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costs nner xX ~~ 0 5+ searemectn te Conte cce CE dem 0 caréter de Trato Social € ve transemutam em Direito. Quando a \ei estabelece a indumentaria dos militares, as normas que definem os uniformes ¢ 0 seu uso 10 sao Kegras de Trato Social, mas ve acham incorporadas 20 mundo do Direito. 18.3.6. Sancho difusa. A sancao que as Kegras de Trato Social oferccem ¢ di- fusa, incerta € Consiste na teprovaclo, a censara, critica, rompimento de relagises wciais € até expulsao do grupo, O individuo que nega uma ajuda a seu amigo, por cxempho, viola os preceitos de companheirismo. A sangSo sex 2 reprovacao, 0 enfraquecimento da amizade ou até mesmo o sex romnpimento, A apreveniacao em uxvetabe von traje inadequado provoca naturalmente critica. O constrangimen- to que as regsas imptem &, muitas vezes, mais poderoso do que a propria coacao do Direito, O duelo, hoje em desuso, é um exemplo. Durante muito tempo exists apenas vorno convengao sxcial contra legem. O individuo preferia romper com a lei 2 fugis da prane social. 14.3.7. Isonomia por classes € niveis de cultura. As obrigagbes que as Re- gras de Trato Social irradiam néo se destinam, de igual modo, aos membros da sociedade, O veu carker impositive varia em funcao da classe social ¢ nivel de cultura, hesimn, no ve espera de um simples trabalhador o trajar ehegante de acordo comm a trike, Um juiz, porém, que ve apresemte socialmente com as vestes de um andarilbo provoca estranhe7a € reprovacao, De wm matuto do interior admite-se 0 linguajar incorrco, indi i comesndancia incorrectas conduz 4 critica. 144, Natureza das Regras de Trato Social. (Uma outra quest4o levantada na donttina rehere-ve 4 wavsseza das Regsas de Trato Social. Constituem um tertium emus, ao Sado bo Direito ¢ da Moral? Ou, bem examinadas, se vinculam a um ou 2 outro compartimento Aico? 164.1, Corrente negativista. Entre 0s autores que contestam a especificidade das Reyras de Traso Social, como principais nomes destacam-se; Del Vecchio ¢ Gustav Radbruch, Para 0 justilosofo italiano, as normas de conduta social ou per- tence ao campo do Direito os a0 setor da Moral, Ou as normas sdo imperativas, varnceninica ba Moral, ow so imperativo-atributivas, peculiaridade do Dircito. rigoroso estudo, revelam-se portadoras apenas de deveres, sendo, assim, impera- tivon morais, ou apresemiam uma estrutura hipotese em que se identifica com preceiton juridicos Para Gustav Radbruch, os preceitos ordenadores da conduta social se bipartem, ippialinente, entre os setores do Direito e da Moral, O ponto de partida de seu racio- Cinin consiste na afirmagho de que os processos culturais visam a realizago de um Véen expecifico, Assim, 0 Diteito se estrutura em Fungo da justica, a Moral procura slcangar o bem ¢ 1 Keligibo persegue a divindade, As Regras de Trato Social, em sua Capitulo 6 FATORES DO DIREITO ‘Sumério: 19. Conceito e Fungo dos Fatores do Direito. 20. Principios Metodolégicos. 21. Fatores Naturais do Direito. 22. Fatores Culturais do Direito. 23. Forgas Atuantes na LegislacGo. 24. Direito e Revolucao. 19. CONCEITO E FUNCAO DOS FATORES DO DIREITO 0 Direito Positivo nao é uma concep¢ao metafisica de normas juridicas. Compée-se de modelos, que se referem a fatos, aos acontecimentos sociais. Sao as relagdes de vida que indicam ao legislador as questdes sociais que devem ser regulamentadas. As leis refletem, a um sé tempo, valores permanentes de convivéncia, oriundos do Direito Natural, e elementos variaveis, contingentes, que decorrem tanto de motivagoes histéricas, como de condigdes diversas, im- postas pelo reino da natureza. A formagio e a evolugao do Direito nao resultam da simples vontade do legis- lador, mas esto subordinadas a realidade social subjacente, 4 presenga de deter- minados fatores que influenciam fortemente a propria sociedade, definindo as suas diversas estruturas. Para ser instrumento eficaz ao bem-estar e progresso social, o Direito deve ‘efletindo as instituigdes ¢ a vontade coleti- estar sempre adequado 4 realidade, r va. A sua evolugdo deve expressar sempre um esforgo do legislador em realizar a adaptagdo de suas normas ao momento histérico.' Os fatores que influenciam a vida social, provocando-lhe mutag6es, vao produzir igual efeito no setor juri- dico, determinando alteragdes no Direito Positivo. Esses fatores, chamados so- ciais e também juridicos, funcionam como motores da vida social e do Direito. 1 Wiao obstante ser este o caminho clentifico, Georges Ripert, impressionado com as distorgdes ‘que se passam na ghnese da lel, deciarou: “O Direito nasce na luta e pelo triunfo dos mais fortes’ 0 mals forte sai vencedor de um combate cujo prémio ¢ a lel. Apds 0 que o jurist dectara gravemente que a lei é a expresso da vontade geral Ela ndo ¢ nunca sendo a expres: #40 da vontade de alguns.” (Les Forces Créatrices du Droit, opud Machado Netto e Zahidé thachado Metto, 0 bireito e a Vido Social, Cla, Edit. Nacional, $80 Paulo, 1966, pp. 79.e 81.) Cap. 6 + Fatores do Direito que o homem progride culturalmente, a hegemonia das causas se transfere para os fatores hist6ricos ou culturais, que so criagdes sociais. O desenvolvimento social, na colocagao precisa de Gabriel Tarde, nao se apresenta uniforme e predetermi- nado, porque a evolugao dos fatores de que depende também nao possui esses caracteres.* 20.3. Eficacia Direta e Indireta dos Fatores. Ha fatores que atuam direta- mente sobre o fenémeno social e ha os que revelam a sua eficacia por intermé- dio de outros, como ocorre na maioria dos fatores naturais, que s6 indiretamente exercem influéncia sobre os fenémenos sociais. Em relagao aos fatores de eficdcia indireta, desejando o homem neutralizar os seus efeitos deverd escolher, na cadeia causal, 0 fator mais conveniente para ser enfrentado. Exemplo: uma regido insa- lubre, portadora de insetos transmissores de malaria, constitui um desafio para 0 homem, que podera atacar a causa imediata, ingerindo preventivamente quinino, ou a anterior, providenciando a dessecagdo de pantanos. 21. FATORES NATURAIS DO DIREITO Estes fatores so os determinados pelo reino da natureza, que exerce um amplo condicionamento sobre 0 homem no tocante A sobrevivéncia, ao espago vital e a criagdo dos objetos culturais, Os diversos fatores naturais podem ser agrupados nos seguintes tipos: 1) geograficos; 2) demograficos; 3) antropoldgicos. 21.1. Fator Geografico. Entre os fatores geograficos merecem atencao espe- cial: clima, recursos naturais ¢ territorio. 21.1.1. Clima. E um fator de eficdcia indireta, que influi no crescimento e no comportamento humano. Nos paises de clima frio, por exemplo, o pleno desenvol- vimento fisico do homem se processa mais lentamente em comparacao aos que vi- vem em regides quentes.* O clima influencia habitos e costumes, sem condicionar, todavia, as esferas da moral, em que a educagao eo sentimento religioso cumprem importante papel. 3 Gabriel Tarde, Las Transformaciones de! Derecho, Editorial Atalaya, Buenos Aires, 1947, p. 193, 4 Ummacroexemplo da influéncia do fator climatico sobre a organizacao social é representado pela cultura esquimd. Durante 0 verdo a sociedade ¢ patriarcal e se forma a base de peque- ras familias, que no mantém maiores vinculos socials. No inverno a familia ¢ grande e no possul cardter patriarcal; a chefia ¢ entregue normalmente a um homem velho e bom casa- dor ou pai de um bom cagador. Seus membros, conforme narra Marcel Mauss, vivem em um comunismo econdmico e sexual. Expressando as peculiaridades de uma estacdo e de outra, hd um direito de inverno e um de verdo (Marcel Mauss, Sociologia e Antropologia, Editora Pedagdgica e Universitaria Ltda., $80 Paulo, 1974, vol. Il, p. 300. segs.)

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