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NIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

HISTÓRIA DA ÁFRICA I – 2023.1


LEANDRO CARDOSO DOS SANTOS NETO

RELATÓRIO DE APRESENTAÇÃO DE SEMINÁRIO:


APARTHEID, REALEZAS E POLITICA NA ÁFRICA
AUSTRAL

 Recorte: O grupo teve por objetivo explanar sobre aspectos das realezas da região
da África Austral, até os tempos do Apartheid.

1. REINO ZULU:

O Reino Zulu, teve origem em uma coleção de clãs nômades que eram frequentemente
conflituosos e incluíam pastores e agricultores. Zulu Shaka, mesmo não tendo direito
hereditário ao trono, unificou esses clãs, dando-lhes o nome de "azulu". O professor traça
um paralelo entre as histórias de origem de Zulu Shaka e Sundiata Keita. Durante seu
reinado, introduziu inovações militares que revolucionaram as técnicas e as armas usadas
pelo exército zulu, expandindo significativamente o reino.
O professor destacou a relevância dos aspectos militares na história dos povos,
comparando com os romanos, que integraram o uso de espadas curtas além das já usadas
lanças. Isso ressalta como as estratégias militares podem influenciar o curso da história
de uma nação.
O sistema de governo no Reino Zulu era uma monarquia (o professor destaca que
provavlemnte a sucessão era matrilinear). Além disso, os Zulus eram animistas e não
adotavam o cristianismo, pois viam essa religião como suscetível à política. Realizavam
rituais em honra aos mortos e tinham profundo respeito por seus antepassados.
A cultura dos Zulus era rica e diversificada. Possuíam várias línguas, com o zulu e o
sizulu sendo as mais proeminentes. A dança desempenhava um papel importante em sua
vida cotidiana e em rituais culturais, caracterizando-se por ritmos pouco instrumentados.
A poligamia masculina era uma prática comum, mas os Zulus atualmente tentam
abandoná-la devido ao alto custo do dote. Suas crenças estavam ligadas à história de
origem do mundo, que acreditavam ser conectada a um deus lagarto vindo dos céus, que
concedeu o dom da fala ao povo zulu, dissipando a névoa que os envolvia e trazendo
prosperidade.
O Reino Zulu enfrentou sua decadência, principalmente devido ao avanço da
colonização inglesa na região e o posterior conflito anglo-zulu. O impacto desse evento
histórico marcou o declínio do reino, embora sua herança cultural ainda ressoe, por meio
do povo zulu que ainda tenta presevar diversos traços de sua história e cultura.

2. SUAZILÂNDIA:

Um reino independente localizado próximo a Moçambique, na África Austral. Antes


da formação do reino, os habitantes da região eram conhecidos como suazi. A criação do
reino da Suazilândia teve como objetivo principal a proteção contra os Zulus, um povo
vizinho que representava uma ameaça. Para alcançar esse objetivo, os suazis até mesmo
estabeleceram acordos com os colonizadores ingleses, que mais tarde assumiriam o
domínio total da região no século XX. Os colonizadores ingleses tinham o objetivo de
integrar a Suazilândia à África do Sul, uma estratégia que visava consolidar seu controle
na região.
A Suazilândia conquistou sua independência em 1967 e se tornou uma monarquia
constitucional. No entanto, apenas cinco anos após a independência, o país voltou ao
sistema absolutista. Esse desenvolvimento político ilustra as complexidades da história
política da Suazilândia e as mudanças de regime que ocorreram ao longo do tempo.

3. LESOTO:
Emerge a partir dos tumultos do Mfecane, um período de agitação e deslocamento
massivo de povos na África Austral. Os Shoto fugiram para a região do Lesoto como
resultado desse tumulto.
Moshoshoe, um líder carismático, desempenhou um papel crucial na unificação e na
prosperidade do povo Shoto. Sua liderança foi fundamental para a formação da nação.
Conflitos surgiram entre os Shoto e os Bôeres, imigrantes holandeses que se
estabeleceram na região. O Reino Unido interveio nesses conflitos e concedeu um
território aos Bôeres. Diante da ameaça imposta pelos Bôeres, Moshoshoe buscou a
proteção do Reino Unido, solicitando a integração do território de seu povo ao domínio
britânico. Nesse momento, a região passou a ser conhecida como Basutolândia.
A Basutolândia finalmente conquistou sua independência em 1966 e assumiu o nome
de Lesoto, mantendo sua liderança sob Moshoshoe II.
4. APARTHEID:
A descoberta de diamantes em Kimberley em 1867 e de ouro na Witwatersrand Basin
em 1886 desencadeou uma corrida por recursos naturais na África do Sul. Essas
descobertas foram fundamentais para a economia da região, atraindo imigrantes e
contribuindo para conflitos, como a Segunda Guerra dos Bôeres, devido ao interesse
britânico em controlar esses recursos.
A Guerra dos Bôeres (1899-1902) foi um conflito entre os bôeres e o Império
Britânico motivado pelo controle de recursos naturais na África do Sul. A guerra foi
caracterizada por guerrilhas e campos de concentração, e terminou com a rendição dos
bôeres.
Em 1910, a União da África do Sul foi criada, unificando diferentes partes da região
sob a soberania britânica. Isso incluiu a Colônia do Cabo, Natal, Orange e Transvaal. No
entanto, a união também marcou o início de políticas de segregação racial, incluindo a
Lei das Terras Nativas.
O apartheid, um sistema de segregação racial, foi implementado na África do Sul. Ele
se dividiu em "Pequeno Apartheid", que envolvia segregação cotidiana em instalações
públicas e proibições de casamentos inter-raciais, e "Grande Apartheid", que buscava
impedir que os povos africanos chegassem ao poder político, por meio da criação dos
bantustões, reservas destinadas aos povos não-brancos.
O fim do apartheid foi impulsionado por pressões externas, incluindo sanções
econômicas, boicotes culturais e esportivos, campanhas de conscientização, pressão
diplomática e a expulsão da África do Sul de organizações internacionais. A libertação
de Nelson Mandela também desempenhou um papel crucial.

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