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PRECURSORES DO

MARGINALISMO
Professora: Carla Andrade
Três pilares básicos da Economia Política
Clássica que foram bastante criticados
 A doutrina da população de Malthus
 A teoria do valor-trabalho
 A teoria da distribuição (salários) – Teoria do Fundo de salários
– Doutrina da taxa natural de salários
Conforme Jevons

“Outras doutrinas geralmente aceitas têm-me parecido sempre


ilusórias, especialmente a assim chamada Teoria do Fundo de Salários.
Essa teoria aparenta fornecer uma solução para o principal problema
da ciência – determinar os salários do trabalho; contudo, num exame
mais minucioso descobre-se que sua conclusão não passa de mero
truísmo qual seja, que a taxa média de salário é encontrada pela
divisão do montante total destinado ao pagamento dos salários pelo
número daqueles entre os quais esse montante é dividido”
Descrédito da ideia de taxa natural de salários

 Melhoria no padrão de vida mesmo com forte crescimento


demográfico

Crítica à teoria do valor-trabalho


 Teoria do valor subjetivo – escassez
 Demanda na determinação do valor
 Não se pode desconsiderar o lado da oferta (custo de produção)
Crise Econômica e Mudanças Sociais na
Inglaterra
 Os elementos que se relacionam ao ambiente social e
econômico da época contribuíram para as críticas à
escola clássica.
Prosperidade e agravamento social

 1850 a 1870 – notável prosperidade econômica na Inglaterra;


 As técnicas produtivas executam grandes saltos, com o aumento
no tamanho das fábricas, especialmente na indústria mecânica e
nos setores de aço, ferro, transporte e comunicação;
 Essa prosperidade não se refletiu positivamente nas relações
sociais;
 Ao lado da deterioração das condições de trabalho e do
prolongamento de sua jornada, novas mudanças são propiciadas
pela incorporação no mercado de trabalho de mulheres e
crianças.
Avanço da organização sindical e uso
de práticas de conluios
 A resposta dos trabalhadores fez-se sentir no avanço da
organização sindical;
 Os sindicatos conquistaram grande poder de mobilização;
 As firmas intensificam o uso de práticas de conluios Há um
crescimento generalizado no poder de monopólio;
 Levou a uma ação mais incisiva do Estado na economia com o
objetivo de atenuar esses conflitos;
 Crise dos anos 1870.
Situação na agricultura

 O trigo inglês não consegue competir com a produção dos Estados


Unidos, gerando queda na renda dos agricultores;
 O crescimento no comércio internacional acirra a competição, o
que leva parte da opinião pública inglesa a clamar por um maior
protecionismo;
Resultado

 A intervenção do Estado aumenta não só para atenuar os conflitos


sociais internos, mas também visando melhorar o desempenho da
economia e restabelecer a competitividade internacional.
Novos problemas
 A questão da acumulação de capitais, central entre os clássicos,
pareceu, aos olhos da época, menos importante.
 O problema da má alocação de recursos tornou-se mais relevante.
 Em sintonia com o clima da época, a teoria marginalista iria
priorizar a questão da eficiência alocativa.
 Um conflito social tornou a comunidade acadêmica e os círculos
políticos e culturais críticos à teoria clássica e receptivos à nova
teoria marginalista.
Precursores do marginalismo

 No século XIX tiveram algumas ideias que propunham o uso do


cálculo marginal e o conceito de utilidade na questão do valor;
 O uso do cálculo marginal e o conceito de utilidade foram se
firmando gradualmente;
 A escola marginalista pertence ao século XX;
 Passos nesse sentido foram dados por autores que pertenceram a
diferentes países, a maioria não era economista.
Grande precursor da Análise Marginalista
Antoine Augustin Cournot (1801-1877)

 Princípios Matemáticos da Teoria das Riquezas (1838):


➢ Livro pioneiro no uso da matemática na teoria do preço de
equilíbrio
➢ O estudo da demanda pode partir diretamente de relações
empíricas entre preços e quantidades, sem a necessidade de
uma fundamentação na subjetividade do agente.
Função de demanda de Cournot

 D=F(p) função contínua e diferenciável


 F´(p) < 0
 Receita total: p.D(p)
 Função custo: φ(D)
 Lucro: p.D(p) – φ(D)
 Condição de lucro máximo: RMg = CMg
 Rendimentos de escala
 Monopólio
 Duopólio
Johann Heinrich von Thünen (1783-1850)

 Não se preocupou com a demanda, empregando o marginalismo


apenas na esfera da produção;
 Renda máxima do agricultor: o acréscimo marginal de renda
obtida por meio do último fator empregado torna-se igual ao
preço do fator;
 Preços e salários são determinados basicamente pelos custos de
produção.
Revolução Marginalista

 Stanley Jevons (Inglaterra) – 1871, Carl Menger (Áustria) – 1871, e Léon


Walras (França) – 1874;
 Adeptos a um maior subjetivismo individual na análise da teoria
econômica;
 Conceitos de necessidade, desejo, satisfação, utilidade;
 Muitos historiadores consideram exagero a utilização do termo revolução
 Não se trata de um evento (revolução), mas um processo (mudança
gradual);
Principais teóricos

 Inglaterra – Stanley Jevons (1871): teoria matemática da


economia, cálculo da felicidade inspirado em Bentham.
 Áustria – Karl Menger (1871): teoria subjetiva do valor,
dependente da utilidade marginal para a determinação da
troca de bens.
 Suíça – Léon Walras (1874): análise da utilidade marginal em
termos matemáticos, conjunto de oferta e demanda com
equilíbrio determinado, teoria da produção com técnicas de
equilíbrio geral para a formação dos preços dos fatores de
produção.
Novo objeto

 Economia como estudo da alocação mais eficiente de


recursos escassos;
 Mercado em sentido restrito torna-se o foco principal da
análise econômica;
 Questões relacionadas ao valor (trabalho) e à distribuição
deixam de ser a problemática central da teoria econômica.
 Problemas de alocação de recursos escassos tornam-se as
questões fundamentais da teoria econômica em detrimento
de outras questões (bem-estar, distribuição de renda,
crescimento e desenvolvimento econômico etc.).

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