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Tere: ira, 13 de Outubro de 1970 BOLETIM 1 S€RTE—Nimero 238 OFICIAL DE ANGOLA Prego deste nam: —18$00 Toda @ conespondéncia, quer oft al, quer relative a anincios @ asi patiras do «Boletim Oficcle, dove ser dirigida & Administragdo da Imprensa Nacional de Angola, em Luanda, Caixa Postal 1308 AVISO AOS ASSINANTES ‘Todos of assinantes do «Boletim Oficial» que desejem renovar as muas asiinaturas para o préximo ano, deverso remeter a impor- Hincia respective, até 30 de Novembro impreterivelmente, 2 fim Incuinds o nimero da Calxa Postal, ¢ se pretendem que mesmo seja envlado por via aéren ou via normal, SUMARIO Governo-Geral de Angola Diploma Legislativo n.° 4044: Aprova © Cédigo do Imposto Predial Urbano. Portarla m.? 17 186: Aprova a distribuigo da verba do capitulo IV, artigo 234°, do orcamento geral da provincia de ‘Angola, par © ano econémico de 1970, consignada a 2* Zona de Ins ‘pecsto Escolar, em Malanje. Portaria n° 17 187: Determina que o estabelecimento de ensino criado, na cidade ‘de. Luanda, pelo Decreto n° 438/70, de 19 de Setembro de 1970, passa, a designar-se Escola 'Preparatéria General Geraldo’ Antonio Vitor Portaria n.° 17188: Aare dios du van d cpio JV, aren 23 iD, alias odo ofvamento geral da province de furs o'ano econbmic'de 1976 cnsgnndn 208 Servior de Banca SSS GOVERNO-GERAL DE ANGOLA Diploma Legislative n° 4044 1. De todos os impostos agora objecto de reforma, aquele cuja estrutura sofrers menores alteragdes € 0 que incide sobre os rendimentos da propriedade urbana. ‘Nao obstante, so em no pequerio niimero as modifi- cagSes de fundo, 6s aperfeigoamentas téenicos ¢ as cor- recgGes’formais que nele se introduzem, o primeiro dos quais ¢, precisamente, o relativo & nova designagio atri- buida & actual contribuigdo predial urbana. A realizacio de uma reforma do sistema fiscal com a profundidade ¢ a amplitude da presente afigurou-se opor- ASSINATORAS © prego dos anGncos 6 de 3 a linha, acrescido do respectivo impesto do selo, dependendo @ sua publicagso do depisito prévio a efectuar na Tesowaria da’Imprensa Naconel de Anacla tunidade adequada para abandonar definitivamente a dua- ide de designagses por que, mercé de razdes histéricas cuja validade cessou, ainda hoje so conhecidos alguns dos. mais antigos impostos portugueses. Forjado na época em que a0 imposto andava ligada a ideia de uma concessio voluntéria ¢ quase contratual feita a0. soberano pelos representantes das diversas classes sociais reunidos em Cortes, o termo contribuicio perdeu © seu inicial sentido & medida que a centralizagio do poder e uma nova formulacio da teoria juridica do Est do deram ao imposto a natureza de acto unilateral do poder politico, vinculado embora a regras de forca consti- ‘ucional e subordinado ao supremo império da legalidade que caracteriza 0 moderno Estado de direito. Deste modo, a distincéo entre contribuigéo © imposto, hoje, no direito portugués mais nfo indica do que a maior ‘ou menor antiguidade das espécies tributirias, pelo que adoptar uma designagso uniforme para realidades de fdéntica natureza se afigura vantajosa exigéncia de rigor técnico © conceitual. Esta a razio das novas denomina- ges que, pela presente reforma, se atribui & actual con- ‘ribuigao.predial urbana. 2 Quanto a incidéncia, o presente cédigo introduz im- portantes alteragSes no regime vigente, nomeadamente pelo que respeita a0 conceito de prédio urbano € a0 novo tra- tamento fiscal dado aos casos de sublocagio. Relativamente a0 primeiro, houve a preocupaco de substituir uma enumeracdo mais ou menos casuistica por ‘um conceito de cardcter genérico, em que a afectaco real ‘ou potencial da coisa é elemento decisivo, e o qual fosse capaz de contemplar as novas situagGes entretanto sur- idas, evitando assim a evasio € a fuga a0 imposto. elo que respeita & sublocacSo, entendeu-se que, quando as rendas recebidas pelos sublocadores excedam as rendas por eles pagas, se justificava se Thes exigisse imposto pela diferenca entre a renda paga ao senhorio ¢ a recebida pelo arrendatério, jé que a normal modéstia dos seus recursos, que os leva precisamente a recorrer & sublocagio, desa conselhava que 2 tributagio a que passario a ficar sujei ‘tos incidisse igualmente sobre 0 valor representado pela utilizagSo directa de uma parte do prédio. 3. Se é evidente 0 notével surto de construcio por toda a provincia, em especial nos meios urbanos, para © que decerto no deixou de contribuir a isencio de dez anos de que beneficiam os rendimentos dos prédios cons- truidos de novo, prevista na legislacdo em vigor, tem de reconhecer-se porém, que muitas vezes as novas casas construfdas 0 tém sido com meros intuitos especulativos, 1548 te totalmente as reais necessidades habitacionais dese eros ndclos © of Fecursos econdmicos da grande maioria da popalagdo. ‘Assim, a experiéacia colhida da execuséo do regime vigente parece desaconselhar o estimulo indiscriminado da construglo, que tantas vezes tem absorvido os capitais necessirios a0 desenvolvimento da producéo industrial, e ‘a substituigio do sistema actual por um esquema maledvel, susceptivel de se adaptar aos diversos condicionalismos das virias regides e localidades da provincia, visando, em primeira linha, fomentar e apoiar a construgéo de habita- ses que, pelo nivel das suas rendas, estejam ao alcance das camadas populacionais de mais modestos recursos. 4. Na determinaso da matéria colectével do presente imposto tem também projec¢do 0 principio de tributagao do rendimento real que norteia a reforma em que se inte- gta, pelo que, tratando-se de prédios arrendados. se aten- deré, como base de tributagdo, ao rendimento iliquido representado pelas rendas contratuais efectivamente rece- idas pelo seahorio, a0 qual se abatem depois diversos fencargos por aquele suportados. como os respeitantes a energia para elevadores, retribuigio de porteiros, ilumina- 40 ou climatizagdo central, prémios de seguro, etc. Tratando-se de prédios nfo arrendados, néo poderia fazer-se mais do que manter a actual tributagdo baseada num rendimento estimado, obtido por confronto com pré- dios idénticos dados de arrendamento, na qual se intro- duzem, no entanto, alguns ajustamentos de pormenor. Pelo que respeita a0 processo de apuramento do rendi- mento colectével, além de nele se haverem introduzido diversos aperfeigoamentos de carécter técnico, cabe referir © regime previsto para os prédios isentos, cujo rendimento passa a constar da respectiva matriz, ¢ @ adopcio de ca- dernetas prediais para registo dos principais elementos respeitantes 20 prédio, documento que a lei vigente des- conhece ¢ se afigura de grande utilidade para os servigos © 0s contribuintes. 5. Seguindo a mesma orientacio jf consagrada na re- forma do imposto profissional, incorpora-se no presente imposto 0 adicional criado pelo Diploma Legislative 1 3767, de 7 de Outubro de 1967, e suprime-se o selo de conhecimento que incidia sobre © somat6rio da colecta da contribuigdo predial e do referido adicional. Assim, a taxa de 20 por cento prevista no cédigo mais nio representa do que actual taxa de 12 por cento, acrescida do adicional (50 por cento pera os corpos admi- nistrativos e 3 por cento para o Fundo de Turismo) e do selo de conhecimento (8 por cento sobre o montante da colecta € respective adicional). 6. A incidéncia do Imposto Predial Urbano sobre ren- dimentos reais implica que, tal como acontece com a res- tante tributago do rendimento, a determinagdo da maté- ria colectivel e a correspondente liquidacdo s6 possam realizar-se no ano seguinte ao da percep¢io dos rendi- mentos, 0 que poderia, contudo, ser fonte de dificuldades para o tesouro da provincia, Para obviar a tais inconvenientes, determina-se que 0 imposto referente aos prédios arrendados seja, em cada ‘ano, objecto de liquidacio proviséria, com base no rendi- mento colectével inscrito nas matrizes e correspondente as dltimas rendas coniratuais declaradas pelo contribuinte, procedendo-se, depois de apurado o montante exacto matéria tributével, ou & quidagio adicional, pela dife- renga, ou & anulagdo, pelo excesso. BOLETIM OFICIAL DE ANGOLA Nestes termos: ‘Ao abrigo da autorizagio concedida pelo artigo 1.? do Decreto n.* 47965, de 26 de Setembro de 1967; Ouvido 0 Conselho Econémico e Social: Usando da competéncia atribuida pelo artigo 151° da Constituigo, 0 Governador-Geral de Angola determina © seguinte: Artigo 1° E aprovado 0 Cédigo do Imposto Predial Urbano, que faz parte do presente diploma legislativo. Art. 2*—1. © Cédigo comecard a vigorar em toda a provincia no dia 1 de Janeiro de 1971. 2. Sem. prejuizo do disposto non 1 do artigo 9.° do Cédigo Geral Tributério, as isengSes permanentes de con- tribuigdo predial urbana previstas na legislagdo em vigor que pelo cédigo nao sejam mantidas caducam a partir da sua entrada em vigor. 3. As isengdes tempordrias de contribuigo predial ur- ‘bana previstas na legislagio vigente ¢ j4 concedidas ou reconhecidas & data do presente diploma subsistirio até 20 fim do tespectivo prazo. 4. Enquanto no for revisto o regime da contribuigo industrial, manter-se-4 em vigor a isenséo de contribuigo predial urbana a favor de estabelecimentos particulares de ensino prevista no n.° 17 do artigo 3. do regulamento aprovado pelo Diploma Legislative n° 2149, de 4 de Maio de 1949. 5. 0. servigo de conservago das matrizes do ano de 1970, seré encerrado nos termos da legislacdo vigente, quidando-se o imposto a pagar em 1971 sobre os rend mentos colectéveis nelas inscritos, referentes a0 ano cor- rente. 6. A liquidagio a que se refere o mimero anterior seré rectificada nos termos do n.° 2 do artigo 104. do cédigo, ‘no que tespeita aos prédios arrendados, ¢ com base nos rendimentos colectéveis constantes das’ matrizes, quanto 0s no arrendados, devendo cobrar-se ou anular-se as diferengas no més de Outubro de 1971, conforme o dis- posto mos artigos 118° e 119.° do cédigo, com as adapta- ses necessdrias. 7. A cobranga do imposto incidente sobre os rendi mentos de 1970, nos casos em que a determinacio da matéria colectével deva ter tnicamente por base a decla- racdo do contribuinte, serd também efectuada em Outubro de 1971 Art. 3 As diividas que surgirem quanto & entrada em vigor de qualquer disposigio do cédigo. com excepeio das relativas a incidéncias e a isengbes, sero resolvidas pelo Governador-Geral, em despacho a publicar no Bole- tim Oficial. Art. 4 Até se proceder & renovagio das actuais ma- trizes, com observancia do disposto no artigo 59.° do cédigo, continuario as mesmas a ser utilizadas, corrigindo- -se, porém, os rendimentos dos prédios nfo arrendados pela forma’ seguinte: @) A correcsio efectuar-se-4 multiplicando os rendi- mentos inscritos na matriz por factores apura- dos com base em indices que exprimam as va- riagbes sofridas pelos mesmos rendimentos; 1b) Os indices serio estabelecidos por cada area fiscal com base em avaliagdes de prédios-tipo, selec- cionados por época de insctigio e por escaldes de rendimentos matriciais; I SERIE—N. 23813 DE OUTUBRO DE 1970 ©) A avaliagio de prédios-tipo teré em vista detet minar 0 seu rendimento colectével por compa- ago com prédios que se encomirem arrenda- dos ¢ que melhor sirvam de padrio: ) Os factores referidos na alinea a) serdo fixados pelo Governador-Geral, em despacho proferido sob proposta da Direcgio Provincial dos Servi- gos de Fazenda e Contabilidade e publicado no Boletim Oficial. Art. 5° $6 depois da correcgto dos rendimentos colec- téveis se procederé & revisio das inscrigées matriciais. Art, 6° Das correcgdes feitas nos termos do artigo 4° poderdo os contribuintes reclamar com 0s fundamentos previstos no artigo 133.’ do cédigo, no prazo de trinta dias, anunciado por editais, logo que as respectivas operacies se encontrem concluidas em cada drea fiscal. Art. 7. Os secretérios de Fazenda mandario inciuir em proposta de avaliagio, organizada nos termos don. 2 do artigo 51° do cédigo, os prédios cujos rendimentos colectéveis resultantes da correccio sejam, em seu enten- der, manifestamente inferiores Aqueles com que os mes- mos prédios deveriam estar inscritos, e bem assim os que se encontrem inscritos nas matrizes sem rendimento, ainda que por motivo de isencdo. Art, 8° Concluidas, em relagdo a cada area fiscal ow zona administrativa, as correcgdes previstas nos artigos anteriores, a Dicecgio Provincial dos Servicos de Fazenda © Contabilidade anunciaré no Boletim Oficial a data a partir da qual as respectivas matrizes, reorganizadas, comegario a ser utilizadas para fins fisca Art, 9° As modificagdes que de futuro se fizerem sobre matéria contida no cédigo serio consideradas como fa- zendo parte dele ¢ inseridas no lugar proprio, devendo ser sempre efectuadas por meio de substituigSo dos artigos alterados, supressio dos artigos inuiteis ou pelo adiciona- mento dos que forem necessétios. Art. 10° O Governador-Geral poderé, por meio de des- pacho, alterar os modelos dos impressos que fazem parte do eédigo, competindo & Direceio Provincial dos Servigos de Fazenda e Contabilidade mandar adoptar os mais que se tornem necessérios & execugo interna dos servigos de {que trata o mesmo cédigo. ‘Art. 112 Por infracgbes a0 disposto no cédigo, cometi- das durante 0 ano de 1971, s6 poderio ser levantados autos de transgressio com prévia auiorizagio do Gover- nador-Geral, que a concederé tnicamente quando julgue ter havido culpa grave. Art. 12° A receita do presente imposto seré repartida na proporgdo seguinte: Para o Estado... .... Para os corpos administrativos © circunscrig6es administrativas . 30 » » Para o Fundo de Turismo... 18 > » Publique-se ¢ cumpra-se como nele se contém. Residéncia do Governo-Geral de Angola, em Luanda, 13 de Outubro de 1970.—O Governador-Geral, Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz. 68,2 por cento Cédigo do Imposto Predial Urbano CAPITULO 1 Incidéncia Artigo 1° © imposto predial urbano incide sobre os readimentos dos prédios urbanos situados na provincia, say Art, 2°— 1. Considera-se rendimenio dos prédios urba- nos, quando arrendados, 0 valor da respectiva renda expresso em moeda corrente; ¢, quando 0 néo estejam, a equivalente utilidade que deles obtiver, ou tenha possi- bilidades de obter, quem possa usar ow fruir os mesmos Prédios. 2. Nio incide imposto predial sobre aquela utilidade, quando os prédios se encontrem adstritos, por quem os use ou frua sem pagamento de renda, a0 exercicio de acti- vidades sujeitas a imposto industrial, embora dele isentas, 3. Os prédios urbanos ter-se-o por no arrendados no aso do artigo 17. ‘Ant. 3°—1. Para efeito deste imposto, prédio urbano & toda a fracgéo de territ6rio, abrangendo os edificios ¢ construgdes de qualquer natureza nela incorporados ou assentes com cardcter de permanéncia, desde que faca parte do patriménio de uma pessoa singular ou colectiva, seja_susceptivel, em circunsténcias normais, de produzir rendimento ¢ esteja afecto a quaisquer fins que nio sejam agricultura, silvicultura ou pecudtia; ¢ bem assim todo © eificio ou construgéo que se encontre nas condigdes anteriores, ainda mesmo quando situado numa fracgio de territério que constitua parte integrante de um patri- ménio diverso ou nfo tenha naturcza patrimonial. 2. Os edificios ou consirugdes, ainda que méveis por naitireza, serio havidos como tendo carcter de perma- néncia quando se acharem assentes no mesmo local por tum periodo superior a seis meses. Art. 4°—1. O imposto predial urbano é devido pelos titulares do direito aos rendimentos dos prédios, presu- mindo-se como tals as pessoas em nome de quem os mes- ‘mos se encontrem inscritos na matriz ou que deles tenham etectiva posse, 2. Nos casos em que os rendimentos se repartam por diversos titulares, o imposto recaird sobre cada um con- soante 0 seu direito. 3. Quando se verifique sublocagio de propriedade urbae nna ou cedéncia de exploragdo de estabelecimentos mer- cantis ou industriais e a renda ou pregos recebidos pelo sublocador ov cedente, entendidos nos termos dos n.* 2 © 3 do artigo 16.’, exceda a renda ou pregos por ele pagos, ficard este obrigado a imposto pela diferenca. 4. Tratando-se de propriedade resolivel, o imposto seré devido por quem tenha 0 uso e fruigio do prédio. 5. As pessoas singulares ou colectivas que beneficiem da cedéncia gratuita, a titulo precdrio, de quaisquer pré- dios pertencentes a entidades isentas de imposto predial so obrigadas ao pagamento de imposto pelos rendimen- tos dos mesmos prédios. CAPITULO I Tsengbes Ait. 5°—1. Estfo isemtos de imposto predial urbano: 42) Os organismos corporativos ¢ as associagSes econd- micas, quanto a0 rendimento dos prédios ou parte ‘dos prédios destinados a directa e ime- Siata realizagio dos seus fins; 5) As associagSes ou organizagdes de qualquer reli- ‘iio ou culto, as quais seja reconhecida perso- nalidade juridica, quanto aos templos ou edifi- cios exclusivamente afectos ao culto; ©) As pessoas singulares ou colectivas que cederem gratuitamente prédios, ou partes de prédios, que se destinem a servigos piiblicos, &s associagdes hhumanitérias © aos organismos oficiais, oficiali- zados ou particulares de beneficéncia, assistén- cia ou caridade, a escolas, museus ou outras instituigbes de interesse piblico € social, com referéncia aos rendimentos dos prédios cedidos; a) Os Estados estrangeiros, quanto ao rendimento dos ‘prédios adquiridos para instalagio das suas re- presentagies consulares. desde que haja reci- procidade; ¢) Os rendimentos anuais inferiores a 24008 qualquer ‘que seja 0 tipo das construgées, quando habi- tadas pelos proprietérios. Art. 6°—1, O direito as isengdes a que aludem as alineas a), b) e ¢) do artigo anterior sera reconhecido pelo secretdrio de Fazenda da drea fiscal da situago dos pré- dios, a pedido dos proprietérios, em requerimento devi- damente documentado. 2. O reconhecimento do interesse piblico e social das instituig6es mencionadas na parte final da alinea c) do mesmo artigo ¢ da competéncia do Governador-Geral. 3. O secretério de Fazenda promoverd oficiosamente © reconhecimento do interesse piiblico e social das insti- tuigdes quando seja requerida a isencéo, remetendo a Direogao Provincial dos Servigos de Fazenda e Contabili- dade os elementos de prova produzidos pelos requerentes 4. 0 direito & isengdo referida na alinea d) do artigo precedente serd reconhecido mediante despacho do Gover- ‘nador-Geral. Art. 7°—1. O rendimento dos prédios urbanos cons- truidos de novo, na parte destinada a habitagio, sera isento tempoririamente, de harmonia com a reoda anual resultante dos contratos, quando atrendados os prédios ou as respectivas habitagbes, ou considerando o valor da locacio, quando 0 no estejam, 2. A duragdo das isengdes constaré de tabela aprovada por despacho do Governador-Geral, ouvida a Junta Pro- Vincial de Habitagio, ¢ serd fixada entre cinco ¢ quinze anos, tendo em conta, designadamente, as citcunstincias seguintes: 4) Maior ou menor gravidade do problema habita- ional nos diversos nicleos urbanos; +b) Exigéncias do nivel de vida das localidades ¢ cate- goria administrativa destas; ©) Os planos urbanisticos jé em vigor, ou a aprovar; 4) Caracteristicas das habitagdes ¢ sua adaplagdo as necessidades familiares decorrentes das condi- ses locais, dentro dos escaldes de renda mais adequados. 3, Sempre que as circunstincias o aconsethem, a tabela seré revista, mas as alteragdes introduzidas s6 entrario em vigor na data fixada no despacho que a aprovar, nic podendo, no entanto, medear entre essa data ¢ a do refe ido despacho um prazo inferior a trés meses, nem se apli ccando tais alteragdes aos prédios cujas licengas para cons- trugio tenbam sido concedidas antes da daia do mesmo despacho. 4. Se 0 prédio, ou parte dele, anteriormente afecto a habitagio for arrendado para comércio ow indistria, a ‘isengo cessaré, quanto 20 rendimento respectivo, desde © inicio do arrendamento. 5. Se o prédio, ou parte do prédio, afecto ao exercicio de comércio ou industria for arrendado para habitagio dentro do perfodo em que estaria isento ¢¢ inicialmente hhouvesse tido este destino, 0 rendimenio correspondente ainda gozard de isencio, mas apenas desde 0 inicio do ‘arrendamento até ao termo daquele periodo. BOLETIM OFICIAL DE ANGOLA 6. Considera-se habitagdo, para 0s efeitos do disposto neste artigo, 0 conjunto de compartimentos ou divisées, constituindo um fogo independente. ‘Ait. 8°—1. A unidade a tomar em conta para a con cessio do beneficio previsto no artigo anterior seré repre sentada pelo conjunto de todas as habitagies. 2. Quando as rendas anuais das diversas habitagies de um mesmo prédio fiquem compreendidas em mais de ‘um dos escaldes da tabela a que alude o n.° 2 do artigo anterior, 0 nimero de anos de isengio seré 0 do escalio correspondente & renda mais elevada. 3. A isencdo seré reduzida para trés anos se a renda anual de qualquer das habitagdes exceder o limite mé- ximo do escalao mais elevado. ‘Att. 9. No regime de propriedade horizontal, cada ha- bilagio constituiré uma unidade auténoma, procedendo-se a0 ajusiamento da isencio sempre que esta tenha sido concedida anteriormente & data em que o prédio foi subme- tido Aquele regime. ‘Art. 10." A isengo contar-se-& a partir da data em que, segundo 0 respectivo certificado de habitabilidade, os pré- dios sejam considerados hal ou quando’ ai néo Venha mencionada tal data, a partir'do momento em que a deliberagio ou decisio tenha sido tomada. Art. 11 Aos rendimentos dos prédios urbanos ampli dos e melhorados aproveitard também a isencio, nos ter- mos estabelecidos nos artigos anteriores, mas apenas na parte correspondente ao acréscimo de rendimento resul- tante do aumento de renda contratual, ou do maior valor de locago, por efeito das ampliagSes ou methoramentos. Art, 12°—1. As isengdes a que se referem os ar gos 7: € 11° deverio ser solicitadas ao secretério de Fazenda da rea fiscal da situagdo dos prédios, mediante requerimenio dos interessados, ‘acompanhado do cettifi- cado de habitabilidade ¢ dos documentos comprovativos dos arrendamentos, seo prédio se encontrar arrendado & data do pedido e estes documentos nfo tiverem sido jd apresentados. 2. Os requerimentos devem ser apresentados no prazo de 90 dias, a contar da passagem do tespectivo certificado de habitabilidade. 3. Se o pedido der entrada na repartigio de Fazenda para_além do prazo estabelecido no mimero anterior, & isengéo abrangeré apenas 0 periodo compreendido entre a data da enirega do requerimento em que € solicitada ¢ aquela em que findaria se fosse pedida em tempo. 44. Depois de entregue o pedido de isengio nos termos deste artigo, 0 secretério de Fazenda ordenard a avaliacio dos prédios, se o nao tiver sido j6, aplicando-se as disposi- ‘ges dos artigos 44° a 46° 5. O secretério de Fazenda decidird acerca do pedido, tendo em conta as rendas anuais constantes dos respectivos contratos, quanto & propriedade considerada arrendada, ¢ © valor locativo atribuido na avaliagao, nos restantes casos. 6. O despacho deverd ser notificado ao requerente ¢, quando for de deferimento fixard as datas do inicio e do termo da isengao. 7. O despacho referido no pardgrafo anterior € suscep- Livel de recurso hierérquico para o respectivo director de Fazenda. Art. 131. Sempre que os prédios que tenham bene- ficiado das isengdes previstas nos artigos 7.° e 11." sejam arrendados por renda superior ao limite maximo do esea- lo em que assentou a concessio do beneficio, © periodo da isengio seré revisto oficiosamente, 2. A isencio seré reduzida para o escalio que competir & nova renda, contando sempre o tempo jé decorrido. i_SORIE—N. 238—13 DE OUTUBRO DE 1970 3. O contribuinte seré notificado da decisio para efsito de recurso nos termos do n.* 7 do artigo anterior. ‘Art. 14.°— I. Sio mantidas, no que respeita aos prédios ies de_prédios arrendados, as iseng5es do imposto predial para fomento das induistrias hotelciras e similares, estabelecidas nas Leis n.* 2073, de 23 de Dezembro de 1954 ¢ 2081, de 4 de Junho de 1956, aplicaveis ao Ultramar por forga da Portaria n.” 17673, de 14 de Abril de 1960. 2. Para beneficiarem da isengio, deverio os interessa- dos solicité-la ao secretério de Fazcnda da respectiva area fiscal, em requerimento no qual se faca mencio de ter sido publicado 0 despacho previsio no artigo 11." da Lei no 2073, de 23 de Dezembro de 1954, Art. 15° Tratando-se de isengdes condicionadas, os ti- tulares dos rendimentos dos prédios ficam obrigados a declarar, no prazo de trinta dias, a cessago do facto que condicionava a isengao. CAPITULO I Determinagio da matéria colectivel SECCAO 1 Des prédios arrendades Art. 16°— 1. O rendimento colectével dos prédios urba- nos, quando arrendados, é igual as rendas efectivamente recebidas em cada ano, liquidas de uma percentagem para despesas de conservagao ¢ dos encargos referidos no art 0 18" quando suportados pelo senhorio. 2. Considera-se renda tudo quanto o senhotio reccba do arrendatdrio, ou este satisfaga em sua vez, por efeito directo da cedéncia dos prédios © dos servigos que por- ventura neles tenha estabelecido, quer estes servigos sejam cespeciais para o arrendatério, quer comuns a outros arren- datirios do mesmo ou de diversos prédios ¢ ainda que também aproveitem 20 préprio senhorio. 3. Considera-se ainda renda dos prédios urbanos: @) O que © arrendatério pagar pelo aluguer de ma- quinismos mobilidrios dos estabelecimentos fabris e comerciais instalados nos mesmos pré- dios: b) Tudo o que o senhorio receba pelo arrendamento de casas mobiladas: ©) © preco da cedéncia da exploragio de estabeleci- mentos mercantis ow industria) 4) As importincias recebidas de quem utiliza quais- ‘quer prédios para publicidade ou outros fins especiais. 4. Nas sublocagdes ou cedéncias da exploragio de estabelecimentos fabris ou industriais sujeitas a imposto redial nos termos do n° 3 do artigo 4.°, o rendimento colectivel ¢ igual & diferenga entre a renda anual ou reco pagos pelo sublocatério ou explorador € a renda, também anual, convencionada entre o senhorio e 0 sublo- cador ou cedente. 5. Quando, em arrendamentos ou sublocagSes que devam durar dois ou mais anos, haja antecipacao total ou parcial de rendas e sempre que’o prego da cedéncia da explora- so de estabelecimentos mercantis ou industriais nas con- digées anteriores seja pago por uma 36 vez, constituiré matéria colectével do imposto predial, em cada ano, o quociente da divisio da renda ou prego pelo niimero de ‘anos a que respeite. Art. 17°—1. Quando um prédio, ou parte dele, for arrendado por quantia inferior a dois tergos da tltima renda anual convencionada, ou de valor locativo, se mio 1ss1 se encontrava anteriormente em regime de arrendamento, ter-se-d como nio arrendado para efeito de imposio pre- dial urbano, salvo se tiver ocorrido uma geral do nivel das rendas ou se 0 prédio, anteriorments arrendado com mobilia, passar a ser arrendado sem mobili 2. Se a renda anterior se encontrava desactualizada, a nova renda deve comparar-se com a do prédio, ow parte do prédio, dado de arrendamento, em regime de liberdade contratual, ¢ que melhor sirva de padric. 3. O secretdtio de Fazenda decidird cada caso com audiéncia prévia do contribuinte, ficando a decisio sujeita @ confirmagio do respectivo director de Fazenda, que poderd ordenar as diligincias que entender necessérias. ‘Art. 18 Os encargos mencionados no artigo 16° sio cs resuliantes de despesas com: 4) Assisténcia técnica ¢ energia para elevadores, mon- ta-cargas e clevagio de agua; by Retribuigdo de porteiros ¢ pessoal de limpeza; ©) Ltuminagdo de vestibulos ¢ escadas; ) Climatizagio central; €) Administragio de propriedade horizontal quando ‘© mimero de condéminos nio for inferior a dez; f) Prémio de seguro dos prédios. Art 19." 1. O rendimento colectavel dos prédios urba- nos, total ou parcialmente arrendados, determina-se atra- vés de declaracio dos coniribuintes, conforme o modelo no 1, a apresentar na Reparticio de Fazenda da area fiscal onde aqueles ce situem, no més de Janeiro de cada ano © em separado para cada prédio. 2. A renovagio desia declaragdo apenas € obrigatés quando haja alteracio em qualquer dos seus elementos, 3. Os contribuintes deverdo indicar as rendas conven- as ¢ as efectivamente recebidas no ano anterior, com iscriminagio dos correspondentes encargos, © juntar, quando ainda o ndo tenham feito, os contratos ou as certi- bes de escrituras de arrendamento, ou os duplicados das declaragdes para pagamento do imposto de selo relative 0s contratos oraimente eelebrados. 4, Sempre que as rendas cfectivamente recebidas iio ‘coincidam com as convencionadas, deverdo os declarantes justificar as divergéncias existentes e provar documental- mente 0s motivos alegados, se a Reparticio de Fazenda © jugar necessitio. 5. A declaragio seré assinada pelo contribuinte, seu representante legal ou mandaiério, com a assinatura re- comhecida por notério ou autenticada com o selo branco do competente servigo cu organismo, salvo se for apre- sentada pelo proprio ¢ este se identficer perante a Repar- tigdo de Fazenda, sendo o facto cettificado pelo funcio- ndrio que receber a declaragio. ‘Art. 20° Quando se verifique sublocagio ou cedéncia de exploragio de estabelecimentos mercantis ou industriais, observar-se-é, na parte aplicdvel, 0 disposto no artigo anterior. Art. 21.* As declaragdes referidas nos artigos preceden- tes devem conter mencdo expressa de que o senhori sublocador ou 0 cedente assume a responsabilidad: de qualquer inexactidio delas constante e se sujeita a todas as consequéncias legais, designadamente a prevista no ar- tigo 151.” Art. 22°—I. Sempre que os prédios fiquem devolutos, no todo ou em parte, os titulares do dircito aos respectivos rendimentos deverio participar o facto, no prazo de quinze dias, & Repartigfo de Fazenda competente. 3582 2, A participagio seré feita em duplicado, em papel de formato legal, passando 0 secretdrio de Fazenda recibo num dos exemplares, que restituiré a0 contribuinte. 3. Os servigas de fiscalizagdo deverio informar mensal- mente se o prédio, ou parte dele, se mantém ou nio devoluto, mencionando sempre as circunstincias de facto de que tenham conhecimento. 4. Se a participacio for apresentada fora do prazo esta- belecido neste artigo, seré a liquidagSo proviséria a que alude 0 artigo 104.° considerada definitiva, com referencia aos duodécimos corre:pondentes aos meses decorridos desde aquele em que o prédio, ow parte de prédio, ficou devoluto, até ao termo daquele em que a participagio tenha sido apresentada. Art, 23°—1. Nao se consideram devolutos os prédios ow partes de prédio: @) Que se encontrem arrendados, embora 0 locatério ‘05 no habite: 5) Que estejam ocupados pelos titulares do direito ndimentos ou por estes cedidos gratuita- ©) Que, estando mobilados, nio sejm oferecidos para afrendamento com mobilia; 4) Que, néo obstante encontrarem-se desocupados, o senhorio se recuse injustificadamente a arrendar. 2. Pata os efeitos da alinea d), haver-se-4 como recusa injustificada o facto de o senhorio pedir renda exorbitante, como tal se considerando a que exceda em mais de 30 por cento a titima renda contratual, quendo actualizada, ou © valor locativo da matriz, se 0 prédio ou parte do prédio no se encontrava anteriormente em regime de arrenda- mento. 3. Quando no prédio se tenham introduzido melhora- mentos aprecidveis, ou a sltima renda se encontre desac- tualizada, a pretendida pelo senhorio deve comparar-se ‘com a de prédio ou parte de prédio, arrendado em regime de liberdade contratual, e que melhor sirva de padrio. ‘Art. 24°—1. Os abatimentos referidos no artigo 16 serio calculados pela forma seguinte: 4@) A percentagem para despesas de conservagio dos prédios, fixada na avaliacio ¢ constante da ma- ttiz, recairé sobre o valor da renda anual con- vvencionada; ) Os encargos suportados pelo senborio sio 0s cons- tantes da tabela a aprovar em portaria pelo Governador-Geral. 2, Nas sublocagdes e cedéncias da exploragio de esta- belecimentos mercantis ou industriais, a diferenga entre a renda ou prego recebidos pelo sublocador ou cedente ¢ 5 por ele pagos ao senhorio ou cessiondrio nio benefi- ciard de qualquer abatimento, Art. 25." As repartigdes de Fazenda deveréo confrontar as declaracées de rendas com os contratos e certiddes das escrituras dos arrendamentos ¢ declaragdss, para feito do imposto do selo, dos contratos oralmente celebrados, com as participagdes de prédios ou parte de prédios devo- Tutos e, Se necessério, com outros elementos que se encon- trarem’ a0 sew alcance. Art, 26°—1. Para determinago do rendimento colec- tavel que hé-de servir de base a liquidacio das colectas definitivas, ser preenchido um verbete, mencionando as endas recebidas separadamente por andares ou divi 08 abatimentos a efectuar € 0 rendimento liquido sujeito a tributaséo. BOLETIM OFICIAL DE ANGOLA 2. As divisdes ¢ andares ndo arrendados durante todo ou parte do ano a que o langamento respite, e que, nos termos do artigo 23.*, nfo devam considerar-se devolutos, sero inscritos no respectivo verbete pelos corresponden- tes valores locativos que constem da matriz. Art. 27 Por cada prédio inscrito na matriz seré orga- nizado um processo em que serio reunidos todos os do- cumentos que respeitem 20 mesmo prédio, incluindo verbete a que se refere o artigo anterior. SECCAO It Dos préios nio arrendados Art, 28.°— 1. O rendimento colectivel dos prédios urba- nos nao arrendados obtém-se deduzindo do valor locativo 1 percentagem ¢ encargos mencionados no artigo 16.” 2. © valor locativo corresponde & justa renda pelo pe- iodo de um ano em regime de liberdade contratual. Art, 1. O rendimento colectével dos prédios iio arrendados € o inscrito na matriz predial respectiva © sujeito a actualizacao perisdica 2. Quando o prédio arrendado passar a situaglo de no arrendado, considerar-se-4 como rendimento a tributar, a, partir do primeiro més, inclusive, em que aquele facto’ se verifigue, © correspondente & iltima renda contratual. 3. Se a tltima renda se encontrar desactualizada, 0 prédio ou parte do prédio que passe a situagio de arrendado ser4 inciuido na primeira proposta de a . ‘Art. 30.—1. A actualizagio periédica prevista no ar- tigo anterior efectuar-se-4 multiplicando os rendimentos inscrites na matriz por factores apurados com base em indices que exprimam as variagGes softidas pelos mesmos rendimentos. 2. Os indices serio estabelecidos por zonas dentro de cada rea fiscal, mediante avaliaglo de prédios-tipo, por comparagio com prédios andlogos que se encontrem arren- dados na respectiva zona. 3. As variagdes dos rendimentos dos prédios tomados para comparagio serdo registadas em quadros de indices, de modo que estes se conservem permanentemente act zados. 4. O Governador-Geral determinaré, sob proposta da Direcgdo Provincial dos Servigos de Fazenda e Contabil dade, as datas em que deva proceder-se as actualizagées. SECCAO IIL Das avallages directas Ant. 31.°—1. A Direogio Provincial dos Servigos de Fazenda ¢ Coniabilidade poderd ordenar, sempre que 0 julgue necessdrio, a avaliagdo geral da propriedade urbana de qualquer rea fiscal ou zona administrativa que da ‘mesma faga parte. 2. A mesma Direcclo Provincial poderé também pro- mover a avaliacto isolada de quaisquer prédios. Art. 32° Compete ao director de Fazenda do distrito autorizar as avaliagSes propostas nos termos do n.* 2 do artigo 51? ¢ do n* 2 do artigo 130° por fim determinar 0 rendimento colectdvel, tal como & definido no artigo 28° ‘Art. 34°—1. As avaliagbes ficario a cargo de comis- s6es nomeadas para cada rea fiscal. 2. Sempre que as necessidades do servigo o exijam, po- derd ser nomeada mais de uma comissio para cada érea fiscal. Art, 35." tuida por trés membros 1, Cada comissio de avaliagZo seré consti- um, que servird de presidente, I SERIE—N. 238—13 DE OUTUBRO DE 1970 nomeado pelo director de Fazenda do distrito; outro, que serviré de secretério, indicado pelo secretério de Fazenda, 0 terceiro designado pela associagao de proprietérios ou se esta no existir, pelo corpo administrativo da drea em que estiver situado 0 prédio a avaliar 2. A nomeagdo dos membros das comissdes, deverd, sempre que possivel recair em engenheiros civis, arqui- tectos, agentes téenicos de engenbaria civil ou construtores civis diplomados. 3. Na falta de diplomados com as habilitacdes indicadas no nilmero anterior, poderdo ser nomeados outros indi- viduos que reunam ‘as condigdes julgadas necessérias. de preferéncia proprietérios de prédios urbanos. Art. 36°— 1. Os membros das comissies de avaliacio prestario compromisso de honra perante 0 secretdrio de Fazenda, a quem compete dar posse as mesmas comissoes. 2. © termo de posse ser lavrado em livro especial. 3. Ficam os membros das comissdes dispensados de novo compromisso de honra nos processos de avaliacio fem que hhajam de intervir como louvados e que corram seus termos nas repartigbes de Fazenda, mencionando-se tal circunstincia nos ditos processos. 4, Nas direcgbes de Fazenda, haverd registos biografi- cos, permanentemente actualizados, dos membros das comissdes de avaliagao. Art. 37.°—1. As comissbes de avaliagdo prestario ser- vvigo por tempo indeterminado. 2, Quando haja de substituir-se um membro da comis- so que a direocdo de Fazenda ou o corpo administrativo tenham designado, o secretério de Fazenda solicitard a nova nomeagio & entidade competente. 3. Se o vogal a substituir for o de nomeagio do corpo administrativo ¢ este a no fizer no prazo de dez dias 2 contar da data em que for pedida, a comisséo funcionaré com os restantes membros até que aquele vogal seja desig- nado. 4. Os membros das comissSes poderfo ser substituidos por iniciativa das entidades a quem cabe a sua nomeagio, sempre que estas o julguem conveniente. 5. Na falta ou impedimento eventual de qualquer mem- bro da comissiio, proceder-se-& & sua substituiglo, nos ter- mos don 2 ¢'3. ‘Art. 38.°—1. As segundas avaliagdes, previstas no ar- tigo 139°, seréo efectuadas por uma comissio de trés petitos, dois deles nomeados pela Direcdo Provincial dos Servigos de Fazenda c Contabilidade ¢ 0 terceiro pelo ‘contribuinte. 2. Se 0 contribuinte, para tal notificado, no indicar 0 seu perito, a nomeagio sera feita oficiosamente pelo secre- trio de Fazenda. ‘Art, 39°—1, Para a escolha de peritos a nomear nos termos do artigo anterior, a Direcgao Provincial dos Ser- vigos de Fazenda e Contabilidade organizard, em relacio a cada distrito, uma lista de individuos idéneos, propostos pelos respectivos directores de Fazenda. 2. Na organizagio das listas observar-se- 0 disposto nos 1. 2 € 3 do artigo 35. 3. Consideram-se incluidos nas listas das sedes dos dis- tritos os engenheiros subaltemos dos servigos distrtais de Obras Pablicas. 4. Os peritos, salvo os mencionados no mimero ante- rior, prestario compromisso de honra perante o secretério de Fazenda da rea fiscal onde residirem, 5. Aos peritos € aplicdvel o disposto no n° 3 do ar- tigo 36 6. A nomeacdo dos peritos no ¢ incompaiivel com a de membro da comissio permanente de avaliagio. Azt. 40." Nao poderio, simultinzamente, fazer parte da ‘mesma comissio pai, filho, irmios, afins do mesmo grau, ou tio € sobrinho. ‘Art. 41° Nenhum membro das comissées poderd inter- vir na avaliagio de prédios proprios ou de seus parentes por consaguinidade ou afinidade, na linha recta € até a0 4° grau da linha colaceral, ou de bens que adminisire. Art. 42°—1. As avaliagSes efectuadas contra o di posto nos dois artigos anieriores serio anuladas a reque- rimento do contribuinte ou da Fazenda Nacional, obser- vando-se neste caso 0 disposto nos artigos 137." e seguin- tes, 2. Se, decortido o prazo estabelecido no artigo 139.°, 0 secretdrio de Fazenda tiver conhecimento de qualquer ava~ liagio nas condigdes mencionadas, incluiré 0 respectivo rédio ou prédios na primeira proposta de avaliagio. Art. 43.°—I. A orientagio e fiscalizacao dos trabalhos das comissdes pertencem aos secretérios de Fazenda. 2. Compete & Reparticio de Fazenda facultar aos contri- ‘buintes ou seus representantes os esclarecimentos que estes solicitem sobre a avaliagdo dos seus prédios, e permitir- -lhes o erame dos respectivos processos, cademnetas ¢ ma- trizes, independentemente de requer:mento. Art. 44.°—1. Os prédios sujeitos a avaliagio serio des- ctitos em cademnetas do modelo n° 2, nelas se mencio- nando: @) © niimero do respectivo artigo na matriz, quando nela jf esteja descrito, ou, caso contritio, indi- cagio de 0 prédio ser novo ou se encontrar omisso; 1b) Valor locativo total e de cada andar ou divisio susceptivel de arrendamento separado; ©) Percentagem para despesas de conservacio ¢ en- cargos referidos no artigo 16; d) Rendimento Iiquido do prédio, parcial e total; ©) Localizagao; f) Nomes ¢ domicilio ou sede dos titulates do diteito ‘aos rendimentos; #) Designagio ou denominagio, se a tiver, sua com- osigao € aplicagdo e todas as conirontagdes; 1) Quaisquer construgdes ligadas ao prédio com ca- récter de permanéncia, mencionando o fim a que se destinam; 4) Nimero de policia, se o tiver, dispensando-se neste caso as confrontagdes: ) Andares ou divisdes susceptiveis de arrendamento separado, sua composicio ¢ aplicagio; 1D Superticie total, area coberta e descoberia © érea de cada uma das dependéncias ansxas. 2. As cademnetas serio autenticadas pelo secretétio de Fazenda, ‘Art. 45°—1. Nas cadernetas descrever-se-io os prédios pela ordem por que foram avaliados. 2. Na avaliagdo geral dos prédios de uma ou mais loca- lidades respeitar-se-4 uma ordem topogrética. 3. No fim de cada dia de servigo seré mencionada a data respectiva ¢ 0 mimero de prédios cuja avaliagio tiver ficado concluida nesse dia, assinando em seguida os mem- ‘bros da comissio. 4, Todas as emendas ou rasuras das inscrigdes dos pré- dios nas cademetas serio ressalvadas pola comissio ava~ liadora, que rubricaré as ressalvas. Art. 46.—1. Na descrigdo ¢ avaliagio dos prédios deve observar-se 0 seguinte: @) Os jacdins, quintais, parques, alamedas, Ingares de recreio ¢ similares, que constituam anexos a pré- ios urbanos, servindo de mero logradouro aos 1554 ditos prédios, serio incluidos na descrigio des- tes sem indicago de rendimento, mas na ava- liagdo do valor locativo dos prédios no deixard de atender-se a0 beneticio © comodidade resul- tanies de tais logradouros: b) Se os terrenos, lugares de recreio e similares refe- idos na alinca anterior tiverem afectacio dife- ente da que neles se prevé, serio objecto de atribuigdo de rendimento em’ separado; ©) Os prédios construidos em terreno alheio com con- sentimento do proprieiério serio descritos em nome de quem fez a construgio, mencionando- $e como encargo, se 0 howver, a pensio ov a renda do terreno, com indicasio da pessoa a quem for pag: 4) O valor locativo dos prédios arrendados nio pode ser inferior & renda anual convencionada, tal como se encontra definida nos n* 2 ¢ 3 do artigo 16", devendo discriminar-se a parte cor- respondente & mobili €) O valor locativo dos prédios no arrendados deter- ‘minar-se-4 por confronto com outros que se encontrem dados de arrendamento, em regime de liberdade contratual, de preferéncia na mes- ‘ma localidade, ¢ que melhor sirvam de padrio; 1D) Na descrigio e avaliago dos prédios discriminar- -se-io 0s andares ou divisdes cusceptiveis de arrendamento separado ¢ as construgdes referi- das na alinea f) do artigo 44; #) A deducio das despesas de conservasio no po- derd ser superior a 20 por cento do rendimento iliquido anual atribuido a0 prédio; A) Na fixagio da percentagem a deduzir ter-se-do em conta as caracteristicas da construgdo, a locali- zago ¢ o estado de conservacio dos prédios, bem como a época em que foram edificados, devendo a percentagem ¢ os motivos que a jus- tifiquem constar da caderneta, termo ou auto de avaliagio; Para 0 abatimento dos encargos referidos no ar- tigo 18° devem mencicnar-se todos os indica dores aplicaveis, com especificagdo dos quanti- tativos correspondentes; 1) © rendimento colectivel de cada prédio deveré repartir-se entre os diversos titulares, na medida do que couber a cada um ¢, quando necessério, fem face da prova documental produzida. 2. Se a pensio ou renda do terreno a que se refere a alinea ¢) forem, no todo ou em parte, antecipadamente recebidas, ou se para a constituicio do direito de super- se convencionar 0 pagamento por uma s6 vez, obser- var-se-4 20 disposto non 5 do artigo 16 ‘Art, 47. —1, Logo que se conelua qualquer avaliagio geral ordenada nos termos do artigo 31, as repartigoes de Fazenda deverZo proceder & numeracio seguida, se- gundo a ordem topogritfica adoptada. dos prédios inscri- tos nas cadernetas a que ou outro, relacionado com o arrendamento, incorreré em multa igual a0 dobro do valor recebido. 2, Havendo mera exigéncia, pelo senhorio, da compen- sagio ou importincia a que se refere o mimero precedente, a multa variard entre 1000$ © 20 0008. Art. 152" A falta de apresentagio das declaragées pre- vistas nos artigos 19.° e 20. seré punida com multa igual a 20 por cento do rendimento colectével correspondente as rendas convencionadas, mas nunca inferior a 1008. Art, 153°—1. Por qualquer indicago inexacta ou omissio nas declaragées a que alude 0 artigo anterior, de que resulte falta de liquidaso do imposto ou liquidagio inferior & devida, seré paga, havendo simples negligénca, muita de 100$ a’ 2000S, mas nunca superior a0 quant tativo do imposto no liquidado, e, havendo dolo, multa Jamal x0 dobro do mesmo imposto, mas nnnca infeior 2 2008. 2. Considerar-se-4 sempre dolosa a inexactidio prati- cada com a conivéncia do inquilino ou do sublocatério, quando qualquer destes aceite recibos que mencionem Quantia inferior & efectivamente paga. 3. Provados 05 factos a que se refere o niimero antece- dente, incorrerd o inquilino ou sublocatério em multa de 1008 a. $005. Art. 154° —1. A declaracio efectuada nas condigSes do artigo 21° terd por efeito conferir ao arrendatério ou sublocatirio a faculdade de se desobrigar pelo pagamento da renda deciarada, sem prejuizo do Jangamento do im- posto incidir sobre 0 rendimento colectavel resultante da renda convencionada entre as partes. 2 Sempre que for apresentada declaracio de que cons- tem rendas fixadas em contratos orais, 0 secretirio de Fazenda expediré ao arrendatério ou sublocatério, no més seguinte, aviso devidamente autenticado. 3. O aviso € documento bastante para desobrigar o in- quilino do pagamento de renda superior & que foi comuni- cada, a partir da primeira que houver de ser paga apds a recepedi Art. 155. A falta de apresentacio das declaragées press visas no artigo 87°, set punida com a mult 1008 a ‘Art. 156°—1. Os titulares do direito aos rendimentos e prédios que se encontrem omissos nas matrizes incor- ero em multa igual a0 dobro do imposto a liquidar nos termos do artigo 111.*, ou ao que deveria ser liquidado se © prédio néo gozasse de isengao. 2. Se as declaragdes de que tratam os artigos 92.° ¢ 93° hhouverem sido apresentadas antes de iniciado 0 procedi- ‘mento para aplicasio das multas, serao estas liquidadas com base no imposto correspondente aos meses que te- ham decorrido, depois de findos os prazos estabelecidos naqueles artigos até a0 termo do més em que a entrega da declaragdo se tenba verificado. Art. 157° O contribuinte que nfo solicite a liquidacio nos termos dos artigos 107° ¢ 109.* dentro dos prazos estabelecidos no artigo 120° incorreré na multa de 1008 a 100008, a igual multa fica sujeito aquele que néo apresente a declaragio mencionada no artigo 15°, dentro do prazo ali estabelecido. Residéncia do Governo-Geral_de Angola, em Luanda, 13 de Outubro de 1970.—O Governador-Geral, Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz.

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