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Princípios em ortopedia veterinária: Exames

ortopédicos e principais enfermidades

RESUMO 1

Universidade Católica de Brasília UCB


SISTEMA LOCOMOTOR

Como constituintes deste sistema estão os músculos, juntamente com sua inervação,
tendões e ligamentos, ossos e a associação entre essas estruturas, caracterizadas pelas
ar ticulações, limitadas por cápsula ar ticular e banhadas por líquido sinovial (sinóvia).

Embora esses componentes desempenhem as funções de sustentação e


movimentação do corpo, jamais deve ser desconsiderado o seu papel como órgão
hematopoé tico (medula óssea) e na homeostase de alguns minerais contidos nos ossos,
tais como cálcio, fósforo, magnésio, dentre outros.

Esquema de planos, posições e direções com relação ao corpo de um animal.

Entre felinos e cães, existem diferenças quanto à função de determinados grupos


muscula res e seus movimentos, devendo o clínico estar atento a essas sutilezas durante
o exame semiológico. Sabe-se que os movimentos de supinação e pronação, realizados
pelos membros torácicos de felinos, são muito mais desenvolvidos e completos que em
cães; e a massa muscular presente nos membros pélvicos de cães é infinitamente mais
desenvolvida que em felinos.
SISTEMA LOCOMOTOR

No entanto, cães e gatos, quando se locomovem em condições normais, podem


realizar os movimentos de marcha, trote, galope, além do salto e, quando em inércia,
seu sistema locomotor os mantém em posição quadrupedal;

Posição quadrupedal de um cão em estação

Entre felinos e cães, existem diferenças quanto à função de determinados grupos


muscula res e seus movimentos, devendo o clínico estar atento a essas sutilezas durante
o exame semiológico. Sabe-se que os movimentos de supinação e pronação, realizados
pelos membros torácicos de felinos, são muito mais desenvolvidos e completos que em
cães; e a massa muscular presente nos membros pélvicos de cães é infinitamente mais
desenvolvida que em felinos.
IMPORTÂNCIA DO EXAME
CLÍNICO ORTOPÉDICO

Fraturas;
Doenças do desenvolvimento;
Processos inflamatórios;
Contusões;
Miopatias;
Doenças congênitas;
Neoplasias;
Doenças sistêmicas;
Luxações;
Doenças degenerativas;

importante saber qual estrutura


radiografar !
PRÉ-REQUISITOS PARA UM BOM
EXAME ORTOPÉDICO
Conhecimento anatômico;
Conhecimento das patologias em ortopedia;
Sistemática;
Treinamento;

Sistemática do Exame
História clínica e queixa principal;
Exame geral;
Identificação do paciente;
Inspeção visual;
Avaliação da marcha;
Exame ortopédico – provocar os sinais;

História e Queixa Principal


Membro envolvido;
Atividade do paciente;
Trauma recente ou anterior;
Tratamento? Eficiente?;
Enfermidades concomitantes / sinais sistêmicos;
SISTEMÁTICA DO EXAME
HISTÓRIA E QUEIXA PRINCIPAL
Aparecimento Progressivo
Neoplasias;
Doenças degenerativas;
Ruptura parcial de LCCr

Enfermidades ortopédicas mais frequentes em cães que caracterizam claudicação.

Tipo de claudicação Doença

Luxação congênita medial ou lateral de patela;


Luxação adquirida medial ou lateral de patela;
Ruptura de ligamento cruzado cranial;
Necrose asséptica da cabeça do fêmur;
Osteocondrite dissecante da cabeça do úmero;
Intermitente e crônica Displasia coxofemoral;
Fragmentação do processo coronoide medial;
Má união do processo ancôneo;

Infecciosas
Osteoartrite e osteoperiostite por leishmaniose;
Artrite por borreliose;
Nutricionais
Migratória Hiperparatireoidismo nutricional secundário;
Osteodistrofia hipertrófica;

Imunológicas
Pan-osteíteeosinofílica;
EXAME ORTOPÉDICO DO
MEMBRO ANTERIOR
Esta é a etapa objetiva do exame, na qual a palpação sistemática do paciente deve
ser realizada. Cada examinador pode criar sua própria sequência de exame tendo
como regra a comparação constante entre os lados direito e esquerdo e palpá-los
como um todo, iniciando pelas extremidades, até a parte superior do membro. O
paciente em estação facilita a comparação dos membros quanto a atrofias e
hipertrofias musculares.

De preferência avalia-se primeiro o membro sadio, a fim de esclarecer as possíveis


respostas fisiológicas do paciente. A sedação deve ser realizada somente em casos de
extrema necessidade. Alterações como respostas dolorosas, aumentos de volume,
instabilidades e crepitações (rangidos e estalos), são os achados mais frequentes
encontrados.

Todas as articulações devem ser estendidas e flexionadas, abduzidas e aduzidas, realizar


movimentos de lateralidade, cisalhamento, pronação e supinação quando possíveis, e
os ossos devem ser palpados profundamente.

O exame deve ser iniciado pela extremidade do membro, as unhas devem ser
avaliadas quanto a possíveis quebras e até soltura completa, sobretudo naqueles
pacientes que tem costume de caminhar em áreas livres. Já os coxins e face palmar
podem ser acometidos por lacerações e a presença de corpos estranhos perfurantes.
As falanges e as articulações falangeanas devem ser testadas e os tendões flexores e
extensores precisam estar contraindo e relaxando adequadamente. Os ossos da região
do carpo eventualmente sofrem com luxações e fraturas, portanto, quando submetidos
a caminhada e a uma leve manipulação, demonstram o não apoio do membro e dor.

A B C

D E F
(A) Palpação e avaliação de todas as unhas e falanges distais;
(B) Avaliação da região palmar interdigital;
(C) Realiza-se movimentos de flexão das falanges distais;
(D) Realiza-se movimentos de extensão das falanges distais;
(E) Realiza-se a flexão completa da articulação do carpo em até 45 graus,
normalmente quando há a presença de doença articular degenerativa, temos uma
diminuição deste arco de movimento;
(F) Extensão do carpo e dedos em até 180-190 graus;
EXAME ORTOPÉDICO DO
MEMBRO ANTERIOR
A displasia do cotovelo é caracterizada pela má-formação dos componentes
articulares, seja por incongruência ou por fragmentações ósseas. Dentre as lesões mais
comuns estão a fragmentação do processo coronóide medial da ulna, que pode ser
palpado pela face medial da articulação (1,5 cm disto / cranial ao epicôndilo medial).
Nesses casos, ao realizarmos a hiperextensão do cotovelo, a dor é aparente.

A não-união do processo ancôneo da ulna, normalmente é encontrada na fase de


crescimento do animal. Uma leve palpação na câmara caudal da articulação, logo
acima do osso olécrano é capaz de causar dor. Edema e efusão articular são muito
comuns de serem encontrados. Para facilitar o diagnóstico, o cotovelo deve estar
totalmente fletido.

A B
(A) Paciente sendo submetido ao exame do cotovelo esquerdo para doença da
fragmentação do processo coronóide medial da ulna. O examinador vai ter como
ponto de referência o epicôndilo medial do úmero e vai seguir disto-cranial 1,5 cm.
Este é o ponto exato da possível lesão e dor;

(B) O examinador esta fletindo o cotovelo esquerdo e fazendo uma palpação


caudal a articulação;
EXAME ORTOPÉDICO DO
MEMBRO POSTERIOR

A B

(A) Ilustração demonstrando o membro posterior esquerdo de um cão, portador de


luxação de patela. Repare que existe um desvio angular varo da extremidade do
fêmur e um desvio do eixo da tíbia medial. Esse conjunto de alterações deslocam os
músculos do quadríceps e consequentemente a patela medialmente, levando a
uma luxação medial patelar;

(B) Ilustração de um paciente sendo examinado para avaliar a luxação de patela.


Repare que ao realizar o deslocamento da patela medial ou lateral,
concomitantemente, a extremidade do membro é direcionada para medial ou
lateral;

(C) O examinador segura com os dedos a patela e desloca no sentido medial e


lateral. Este movimento é facilitado por uma concomitante rotação interna e
externa da extremidade do membro e flexão / extensão do joelho;
EXAME ORTOPÉDICO DO
MEMBRO POSTERIOR
Em seguida deve-se avaliar a integridade dos ligamentos colaterais, com o joelho
estendido e forçando a articulação para abrir em ambas as faces medial e lateral. Com
uma das mãos o examinador abraça o fêmur distal, segurando pelos côndilos femorais
e com a outra mão segura a tíbia proximal. O fêmur fica estabilizado e a tíbia deve fazer
adução e abdução, caso haja elasticidade fora do normal, os ligamentos podem estar
acometidos.

A ruptura do Ligamento Cruzado Cranial tem como teste principal o “teste de gaveta”.
Com o animal em decúbito lateral, o examinador deve colocar uma de suas mãos
abraçando a extremidade distal do fêmur, com o dedo indicador sobre a patela e o
dedo polegar caudalmente ao fêmur, em cima da fabela lateral. Com a outra mão, o
dedo indicador deve ser posicionado na crista tibial e o dedo polegar na fíbula.

Para realizar o movimento, a mão que está segurando o fêmur deve permanecer
parada e o que move-se em sentido cranial é a mão que segura a tíbia. Quando este
movimento acontece, significa que o ligamento cruzado cranial não está conseguindo
conter o movimento de anteroposição da tíbia com relação aos côndilos femorais, ou
seja, “gaveta positivo”;

A B

(A) Ilustração demonstrando o correto posicionamento das mãos do examinador


durante o teste de gaveta;

(B) Paciente canino sendo examinado para avaliação do ligamento cruzado;

O teste de compressão tibial torna-se muito eficaz para o diagnóstico, uma vez que
simula exatamente o movimento que o paciente faz para caminhar. Quando o
ligamento cruzado cranial está rompido, o paciente não consegue colocar o peso na
passada. Isso acontece pelas forças biomecânicas deste movimento. Ao flexionar os
tarsos, a força aplicada no tendão de Aquiles e consequentemente no músculo
gastrocnêmio que se inserem nas fabelas, caudalmente aos côndilos femorais, faz com
que a tíbia seja deslocada cranialmente.

Assim, o examinador deve segurar com uma das mãos a extremidade distal do fêmur,
posicionando o dedo indicador na crista tibial e com a outra mão fazer compressão nos
dedos, direcionando-os no sentido da patela.
EXAME ORTOPÉDICO DO
MEMBRO POSTERIOR

A B
(A) Ilustração demonstra o correto posicionamento das mãos durante o exame de
teste de compressão tibial e as setas mostram os movimentos que devem ser
conseguidos durante o exame;

(B) Paciente da espécie canina em decúbito lateral, submetido ao teste de


compressão tibial;

Articulação Coxofemoral
A articulação coxofemoral (quadril) pode ser um potencial causador da claudicação
em animais, seja quando jovens ocasionado por uma necrose asséptica da cabeça do
fêmur ou por displasia em sua fase inicial, ou em animais adultos, com à presença de
artrose.

Outros fatores são as fraturas ocasionadas por trauma ou patológica (secundária a


neoplasia), todas essas alterações podem gerar dor na palpação. No início do exame
do quadril a dor pode ser identificada com uma leve palpação feita por um movimento
de rotação do membro, causando o “estresse” da articulação do quadril em flexão,
extensão, adução e abdução da coxa. Todos esses movimentos podem ser
responsáveis por gerar dor e qualquer limitação da amplitude do movimento pode ser
um indicador de doença articular degenerativa ou contratura muscular.

O examinador deve sobrepor a articulação com uma das mãos para sentir algum grau
de mobilidade ou até crepitações anormais. Pacientes que já possuem grau de
displasia moderado a avançado apresentam atrofia muscular, principalmente dos
músculos anteriores (quadríceps) e posteriores da coxa (semimembranoso e
semitendinoso) em virtude do não uso do membro.
EXAME ORTOPÉDICO DO
MEMBRO POSTERIOR
É muito comum o paciente sentir dor quando o membro é hiperextendido
caudalmente, isso ocorre pela contratura do músculo quadríceps. Quando a doença
articular está instalada proporcionando proliferações ósseas (osteófitos) em acetábulo e
cabeça femoral, é comum o examinador sentir crepitação no exame e observar que a
região do quadril está larga, ou seja, as subluxações do fêmur aumentam o diâmetro
desta região do animal.

A B

C D
(A) Paciente canino submetido a palpação de toda extensão do grupamento
muscular do quadríceps;

(B) Durante o exame do quadril, o examinador posiciona uma das mãos no fêmur
distal e a outra mão identifica o trocânter maior do fêmur. Este posicionamento
garante um bom movimento de rotação da articulação e permite sentir algum tipo
de alteração;
(C) Imagem do posicionamento de hiperextensão do membro pélvico posterior
esquerdo a fim de avaliar dor;
(D) Imagem do mesmo membro retornando para posição inicial e sendo
direcionado cranialmente para uma flexão;

Teste de Ortolani
O teste de Ortolani é um exame ortopédico que visa avaliar a presença de luxação da
articulação coxofemoral em cães.

O teste é de grande importância para o diagnóstico precoce de displasia coxofemoral,


que é uma das doenças ortopédicas mais comuns em cães de raças grandes e
gigantes.
EXAME ORTOPÉDICO DO
MEMBRO POSTERIOR

INÍCIO ÂNGULO DE REDUÇÃO ÂNGULO DE SUBLUXAÇÃO

A luxação coxofemoral traumática rotineiramente ocorre no sentido crânio dorsal e


completa, ou seja, ocorre a ruptura dos ligamentos e da cápsula articular. Quando isso
acontece, existe o encurtamento do membro afetado com consequente aumento de
volume do lado acometido devido a sobreposição do trocânter maior do fêmur.

Correlacionar bilateralmente a distância entre o trocânter maior e a tuberosidade


isquiática, localizada caudalmente ao trocânter, pode ser uma maneira eficaz de se
fazer o diagnóstico. Quando ela está diminuída comparativamente é um forte sinal que
o fêmur está luxado. Outra alteração visível é que nestes casos o membro não
consegue apoiar com carga, e o joelho apresenta-se rotacionado externamente e
normalmente com aspecto de “solto“.

A B
(A) Ilustração demonstrando o posicionamento do membro posterior de um cão
com luxação coxofemoral esquerda. Note que o membro está pendular e com
aspecto de solto;

(B) Ilustração de um quadril canino demonstrando as diferenças de uma articulação


coxofemoral luxada e normal. Nota-se que a cabeça do fêmur esta deslocada e
luxada dorsalmente, causando alteração anatômica e fácil identificação;
ESTRUTURA DO TECIDO ÓSSEO E
REVISÃO ANATÔMICA
TECIDO ÓSSEO
• É um tecido conjuntivo especializado formado por células e matriz extracelular
calcificada, conhecida como matriz óssea.

FUNÇÕES DO TECIDO ÓSSEO


Alojamento e proteção da medula óssea;
Depósito de cálcio, fosfato e outros íons além de suprir níveis adequados no sangue;
Constituinte principal do esqueleto;
Protege órgãos vitais;
Sistema de alavancas para os músculos esqueléticos e inserção de tendões;
Suporte para tecidos moles;
Absorve toxinas e metais pesados para minimizar o efeito nos outros órgãos.

CÉLULAS OSTEOPROGENITORAS
Células de origem mesenquimal com poder de diferenciar-se em células formadoras
de tecido ósseo (osteoblastos);
Células persistem na vida pós natal e são encontradas em todas as superfícies dos
ossos;
Durante a fase de crescimento e reparação de lesões ósseas elas são mais ativas
originando novos osteoblastos para o tecido ósseo.

ORGANIZAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO


ESTRUTURA DO TECIDO ÓSSEO E
REVISÃO ANATÔMICA
PERIÓSTEO
As principais funções são a nutrição do tecido ósseo;
Fornecimento de novos osteoblastos, para o crescimento e a recuperação do osso.

ENDÓSTEO
O endósteo é geralmente constituído por uma camada de células osteogênicas
achatadas revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais
de Harvers e os de Volkmann.
ESTRUTURA DO TECIDO ÓSSEO E
REVISÃO ANATÔMICA
PERIÓSTEO
As principais funções são a nutrição do tecido ósseo;
Fornecimento de novos osteoblastos, para o crescimento e a recuperação do osso.
ESTRUTURA DO TECIDO ÓSSEO E
REVISÃO ANATÔMICA
PERIÓSTEO
As principais funções são a nutrição do tecido ósseo;
Fornecimento de novos osteoblastos, para o crescimento e a recuperação do osso.
ESTRUTURA DO TECIDO ÓSSEO E
REVISÃO ANATÔMICA
TIPOS DE TECIDO ÓSSEO
Histologicamente, possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz
sendo divididos em dois tipos de tecido ósseo:

IMATURO OU PRIMÁRIO
Fibras colágenas de distribuição irregular sem orientação definida;
Na reparação de fraturas;
Temporário, substituído pelo secundário;
Pouco mineralizado;
Mais osteócitos que o secundário;

MADURO OU SECUNDÁRIO
Fibras se organizam em lamelas, paralelas ao redor de um vaso – Canais de Harvers.

CANAIS DE HAVERS
Canais de Havers são uma série de tubos estreitos dentro dos ossos por onde passam
vasos sanguíneos e células nervosas. São formados por lamelas concêntricas de fibras
colágenas.

CANAIS DE VOLKMANN
São perpendiculares aos canais de Havers;
Também possuem pequenas artérias em todo o osso;
Não apresentam lamelas concêntricas;
Permitem a comunicação dos canais de Havers com a cavidade medular e com as
superfícies externa e interna do osso;
ESTRUTURA DO TECIDO ÓSSEO E
REVISÃO ANATÔMICA
COMO SE FORMA OSSO? (Histogênese)
Há dois processos básicos de formação de tecido ósseo:

Ossificação endocondral;
Ossificação intramembranosa;

Classificado como endocondral quando um modelo de cartilagem servir de precursor


do tecido ósseo que será formado;

Intramembranoso, se o osso for formado sem a intervenção de um precursor


cartilaginoso.

CARTILAGEM DE CONJULGAÇÃO (linha de


crescimento)
Fica entre o tecido ósseo da epífise e diáfise e se transforma em osso;

Zona de repouso (cartilagem hialina normal);


Zona de proliferação (condrócitos se diferenciam muito, colunas de células
achatadas, pilhas de mordas);
Zona de cartilagem hipertrófica = condrócitos com depósito citoplasmático de
glicogênio em lipídio, matriz extracelular fica reduzida, com isso, condrócitos entram
em apoptose);
Zona de cartilagem calcificada: ocorre a mineralização da matriz extracelular (dos
tabiques);
Zona de ossificação = tecido ósseo, capilares e células osteoprogenitoras;
FRATURAS: CLASSIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO,
TIPOS E TRATAMENTO

CONCEITO DE FRATURA
É a perda da solução de continuidade do tecido ósseo, podendo ser total ou parcial,
resultando na perda funcional e um dos apêndices esqueléticos;

Podem ser completas (total) ou incompletas (parcial);

Quanto maior a energia gerada, maior o número da secção e também dos fragmentos
ósseos desprendidos;

Podem ocorrer fraturas patológicas.

FORÇAS QUE ATUAM EM UMA FRATURA

COMPRESSÃO TRAÇÃO CISALHAMENTO TORÇÃO FLEXÃO


FRATURAS: CLASSIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO,
TIPOS E TRATAMENTO

COMPRESSÃO
Geralmente causada por quedas;
Fraturas do tipo cominutivas;

TRAÇÃO
Muito comum em equinos ou animais de alta performance onde o músculo supera a
resistência óssea;

CIZALHAMENTO
A força de cizalhamento envolve um tipo de tensão gerada por forças aplicadas em
sentidos iguais ou opostos, em direções semelhantes, mas com intensidades diferentes, e
geram fraturas transversas;

TORÇÃO
Em casos onde há forças de rotação, podem ocorrer fraturas do tipo espiral;
FRATURAS: CLASSIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO,
TIPOS E TRATAMENTO

FLEXÃO
As forças de dobramento atuam realizando a flexão do osso. No lado de tensão, a
força de dobramento tende a criar uma fratura transversa, e dependendo da
intensidade, cria pequenas fraturas oblíquas no lado onde há compressão;

CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS EM


RELAÇÃO AOS TECIDOS MOLES
Fechada = há secção, separação da linha de continuidade do osso, sem dano ao
tecido mole. O osso está coberto por musculatura, subcutâneo e pele.
Aberta = há ruptura do tecido ósseo e laceração de subcutâneo, musculatura e pele.

Contaminação do canal medular –baixa concentração de antibiótico – osteomielite –


sepse – óbito

CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS EM


RELAÇÃO Á EXTENSÃO DA LESÃO
Incompleta = a solução de continuidade não atinge todo o diâmetro do osso;

Na maioria das vezes, é tratado de forma conservadora, ou seja, sem intervenção


cirúrgica, apenas com imobilização (FRATURA EM GALHO VERDE);

Completa = a perda de solução de continuidade atinge todo o diâmetro ósseo,


levando a uma instabilidade;

Fissura = a linha de fratura se situa em relação ao eixo longitudinal do osso;


FRATURAS: CLASSIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO,
TIPOS E TRATAMENTO

CLASSIFICAÇÃO DA FRATURA EM
RELAÇÃO AS LINHAS

OBS: LONGITUDINAL SERIA TB FISSURA;

FRATURA TRANSVERSA
FRATURAS: CLASSIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO,
TIPOS E TRATAMENTO

FRATURA TRANSVERSA
Fratura transversal = a linha de fratura pega perpendicular ao eixo longo do osso. Temos
que ter uma força atuando em flexão.

FRATURA ESPIRAL
Fratura espiralada = a linha de fratura dá volta em toda circunferência do osso;
FRATURAS: CLASSIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO,
TIPOS E TRATAMENTO

FRATURA OBLÍQUA
Fratura oblíqua = a linha de fratura pega obliquamente no eixo longo do osso;

FRATURA EM GALHO VERDE


Fratura em galho verde ou incompleta = Ocorre quando há uma fratura que envolve
apenas uma cortical;
FRATURAS: CLASSIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO,
TIPOS E TRATAMENTO

FRATURA COMINUTIVA
Fratura cominutiva = há grande impacto e alta dissipação de energia sobre o tecido
ósseo, levando a vários pequenos fragmentos;
Estabilização biológica;
TRATAMENTO DE FRATURAS

REDUÇÃO DA FRATURA
Reposicionar os fragmentos ósseos na sua posição original;
Alinhamento e estabilidade;
Mínima manipulação;

PRINCÍPIOS DA IMOBILIZAÇÃO
Bloquear uma articulação proximal e uma distal ao foco da fratura;
Proteção de saliências ósseas para evitar complicações cutâneas – úlceras de
decúbito ou pressão;
Adequada pressão externa evitando síndrome compartimental e garroteamento;
Posição anatômica funcional das articulações;
Tempo de imobilização adequado para diminuir incidência de rigidez articular;

TIPOS DE IMOBILIZAÇÃO
Provisória
Bandagens;
Talas;
Esparadrapagens;
Apoio (Tipóia);

Definitiva
Gesso circular;
Órtese;
TRATAMENTO DE FRATURAS
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURAS

TIPOS DE IMOBILIZAÇÃO
FASE INFLAMATÓRIA
A primeira fase da cicatrização ocorre logo após o episódio da fratura, ou seja, o
hematoma, Formado 6 horas após o trauma;

FASE REPARAÇÃO
O hematoma é substituído por tecido de granulação;
Formação de um tecido conjuntivo em 3 semanas;

FASE DE REMODELAMENTO
Mineralização da fibrocartilagem;
Osso formado em 4 meses;
Remodelamento ósseo;

OSTEOSSÍNTESE
Intervenção cirúrgica que tem por finalidade reunir mecanicamente os fragmentos
ósseos de uma fratura por intermédio de implantes e promover a consolidação óssea;

IMPLANTE
A função é imobilizar a fratura até a consolidação , promovendo estabilidade e
anatomia do membro;
O implante (a cirurgia) não leva a consolidação mais rápida, mas promove retorno a
função precoce;
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURAS

TIPOS DE IMPLANTES
Haste intramedular bloqueada;
Fixador externo;
Fixador externo Ilizarov;
Placas metálicas (ponte, compressão, especiais);
Placas de titânio;
Banda de tensão;
DEFINIÇÕES (RESUMO)

DISPLASIA COXOFEMORAL
A displasia coxofemoral em cães e gatos se caracteriza pela má formação da
articulação coxofemoral. Localizada no quadril, essa articulação é composta pelo
encaixe da cabeça do fêmur na superfície articular, chamada de acetábulo. O
encaixe perfeito é o responsável pela promoção da estabilidade e da saúde dessa
articulação.

A NECROSE ASSÉPTICA DA CABEÇA DO


FÊMUR
Ou a doença de Legg Calvé Perthes é uma alteração não inflamatória caracterizada
pela perda do aporte sanguíneo da região da articulação coxofemoral que provoca
necrose isquêmica da cabeça femoral. Acomete cães de porte pequeno e juvenis.

LUXAÇÃO DE PATELA
A luxação de patela em cães é um deslocamento do sulco troclear. Esse deslocamento
pode ser medial ou lateral e ainda ter diferentes origens como: congênita, de
desenvolvimento ou traumática.

DISPLASIA DE COTOVELO
Este problema ortopédico é uma anormalidade óssea da articulação entre os ossos do
cotovelo (úmero, rádio e ulna), que costuma provocar dificuldades de locomoção e
dor no membro afetado.

A displasia do cotovelo é caracterizada como uma anormalidade do desenvolvimento


da articulação úmero-radio-ulnar e representa um conjunto de quatro patologias
indutoras de uma má formação da articulação do cotovelo.

São elas:
Osteocondrite dissecante;
Fragmentação do processo coronóide;
Má união do processo ancóneo;
Incongruência articular.
EXERCÍCIOS

1. Diferencie cicatrização anatômica e biológica citando qual classificação de linha de

fratura elas são indicadas;

2. O que é ectopia patelar?

3. Quais complicações a fratura em quadril podem causar ?

4. Explique as diferenças dos canais de havers e volkmann;

5. Qual a diferença de fratura em galho verde e fissura ? Cite os métodos de reparação

recomendados;

6. Descreva os testes para diagnóstico de doença do Ligamento cruzado cranial?

7. Explique detalhadamente sobre luxação patelar, seus graus, sinais clínicos e tratamentos;

8. Cite e descreva sobre as afecções que caracterizam a displasia de cotovelo;

9. O que é uma fratura patológica, como ocorre e cite um exemplo;

10. Cite as forças de atuação em uma fratura;

11. O que é cartilagem de conjulgação ?


EXERCÍCIOS

Classifique as fraturas:

1-)

2-)
EXERCÍCIOS

Classifique as fraturas:

3-)

Classifique as fraturas:

4-)
EXERCÍCIOS

Classifique as fraturas:

5-)

6-)

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