a família quanto a sociedade voltam seus
olhares exigentes sobre ela. A escola é para a sociedade uma extensão da família,
porque é através dela que a sociedade consegue influência para desenvolver e formar
cidadãos críticos e conscientes.

Na verdade encontrar formas de interagir com as famílias e comunidade de modo a


favorecer um trabalho conveniente e propício a todos se constitui num grande desafio
para a escola. Diante dessas premissas, percebe-se que o papel da escola supera a
condição de mera transmissora de conhecimentos.

Lembrando SYMANSKY (2001:p.71), o papel da escola na contribuição do sujeito,


quer em seu desenvolvimento pessoal ou emocional é primordial. Sendo assim, faz-se
necessário que a escola repense sua prática pedagógica para melhor atender a
singularidade de seus alunos, o que a obriga a uma parceria com a família, de forma a
atingir seus objetivos educativos.

É importante que a escola busque estreitar suas relações com a família em nome do
bem estar do aluno. Ficou claro durante a implementação do projeto que, para maior
fluência desses objetivos, a escola necessita da participação efetiva da família. Por outro
lado, a família também se sente mais segura quando é orientada mais de perto pelos
profissionais da escola. A exemplo disso, disse-nos um pai: saber que os professores
têm essa preocupação com minha filha, me deixa mais tranquilo e me estimula a estar
mais presente na vida dela, tanto em casa como na escola.

As responsabilidades da escola hoje vão além de simples transmissora de conhecimento


científico. Sua função é muito mais ampla e profunda. Tem como tarefa árdua, educar a
criança para que ela tenha uma vida plena e realizada, além de formar o profissional,
contribuindo assim para melhoria da sociedade em questão.

13
Como afirma TORRES, (2008. p. 29). Uma das funções sociais da escola é preparar o
cidadão para o exercício da cidadania vivendo como profissional e cidadão o que quer
dizer que a escola tem como função social democratizar conhecimentos e formar
cidadãos participativos e actuantes.

1.3 - A função da família


A família se modifica através da história, mas continua sendo um sistema de vínculos
afetivos onde se dá todo o processo de humanização do indivíduo. Um ambiente
familiar estável e afetivo parece contribuir de forma positiva para o bom desempenho
escolar da criança. Um lar deficiente, mal estruturado social e economicamente, tende a
favorecer o mau desempenho escolar das crianças.

Sabe-se que, quando algo não vai bem ao ambiente familiar, o escolar será também de
certa forma afetado. Desta forma, percebe-se que a grande maioria das dificuldades
apresentadas pelas crianças é proveniente de problemas familiares. Isso ficou claro,
quando das conversas com os pais e seus filhos no decorrer de nosso trabalho. “Por falta
de um contato mais próximo e afetuoso, surgem as condutas caóticas e desordenadas,
que se reflete em casa e quase sempre, também na escola em termos de indisciplina e de
baixo rendimento escolar”. MALDONADO, (1997, p. 11).

Percebe-se desta forma que a família possui papel decisivo na educação formal e
informal, pois, além de refletir os problemas da sociedade, absorve valores 15 éticos e
humanitários e aprofunda os laços de solidariedade. Portanto, é indispensável à
participação da família na vida escolar dos filhos, pois crianças que percebem que seus
pais e/ou responsáveis estão acompanhando de perto tudo o que está acontecendo, que
estão verificando o rendimento escolar – perguntando como foram as aulas,
questionando as tarefas etc. – tendem a se sentir mais segura e, em consequência dessas
atitudes por parte da família, apresentam melhor desempenho nas atividades escolares.

Sendo assim, é indispensável que a família esteja em harmonia com a instituição, uma
vez que a relação harmoniosa só pode enriquecer e facilitar o desempenho educacional
das crianças.

ESTEVES (1999:p.18) assegura que a família renunciou às suas responsabilidades no


âmbito educativo, passando a exigir que a escola ocupe o vazio que eles não podem
preencher. Sendo assim, o que se vê hoje são crianças chegando à escola e
desenvolvendo suas atividades escolares sem qualquer apoio familiar.

14
Essa erosão do apoio familiar não se expressa só na falta de tempo para ajudar as
crianças nos trabalhos escolares ou para acompanhar sua trajetória escolar. Num sentido
mais geral e mais profundo, produziu-se uma nova dissolução entre família, pela qual as
crianças chegam à escola com um núcleo básico de desenvolvimento da personalidade
caracterizado seja pela debilidade dos quadros de referência, seja por quadros de
referência que diferem dos que a escola supõe e para os quais se preparou. (TEDESCO,
2002, p. 36).

Diante da colocação acima, entende-se que a família deve, portanto, se esforçar para
estar mais presente em todos os momentos da vida de seus filhos, inclusive da vida
escolar. No entanto, esta presença implica envolvimento, comprometimento e
colaboração. O papel dos pais, portanto, é dar continuidade ao trabalho da escola,
criando condições para que seus filhos tenham sucesso tanto na sala de aula como na
vida.

1.4 - A família e o desempenho escolar


O ambiente familiar, bem como suas relações com o aprendizado escolar revela-se um
campo pouco explorado, porém muito importante para o desenvolvimento e
aprendizagem das crianças. Como vimos a legislação estabelece que a família deva
desempenhar papel educacional e não incumbir apenas à escola a função de educar, art.
205 – Constituição Federal.

Nesse sentido, pode-se afirmar que a família é fundamental na formação de qualquer


indivíduo, culturalmente, socialmente, como cidadão e como ser humano, visto que,
todo mundo faz parte da mais velha das instituições que é a família. Porém, ao tratarmos
da família relacionando-a com a escola, faz-se necessário um estudo sobre o panorama
familiar atual, não esquecendo que a família através dos tempos vem passando por um
profundo processo de transformação. A família é o primeiro e principal contexto de
socialização dos seres humanos, é um entorno constante na vida das pessoas; mesmo
que ao longo do ciclo vital se cruze com outros contextos como a escola e o trabalho.
EVANGELISTA; GOMES, (2003, p.203)

E como nos diz PRADO (1981:p.60) a família não é um simples fenômeno natural, mas
pelo contrário, é uma instituição social que varia no tempo e apresenta formas e
finalidades diferentes dependendo do grupo social em que esteja. Ao analisarmos a
história brasileira, pode-se perceber que as famílias se constituíram através das

15
circunstâncias econômicas, culturais e políticas. E, hoje as circunstâncias são outras e,
claro as famílias são outras, em função dessas novas circunstâncias, já abordadas neste
trabalho. Porém, a importância da família no desempenho escolar das crianças continua
sendo imprescindível, como pudemos verificar quando da implementação de nosso
projecto.

1.5 - O processo ensino-aprendizagem


Estudos têm mostrado que o ser humano durante toda sua vida tem sido influenciado
pelo meio em que vive e, sendo assim, fatores sociais, econômicos e culturais têm
contribuído para o se desenvolvimento. Desta forma entende-se que, assim como o
desenvolvimento, a aprendizagem acontece sob a influência de muitos fatores, entre
eles, ambientais, familiares, psicológicos, etc.

Entre os estudiosos do desenvolvimento e do processo ensino-aprendizagem


encontramos Piaget e Vygotsky, que em seus estudos revelam como os indivíduos
pensam e se comportam nas diferentes fases da vida. Embora as diferenças entre eles
pareçam ser muitas, ambos comungam de pontos de vistas semelhantes. Tanto Piaget
quanto Vygotsky defendem a idéia de que a criança não é um adulto em miniatura.
“Procuram sempre o homem na criança sem pensar no que ela é antes de ser homem”.
ROUSSEAU, (1999:p. 103).

Piaget e Vygotsky viram o desenvolvimento da criança como participativa, não


acontece de maneira automática, portanto, o processo de aprendizagem não é estático,
muito menos mecânico, é ativo. É um processo contínuo que ocorre durante toda a vida
do indivíduo. “Vivendo e aprendendo” se levarmos em consideração a sabedoria
popular. Refletir sobre desenvolvimento e aprendizagem se faz necessário, pois existem
muitos pontos a serem pensados no que se refere ao ato de aprender. Gagné define a
aprendizagem como sendo suma modificação na disposição ou na capacidade do
homem, modificação essa que pode ser retida e que não pode ser simplesmente atribuída
ao processo de crescimento. GAGNÉ, (1974, p. 3)

Portanto, aprendizagem é um processo de mudança de comportamento adquirida através


da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e
ambientais. Piaget diz que o indivíduo está constantemente interagindo com o meio
ambiente e dessa interação resulta uma mudança contínua, a qual ele denomina

16
adaptação. O processo de adaptação se constitui por dois outros processos: assimilação
e acomodação.

A assimilação se refere à apropriação de conhecimentos e habilidades. A acomodação


reorganiza e modifica os esquemas assimilados anteriormente ajustando - os a cada
nova experiência. Enquanto Piaget se interessava em como se constrói o 10
conhecimento e como essa construção ocorre na mente do indivíduo, Vygotsky estava
interessado em como fatores sociais e culturais influenciam o desenvolvimento
intelectual, valorizando sempre o papel do ambiente social para o desenvolvimento e a
aprendizagem. Piaget, como já foi dito, coloca que a aprendizagem se dá através da
interação do indivíduo com os outros objetos da realidade e que esta relação vai gerar o
desenvolvimento dos esquemas mentais. Vygotsky destaca ainda o conceito de
mediação no processo de aprendizagem das crianças realizado sempre por um adulto.

A mediação de Vygotsky está relacionada a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP),


ou seja, a criança precisa ser mediada por alguém, para que pouco a pouco consiga
resolver seus problemas de modo independente, chegando assim ao nível de
desenvolvimento real. (NDR). Assim, a aprendizagem pode ser encarada como um
processo dinâmico, no qual o aluno joga em um papel ativo, em constante interação
com o envolvimento com o grupo no qual está inserido. (FONSECA, 1995, p. 90).

Como já foi dito, uma diversidade de fatores interfere no processo de desenvolvimento


e também na aprendizagem, o que resulta num baixo rendimento escolar. Entretanto,
neste estudo, objetivou-se destacar a influência dos fatores ambientais, visto que,
percebe-se o ambiente familiar como forte influência para o desenvolvimento e
aprendizado escolar, assim como a escola exerce papel fundamental para o
desenvolvimento intelectual e social do aluno.

Concordamos que aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o


indivíduo já maduro que se expressa diante de uma situação-problema, sob a forma de
mudanças de comportamento em função de experiências. ASSUNÇÃO/COELHO,
(1989, p. 11).

Desse modo, o ambiente escolar e familiar no qual o aluno está inserido pode vir a
acarretar um mau desempenho escolar seja por falta de estímulos, incentivo ou
condições de ensino. Portanto, quando se fala em desempenho escolar, o ambiente
familiar não deve ser relegado a segundo plano, mesmo quando se trata da educação

17
formal, função considerada especificamente da escola, pois como se sabe o aprendizado
tem início muito antes da vida escolar e sabe-se também que ao chegar à escola, a
criança já traz consigo uma considerável gama de conhecimentos, embora diferenciados
em função do meio no qual vive.

De acordo com Piaget (1984:p.26) e Vygotsky (1998:p.71): a aprendizagem é resultado


da interação do indivíduo com o outro, considerando-se a maturação 11 biológica, a
bagagem cultural e a nova situação que se apresenta. Portanto, existem diferenças
individuais que precisam ser levadas em consideração quando se trata de aprendizagem
escolar, pois, esta é um processo pessoal, individual que depende de múltiplos factores.
Lembrando

Segundo Corrêa, (2001:p.47) as diferenças no aprender dizem respeito à


hereditariedade, ao gênero, à cultura e ao ritmo no processo de aprendizagem. Percebe-
se então, que experiências familiares aliadas ao trabalho escolar resultam numa melhora
eficaz em relação ao nível de aprendizagem e consequentemente do rendimento escolar,
pois, fica claro no discurso diário dos professores que os alunos que recebem atenção
significativa por parte da família, tendem a apresentar um melhor rendimento escolar,
ao passo que aqueles que não recebem atenção adequada apresentam quase sempre
desempenho escolar abaixo do esperado.

Foi o que se observou nesta 5ª série. Quando a família passou a frequentar a escola e
relacionar-se melhor com seus filhos e com os professores, estes mostraram uma
melhora sensível em seus rendimentos.

Delors observa: Os meios de vida, de estudos, por onde circulam os aprendizes são tão
importantes quanto às atividades educacionais que abrigam. Sua influência deve-se ao
fato de que eles são desigualmente motivadores, diferentemente estimulantes e mais ou
menos propícios a aprendizagens significativas. A cultura da instituição, da família e da
sociedade é igualmente um fator de ensino. DELORS, (2005, p. 196)

Convém ressaltar ainda que o desenvolvimento e a aprendizagem da criança segundo


Vygotsky (1998:p.71) se dão a partir de princípios fundamentais como: o indivíduo tem
que estar pronto para aprender; o desenvolvimento leva a aprendizagem e viceversa;
desenvolvimento e aprendizagem são simultâneos. Questionando a ligação estreita entre
desenvolvimento e aprendizagem, Vygotsky nos mostra a capacidade do ser humano em

18
entender e utilizar linguagens, descartando o fato de que inteligência é resultado daquilo
que já foi aprendido anteriormente.

Considerando o que aqui foi exposto, pensa-se que o desenvolvimento e ensino-


aprendizagem deveriam fazer parte do conhecimento de todo profissional da educação,
visto que, são propostas altamente desafiadoras as quais implicam um 12 trabalho
amplo de todos. Neste contexto os inúmeros fatores que desencadeiam o baixo
desempenho escolar, isto é, todos os professores, especialmente, aqueles que assumem
as 5ª séries, deveriam ter um mínimo de conhecimento sobre como se dá o
desenvolvimento humano e como acontece a aprendizagem nas crianças desta faixa
etária. Importante também que os pais sejam esclarecidos sobres estas questões, visto
que, também são educadores.

1.6 - A importância da relação família/escola


Vida familiar e vida escolar perpassam por caminhos concomitantes. É quase
impossível separar aluno/filho, por isto, quanto maior o fortalecimento dessa relação
família/escola, tanto melhor será o desempenho escolar desses filhos/alunos. Nesse
sentido, é importante que família e escola saibam aproveitar os benefícios desse
estreitamento de relações, pois isto irá resultar em princípios facilitadores da
aprendizagem e formação social da criança.

Tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o
mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e
suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua
metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita da família
para concretizar o seu projeto educativo. (PAROLIM, 2003, p. 99)

Em vista disso, é que destacamos a necessidade de uma parceria entre Família e Escola,
visto que, apesar de cada uma apresentar valores e objetivos próprios no que se refere à
educação de uma criança, necessita uma da outra e, quanto maior for à diferença maior
será a necessidade de relacionar-se. Essas diferenças e necessidades ficaram evidentes
durante as entrevistas e reuniões realizadas com as famílias para a realização deste
trabalho. Porém, é importante ressaltar que nem a escola e nem a família precisam
modificar a forma de se organizarem, basta que estejam abertos à troca de experiências
mediante uma parceria significativa.

19
A escola não funciona isoladamente, faz-se necessário que cada um dentro da sua
função, trabalhe buscando atingir uma construção coletiva, contribuindo assim, para a
melhoria do desempenho escolar das crianças. Reiterando a importância dessa parceria
através do Projeto Relação Família/Escola e o Desempenho Escolar, alguns professores
assim se manifestaram: 19 “Estamos vivendo a Era do conhecimento – o ouro do século
XXl.

Para tal, cada vez mais vêm sendo propostas as mais variadas gamas de cursos de
aperfeiçoamento e capacitação para lidarmos com as “não muito comuns” situações
ocorridas na escola. Dentre elas, uma cham a bastante nossa atenção: assumimos um
papel, que embora camuflado, reflete aquele que deveria ser atribuído aos pais – o
professor que ora era transmissor de conhecimento, assume papel de “educar” traçando
e exigindo hábitos que deveriam ser adquiridos no “berço”.

Entendemos que a família nos nossos dias é constituída de forma diferente. Enquanto,
antigamente os pais trabalhavam fora e as mães se dedicavam à educação dos filhos e o
cuidado do lar, hoje, ambos trabalham fora e os filhos ficam delegados a outros
familiares e na maioria dos casos a mercê de seus prazeres, o que garante aos mesmos
um aprendizado espontâneo, natural, porém, sem direcionamento, nas diversas situações
que se expõe no cotidiano.

Não é de hoje que estamos discutindo propostas para que tal assunto proporcione
melhor desenvolvimento do aluno, haja vista, a necessidade premente de assumirmos
nossos papéis nas questões envolvendo aluno/filho. Recebemos o projeto Relação
Família/Escola e o Desempenho Escolar com muita expectativa dada a sua importância
para o sucesso de nosso trabalho.

Iniciar esta atividade na 5ª série fará que aos poucos, os interessados sejam integrados e,
ao longo de quatro anos, a realidade mudada. Ficamos satisfeitos ao perceber o interesse
dos pais na primeira reunião com a escola: trocaram informações, socializaram
problemas que jamais imaginaríamos que as crianças tinham, se este encontro não
tivesse acontecido.

Pudemos iniciar a construção daquele “ponto”, - integração pais/escola, fundamental


para todos. Para os pais dos alunos da 5ª série “A”, a escola não é mais algo inatingível,
os professores não são mais vistos como pessoas superiores e indiferentes e para nós,

20
eles não são mais pessoas desinteressadas, alheias ao que ocorre com seus filhos na
escola. Não há nada que apague a importância desse primeiro passo.

“Os frutos deste projeto, idealizado e monitorado por nossa coordenadora já estão sendo
colhidos e saboreados, pois na dimensão quanto ao interesse, e o comprometimento em
relação à mudança são estabelecidos”. (M.B.S. - Professora de Português). O Projeto
Relação Família/Escola e o Desempenho escolar, desenvolvido pela pedagoga Maria
Ester, veio resgatar o fortalecimento de um vínculo há tempos esquecido pela sociedade.

A família possui um papel primordial para o desenvolvimento saudável das relações de


seus filhos com a escola e desta com eles. Por ser ela a base da pirâmide social,
responde pela maior parte dos valores apreendidos na infância. E são esses valores que,
certamente, incluirão o indivíduo à sociedade da qual dependerá para realizar seus
objetivos de vida.

Essa relação família/escola/educação tornou -se um árduo desafio, o qual as escolas


precisam, a qualquer custo, amenizá-lo, de forma que, pais, professores, alunos,
funcionários possam efetivamente fazer parte dessa relação, dessa estrutura tão
complexa, mas ao mesmo tempo, tão debilitada, tão precisa de apoio, de compreensão e
por que não dizer, de carinho, afeto, amor, paz, tranqüilidade, tudo que faça com que a
família e escola encontrem nessa parceria uma forma de resolverem seus problemas.

Para mim, que participei de alguns momentos relativos a esse projeto, me senti
privilegiada. Nada é mais gratificante do que ver essa relação acontecendo de perto:
família e escola juntas, tentando reacender uma chama, que eu diria, não totalmente
apagada, mas precisando de um pouco mais de lenha para tornar-se uma grande
fogueira, onde todos as sua volta consigam contagiar um ao outro com o seu calor.
(A.A.R. - Professora de Ensino Religioso)

Desde que iniciei minha carreira como professora do Ensino Básico, na disciplina de
História puder ir percebendo que as crianças cujos pais iam com frequência à escola
acabavam por desenvolverem alguns comportamentos mais adequados ao espaço
escolar. Nos últimos anos está ficando cada vez mais raro esta participação, o que
obrigou a escola assumir um papel que até então cabia aos pais. Mas participar de uma
proposta que visa trazer os pais para acompanhar a vida escolar de seus filhos acabou
por criar uma cumplicidade entre nós professores e os responsáveis por nossos alunos.
Pois, ao tentarmos a resolução de um problema ou compartilhar uma vitória de nossas

21
crianças acabamos por presenciar momentos da vida escolar deste aluno, a compreendê-
lo de forma direta e mais completa, e isso em muito auxiliou no trabalho de forma geral.

Quando compartilhamos, percebemos o olhar do outro e consequentemente o outro


também percebe o nosso olhar, há uma troca rica, que favorece nosso aluno, na medida
em que percebe uma sintonia entre aqueles que são responsáveis pela sua educação.
(M.N. - Professora de História) O Projeto “Relação Família/Escola e o Desempenho
Escolar-desenvolvido no nosso Colégio pela professora Maria Ester tem apresentado
grandes progressos, pois está trazendo para a comunidade escolar, a presença dos pais
e/ou responsáveis pelos alunos.

Esse projeto está aproximando pais, alunos e professores e está desenvolvendo um


sentimento de afetividade entre todos e um interesse pela realidade da escola e
consequentemente da vida de nossos alunos. (J.B. - Professora de Inglês) Percebe-se na
fala das professoras, a importância do bom relacionamento entre a escola e a família,
não só para o bom desempenho escolar das crianças, mas também para que o trabalho
do professor seja mais produtivo. Nesse sentido, para os professores, é fundamental
conhecer os pais e os pais igualmente conhecerem a escola e os professores de seus
filhos.

1.7 - Director de turma


Os pais são os primeiros educadores da criança, quanto a isso não restam dúvidas, e ao
longo da sua escolaridade, continuam a ser os principais responsáveis pela educação e
bem-estar. Os professores são parceiros insubstituíveis na assunção dessa
responsabilidade. Como parceiros, devem unir esforços, partilhar objetivos e reconhecer
a 36 existência de um mesmo bem comum para os alunos, logo encarar os pais como
rivais é algo que impede a união de esforços e a partilha e objetivos, tendo graves
prejuízos para o aluno (Marques, 2001, p.12).

O Diretor de Turma é, antes de mais, um Educador. Ele é o professor que acompanha,


apoia e coordena os processos de aprendizagem, de orientação, de maturação dos alunos
e de orientação e de comunicação entre os docentes, alunos, Pais/encarregados de
educação e restantes agentes da ação educativa.

Contudo, e embora tenha sido inicialmente previsto um maior reconhecimento dos


papéis do DT (Diretor de Turma), designado por “orientador educativo de turma”
(OET) (Formosinho et al., citado por Diogo 1998, p. 30), este parece continuar a ser

22
ignorado. A direção de turma ocupa um lugar vital na comunidade escolar, tendo como
principal preocupação o desenvolvimento pessoal de cada aluno e a sua plena
socialização.

Através de leituras de algumas legislações posso inferir que além da sua posição
essencial na estrutura intermédia de gestão da escola, o DT deverá desempenhar funções
de natureza pedagógica sendo elas:

 Aproximar a escola da comunidade através de um crescente envolvimento dos


EEs (Encarregados de Educação) na vida escolar;
 Dinamizar a equipa pedagógica tendo em vista promover a convergência de
atitudes necessária ao sucesso dos alunos, numa perspectiva de igualdade;
 Favorecer o desenvolvimento global da personalidade dos alunos.

Nas palavras de Diogo (1998, p.32), “as relações da criança com a escola são racionais,
transitórias e impessoais, enquanto que as relações do DT com a criança podem ser
personalizadas e emocionais”. Ou seja, “as práticas de direção de turma podem
contribuir para que a escola deixe de ser gradualmente uma agência de promoção de um
desenvolvimento desigual, isto é do desenvolvimento do subdesenvolvimento das
crianças mais desfavorecidas.

1.7.1 - O envolvimento da família na escola

Brandão (citado por Pereira, (2008, p. 71) “define envolvimento como um leque de
interações entre a Escola e a Família desde a simples participação dos encarregados de
educação em reuniões mais ou menos formais, até à execução de tarefas específicas na
escola, em colaboração com os professores”. O primeiro contexto ambiental que o
indivíduo conhece e com o qual interage é a sua família. A organização familiar é feita
tendo em conta um conjunto de valores sociais e culturais, transmitidos por gerações
anteriores que influenciam as relações interpessoais e as competências individuais. As
necessidades do aluno não podem ser encaradas só em função das aprendizagens
académicas, mas numa perspectiva globalizante, onde aluno, escola e família se
adaptam mútua e progressivamente.

As práticas de envolvimento parental compreendem não só a comunicação e o trabalho


voluntário na escola, mas também o apoio educativo em casa, a participação em grupos
de consulta e a participação na tomada de decisões. Marques, (2001, p. 12).

23
Ainda nas palavras de Marques (2001, p. 14) a aproximação dos professores aos pais e o
envolvimento destes no apoio educativo aos filhos pode contrariar aquela nefasta
tendência, libertando o professor de exigências irrealistas e fazendo com que os pais
voltem a assumir as suas funções tradicionais de primeiros educadores das crianças e
adolescentes.

Continuando ainda na mesma linha de pensamento de Marques (2001, p.15), este


considera que ainda que existam práticas de envolvimento parental que tragam
benefícios diretos à aprendizagem dos alunos e que outras práticas que são irrelevantes
em termos da melhoria do rendimento escolar. Por exemplo, a participação dos pais nos
órgãos da escola, podendo ser importantes, não traduzem benefícios concretos na
aprendizagem dos alunos, embora possam ter efeitos positivos no aumento da
segurança, na melhoria dos transportes escolares, na ocupação dos tempos livres dos
alunos.

Muitas vezes e em muitos casos, as práticas de comunicação, o envolvimento dos pais


no apoio educativo aos filhos e a sua participação em grupos de consulta trazem, regra
geral, mais benefícios para a aprendizagem dos alunos do que a própria tomada de
decisão.

Todos esses benefícios são indiscutíveis, mas continuam a ser muito mais difícil
envolver no processo educativo os pais que estão mais afastados da cultura escolar. As
razões são conhecidas: falta de tempo, baixas expectativas educacionais, afastamento
cultural e pobreza. Os professores não podem, sozinhos, ultrapassar esses obstáculos ao
envolvimento parental, mas podem dar uma ajuda mudando de atitude, acreditando nos
benefícios, pressionando as autoridades escolares para criarem espaços para receber os
pais/encarregados de educação e pedindo a colaboração de outros técnicos de educação.
Apesar de tudo, as práticas de envolvimento mais conscientes e mais benéficas
continuam a ser as práticas de comunicação e essas passam, quase sempre pelo
professor Marques, (2001, p. 16).

A vivência na escola de uma cultura participativa entre pais/encarregados de educação e


professores depende, em grande parte, da relação que estes protagonistas desencadeiam
e que se torna determinante para o eficaz desenvolvimento do aluno. A importância da
participação dos pais na vida escolar dos filhos tem apresentado um papel importante no

24
desempenho escolar. O diálogo entre a família e a escola, tende a colaborar para um
equilíbrio no desempenho escolar.

O envolvimento dos pais com a escola deve favorecer a reflexão de diferentes aspetos
pedagógicos e psicológicos dos seus filhos, com vista a melhorar, de modo efetivo, o
seu desempenho escolar. A importância da participação ativa da família com a escola
tem sido alvo de diversos estudos, tendo em conta fatores como o comportamento dos
alunos em sala de aula e os problemas de adaptação.

Confrontados muitas vezes, com grandes descontinuidades entre a casa e a escola, as


crianças são incapazes de compreenderem a cultura escolar e de aplicarem as suas
experiências passadas aos novos contextos, estes alunos rejeitam e chegam mesmo a
ignorar toda a nova informação.

Quando isso acontece, estão criadas as condições para que o aluno rejeite a cultura
escolar, podendo esta assumir várias formas: indisciplina, violência, abandono escolar e
passividade.

Todavia os sinais dessa rejeição devem ser interpretados pelo professor, cabendo-lhe
traçar um plano de ação que inclua a comunicação com os pais Marques, (2001, p. 22).

Todo este envolvimento entre a escola e as famílias, traz benefícios aos próprios
professores, isto porque os professores vêm o seu trabalho e esforço apreciado pelos
pais e encarregados de educação.Em suma e de acordo com Marques (2001; p, 13):

Olhamos para o envolvimento parental como uma variável importante no processo


de melhoria da qualidade da aprendizagem dos alunos (…), embora tenhamos
presente os benefícios do envolvimento parental na vida na escola, consideramos
que há zonas que devem estar reservadas aos professores e que devem ficar privados
da interferência exterior. Essas zonas incluem todas as decisões que dizem respeito
aos modelos pedagógicos, metodologias de ensino e avaliação dos alunos. (p.13).

De acordo com, Davies (citado por Pereira, (2008, p. 41):

Pais e família – estes termos apresentam neste estudo uma grande proximidade. O
termo, Pais, no plural, refere-se aos adultos que têm responsabilidade legal sobre a
criança, e o termo, Família, refere-se ao grupo de adultos e crianças no qual a criança se
insere e a que está ligada por laços de parentesco ou adoção;

25
Envolvimento dos pais – esta designação cobre todas as formas de atividade dos pais na
educação dos seus filhos – em casa, na comunidade ou na escola. Por vezes, é usada a
expressão participação dos pais exclusivamente para referir aquelas atividades dos pais
que supõem algum poder ou influência em campos como os do planeamento, gestão e
tomada de decisões nas escolas.

Independentemente da terminologia adotada parece importante salientar que a


influência da família, da comunidade e da escola na aprendizagem das crianças é
universal e aceite por todos. Para além deste aspeto, há que juntar a influência de teorias
ecologistas na Educação que nos levam a falar na diminuição das descontinuidades
entre as instituições, explicando a importância de todos os ambientes que envolvem as
crianças.

Conner (citado por Pereira, (2008:p.92) afirma que é preciso:


Trabalhar cuidadosamente com os pais até termos a certeza de que os primeiros
projetos são bem-sucedidos. O sucesso traz o sucesso e a autoconfiança e, como
resultado, os pais ficam motivados para participarem ainda mais. Quando os pais têm
uma relação positiva com os professores, eles podem ajudar os filhos a terem um
comportamento correto na escola.
A qualidade das relações familiares determina em larga medida, a vontade e a
capacidade da criança para explorar o seu mundo e estabelecer relações sociais fora da
família. Deste modo, e de acordo com o autor acima referido, crianças oriundas de
famílias estruturadas (pai, mãe, irmãos) têm mais possibilidades de sucesso do que as
crianças oriundas de famílias monoparentais.

1.7.2 - Os pais e a educação dos filhos

Na primeira infância os principais vínculos, bem como os cuidados e estímulos


necessários ao crescimento e desenvolvimento, são fornecidos pela família. A qualidade
do cuidado, nos aspetos físico e afetivo-social, decorre de condições estáveis de vida,
tanto socioeconómicas quanto psicossociais.

A família desempenha ainda o papel de mediadora entre a criança e a sociedade,


possibilitando a sua socialização, elemento essencial para o desenvolvimento cognitivo
infantil. Sendo um sistema aberto que se desenvolve na troca de relações com outros 43

26
sistemas, tem sofrido transformações, as quais refletem mudanças mais gerais da
sociedade. Dessa maneira surgem novos arranjos, diferentes da família nuclear
anteriormente dominante, constituída pelo casal e filhos. Qualquer que seja a sua
estrutura, a família mantém-se como o meio relacional básico para as relações da
criança com o mundo.

Os pais devem envolver-se na educação dos filhos também na escola. Foi-se o tempo
em que os pais abandonavam filhos na escola dizendo que a partir daí a escola era
responsável pela educação deles. A educação dos filhos é uma preocupação dos pais e
educadores.

A influência que os filhos sofrem junto aos meios de comunicação, junto aos amigos e
junto a escola leva-nos a concluir que este processo educativo é um componente
importante na formação de cada filho. Os pais têm uma ferramenta que, se for bem
direcionada, poderá resultar em dividendos para todos-filhos, escola, amigos e pais.

O papel de um professor é variado, complexo mas motivador. Pretende-se que um


professor seja inovador, dinâmico, comunicativo, crítico e “eficaz.” Ele deve ensinar
mas também educar, transmitir conhecimentos mas também incutir métodos,
instrumentos de trabalho e alguns valores fundamentais nos alunos, como, por exemplo,
a compreensão e o respeito pelo outro, a entreajuda ou a responsabilidade. E ainda
desenvolver o espírito crítico, a reflexão mas também a criatividade e a curiosidade em
termos de aprendizagem.

Não nos restam dúvidas de que os pais são os primeiros educadores da criança e que, ao
longo de toda a sua escolaridade, continuam a ser os principais responsáveis pela sua
educação e bem-estar.

Os professores aparecem como parceiros insubstituíveis no “transporte” dessa


responsabilidade. Como parceiros que são (pais-professores), devem unir esforços,
partilhar objetivos e reconhecer a existência de um mesmo bem comum para os alunos.
Por ora, encarar os pais como rivais é algo que impede a união de esforços e a partilha
de objetivos, com graves prejuízos para o aluno, onde tantos os professores como os
pais têm muito a ganhar com uma colaboração genuína.

É neste aspeto que nos parece que o papel mais importante dos pais é o que é realizado
em casa, durante o desenvolvimento da criança e que o papel mais importante da escola

27
é o pedagógico (inerentemente relacional e técnico) estabelecendo estratégias
operacionais e eficazes para fazer face ao projeto pedagógico da criança, que é esse o
objetivo da frequência do aluno na escola.

Neste sentido, “parece-nos, também, que a melhor colaboração entre a família e a escola
é precisamente o veicular à criança confiança acerca da escolarização e ocorrências
escolares, suportando e apoiando os anseios da criança e guardando para local próprio
reações relativas à própria escola” Pereira, (2008, p. 60).

Segundo Kaloustian (citado por Pereira, (2008:p.61):

A família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção


integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da
forma como vêm se estruturando. É a família que propícia os aportes afetivos e
sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus
componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em
seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam
os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre
as gerações e são observados valores culturais”. (p.61).

É fundamental que os pais ajudem os seus filhos a alcançar um melhor desempenho na


vida escolar, para isso é necessário:

1. Ter livros em casa;


2. Reservar um lugar tranquilo para os estudos;
3. Zelar pelo cumprimento de fazer os trabalhos de casa;
4. Orientar, mas jamais dar a resposta certa;
5. Preservar o tempo livre das crianças;
6. Comparecer a todas as reuniões de pais;
7. Conversar sobre a escola;
8. Ver com frequência a caderneta de aluno;
9. Não fazer pressão em véspera de testes.

Para além de ser necessário que a escola tome a iniciativa de fomentar o envolvimento
de todas as famílias, também é necessário, então, utilizar outras estratégias de
aproximação entre a escola e a família.

Para Seeley (1989, citado por Pereira (2008, p.75), “o interesse renovado pela família,
pelo bairro, pela comunidade e por outras estruturas de mediação é significativo, em

28
primeiro lugar, por refletir a crescente consciencialização da importância dos grupos de
dimensão humana”.

A escola deve oferecer uma maior variedade de modalidades de envolvimento parental,


uma vez que a participação de algumas famílias se apropriará melhor a um tipo ou outro
de modalidade. Sabendo-se que a maioria dos programas de envolvimento das famílias
é mais acessível aos pais de classe média, é necessário e urgente ir ao encontro de
estratégias que facilitem a participação de famílias pertencentes a classes
socioeconômica baixas, pois são estas crianças que necessitam de muito apoio na
escola, porque muitas vezes em casa, não têm amparo, ajuda, auxílio, assistência no
estudo e nas tarefas diárias, tais como os trabalhos de casa, e muitas vezes estas crianças
abandonam a escola, por não terem outra alternativa.

A família deverá favorecer um bom ambiente familiar e assegurar as condições básicas


da vida humana (saúde, alimentação, vestuário, habitação, afeto, segurança e conforto),
que são também as condições básicas para que a aprendizagem e o desenvolvimento
humano se processem. A criança não pode aprender sem suficientes 45 horas de sono,
espaço para estudar e regras de comportamento.

Quando a família não consegue cumprir estas obrigações básicas, a escola deverá
acionar os mecanismos de ação social e juntamente com estes ajudar a família a
construir os seus próprios recursos. Ou seja, e de acordo com Pereira (2008:p.77):

De acordo com a literatura revista a relação Escola-Família na vida escolar das


crianças é de extrema importância. Não se pode desistir, e a procura de novas soluções
e respostas deve continuar mas de uma forma integradora e global, que permita a
continuidade entre as escolas, os valores e as culturas das famílias (p.77).

1.7.3 - O papel dos pais no estudo

O papel dos pais no estudo dos filhos é fundamental, senão o mais importante, porque o
acompanhamento sistemático, metódico e constante permite que as crianças e jovens
tenham uma organização e desempenho muito mais coerentes e lógicos, pois o apoio
parental é fulcral para o “crescimento” académico, a criança sente-se “protegida” e
acompanhada. Frequentemente os pais pensam que não podem ajudar os filhos, porque
têm menos estudos do que eles. É uma ideia errada.

29
Os pais têm um papel muito importante no apoio ao processo educativo, realizado em
casa. Este conceito significa não só o envolvimento direto dos pais no ensino da leitura
e da escrita, mas também na fixação de rotinas de estudo. Hábitos de trabalho, atitudes
favoráveis à aprendizagem e criação de um ambiente favorável ao estudo e a
curiosidade intelectual.

As razões que justificam o envolvimento dos pais no apoio ao processo educativo, são
que em primeiro lugar nota-se uma melhoria nos resultados escolares sempre que os
pais apoiam os filhos em casa. Em segundo lugar, os pais passam a compreender e a
valorizar melhor os professores; os pais e os professores aprendem a apoiar-se
mutuamente na tarefa comum que é a educação dos alunos; por último e em quarto
lugar, os pais aprendem a comunicar melhor com os filhos e a valorizar, ainda mais, o
seu esforço e todo o seu trabalho Marques, (2001, p.104).

A grande maioria dos pais deseja envolver-se no apoio ao processo educativo, realizado
em casa. Contudo, há muitos pais que não sabe, o que devem fazer, e ainda a falta de
tempo é um grande entrave. O problema da falta de tempo dos pais para estarem com os
filhos é tal como nos refere Marques (2001, p.105) um sintoma de uma doença
civilizacional que ameaça o bem-estar e o direito à felicidade.

Este autor disponibiliza um conjunto de sugestões que ajudam a implementar boas


práticas de envolvimento parental no apoio educativo, em casa:

a) Os pais são encorajados a dedicarem meia hora por dia a falarem com os filhos
acerca dos estudos e a ajudá-los a realizar tarefas de aprendizagem;
b) Os pais são informados, periodicamente dos progressos dos filhos; os
professores distribuem trabalhos de casa interativos que exigem algum
envolvimento dos pais;
c) Os professores distribuem folhas informativas sobre como é que os pais podem
ajudar os filhos casa.

Uma das tarefas mais importantes que os pais podem realizar para ajudarem os filhos é
criarem condições ambientais favoráveis à aprendizagem, comprando livros, lendo
histórias, visitando bibliotecas e museus.

30
A aquisição ou a modificação de hábitos e rotinas não é fácil para adultos nem para
crianças. Se o gosto pelo estudo não existe e se a família, ainda por cima, não o
valorizar, será difícil que ele se transforme num hábito “bom”.

Quando um estudante muda de ciclo de ensino precisa de se adaptar às especificidades


da nova situação a todos os níveis, incluindo no que diz respeito à organização do seu
estudo individual. Talvez a dificuldade seja maior entre o 1.º ciclo onde um professor
determina as tarefas de casa para o dia seguinte, e o 2.º ciclo onde cada professor
determina as tarefas para a próxima aula, que pode não ser no dia seguinte.

A articulação entre a escola e a família podem ajudar a ultrapassar as dificuldades e a


contribuir para a aquisição ou a melhoria dos hábitos de estudo ao longo de toda a
escolaridade, valorizar a escola, demonstrar interesse pelas atividades lá realizadas,
ajudar a organizar o espaço e o tempo de estudo, elogiar os pequenos/grandes sucessos
obtidos e não deixar criar desânimo perante as dificuldades, estar em contato
permanente com a escola, são diversas formas de os pais ajudarem os seus filhos a
sentirem-se valorizados e acompanhados e a adquirirem hábitos e gosto pelo estudo.

De acordo com Villas-Boas (2001:p.55):

Todas as crianças num momento ou noutro sentem dificuldade, quer no processo de


aprendizagem escolar, quer nas tarefas que lhes são exigidas, existe a necessidade de
que alguém apoie a criança nesses momentos e lhe restitua a confiança nas suas
capacidades. (p.55).

Para Peng e Lee citado por Villas-Boas, (200155):

Quando este apoio aparece relacionado com um melhor rendimento escolar, ele é
operacionalizado através de (a) conversas entre pais e filhos, (b) existência de
materiais de aprendizagem em casa, (c) participação dos pais nas Reuniões de Pais,
(d) conversas sobre a escola, (e) participação dos filhos em atividades educativas fora
da escola.

Com tudo isto, é possível concluir que existem enormes vantagens no envolvimento dos
pais no apoio educativo realizado em casa. Essas vantagens são evidentes tanto para os
alunos como par os próprios pais. Os alunos ficam motivados para dedicarem mais

31
tempo ao estudo e os pais ficam a compreender e a apreciar melhor todo o trabalho dos
professores ao mesmo tempo que melhoram a sua função educativa. Assim, e
continuando na mesma linha de pensamento de Marques (2001, p.108), “os pais podem
ter um papel determinante na fixação de expetativas realistas e de normas de conduta
corretas, no desenvolvimento da curiosidade intelectual e no aumento do gosto pela
aprendizagem.

1.7.4 - Caminhos para estudar a relação família-escola

Uma das possibilidades para se estudar o tema da relação família-escola é conhecer as


concepções de professores a respeito das famílias de seus alunos. Nesse sentido,
pesquisa realizada com professores da educação infantil em uma escola do interior
paulista sugere um desconhecimento, por parte dos professores, das características das
famílias atendidas, ou uma imagem estereotipada das mesmas, uma vez que as
descrições feitas estão carregadas de conotações negativas e preconceituosas (Tancredi
& Reali, 2001). Na visão de alguns professores o modelo de família que se configura é
uma família idealizada, que oferece suporte, aconchego e que tem funções diferentes
para cada fase da vida. Oliveira, (2002:p. 105).

A comunicação entre escola e família passa pela intermediação da criança, sendo esta
comunicação aparentemente de mão única, por haver pouco espaço institucional para a
manifestação das famílias. A ação das famílias é limitada e determinada de acordo com
os interesses da escola. Assim,"num primeiro momento, defende-se uma participação
ampla dos pais na escola, mas o que se verifica é uma participação que tem a ver com o
fato de conhecer o trabalho da escola" Oliveira, (2002, p.105).

Quanto ao tipo de interação estabelecido entre professores e famílias,"além de dar uma


falsa aparência de intimidade, dá ao professor o controle do 'diálogo' mantido"(Tancredi
& Reali, 2001, p.12), já que as famílias são recebidas nos portões da escola, ou na porta
da sala de aula, a partir da reinvidicação das próprias famílias, e pouco tempo é
dedicado a esta interação.

As famílias não são vistas pelos professores como parceiras que têm objetivos comuns,
apesar de estas se mostrarem conscientes do importante papel da escolarização na vida
dos filhos, e de estarem dispostas a contribuir com a escola Reali & Tancredi,
(2002:p.14).

32
Na compreensão dos professores, o apoio dos pais no processo de ensino"se limita a
reforçar aquilo que o professor realiza e pede às crianças, ao invés de sugerir que os pais
poderiam se envolver mais com questões escolares de maneira mais participativa e
recíproca" Bhering, (2003, p.499).

Pesquisa com professores e diretores também apontou que o principal aspecto positivo
ou vantagem da aproximação da família com a escola é o envolvimento dos pais na
educação dos filhos. Este envolvimento diz respeito "a atitudes de co-responsabilidade e
interesse dos pais com o processo de ensino-aprendizagem incluindo a participação ou
colaboração em atividades, em eventos ou solicitações propostas pela escola"
Hernández, (1995, p. 59).

Entretanto, envolver a família na educação escolar pode representar uma ameaça para
alguns professores, por se sentirem destituídos de sua competência e de seu papel de
ensinar, apesar de que "a presença e participação dos pais na escola não pode e não deve
siginificar uma desresponsabilização dos professores para com a aprendizagem dos
alunos e do governo com o financiamento da educação" (Tancredi & Reali, 2001, p.4).

Quanto às dificuldades encontradas no estabelecimento de relações harmoniosas, pode-


se citar a forma que a escola adota, geralmente, para estabelecer contato com asfamílias,
a qual é unidirecional (parte da escola para a família) e motivada por situações de baixo
rendimento escolar e de mau comportamento dos alunos. Bhering, (2003:p. 449).

Outro membro da comunidade escolar que também está envolvido nas relações entre
família e escola é o psicólogo escolar; portanto, ainda dentro da visão da escola sobre
esta relação, tem-se as concepções dos psicólogos escolares. Nesta perspectiva, pesquisa
realizada junto a psicólogas escolares na região de Campinas (SP) (Leal, 1998) apontou
que a escola é que determina os tipos e a frequência das oportunidades de participação
dos pais. A responsabilidade pelo sucesso ou pelo fracasso da relação foi atribuída,
pelas psicólogas, a ambos os sistemas envolvidos, enquanto em relação à qualidade da
relação família-escola, tenderam a responsabilizar mais a família que a escola pela
insuficiência e obstáculos encontrados.

Para as psicólogas pesquisadas, promover a integração e orientar a família são maneiras


importantes de mediar a relação família-escola, havendo uma "clara tendência dessas
psicólogas em se envolver mais na orientação de pais e em reunião de pais,
despendendo mais tempo e oferecendo com maior freqüência, o serviço de orientação"

33
(Leal, 1998, p.96). Assim, a atuação dessas psicólogas restringe-se principalmente à
orientação aos pais, levando à reflexão de que o psicólogo parece não estar investindo
em inovações para possibilitar ou melhorar esta relação.

1.7.5 - A visão dos pais

Outra possibilidade para se estudar o tema da relação família-escola é conhecer a


concepção dos pais sobre a relação entre família e escola. Os estudos de Bhering e Siraj-
Blatchford (1999) e Bhering (2003) identificaram que, para os pais, o envolvimento
deve ser de responsabilidade e iniciativa da escola, enquanto o papel deles seria
complementar às metas educacionais da escola.

Para os pais, o envolvimento refere-se a uma forma de participar intensamente de


atividades relacionadas ao ensino e à aprendizagem escolar, tanto em casa quanto na
escola; diz respeito a diversos procedimentos adotados pelos pais para auxiliar na
aprendizagem dos filhos (deveres de casa, leitura de livros, jogos que estimulam o
desenvolvimento cognitivo) e à participação ativa na escola (na sala de aula, biblioteca,
excursões). A ajuda ou colaboração refere-se à prestação de serviços como, por
exemplo, em eventos sociais, feiras, festivais, excursões e aquisição de materiais e
equipamentos para a escola.

Na visão das famílias as interações estabelecidas com a escola ocorrem nos horários de
saída, nas reuniões de pais convocadas pela escola ou em datas comemorativas, o que
ilustra um relacionamento superficial e limitado a situações "formais", como as reuniões
bimestrais e as comemorações, ambas organizadas pela escola (Reali & Tancredi,
2002).

Quanto à função de cada um (pais e professores), embora apresentem preocupações


comuns, como o bom desempenho escolar das crianças, pais e professores acreditam ter
tarefas diferentes e mostram-se relutantes em fazer aquilo que consideram ser tarefa do
outro. Para os pais, os professores deveriam manter a educação escolar como sua
responsabildiade, enquanto aos pais caberia assegurar que as crianças estivessem
prontas para a educação escolar Bhering, (2003:p.115).

Ainda quanto à opinião dos pais, o Ministério da Educação (MEC), por meio do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP),
realizou um estudo de âmbito nacional sobre a relação família, escola e educação

34
(Brasil, 2005). No âmbito nacional, as reuniões de pais e professores são os eventos que
mais mobilizam os responsáveis, sendo que um chamado imprevisto para o
comparecimento à escola desperta fortes apreensões na família, pois surge, de imediato,
a ideia de que a convocação está relacionada a problemas disciplinares de alguma
gravidade, ou de baixo rendimento ou, ainda, de alguma deficiência, tratando-se,
sempre, de um fato já ocorrido e que será apenas comunicado aos pais.

1.7.6 - A visão dos alunos

Comumente, as pesquisas realizadas sobre a temática da relação família-escola


privilegiam as opiniões dos professores e dos pais. Todavia, duas pesquisas recentes
focalizam a opinião dos alunos sobre a temática da relação família-escola.

Um estudo realizado junto a estudantes do ensino médio de uma escola particular em


Curitiba (PR) investigou como os alunos das três séries do ensino médio (1°, 2° e
3° anos) veem a relação da escola com a família. De acordo com os resultados,
identificou-se que os alunos das três séries percebem a relação família-escola de uma
maneira muito negativa. Para os alunos, a cobrança quanto ao rendimento escolar é uma
questão bastante presente; a relação familiar baseada no diálogo mostra-se
comprometida devido à falta de tempo dos pais e à não liberdade que os alunos têm para
tratar de suas intimidades com os pais. Cardoso, (2003:p. 19).

A convocação dos pais ao colégio em situações que se referem apenas às notas ou ao


comportamento deixa os alunos "revoltados" por não terem sido consultados e por não
haver a mesma ação quando se trata de elogios.

Em pesquisa realizada no Distrito Federal (DF) sobre as relações família-escola,


também participaram alunos de 1ª, 5ª e 8ª séries do ensino fundamental de escolas
públicas do DF. Os resultados obtidos na pesquisa apontam que, na visão dos alunos, há
paulatinamente um decréscimo da participação dos pais nas atividades programadas
pela escola, à medida que o aluno avança na série."Os pais das séries iniciais estão mais
presentes nas atividades programadas pela escola, havendo uma diminuição da sua
participação quando o aluno avança na série, de modo que, na 8ª série, a sua
participação é bastante limitada". Polonia, (2005, p. 155).

De acordo com os alunos, a presença nas reuniões e conselhos de classe é a atividade


mais frequente com envolvimento dos pais, superando a participação nos eventos

35
socioculturais, em que se nota um decréscimo na participação, especialmente para os
alunos de 5ª e 8ª séries Polonia, (2005:p.155).

Entre as ações apontadas pelos alunos que poderiam ser desencadeadas pelos pais e pela
escola para melhorar as condições da escola, destacam-se aquelas em que eles se
posicionam como possíveis mediadores da relação família-escola, ou seja, aquelas ações
que podem ser realizadas pelos próprios alunos, como estimular a participação dos pais
e intermediar a comunicação entre a escola e os pais. Polonia (2005) constata, ainda,
que os alunos da 8ª série se sentem mais responsáveis pela intermediação (entregar
bilhetes, avisos e informes), enquanto os alunos da 1ª série se sentem mais responsáveis
pelo estímulo à participação (contar mais sobre as atividades desenvolvidas na escola,
solicitar a participação dos pais etc.).

Este último dado sinaliza para o importante papel que os próprios alunos podem assumir
diante das relações entre suas famílias e a escola, pois, geralmente, ao investigar os
processos de comunicação entre a família e a escola, suas influências, intersecções e
interações, as pesquisas focalizam especialmente o papel dos adultos nesta interrelação.

A partir dos relatos de pesquisas que, em seu desenho metodológico, investigaram a


visão dos diferentes segmentos de participantes envolvidos na relação família-escola,
pode-se observar o quanto esta relação se apresenta de maneira diferente para cada um
deles. Se, por um lado, pais e professores compartilham a preocupação com o
desempenho escolar dos filhos e alunos, de outro, não compartilham as mesmas ideias
sobre como cada um desses segmentos pode contribuir para o sucesso dos filhos. Além
disso, se para os pais e para a escola o rendimento escolar é um aspecto que motiva a
relação família-escola, para os alunos, a cobrança quanto ao rendimento escolar é uma
questão bastante presente e negativa.

A partir desta breve descrição de pesquisas científicas, entende-se que pontos


importantes para a compreensão actual da relação família-escola foram sinalizados,
além de outros que apontam para aspectos que precisam ser modificados em prol do
sucesso desta relação.

36
CAP. II – OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO
Em termos metodológicos, este trabalho enquadra-se dentro da tipologia de estudo de
caso onde, a partir da descrição /interpretação de um caso particular, procuramos atingir
todos os objectivos traçados.

De acordo com Lessard (1990:p.72) o estudo de caso caracteriza-se pelo facto de reunir
informações tão numerosas e pormenorizadas quanto possível, com vista a abranger a
totalidade da situação. Neste caso, o nosso estudo recai sobre a relação entre escola e
família, sua implicações no processo de aprendizagem.

2.1 - Tipo de pesquisa


Este estudo foi desenvolvido com base numa abordagem de caráter quantitativa com
base as informações dos questionários, as observações directas Estas técnicas
permitiram conhecer a relação entre escola e família, suas implicações no processo de
aprendizagem.

2.2 - Método de abordagem


Para a realização do nosso trabalho, utilizou-se dois métodos: o método descritivo e
explicativo utilizado para descrever os conceitos sobre a relação entre escola e família,
suas implicações no processo de aprendizagem; a análise bibliográfica para a construção
do referencial teórico, feito com base na revisão da literatura sobre o tema em estudo a
partir de trabalhos realizados e publicados, livros, revistas, artigos, etc. e a parte prática,
feita com base no método analítico, partindo de três hipóteses e alguns objetivos
traçados no início deste estudo

2.3 - Técnicas de recolha de dados


A técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte;
é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática (MARCONI &
LAKATOS, 2003, 172).

Após a escolha do tema, a definição dos objectivos, a formulação do problema e das


hipóteses e a identificação das variáveis, fomos a empresa faremos a colecta de dados,
por intermédio de um questionário a famíliae os profissionais da escola.

Por conveniência dos métodos selecionados, faremos recurso às seguintes técnicas: a


consulta bibliográfica, o questionário e as entrevistas. E como instrumentos para a
colecta de dados, recorreu-se ao roteiro do questionário com perguntas fechadas.

37
2.4 - População
População é um conjunto de pessoas, itens ou eventos sobre os quais se quer fazer
inferências, e uma amostra é um subconjunto de pessoas, itens ou eventos de
uma população maior que se analisa para fazer inferências” (LAKATOS & MARCONI,
1991, p. 38).

Neste trabalho, temos uma população constituída por 45 trabalhadores, desde o pessoal
da direcção, professores alunos.

2.5 – Amostra
Deste número 45 que constituí a nossa população foi selecionada de forma aleatória a
nossa amostra de 20 indivíduos que poderam responder os nossos questionários.

Quadro nº1 - síntese da metodologia de investigação.

Tipos Processo Técnicas Instrumentos Analise de dados


Coletas de Realização de um questionário a 20 Roteiro de Análise estatística
dados pessoas sendo 10 (famílias) e 10 Questionário questionários com (estatística
quantitativos profissionais da escola perguntas fechadas descritiva)

2.6 - Variáveis
De acordo com Trujillo cit. Por Marconi e Lakatos (2013), uma variável é um valor que
pode ser dado por uma quantidade, qualidade, característica, magnitude, traço que pode
variar em cada caso individual. Neste contexto, estabelecemos as seguintes variáveis

 Variável dependente: implicações no processo de aprendizagem


 Variável independente: relação escola e família

2.7 - Caracterização de estudo


O nosso trabalho está caracterizado em analisar a relação entre escola e família, suas
implicações no processo de aprendizagem; cujo o estudo será realizado, na Escola i e ii
Ciclo do Ens. Secundário nº 6072 Chevron- Bom Jesus comuna de Bom Jesus,
município de Icolo e Bengo, província de Luanda.

38
CAP. III - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
O nosso estudo começou com a devida análise Bibliográfica e documental, revendo a
literatura sobre a relação escola e família, suas implicações no processo de ensino
aprendizagem

A análise e o estudo de diversos livros, artigos e outros documentos foram essenciais


para complementar a informação obtida com outros métodos de coleta de dados,
aplicados numa segunda fase do trabalho.

Relativamente ao capítulo II, referiu-se que o trabalho de coleta de dados teve início
com um questionário dirigido aos 20 famílias incluindo os profissionais da escola. Em
seguida, apresenta-se os resultados do Estudo: Para tal, seleccionou-se seis questões;

Utilizou-se a escala de Likert, com cinco itens de sequência (de 1 à 5). Sendo: 1 –
Discordo totalmente; 2 – Discordo; 3 – Indeciso; 4 – Concordo e 5 – Concordo
totalmente, a fim de medir o grau de concordância sobre a relação entre escola e família,
suas implicações no processo de aprendizagem.

 Primeira questão:

Tabela 9 - Grau de concordância dos pais e encarregados de educação sobre A relação escola-
família e vice-versa é importante no processo de ensino aprendizagem.

Nº Questão Categoria
1 2 3 4 5
Fe % Fe % Fe % Fe % Fe %
Concorda que a relação escola-
Q1 1
família e vice-versa é importante
no processo de ensino 2 10 3 15 1 5 6 30 8 40

aprendizagem?

39
Gráfico 1 - Opinião dos pais e encarregados de educação sobre a relação escola-família e vice-versa
é importante no processo de ensino aprendizagem.

Discordo
Concordo totalmente
30% 10%
Dscordo
15%

Isento
8%
Concordo
totalmente
40%

De acordo aos dados da tabela e do gráfico acima, dos 20 inquiridos 10% discorda
totalmente; 15% discorda; 8% isento; 30% concorda totalmente e 40% concorda a
relação escola-família e vice-versa é importante no processo de ensino aprendizagem.

 Segunda questão:

Tabela 10- Grau de concordância dos pais e encarregados de educação sobre O envolvimento da
família no processo de ensino tem maior impacto na qualidade de aprendizagem dos alunos.

Nº Questão Categoria
1 2 3 4 5
Concorda que o Fe % Fe % Fe % Fe % Fe %
envolvimento da família no
Q2 processo de ensino tem
maior impacto na qualidade
de aprendizagem dos 3 15 1 5 2 10 5 25 9 45
alunos?

Gráfico 2 - Opiniões dos funcionários sobre dos assistentes farmacêuticos sobre o envolvimento da
família no processo de ensino tem maior impacto na qualidade de aprendizagem do aluno.

Discordo Isento; 10%


totalmente;
Discordo; 5%
15%
Concordo ;
25% Concordo
totalmente;
45%

40
De acordo os resultados da tabela nº2 e do gráfico nº2 a cima mostram, que os os pais
inquiridos concordam.

Vendo as percentagens das duas escala5, vai para os graus concordantes (com 25% e
45%, respectivamente), o que deixa claro o envolvimento da família no processo de
ensino tem maior impacto na qualidade de aprendizagem dos alunos.

 Terceira questão:

Tabela 11-Grau de concordância dos pais e encarregados de educação sobre o envolvimento da


família no processo de ensino tem maior impacto na qualidade de aprendizagem dos alunos.

Categoria
Nº Questão
1 2 3 4 5
Fe % Fe % Fe % Fe % Fe %
Concorda que a relação entre
Q3 escola e família, tem
implicações no processo de
ensino aprendizagem? 3 15 1 5 --- --- 10 50 6 30

Gráfico 3-Grau de concordância dos assistentes sobre a relação entre escola e família, tem
implicações no processo de ensino aprendizagem.

Isento
Discordo
0%
15%

Discordo
totalmente Concordo
5% Concordo totalmente
50% 30%

Conforme a tabela 3 e o seu gráfico nº 3, dos 20 inqueridos sobre a relação entre escola
e família, 15% discorda totalmente, 5% discorda, 30% concorda e igualmente 50%
concorda totalmente. A maioria está de acordo que a relação entre escola e família, tem
implicações no processo de ensino aprendizagem.

41
 Quarta questão:

Tabela 12-Grau de concordância da Direcção da escola sobre o diálogo promove uma maior
aproximação no relacionamento entre a Família e a Escola.

Categoria
Nº Questão
1 2 3 4 5
Fe % Fe % Fe % Fe % Fe %
Concorda que o diálogo
Q4 promove uma maior
aproximação no
relacionamento entre a Família 1 5 2 10 1 5 9 45 7 35
e a Escola?

Gráfico 4 - Opiniões da Direcção da escola sobre o diálogo promove uma maior aproximação no
relacionamento entre a Família e a Escola.

Discordo
totalmente; Isento;
5% 5%
Concordo
Discordo; 10% totalmente;
45%
Concordo;
35%

No que tange as percentagens da tabela nº4 e do gráfico acima - com alto grau de
concordância 45% concorda totalmente, 35% concorda pelo que o diálogo promove
uma maior aproximação no relacionamento entre a Família e a Escola.

42
 Quinta questão

Tabela 5 - Grau de concordância da Direcção da escola sobre A participação da família na


educação formal dos filhos é constante e obrigatório

Categoria
Nº Questão
1 2 3 4 5
Fe % Fe % Fe % Fe % Fe %
Concorda que a participação
Q5 da família na educação formal
dos filhos é obrigatório? 10 50 6 30 1 5 2 10 1 5

Gráfico 5 - Opiniões da Direcção da escola sobre a participação da família na educação formal dos
filhos é constante e obrigatório.

[NOME DA [NOME DA
CATEGORIA]; CATEGORIA];
5% [NOME DA 5%
[NOME DA CATEGORIA];
CATEGORIA]; 30%
10% [NOME DA
CATEGORIA];
50%

No que tange as percentagens da tabela nº 5 e do gráfico nº 5, acima - com alto grau de


descordância 50% discorda totalmente, 30% discorda pelo que a participação da família
na educação formal dos filhos não é obrigatório.

43
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A interação entre família e escola deve ser levado em consideração o papel que cada
uma exerce na educação de crianças e jovens. A escola pode organizar acções para
facilitar essa interação como: no acto da matrícula apresentar a escola e os funcionários
aos pais; realizar entrevistas com os pais e os alunos; proporcionar a participação dos
pais no projecto político pedagógico da escola; organizar reuniões em horários
adequados para os pais que trabalham; informar a comunidade sobre notícias
relevantes da escola e prestação de contas; reconhecer publicamente pais, alunos e
membros da equipe escolar; disponibilizar espaço para eventos, organizar palestras
para a comunidade.

A família, em consonância com a escola e vice-versa, são peças fundamentais para o


pleno desenvolvimento da criança e consequentemente são pilares imprescindíveis no
desempenho escolar. Entretanto, para conhecer a família é necessário que a escola abra
suas portas, intensificando e garantindo sua permanência.

Podemos inferir a partir dos estudos e dos dados coletados que quando a escola oferece
oportunidades de contatos com os pais ela possibilita o comprometimento por parte das
famílias, o que resulta em parceria.

Para que os gestores desenvolvam um trabalho onde a participação tanto da equipe


escolar quanto da comunidade contribua para o desenvolvimento e a aprendizagem dos
alunos, eles devem adotar uma postura democrática. Deve partir do princípio de que a
escola precisa da comunidade.

Conclui-se que, nos estudos analisados, foram obtidos resultado diferentes quanto a
relação escola e família, suas implicações no processo de ensino aprendizagem.

Observando os resultados quantitativos e dos objectivos preconizados e, para aquilo que


constitui as nossas hipóteses, podemos dizer que foram confirmadas, segunda a qual O
envolvimento da família no processo de ensino tem maior impacto na qualidade de
aprendizagem dos alunos.

Como todo o trabalho científico, este também não é um trabalho acabado, pelo que,
admite-se críticas construtivas para o seu melhoramento e, por outro, pensamos que fica
aqui um campo aberto para as posteriores pesquisas afins ao tema.

44
 Constrangimentos na realização do trabalho
Os principais obstáculos encontrados ao longo da realização deste trabalho, são os
seguintes:

 A falta de um computador portátil e da internet permanente em casa, em caso de


não poder deslocar para cyber a fim de fazer a pesquisa;
 Dificuldades de meios financeiros para as constantes deslocações ao terreno para
a recolha das informações;
 Dificuldades de encontrar livros relativos o recrutamento e selecção do pessoal;
 Falta de tempo suficiente para a realização cabal deste trabalho tendo em conta a
minha ocupação enquanto trabalhadora, mãe e esposa;
 Dificuldades em desenvolver o trabalho com mais eficácia tendo em conta a
falta de experiência nesse campo.

RECOMENDAÇÕES
As conclusões chegadas permitem – nos apresentar algumas recomendações que
consideramos importante para aumentar essa participação.

Segundo Silva (1997:p.18), “não deixa margem para dúvida que um maior
envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos, contribui para um maior sucesso
escolar destes “. Assim sendo, a participação dos pais na escola é de extrema
importância, uma vez que, tem um reflexo positivo nos resultados dos alunos. E se caso
houver maior encorajamento por parte dos professores ou da escola, no seio das
famílias, estas mostram mais interesse, dão mais valor e tem uma atitude positiva face
ao ambiente escolar e à escolarização dos seus filhos.

A escola deve proporcionar aos pais um espaço de convívio, mostrando-lhes que ali é
um espaço aberto para todos, no qual os professores, os alunos, a direcção da escola e os
órgãos de gestão em particular se juntem para concretizar os seus projectos educativos e
trabalhar em parceria para alcançar a uma meta (sucesso para todos).

45
Com base nesses pressupostos, apresentamos algumas propostas e possíveis sugestões:

SUGESTÕES
A escola deverá desenvolver actividades mais atraentes, assim como convívios entre
pais e professores, despertando interesse por parte dos pais e lembrando que estes são
parceiros importantes no processo de ensino/ aprendizagem:

 Sensibilizar os pais sobre a importância do seu envolvimento na vida escolar dos


filhos;
 Criar uma forte parceria entre a escola e os pais, estes por sua vez devem
estimular para que haja uma boa relação com a escola, procurando ajudar e
concretizar os seus projectos;
 Os pais devem participar activamente nas actividades escolares, auxiliando os
professores na organização das mesmas, tentando melhorar a qualidade do
ensino e o processo de ensino aprendizagem;
 Procurar estar mais perto dos representantes dos pais e estes devem agir com
maior dinamismo a fim de inteirar os pais com assuntos e o ambiente escolar.

46
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Plano, 2001

50
APÊNDICE
ANEXO
Instituto Superior Politécnico Internacional de Angola
Criado pelo Decreto Presidencial nº 162/12 de Julho
Departamento de Ciências Sociais e Humana

ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO
Com este questionário pretendemos saber a relação escola e família, suas implicações
no processo de ensino aprendizagem responda a todas as questões de forma clara, pós
estarás a contribuir para a melhoria dos serviços que o hospital presta a comunidade.

A sua opinião é importante e estritamente confidencial.

Utilizando a escala: 1 = Discordo totalmente; 2 = Discordo; 3 = Indeciso; 4 = Concordo e 5 = Concordo


totalmente, marque com um “x” o quarado que corresponde a sua resposta.

Categorias
Nº Questões
1 2 3 4 5
Concorda que a relação escola-família e vice-versa é importante no
1
processo de ensino aprendizagem?
Concorda que o envolvimento da família no processo de ensino tem maior
impacto na qualidade de aprendizagem dos alunos?
2
Concorda que a relação entre escola e família, tem implicações no
3 processo de ensino aprendizagem?

Concorda que O diálogo promove uma maior aproximação no


4 relacionamento entre a Família e a Escola?

Concorda que A participação da família na educação formal dos filhos é


5
constante e obrigatório?

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