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Texto 4
Texto 4
Araranguá
2020
BRUNO MAGNUS DE FAVERI
Araranguá
2020
BRUNO MAGNUS DE FAVERI
______________________________________________________
Prof. e orientador Fábio Mattos, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
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Prof. Arnildo Steckert Jr., Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
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Prof. Geraldo Cota Jr., Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Aos meus pais, Claudionor Paulino De
Faveri e Lorete dos Santos Magnus De
Faveri, por todo amor, carinho e esforço
em contribuição desta conquista.
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus, por me proporcionar dias bons e ruins, mas por nunca me
deixar desamparado no caminho desta conquista.
Ao meu querido professor e orientador, Fábio Mattos, por toda assistência
e confiança no tocante a escolha do tema, por abraçar minha ideia e na estruturação
e realização desta monografia.
Aos meus familiares, em especial aos meus pais, que sempre estiveram
ao meu lado me ajudando, pois sem eles não teria chegado tão longe. Agradeço por
sempre acreditarem em mim e por todo o carinho e incentivo que me foi dado.
A minha namorada, companheira que tanto amo, por todo apoio e
carinho, mas também por compreender os momentos que não pude me fazer
presente ao seu lado.
Aos meus empregadores, Juliana, João Batista e Altemir, pessoas que
tenho muito apreço e gratidão, por depositarem tanta confiança em minha pessoa e
por oportunizarem anos de aprendizado ao lado deles.
“A ética passou a ser uma necessidade social, que somente os
desprovidos de caráter não conseguem perceber.” (Léo Da Silva Alves).
RESUMO
A presente monografia tem por objetivo geral analisar a efetividade dos programas
de compliance como instrumento para prevenir e combater à corrupção praticada
pela pessoa jurídica contra a administração pública direta e indireta. Para a
pesquisa, aplicou-se como metodologia a revisão bibliográfica da literatura e
pesquisa documental, obtendo a composição do problema causado pela corrupção e
expondo as perspectivas doutrinárias, as leis internacionais anticorrupção e as
convenções que influenciaram a implementação do compliance no Brasil, que
ocorreu através da previsão da Lei 12.846/2013. Constatou-se que a implementação
dos programas de compliance podem proporcionar vantagens e benefícios as
empresas que o adotarem, pois apresentam efetividade nas medidas de prevenção
e combate à corrupção, reduzindo consideravelmente os riscos legais de punições
quando aplicadas as ações corretivas ao identificar qualquer irregularidade de seus
empregados.
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................10
2 ASPECTOS HISTÓRICOS E A EVOLUÇÃO DAS LEIS DE COMBATE À
CORRUPÇÃO........................................................................................................................12
2.1 PERSPECTIVAS DA CORRUPÇÃO..........................................................................13
2.1.1 Conceito de corrupção............................................................................................13
2.1.2 Efeitos da corrupção...............................................................................................14
2.2 LEGISLAÇÕES INTERNACIONAIS E CONVENÇÕES ANTICORRUPÇÃO
FIRMADAS PELO BRASIL...................................................................................................16
2.2.1 Principais legislações internacionais.................................................................16
2.2.2 Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos
Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)................................................17
2.2.3 Convenção Interamericana contra a Corrupção (CICC) da Organização
dos Estados Americanos (OEA)......................................................................................18
2.2.4 Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC)....................19
2.3 ADVENTO DA LEI 12.846/2013 (LEI ANTICORRUPÇÃO)...................................20
2.4 RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA PESSOA JURÍDICA.................................23
3 O COMPLIANCE..............................................................................................................27
3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O COMPLIANCE DE ACORDO COM A LEI
12.846/2013............................................................................................................................27
3.1.1 Conceito de compliance.........................................................................................27
3.1.2 Objetivos dos programas de compliance..........................................................29
3.2 DECRETO Nº 8.420/2015: O PROGRAMA DE INTEGRIDADE...........................31
3.3 PRINCIPAIS ELEMENTOS DO PROGRAMA DE COMPLIANCE........................34
3.3.1 Comprometimento da alta direção da pessoa jurídica..................................34
3.3.2 Análise periódica de riscos...................................................................................35
3.3.3 Estabelecimento de políticas e procedimentos - Código de Ética e
Conduta..................................................................................................................................37
3.3.4 Treinamento e intensa divulgação.......................................................................39
3.3.5 Monitoramento contínuo do programa de integridade..................................40
3.4 RAZÕES PARA ADOÇÃO DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE
(COMPLIANCE).....................................................................................................................41
3.5 VANTAGENS E BENEFÍCIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE
COMPLIANCE........................................................................................................................43
3.5.1 Evita a imposição de sanções...............................................................................43
3.5.2 Facilita a realização de acordos com autoridades regulatórias..................44
3.5.3 Reduz eventuais penalidades...............................................................................45
3.5.4 Impacta positivamente na reputação da empresa...........................................45
4 CONCLUSÃO...................................................................................................................47
REFERÊNCIAS......................................................................................................................50
10
1 INTRODUÇÃO
[...] a corrupção passou a ter uma maior incidência nas economias atuais
pelo aumento dos fluxos comerciais internacionais dando ensejo a um maior
número de oportunidades para a realização de negócios mediante sua
prática, como para a obtenção de licenças e outros privilégios etc.
Para que seja possível compreender quais são os motivos que provocam
as práticas de corrupção entre pessoas jurídicas e a administração pública,
precisamos especificar primeiramente o que é a corrupção e quais são os efeitos
que estas ações ilícitas causam a sociedade e a também as entidades públicas.
Entretanto, a edição da FCPA foi uma grande influência para que outros
países da Europa pudessem regulamentar penalidades para as práticas de atos que
envolvessem corrupção entre pessoas jurídicas.
Acerca disso, Greco Filho e Rassi (2015, p. 47), apontam que “Seguindo
a tendência de aperfeiçoar a repressão e prevenção da corrupção no mercado
globalizado e internamente, o Reino Unido editou em 2010 o Bribery Act (Lei sobre
Corrupção).” A UK Bribery Act também era conhecida como uma versão mais
rigorosa do FCPA, mas ela somente foi aplicada após fortes críticas da OCDE a sua
política tolerante de combate à corrupção. (MENDES; CARVALHO, 2017, p. 14).
Assim sendo, Pestana (2016, p. 7), afirma que
[...] a Convenção, no seu Artigo III, uma série de medidas as quais as Partes
concordam em considerar para preservar a criação de normas de condutas
para o desempenho correto, honrado e adequado das funções públicas,
cuja finalidade é a de prevenir conflito de interesses, garantindo a guarda e
uso dos recursos confiados ao funcionário público no desempenho de suas
funções, assim como estabelecer medidas e sistemas para exigir dos
funcionários públicos que informem os atos de corrupção que tenham
conhecimento. (GRECO FILHO; RASSI, 2015, p. 35).
Por fim, a Convenção das Nações Unidas foi adotada pela Assembleia
Geral das Nações Unidas em outubro de 2003, posteriormente o Brasil aprovou
através do Congresso Nacional em 2005, o Decreto Legislativo nº 348/2005 que foi
formalizado pelo presidente da República ao promulgar o Decreto nº 5.687 de
janeiro de 2006. Segundo Pestana (2016, p. 8) a finalidade da convenção é de
A Lei n. 12.846/2013 foi editada para “suprir uma lacuna no sistema jurídico
pátrio no que tange à responsabilização de pessoas jurídicas por atos
lesivos à Administração Pública nacional e estrangeira”, conforme é
declarado em sua exposição de motivos.
3 O COMPLIANCE
conformidade, mas que pode ser assimilado com mais apreço ao conceito de boa
governança.
De acordo com Veríssimo (2017, p. 90), “Compliance vem do inglês to
comply with, significando estar de acordo, cumprir com as leis e regulamentos
estatais”.
Os programas de compliance, também conhecidos como programas de
integridade, podem ser definidos como sistemas de controles internos,
implementados através de códigos de ética e conduta, estabelecendo normas
internas que previnem e identificam possíveis riscos de conformidade relacionados a
corrupção, para que em casos de descumprimento das referidas normas, sejam
aplicadas punições administrativas disciplinares aos responsáveis.
Nesse sentido, Mendes e Carvalho (2017, p. 31) afirma que
Ainda segundo o citado Decreto (art. 5º, § 4º), no caso em que for
apresentada defesa por parte da pessoa jurídica no Processo Administrativo
de Responsabilização – PAR, com informações e documentos referentes à
existência de programa de integridade, serão estes os parâmetros que a
comissão processante utilizará para examinar o alegado para a dosimetria
das sanções a serem aplicadas.
A expressão Tone at the Top, que significa que “o exemplo vem de cima”,
traduz a medida a ser tomada no sentido de que o exemplo deve partir
daqueles que estão em situação de destaque junto à companhia (ou
hierarquicamente em posição superior), por serem o esteio moral, ético e
35
Ademais, para obterem resultado, a alta direção deverá difundir aos seus
colaboradores “[...] uma conduta ética e de boas práticas corporativa que se
disseminará por todos os recantos da pessoa jurídica em questão, espraiando-se,
inclusive, entre todos aqueles que venham com ela contratar. (PESTANA, 2016, p.
81).
Conforme afirma Mendes e Carvalho (2017, p. 130):
de Conduta próprio, pois a partir deste código será possível apontar todas as
características que o programa de integridade exige e que devem ser seguidas.
(GRECO FILHO; RASSI, 2015, p. 78).
O Código de Ética e Conduta poderá ser um documento que aborda o
modo de atuação de cada funcionário de maneira generalizada, sem adentrar aos
detalhes de cada setor, mas também poderá ser um documento detalhado, onde irá
destacar os riscos específicos de cada setor da empresa. Logo, a empresa tem a
faculdade de escolher como irá detalhar os riscos, no entanto “[...] o mais relevante é
que todos os funcionários entendam que aquele livro que lhes foi entregue não é um
peso de papel, mas que ele deve ser consultado e compreendido.” (MENDES;
CARVALHO, 2017, p. 136).
Apesar da elaboração do Código ser de autonomia da empresa, deverão
ser notoriamente estabelecidos os procedimentos de apuração das práticas ilícitas,
os procedimentos investigação de tais práticas e também os procedimentos de
defesa e execução de sanções. (PESTANA, 2016, p. 83).
Logo, tendo-se elaborado um Código efetivo, devem as empresas torna-
los públicos e direcioná-los a todos os seus colaboradores. Nesse sentido, Mendes e
Carvalho (2017, p. 136) afirma que
Para que o funcionário tenha clareza sobre o papel do código, ele deve ser
apresentado aos empregados já durante o recrutamento. Ao lado da
avaliação sobre as aptidões da pessoa para a função, suas qualificações
acadêmicas e profissionais e sua experiência, a organização deve
demonstrar desde o início que a integridade e a capacidade de cumprir as
regras do candidato ao cargo são essenciais e determinantes para fazer
parte da empresa.
Nenhuma política ou procedimento preventivo terá êxito sem que haja, por
parte da pessoa jurídica, uma constante vigilância sobre o pessoal para
certificar-se do grau de conformidade das condutas adotadas com relação à
política e aos procedimentos que preconiza. Não significa instalar, na
pessoa jurídica, um estado policialesco, ditatorial e arbitrário, mas, sim, do
cultivo, saudável e constante, da vigilância em relação ao cumprimento dos
valores por si adotados, estreitando as relações entre a empresa e os seus
colaboradores.
Ao mesmo tempo que as normas que devem ser cumpridas pelos agentes
econômicos são hoje muito mais numerosas e complexas do que há
algumas décadas, o descumprimento da regulação aplicável tem gerado
consequências muito severas e por vezes até drásticas para os
responsáveis.
Com a atenção cada vez maior conferida pela mídia a casos de corrupção e
de infrações antitruste, o mais elementar dos impactos é a manutenção ou
46
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DIPP, Gilson Langaro; CASTILHO, Manoel Lauro Volkmer de. Comentários Sobre
a Lei Anticorrupção. São Paulo: Saraiva, 2016. 192 p.