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Propriedades Dos Aerossóis Atmosféricos
Propriedades Dos Aerossóis Atmosféricos
Resumo
Quatorze artigos de diferentes regiões do Brasil foram escolhidos para apresentar um panorama
sobre as pesquisas da composição química, iônica e acidificação da precipitação em âmbito
nacional, em um período de aproximadamente dezesseis anos (1997 -2013). Foram extraídas
informações pertinentes sobre as características gerais de cada experimento (fontes emissoras
de poluentes, área territorial do município, população local, método de amostragem, etc.),
dos índices de pH e íons majoritários (SO42− , N O3− , carbono orgânico dissolvido (COD), K + ,
N H4+ , H + , M g 2+ , N a+ , Cl− ) além de relatar brevemente as conclusões inferidas por cada
autor. Constatou-se a real importância das pesquisas a respeito da composição química e iônica
da precipitação pela sua eficiência em retratar particularidades da atmosfera, permitindo
descrever fontes emissoras de compostos químicos de origem antropogênica, biogênica, marinha
e geológica. Contudo, é perceptível que o Brasil apresenta grandes extensões sem quaisquer
informações acerca do contexto tratado, condensando a maioridade das pesquisas nas regiões
sudeste e sul, deixando transparecer que ainda carece de incentivos e fomento adequado que
permita uma produção cientifica mais abrangente do ponto de vista territorial, como nos
moldes europeus.
∗
E-mail: rubens.pereira@usp.br
†
E-mail: maria.andrade@iag.usp.br
1
Introdução poeira do solo); (2) derivados de aerossóis de sal
marinho e (3) vindas de fontes antropogênicas
Desde o início da vida na Terra, ani- (agricultura, indústria, queima vegetação e com-
mais e plantas sofrem influencias das substân- bustíveis fósseis e fertilizantes) (??) No Brasil,
cias tóxicas dispersas na atmosfera. Com a che- ao contrário do que encontramos em relação a
gada da revolução industrial, as ações antropo- deposição seca, não temos redes de monitora-
gênicas as começaram a interferir ainda mais mento continuo que registrem informações sobre
sobre a circulação biogeoquímica da terra. (??). a deposição úmida. Nesse trabalho selecionamos
Nas últimas décadas, a composição química das quatorze artigos de diferentes regiões do Brasil
águas de chuva tem recebido crescente atenção para representar um panorama sobre as pesqui-
e sendo fruto de numerosos estudos ao redor do sas da composição química, iônica e acidificação
mundo, fornecendo informações sobre a compo- da precipitação em âmbito nacional, por um pe-
sição atmosférica, identificando o potencial quí- ríodo total de aproximadamente dezesseis anos
mico da deposição úmida(??). A monitoração (1997 -2013).
continua da composição química da precipitação
nos fornece informações acerca das característi-
cas da atmosfera e conseguem descrever como Metodologia
ocorrem suas interações com inúmeros processos
antropogênicos e biogeoquímicos. Essa avaliação Neste artigo Quatorze estudos foram
contribui para a compreensão de muitas ques- selecionados com o propósito de descrever as
tões ambientais contemporâneas importantes, configurações químicas da precipitação em dife-
como por exemplo, poluição atmosférica, acidifi- rentes regiões e cidades do Brasil e demostrar a
cação, eutrofização de ecossistemas e alterações abrangência das pesquisas sobre água de chuva
climáticas (??). pelo território brasileiro em um período total
Podemos dizer que a precipitação tem de 16 anos (1997-2013). Destes quatorze arti-
sua composição química formada pela combi- gos, nove contam com informações sobre o pH
nação da composição química contida nas gotí- e incluem a análise de grandes ânions e cáti-
culas que formam as nuvens e das varias subs- ons (SO42− ,N O3− ,K + , N H4+ , H + , M g 2+ , N a+ ,
tâncias (aerossóis e gases) que se incorporam Cl− ) quatro somente a concentração iônica e
às gotas de chuva a medida que elas percorrem um deles limita-se a discutir as concentrações
camadas atmosféricas. Desta forma, podemos de potássio e compostos orgânicos dissolvidos
concluir que a composição química da água (COD) (??). A figura 1 ilustra de forma intui-
da chuva retrata as características atmosféricas tiva a distribuição dos estudos pelo território
locais. Como evidencias, podemos citar a varia- brasileiro. Na tabela 1 ao lado temos a relação
ção da composição química da precipitação em das cidades, numeração esta idêntica a apre-
relação ao tempo e ao longo do evento de preci- sentada na tabela 2, que possui as informações
pitação e, inversa relação entre o total de íons dos artigos relacionados. Vale ressaltar para que
dissolvidos e a quantidade de chuva precipitada, fique claro, os artigos enumerados como 2,6,7,8
sugerindo que a maior parte dos íons presentes e 12 de (??),(??),(??),(??) e (??) respectiva-
na água da chuva se incorpora a ela durante a mente foram subclassificados como itens "a"e
precipitação, processo conhecido como remoção "b"ou por haver mais de um local de amostra-
abaixo da nuvem (“below-cloud removal”).(??). gem no mesmo estudo (em 2,6,8 e 12) ou por
As dissoluções dos componentes da relatarem mais de um método de amostragem (
água da chuva podem ser divididos em três gru- Bulk e Wet-Only) para um mesmo experimento,
pos:(1) aerossóis terrestres (emissão biológica e como em 7.
Figura 1 – Mapa com a localização geográfica de cada região/cidade relacionada nos artigos
citados
2
Tabela 1 – Região do pais, localidade e íons analisados por artigo
Discussões e resultados
Na Tabela 3 temos elencados os va- cia de concentrações muito altas (baixas) que
lores das concentrações iônicas de cada artigo ocorrem em chuvas muito fracas (fortes) (??).
referenciado na tabela 2. Ele estão mensurados Dividimos as análises por macrorregiões do Bra-
pela média ponderada pelo volume (MPV) e a sil e representamos as concentrações iônicas em
unidade escolhida foi µeql−1 . (Devidas conver- "pie-charts"que facilitam mensurar visualmente
sões a partir dos artigos originais foram provi- a proporção de cada cátion/aníon em relação a
denciadas); O MPV foi escolhido como método concentração iônica total. Durante as analises,
de representação das concentrações iônicas, pois para dinamizar o referenciamento, por vezes in-
em estudos sobre a composição química/iônica dicaremos os artigos pela numeração atribuída
da precipitação é importante limitar a influên- a ele na tabela 2.
3
Tabela 3 – Concentrações iônicas em média ponderada pelo volume (MPV) (µeql−1 )
pH SO42− N O3− DOC K+ N H4+ H+ M g 2+ N a+ Cl−
1 n.a n.a n.a 24,5 3,8 n.a n.a n.a n.a n.a
2a n.a 23,7 65,2 n.a 11,0 59,9 47,2 4,4 15,5 27,7
2b n.a 4,2 8,0 n.a 8,6 38,0 4.14 2,3 8,3 14,4
3 4,5 18,7 16,6 8,5 2,9 17,1 33,0 2,3 2,7 7,0
4 5,77 14,2 16,2 n.a 7,1 20,8 n.a 24,1 25,0 17.3
5 5,2 34,8 12,1 n.a 7,1 9,9 6,0 40,4 142,2 17,2
6a n.a 49 18 n.a n.a 23,5 n.a n.a n.a n.a
6b n.a 14 17,8 n.a n.a 25,5 n.a n.a n.a n.a
7a 5,5 33,8 33,7 n.a 2,9 13,9 3,4 n.a 3,3 21,8
7b 5,8 54,4 31,0 n.a 1,7 13,7 1,7 n.a n.a 17,9
8a 4,9 20,9 17,0 n.a 5,8 26,4 12,5 6,7 20,3 25,1
8b 5,2 16,9 15,3 n.a 6,9 21,4 6,9 6,2 15,9 19,9
9 5,4 72,1 12,9 n.a 17,2 113,0 n.a 16,8 44,7 37,3
10 4,9 69,0 13,0 n.a 10,0 30,0 14,0 12,0 35,0 16,0
11 5,2 2,6 3,9 n.a n.a n.a 6,6 n.a n.a 1,4
12a 6,1 3,8 11,2 n.a 2,0 n.a 20,2 1,2 8,7 4,9
12b 4,5 3,2 4,8 n.a 4,5 n.a 63,0 8,8 55,9 10,2
13 4,9 3,4 5,4 n.a 1,5 3,7 12,6 1,9 3,8 5,2
14 5,2 20,7 6,8 n.a 11,3 8,7 6,9 20,8 65,5 96,8
Figura 2 – Distribuição percentual e valores absolutos dos íons (µeql−1 ) elencados nos artigos
[1], [2a], [2b] e [3]
transporte de longo alcance e queima pratica da queima da palha da cana era utili-
de biomassa, com influências sazonais devido zada de forma mais extensiva no estado. Em 15
a atividade agrícola no chamado “cinturão de de Março de 2018 foi instaurara pela SECRE-
cana-de-açúcar brasileiro”. O experimento do TARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE
artigo é datado de 1999 a 2001 (tabela 2) e a a resolução 26, que define uma série de restri-
4
ções para esta pratica, visando diminuir seus , em ordem decrescente foi: Ca2+ (16,91%),
impactos para o meio ambiente e saúde (??). N a+ (11,55%), HCO3− (10,42%), N H4+ (10,14%),
− − 2+ (7,18%),
Uma comparação entre a composição N O3 (7,47%), Cl (7,3%), M g
2− + +
química da água de chuva de duas cidades com SO4 (5,45%), K (3,51%), H3 O (1,93%) além
características distintas, mas inseridas em um de outros 18,14% atribuídos a íons não detec-
mesmo bioma é descrito por (??). Em [2a] (fi- tados. Notem que os percentuais apresentados
gura 1) o Parque Estadual das Fontes do Ipi- na figura 3 [4] diferem dos acima exibidos por
ranga (PEFI) situado na RMSP e, em [2b] (fi- contarem com um número inferior de íons re-
gura 1) Cunha, interior do estado de São Paulo, lacionados. Em respeito a acidez, o pH médio
+
de área circundada por pequenas vilas e propri- observado foi de 5,77 (tabela 3 [4]). Ions N a ,
2−
edades rurais. SO4 mostraram possuir origem marinha ou
não, SO42− tendo contribuições de origem antro-
A composição química da água de
pogênica, enquanto N a+ possui fontes oriundas
chuva entre as duas localidades diferem prin-
de ressuspensão de solo. Cl− limitou-se a origens
cipalmente nas concentrações de H + , SO42− e
do sal marinho, M g 2+ , K + e Ca2+ ressuspen-
N O3− (figura 2 [2a] e [2b] ). Tal distinção se dá
são e como dito anteriormente, N H4+ e N O3− ,
grande parte em razão do menor fluxo de com-
fontes antropogênicas. (??)
postos de origem antropogênica em Cunha em
relação a PEFI e, demonstra como a ocupação O estudo seguinte [5] foi realizado
humana é relevante para o meio. (??). (??) es- da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
tudou a composição química e acidez de quatro (UERJ), costa sul da Ilha Grande (figura 1 [5]) ,
cidades do interior de São Paulo, dentre as quais a aproximadamente 100 m de distância do mar
Piracicaba foi selecionada para integrar esse ar- . A Ilha Grande está situada na baía da Ilha
tigo em virtude de suas características mistas Grande e integra o município de Angra dos Reis.
em relação aos estudos [1] e [2a-b]. Piracicaba É a terceira maior ilha brasileira, com quase
2
(figura 1 [3]) possui índices mais elevados de 190 km de área, a aproximadamente 100 km
urbanização em relação a Cunha, mas inferior do centro da cidade do Rio de Janeiro e 250 km
em relação a RMSP, também faz parte do cin- do centro da cidade de São Paulo, sendo sujeita
turão da cana de açúcar e possuiu propriedades à influência de poluentes atmosféricos gerados
rurais em suas proximidades. Todavia, não in nos grandes centros urbanos e industriais dos
tegra a faixa referente a mata atlântica. O íon estados do Rio de Janeiro e, possivelmente, São
mais abundante em MPV médio anual foi H + Paulo.(??)
, seguido por SO42− > N H4+ > N O3− > DOC O pH medido em MPV foi 5,22, os
> Cl− > K + > N a+ > M g 2+ e acidez média íons majoritários por sua vez, devido a proximi-
de 4,5. O autor concluiu que concentrações de dade do coletor com o oceano foram Cl− (41%)
M g 2+ são influência direta de ressuspensão de e N a+ (33%), seguidos por M g 2+ (9%) e SO42−
solo, Cl− e K + com queima de biomassa (cana (8%). Segundo o estudo, estimou-se que valores
de açúcar), H + com SO42− e N O3− e fator de excedentes em relação as parcelas procedentes
acidez orgânica, com DOC. do aerossol de sal marinho, foram: Cl− (7%),
2−
Saindo um pouco das regiões próxi- M g 2+ (20%), Ca2+ (32%), K + (56%) e SO4
mas a costa em direção a partes mais centrais (51%).
do pais, temos o estudo [4] publicado por (??) A cidade de Cubatão (figura 1 [6])
em 2014. Esse trabalho investigou uma série ficou mundialmente conhecida como "vale da
de elementos traço contidos na precipitação em morte"na década de 80 em virtude da grave
fevereiro de 2010 e 2011 e, além dos íons re- contaminação do ar por compostos de origem
lacionados na figura 3 [4] estudou a presença industrial, sendo classificada pela ONU como
de alguns metais traço como Cu2+ e Zn2+ e, a cidade mais poluída do mundo. Houve casos,
do peroxido de hidrogênio (H2 O2 ) na cidade como o ocorrido na atmosfera de Vila Parisi,
mineira. em que foram atingidos níveis altíssimos de con-
Elencando os valores médios de forma centração de material particulado no ar, que
percentual (??) definiu que a contribuição levaram à redução e mesmo à paralisação de ati-
individual dos íons em Juiz de Fora foi vidades de várias indústrias. (??) Em 1983 um
5
plano de recuperação ambiental foi instaurado Paulo, além de estarem acima do indicado pela
pela CETESB (Companhia Ambiental do Es- organização mundial de saúde como adequadas.
tado de São Paulo) e, em 1989, todas as fontes ja Segundo esse trajeto, em 1992 o município che-
estavam basicamente controladas e dentro da le- gou a ser mencionado pela ONU como modelo
gislação estipulada, ainda que as concentrações de recuperação ambiental, ressaltando o sucesso
locais de SO2 ainda fossem mais expressivas que das medidas aplicadas pela CETESB, como por
em cidades vizinhas mais populosas como São exemplo, a "operação inverno"(??)
Figura 3 – Distribuição percentual e valores absolutos dos íons (µeql−1 ) elencados nos artigos
[4], [5], [6a] e [6b]
Figura 4 – Distribuição percentual e valores absolutos dos íons (µeql−1 ) elencados nos artigos
[7a], [7b], [8a] e [8b]
A cidade de Candiota (figura 1 [8]), remos os resultados de duas das quatro estações
situada a 420 km de Porto Alegre, tem em suas de amostragem mencionadas pelo autor: Aceguá
proximidades estabelecimentos que são virtual- e 8 de agosto, as coletas foram feitas em 2001
mente possíveis fontes de emissões de poluentes; com método "bulk". Em (??) duas localidades
como uma companhia de mineração de carvão, dentro da região metropolitana de Porto Ale-
indústrias de cimento, de calcário, além de uma gre (figura 1 [9]) foram pesquisadas: a cidade
grande Usina Hidrelétrica(??). Aqui apresenta- de Porto Alegre e Charqueadas, região tam-
6
bém denominada como Bacia Hidrográfica do camente na mesma proporção (figura 4 [8a] e
Guaíba (BHG). A área possui tanto fontes fixas [8b]), em ordem decrescente : N H4+ > Cl− >
quanto móveis, dentre as quais estão um Com- SO42− ∼ N a+ > N O3− > K + ∼ H + ∼ M g 2+ .
plexo Industrial Petroquímico, uma Siderúrgica Relevando-se a concentração iônica encontrada,
e duas usinas a carvão e, como é de se espe- considerou-se que a precipitação sofreu a influên-
rar de uma grande região metropolitana, uma cia de várias fontes: (I) da brisa do mar para
relevante frota veicular. As características do es- N a+ e Cl− em todas as estações, (II) agricul-
tudo são apresentadas na tabela 2. Concluímos tura e criação de gado (N H4+ 24,1µeql−1 /ano
a apresentação da região sul com (??). A avali- em Aceguá , (III) mineração de calcário e (IV)
ação da composição iônica e pH da precipitação central elétrica a carvão (SO42− 20 µeql−1 /ano
foi realizada a nordeste do Estado do Paraná estação Aceguá)(??).
na cidade de Figueira (figura 1 [10]), localidade O pH obtido por coleta bulk na (BHG)
com características rurais e, onde desde 1963 em MPV o valor de 5,4 (tabela 3 [9]) indicando
está em operação uma usina de termoelétrica precipitação ácida. Os íons de maior concentra-
alimentada a carvão. Para caracterizar os possí- ção foram N H4+ , SO42− e N a+ ( figura 5 [9]).
veis impactos da usina a região, foram definidos Sulfato sendo relacionado a fontes antropogêni-
dois locais de amostragem: a) próximo a usina cas, segundo fatores de enriquecimento médios
e b) próxima a residência dos trabalhadores da (FE) (??). Finalmente, observamos na figura 5
usina, distante 5km do ponto a). Na figura 4 [10] que altos teores de sulfato, sódio e amônio
observamos nos gráficos [7a] e [7b] que para o foram identificados na região de Figueira.
ano de 2002 de as concentrações iônicas não tem Tratando-se de uma atmosfera sob in-
grande diferenciação em relação aos métodos de fluência de uma usina a carvão, espera-se que
amostragem "Bulk"e "Wet Only", salvo o caso do ela contenha altos índices de SO2 , justificando
SO42− , que em MPV anual registrou 33,8 µeql−1 a concentração de sulfato. Os dois pontos de
e 54,4 µeql−1 respectivamente. O pH para 5,5 coleta, (a) e (b), mostram diferenças significa-
("Bulk") e 5,8 ("Wet Only"), mostrando leve aci- tivas em suas concentrações. O ponto (b) não
dez. Observou-se boa correlação do par K + e está localizado na região influenciada pela di-
Cl− para ambos os coletores, salientando que reção majoritária do vento, onde a influência
possuem mesma origem, a queima de biomassa. da pluma oriunda da usina é menos relevante.
Ainda segundo (??) a relação de espécies iônicas Ainda assim, as taxas de sulfato (69µeql−1 , va-
indicam prevalecimento de emissões de origem riando entre 4.4-608µeql−1 ) são mais altas do
natural e antropogênicas. que as encontradas em regiões industrializadas
Em Candiota, as estações de coleta do pais, como São Paulo, onde variam entre
Aceguá e 8 de Agosto assim como em Londrina, 5µeql−1 e 89µeql−1 )(??) , (??). Referindo-se
também apresentaram concentrações muito pró- ao pH, foi encontrado valor de 4,9, indicando
ximas uma da outra, com íons presentes prati- acidez na precipitação local (MPV).
Figura 5 – Distribuição percentual e valores absolutos dos íons (µeql−1 ) elencados no artigo [9] e
[10]
7
cipais responsáveis pela emissão de poluentes, (6,6µeql−1 ) e apresenta baixa concentração de
com setor industrial não expressivo e sem emis- aníons: nitrato N O3− (3,9µeql−1 ), sulfato SO42−
sões significativas de poluentes (??). No citado (2,6µeql−1 ) e cloreto Cl− (1,4µeql−1 ). O pH me-
artigo (tabela 2 [11]) estudou-se a composição dido foi 5,2. Segundo o estudo observa-se através
química e acidez da precipitação na cidade de do SCU que a neutralização da acidez da chuva
Cuiabá-MT, de 21 de fevereiro a 02 de julho pode estar ligada às ações antrópicas na região,
de 2006. Foram coletadas 38 amostras no total como a calagem. E a configuração iônica indica
e, a análise feita sob a concepção do Sistema a existência de chuvas limpas, pressupondo-se
Clima Urbano (S.C.U.)(??), (??). Valores ilus- que Cuiabá representa área continental ainda
trados na figura 6 mostram que a composição não impactada com atividades antrópicas(??).
iônica em Cuiabá é dominada pelo cátion H +
Figura 6 – Distribuição percentual e valores absolutos dos íons (µeql−1 ) elencado no artigo [11]
8
juntos 68% da totalidade dos íons identificados, associados com aerossóis de origem biogênica e
sinalizando que a amostra sofreu forte influên- ressuspensão do solo, N H4+ com excrementos
cia de compostos de origem marinha. M g 2+ foi de animais e fontes agrícolas e N O3− associado
originado possivelmente de poeira do solo, K + a nitrificação do solo (??)
Figura 7 – Distribuição percentual e valores absolutos dos íons (µeql−1 ) elencado nos artigos
[12a], [12b], [13] e [14]