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Quando a Força Tarefa 317 partiu de Portsmouth no dia 5 de abril daquele ano,
estava claro que os 20 Sea Harriers a bordo do HMS Hermes e do HMS
Invencible (mais tarde oito novas aeronaves se juntariam), seriam insuficientes
para defender a esquadra britânica de ataques aéreos e de realizar ataques às
forças terrestres argentinas. Os Harriers GR Mk3 da RAF eram as únicas
aeronaves capazes de reforçar a esquadra e proporcionar uma capacidade de
ataque ao solo, permitindo então que os Sea Harriers se concentrassem na
defesa aérea. O Esquadrão Nº 1, lotado em Wittering, único esquadrão desse
tipo de aeronave não lotado na Alemanha, foi escolhido para a tarefa, e num
grande esforço conjugado da RAF e da British Aerospace (fabricante do avião),
os Harriers foram preparados para o transporte, transferencia e operação em
duas semanas.
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solicitou a colocação de mísseis para autodefesa. Anteriormente essa opção já
havia sido considerada pela RAF para suas aeronaves de ataque, mas restrições
orçamentarias limitaram a aplicação aos Buccaneers baseados na Alemanha a
aos futuros Tornados GR Mk1. O embarque inicial dos Harriers estava previsto
para o dia 23 de abril, ficando um prazo muito apertado para colocação dos
mísseis, entretanto como aconteceu um pequeno atraso, houve tempo suficiente
para a British Aerospace produzir uma instalação simplificada e, no dia 26 de
abril foram entregues os primeiros 12 kits. Em 29 de abril foram instalados os
primeiros kits e naquele mesmo dia os pilotos do Esquadrão Nº 1 já praticavam.
Além da instalação de equipamentos, era necessário uma prática na ski jump em
Yeovilton. Os foguetes MATRA tiveram que ser substituídos pelos RN 2, devido
ao alto campo magnético existente nos navios, e a pressão hidráulica dos trens
de pouso foi aumentada para permitir operação com peso de decolagem
alterado.
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deslocados para Yeovilton para praticarem a decolagem na rampa, tendo cada
piloto realizado pelo menos três. Em seguida, as montanhas no País de Gales
foram cenário de vôos ultra baixos, bem como de alvo para as bombas.
Lightnings e Hunters participaram dos treinamentos como agressores. Mais
tarde, Mirages e Super Etendards franceses se juntaram para simular quase
que realisticamente o que seria encontrado no Atlântico Sul, ao praticarem
combates dissimilares. Os pilotos da RAF ficaram eufóricos, ao perceberem
que conseguiam combater e vencer seus oponentes até com extrema facilidade.
Essa euforia aumentou quando da realidade, pois a Força Aérea Argentina,
praticamente não molestou os Harriers da RAF. Enquanto isso, outros pilotos
testavam os Sidewinders e os foguetes RN 2.
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Ascensão na madrugada do dia 7 de maio. Mais tarde, outros pilotos e aviões
(8) chegaram à Ilha de Ascensão.
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devido ao mau tempo. Nesse mesmo dia, o Sqn Ldr Pook e seu ala Flt Lt Hare,
fazendo uma patrulha de madrugada, surpreenderam quatro helicópteros
argentinos, que estavam em uma base avançada perto do Monte Kent, tendo
sido creditado ao Sqn Ldr Pook a destruição de um Chinook e de dois Puma. O
quarto conseguiu escapar. Os argentinos não aprenderam a lição, e no dia 26 de
maio, os mesmos dois pilotos encontraram no mesmo local um Puma, que desta
vez foi destruído com bomba, em vez do canhão de 30 mm utilizado
anteriormente.
No mesmo dia 21 de maio, o esquadrão sofreu sua primeira baixa, quando o Flt
Lt Glover foi abatido por um Short Blowpipe SAM, durante um vôo de
reconhecimento em Port Howard. O piloto se ejetou, mas o pára-quedas não
teve tempo suficiente de abrir totalmente, caindo na água , sendo recolhido por
soldados argentinos, tornando-se o único prisioneiro de guerra do esquadrão.
Um par de Harriers retornou a Port Howard ao meio dia de 23 de maio para
completar a tarefa, em área que seria atacada por terra dois dias mais tarde.
Tropas argentinas surpreendidas pelo Flt Lt Mark Hare, quando fazia uma passagem baixa,
com seu Harrier. Observa-se o soldado à esquerda com um lançador de míssel Short Blowpipe.
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O esquadrão esteve ocupado em atacar vários aeródromos nos primeiros dias
da campanha. No dia 22 de maio, o aeródromo de Weddell foi destruído,
evitando-se que os C-130 argentinos pudessem utilizar a pista para
ressuprimento. O de Goose Green, próximo à Baía de San Marcos (local onde
seria realizado o princial desembarque das tropas britânicas) foi destruído na
tarde deste dia, sendo que pela primeira vez houve alguma antiaérea. Em 23 de
maio o de Pebble Island foi arrasado, bem como os Pucarás que lá estavam. A
27 de maio, o esquadrão retornou a Goose Green, e o Sqn Ldr Iveson foi
abatido pela antiaérea. Ele conseguiu se ejetar, ficou escondido por três dias,
sendo resgatado por um helicóptero Gazelle dos Fuzileiros Reais.
As forças britânicas se dirigiam agora para Port Stanley, capital das Ilhas
Falklands, com os Harriers como sempre por perto. O aeroporto da cidade era
o principal local de pouso dos C-130 de suprimento e base dos Pucarás e dos MB
339, por isso era de vital importância que fosse neutralizado. Os Harriers do
Esquadrão Nº 1 fizeram um primeiro ataque no dia 24 de maio. Inicialmente
dois Sea Harriers, utilizando seus canhões mantiveram as defesas ocupadas,
enquanto que dois Mk3, lançaram bombas de 1.000 lb.
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Tropas entrincheiradas, posições de artilharia e de morteiros passaram a ser
os alvos, enquanto que as tropas inglesas se aproximavam de Port Stanley. O
objetivo principal era remover os argentinos das posições vantajosas no Monte
Kent, Monte Longdon, Monte Harriet, Monte Willian e Monte Tumbledown.
Cerca de 30 missões foram realizadas, normalmente por pares de Harriers Mk3
utilizando os foguetes RN 2, uma vez que boa parte das bombas clusters fora
perdida com o afundamento do Atlantic Conveyor no dia 25 de maio.
Dois novos Harriers, fazendo um vôo longo desde a Ilha de Ascensão chegaram
nesse dia, e foram muito bem vindos, da mesma forma que outro par que chegou
no dia 8 de junho, já que um outro Harrier fora danificado em operação
terrestre, quando estava pousado em uma pista preparada pelo Real Corpo de
Engenheiros em Port San Carlos. Durante os últimos dias da guerra, a principal
missão dos Harriers era a de reconhecimento armado, procurando encontrar
supostas posições de mísseis Exocet, mas nada foi encontrado. A última missão
dos Harriers da RAF foram dois ataques com Bombas Pave Way contra posições
inimigas no Monte Tumbledown, no dia 13 de maio. No dia seguinte, o Sqn Ldr
Harris decolou para continuar o ataque, mas quando ele estava se posicionando
para iniciar a corrida de bombardeio, o Controlador Aéreo Avançado falou ao
rádio que bandeiras brancas foram avistadas em Port Stanley. A guerra havia
terminado.
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Três Harriers GR Mk3 a bordo do Hermes, tendo como companhia um Sea Harrier.
Os Harriers da RAF realizaram 150 missões de guerra, das quais 126 foram
diretamente sobre as Ilhas Falklands, perdendo-se três aviões em combate
devido a ações inimigas, um número alto se comparado com os Sea Harriers que
perderam dois aviões em um total de 1.200 missões (embora dessas apenas 90
tenham sido de operações ofensivas em suporte à tropa). Os numerosos
radares dispostos por todo o arquipélago deram enorme trabalho aos Harriers,
embora tenham conseguido identificar e interferir em suas operações. No final
da campanha, quando do assalto a Port Stanley, a concentração de armas
antiaéreas de 12,7 mm, 20 mm, 30 mm e canhões de 35 mm guiados por radar
foram realmente um problema para as operações. Em torno do aeródromo de
Port Stanley foram encontrados oito radares, quatro posições SAM - Tigercat
e Roland - seis canhões Oerlikon de 35 mm e nove canhões de 20 mm e de 30
mm, além de diversos SA-7 e Blowpipe SAM.
Embora utilizassem tanques extras com 455 l cada e um perfil de ataque HI-
LO-HI, a necessidade de voarem em rota não direta de ida e de volta do
Hermes (ficava a aproximadamente 190 milhas a leste das ilhas), fazia com que
os Harriers tivessem pouca reserva de combustível. O uso operacional de uma
aeronave baseada em terra, a partir de um porta-aviões, pela primeira vez
desde o fim da Segunda Guerra Mundial, apresentou poucos problemas, além do
taxi da aeronave em um deck que se movia, normalmente ao nascer ou ao
entardecer, em condições de pouca luminosidade. Apenas 20 mecânicos da RAF
estavam embarcados no Hermes, e por isso o auxílio do pessoal da armada foi
fundamental, principalmente quando houve necessidade da troca de uma
turbina. A RAF aprendeu muito com essa experiência, e a eficiência das
aeronaves de ataque será muito aumentada com ela.