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TAREFA 3

A inteligência competitiva se baseia no modelo preditivo de administração, ou seja, procura


prever e antecipar-se aos movimentos da concorrência, além de oportunizar as condições
oferecidas pelas tendências e cenários observados. A inteligência está relacionada com os
dados. Os dados, depois de organizados e tratados, geram a informação. A informação,
quando analisada torna-se conhecimento, e o conhecimento é a chave para a inteligência.
Existe a necessidade de uma empresa possuir uma área ou um profissional dedicados
especificamente a monitorar os movimentos da concorrência, aprendendo com seus erros e
acertos, e observando as entrelinhas de suas ações para preverem para onde se
movimenta a estratégia deles e não serem pegos de surpresa.

Segundo Petrini, Pozzebon e Freitas (2006) :

A Inteligência de Negócios (BI) é vista como um processo em


que os dados internos e externos da empresa são integrados
para gerar informação pertinente para o processo de tomada de
decisão. O papel da Inteligência de Negócios (BI) é criar um
ambiente informacional com processos através dos quais dados
operacionais possam ser coletados, tanto dos sistemas
transacionais como de fontes externas, e analisados, revelando
dimensões “estratégicas” do negócio. Tanto IC quanto BI
apóiam-se em Tecnologia de Informação. Entretanto, as
ferramentas existentes auxiliam na coleta e
organização/disseminação dos dados, mas não conseguem
ainda gerar o conhecimento necessário dentro do processo de
inteligência: a intervenção humana é fundamental. (...) As
empresas estão adotando Inteligência de Negócios (BI) como
uma nova aplicação tecnológica, um software novo, e não como
uma nova abordagem administrativa. O valor de um sistema de
Inteligência de Negócios (BI) está no valor dos indicadores e na
informação que é produzida, analisada e disseminada. Se não
houver nenhuma consciência em como produzir, analisar e
disseminar tal informação e quão estratégicas são esses alertas
produzidos, o benefício destes sistemas provavelmente será
mínimo ou desaparecerá. Esta pesquisa sugere que o papel
estratégico e social de TI não é sempre percebido. Atrás de
qualquer aplicação de TI, demonstram-se escolhas sociais e
políticas. Adotar uma aplicação de Inteligência de Negócios (BI)
é muito mais uma questão organizacional ou administrativa do
que tecnológica. Quando as empresas prestam mais atenção
em como construir e gerir técnica e efetivamente um repositório
de dados centralizado do que em construir coletiva e
socialmente um mecanismo de produção e disseminação de
informação útil e oportuna para a tomada de decisão, pode-se
perder muito do benefício potencial de um projeto de Inteligência
de Negócios (BI). Coletar e armazenar uma coleção de métricas,
sem o respectivo alinhamento com os objetivos estratégicos
organizacionais, podem ser vistos como desperdício de tempo e
esforço.
Por fim, ainda segundo os autores retromencionados:

A compreensão dos conceitos de Inteligência Competitiva (IC) e


Inteligência de Negócios (BI) evidencia que as grandes
diferenças entre esses dois conceitos residem em dois grandes
grupos: (1) o tipo e a origem dos dados e (2) o público para o
qual os resultados são destinados. Em BI a origem dos dados,
ou seja, a fonte principal, são os sistemas e bancos de dados
que controlam a operação da empresa, levando-nos a trabalhar
com dados essencialmente estruturados. Em IC o foco está na
obtenção das informações externas que envolvem a cadeia de
valor da organização como um todo e o mercado que a cerca:
competidores, novos entrantes, fornecedores, clientes e
produtos substitutivos, o que nos leva a trabalhar com dados em
formato de texto e, conseqüentemente, não estruturados.
Enquanto os sistemas de BI trabalham com dados quantitativos
e estruturados, IC contempla dados qualitativos. O público que
utiliza os resultados desses sistemas também muda
significativamente. Em IC os usuários constituem-se de um
número muito reduzido de pessoas, normalmente ligadas ao
nível estratégico: a alta gerência, enquanto BI tende a atender o
maior número possível de decisores, independente do nível
organizacional. Entretanto, a construção de um sistema eficiente
de inteligência, seja dentro da idéia de BI ou IC, passa pela
integração de pessoas e tecnologia. Fuld (1995) ressalta que o
sucesso de um sistema de inteligência é construído sobre e ao
redor da cultura organizacional: “sistemas de inteligência têm,
independente do potencial das aplicações informáticas, um teor
sobretudo humano.” Mais uma vez a importância do fator
humano no sucesso é enfatizada. Os modelos de análise, por
mais automatizados que sejam, são estruturas que comportam
dados e informação. Porém, nada substitui a capacidade
humana de raciocinar e avaliar a sua real relevância e a sua
credibilidade, bem como de agregar valor à geração final da
inteligência. Ou seja, emerge das pessoas e dos
relacionamentos interpessoais a capacidade de gerar
inteligência.

PETRINI, M., POZZEBON, M. e FREITAS, M., “Qual é o Papel da Inteligência de Negócios


(BI) nos Países em Desenvolvimento? Um Panorama das Empresas Brasileiras”, Curitiba:
Anais do 28º Encontro da ANPAD – Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação
em Administração, 2004.
POZZEBON, M., FREITAS, H.; PETRINI, M. A Inteligência de Negócios ou Inteligência
Competitiva? Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Anais do XXX encontro da ANPAD. Salvador,
2006.

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