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SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA:


A Qualidade da energia na área urbana¹

Aurimar de Almeida Dantas Filho²


Marcos Cezar de Oliveira Lima²
Flávio Dantas Gonçalves³

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar melhorias para diminuição dos
índices da qualidade da energia (DEC e FEC) na rede de distribuição. Para isso, foi
criado um plano que tem como principais objetivos o foco nas inspeções que serão
realizadas no alimentador, agregado a substituição de condutores nus por cabos
protegidos em locais estratégicos. Foi focado apenas na rede MT (13,8 KV), por
atender o maior número de clientes. Para sua construção foram apresentados
elementos essenciais para o seu entendimento, tais como: a estrutura e o
funcionamento do sistema elétrico de potência nacional, manutenção aplicada ao
sistema elétrico, tipos de indicadores da qualidade da energia e como são
calculados, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, a importância da
proteção no sistema elétrico, a divisão da rede de distribuição em blocos. Tudo isso
foi pensado para que número de interrupção de energia seja o menor possível, e
assim não cause prejuízo à população nem a concessionária.

Palavras­chave: Sistema de Distribuição de Energia. Alimentador. DEC e FEC.


Inspeções.

______________________
1
Artigo apresentado à Universidade Potiguar ­ UNP, como parte dos requisitos para obtenção do título
de Bacharel em Engenharia de Elétrica.
²Graduando em Engenharia Elétrica pela Universidade Potiguar – aadantasf@yahoo.com.br
²Graduando em Engenharia Elétrica pela Universidade Potiguar – master.tecnologia_@hotmail.com
³Orientador. Mestre em Engenharia Elétrica. Professor da Universidade Potiguar –
flavio.dantas@unp.br
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1 INTRODUÇÃO

A disponibilidade da energia elétrica representa qualidade de vida das


pessoas. Quando é implementado um sistema de distribuição de energia elétrica, a
população local imediatamente passa a contar com inúmeros benefícios, tanto no
quesito conforto doméstico quanto de melhores possibilidades de emprego e
produção (MEHL, 2001). À medida que os benefícios da energia elétrica passam a
fazer parte do dia­a­dia das pessoas, é natural que se inicie um processo de
discussão quanto à qualidade desse produto. Numa análise inicial preocupa­se com
a continuidade do serviço, já que fica evidente que qualquer interrupção do
fornecimento implicará em transtornos de toda ordem tanto para a população quanto
para a concessionária (MEHL, 2001). Todo o processo desde a geração até a
chegada da energia ao consumidor é fiscalizado e regulado pela ANEEL (Agência
Nacional de Energia Elétrica), na ocorrência de falhas por parte das concessionárias
e caso a empresa detentora da concessão não consiga obter os índices da
qualidade da energia, multas poderão ser aplicadas, sendo a penalidade mais
rigorosa a obrigação de devolução da concessão ao órgão regulador (ANEEL,
2016). A cada ano esses indicadores coletivos de continuidade (DEC e FEC), que
representam respectivamente a duração em horas que um consumidor fica sem
energia e a frequência com que isso acontece são otimizados, fazendo com que as
concessionárias precisem investir pesado na melhoria do sistema e diminuição no
número de interrupções (SIQUEIRA, 2011).
Os tipos de causas de interrupção no sistema podem apresentar­se como:
material envelhecido, árvore na rede, acidentes com veículos, fenômenos naturais,
entre outros (TRONCHONI, 2008).
O presente trabalho teve como objetivo apresentar técnicas e formas de
melhoria no sistema de distribuição com foco na rede primária, ou seja, 13.800 Volts,
que são previsíveis e que podem ser controladas pela concessionária.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

O sistema elétrico de potência é dividido em três partes: geração, transmissão e


distribuição. A energia elétrica pode ser produzida por diversas formas: através do
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aproveitamento resultante da força dos ventos, águas e fontes térmicas de energia


(SIQUEIRA, 2011).
No Brasil, a geração de energia elétrica mais utilizada e através das usinas
hidrelétricas (conforme figura 1), isso devido à contribuição da malha hidrográfica
que o território brasileiro dispõe para a implantação dessa forma de geração.
Independente do processo de obtenção de energia elétrica, as etapas mencionadas
estarão presentes no processo, pois a energia gerada deverá ser transmitida e
distribuída para os consumidores. Na etapa da geração, são utilizados
equipamentos tais como, turbinas de vários modelos e tamanhos, determinadas
pelas caraterísticas do local onde será construído a usina hidrelétrica, reguladores e
sistemas auxiliares, tubos de sucção e caixas espirais para serem instaladas nos
condutos forçados que serão direcionados para as turbinas da geração. Ainda na
fase de geração, são utilizados de uma forma geral, equipamentos hidromecânicos
(comportas, pontes rolantes, pórticos, etc.), geradores, barramentos blindados e
transformadores de alta potencia e equipamentos de comando, controle e proteção
(SIQUEIRA, 2011). Na etapa de transmissão da energia elétrica gerada, são
utilizados, transformadores elevadores, que são acionados quando a tensão elétrica
na linha necessitar ser elevada a valores consideravelmente mais altos, para reduzir
o impacto das perdas nas linhas de transmissão e consequentemente garantir uma
faixa de tensão aceitável nas linhas, disjuntores, chaves seccionadoras, bancos de
capacitores, cabos de transmissão, torres e isoladores. Na etapa de distribuição de
energia elétrica, são utilizados os transformadores abaixadores, cabos de condução
de energia, equipamentos de proteção. Todas essas fases do processo necessitam
de uma manutenção eficiente para garantir seu pleno funcionamento (LIMA FILHO,
2015).

Figura 1: Exemplo do sistema elétrico brasileiro ­ Fonte: (ANEEL, 2017).


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2.2 MANUTENÇÃO APLICADA AO SISTEMA ELÉTRICO

À medida que aumenta a demanda de energia elétrica para o consumo em


diversos setores, novas estações geradoras e novas redes de transmissão e
distribuição necessitam ser construídas ou ampliadas dentro do sistema elétrico de
potência. Também a sua interligação as estações já existentes, são necessárias
adequações em todo o sistema elétrico, tais como, estudo de viabilidade de rede,
capacidade de carga e condução, sem falar no estudo geográfico por onde as novas
redes irão ser implantadas. Juntamente com o desenvolvimento e ampliação do
sistema elétrico, a manutenção vem acompanhando esse crescimento, para garantir
pleno funcionamento e estabilidade, conforme ilustração na foto 1 (RODRIGUES,
2012).
As manutenções em sistemas elétricos possuem vários diferenciais em relação
aos outros setores convencionais, isso por se tratar de uma atividade com alto índice
de periculosidade, requer de seus profissionais um alto nível de conhecimento sobre
as atividades que são realizadas, baseado nisso, são realizadas pesquisas
constantemente para buscar novas formas de realizar as atividades com mais
segurança, tanto para os profissionais quanto para o próprio sistema elétrico. No
passado para realizar algum tipo de manutenção na rede era normal à ocorrência de
falta de fornecimento de eletricidade por um longo período de tempo, porém isso
está mudando com as novas práticas e ferramentas associadas às tecnologias de
monitoramento do sistema, bem a implantação de novas técnicas, que ao serem
aplicadas corretamente, dão um ganho satisfatório em relação à confiabilidade das
informações coletadas do sistema e o serviço executado nele (LIMA FILHO, 2015).

Foto 1: Manutenção na rede de distribuição com técnica de Linha Viva – Fonte: (ENERGISA, 2017)
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As grandes empresas concessionárias de energia elétrica vêm se


preocupando em introduzir técnicas que permitem a manutenção nas redes e linhas
de distribuição sem desligamento, pois essa forma de intervenção para realização
das atividades causa menos transtorno para o consumidor. Entretanto por ser um
serviço bastante oneroso e de investimento inicial elevado, é conveniente que a sua
implantação ocorra de forma eficiente. Para isso é necessário atender a pré­
requisitos tais como: um eficiente controle de custo por manutenção realizada nos
equipamentos e dispositivos que compõem as redes, garantindo assim uma melhor
visualização da matriz de condições operacionais do sistema elétrico, podendo
canalizar os investimentos nos pontos mais relevantes e fundamentais para
proporcionar uma maior confiabilidade (SIQUEIRA, 2011).

2.3 INDICADORES DA QUALIDADE DA ENERGIA

As distribuidoras de energia elétrica são avaliadas em diversos aspectos no


fornecimento de energia elétrica. Entre eles, está a qualidade do serviço e do
produto oferecidos aos consumidores. A qualidade dos serviços prestados
compreende a avaliação das interrupções no fornecimento de energia elétrica.
Nesse sentido destacam­se no aspecto da qualidade do serviço os indicadores de
continuidade coletivos, DEC e FEC (MEHL, 2001).
A ANEEL também avalia a percepção que os consumidores têm das
distribuidoras de energia elétrica. Visando manter a qualidade na prestação do
serviço público de distribuição de energia elétrica, a ANEEL exige que as
concessionárias mantenham um padrão de continuidade e, para tal, edita limites
para os indicadores coletivos de continuidade, DEC (Duração Equivalente de
Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de
Interrupção por Unidade Consumidora), conforme definido no Módulo 8 dos
Procedimentos de Distribuição – PRODIST (SIQUEIRA, 2011).
Os indicadores são apurados pelas distribuidoras e enviados periodicamente
para a ANEEL para verificação da continuidade do serviço prestado, representando,
respectivamente, o tempo e o número de vezes que uma unidade consumidora ficou
sem energia elétrica para o período considerado (mês, trimestre ou ano), o que
permite que a agência avalie a continuidade da energia oferecida à população
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(SIQUEIRA, 2011). Na figura 2 são apresentados gráficos sobre as médias das


concessionárias do Brasil dos índices DEC e FEC.

Figura 2: Gráficos sobre a médias das concessionárias do Brasil dos índices DEC e FEC ­ Fonte:
(ANEEL, 2017).
2.3.1 DEC

Duração equivalente de interrupção por unidade consumidora, indica a média


em horas que um cliente, isto é, uma UC, fica sem energia em um determinado
período, geralmente mensal. Considerando­se as interrupções maiores ou iguais a 3
(três) minutos (MEHL, 2001). Conforme fórmula abaixo:

­ Ca (i): número de UCs interrompidas em um evento i, no período;


­ t(i): duração de cada evento i, no período;
­ i: índice de eventos ocorridos no sistema;
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­ k: número máximo de eventos no período considerado;


­ Cc: número total de UCs, do conjunto considerado, ao final do período;

2.3.2 FEC

Frequência equivalente por interrupção por unidade consumidora, indica o


número médio de vezes que uma UC fica sem energia em um determinado,
geralmente mensal. Considerando­se as interrupções maiores ou iguais a 3 (três)
minutos (MEHL, 2001), conforme fórmula abaixo:

Os componentes da equação são os mesmos do cálculo da DEC.

2.4 PLANO DE MANUTENÇÃO

O plano de manutenção na rede primária é criado considerando diversos


fatores, divididos em parâmetros técnicos e econômicos. O objetivo é elaborar um
plano que equilibre as melhorias que serão realizadas no sistema, identificando os
pontos onde serão realizados os serviços versus o custo envolvido
(RODRIGUES,2012).

2.4.1 Divisão do alimentador por blocos

Visando cada vez mais a melhoria dos índices da qualidade da energia,


divide­se um alimentador em blocos, separados por equipamentos de proteção ao
longo da rede de distribuição, que vão desde chaves telecomandadas a chaves
fusíveis (conforme figura 3). O critério sobre o local e qual dispositivo instalar, vai de
acordo com o número de clientes e o local em que a rede passa. A rede principal
será chamada de Tronco, já as adjacentes de derivações (LIMA FILHO, 2015).
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Figura 3: Divisão do alimentador em blocos ­ Fonte: PROPRIA, 2017.

2.4.2 Proteção

O cuidado nos estudos, projetos e instalações da proteção elétrica, tem


grande importancia para o sistema elétrico, pois esse sistema é responsável pelo
fornecimento de energia elétrica a milhares de consumidores, e por estar interligado
com equipamentos caros, a proteção atua com dois grandes objetivos: evitar que
falhas no sistema que possam danificar equipamentos e materiais e promover o
rápido restabelecimento de energia, evitando danos aos consumidores e
proporcionando uma qualidade no fornecimento da energia aos usuários
(COTOSCK, 2007).
A proteção dos sistemas elétricos deve proporcionar, além da interrupção da
eletricidade, com o objetivo de proteger linhas, barras e equipamentos, a
possibilidade de monitorar dados com o intuito de se estudar posteriormente as
causas das “falhas” ocorridas Num sistema de rede de distribuição existem diversos
equipamentos de proteção, os quais são instalados desde a subestação até uma
pequena derivação (COTOSCK, 2007).
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Foto 2: Chave telecomandada ­ Fonte: (PROPRIA, 2017).

2.4.3 A Inspeção

A inspeção visa identificar todas as anomalias existentes no sistema de


distribuição que, se não corrigidas a tempo, resultarão em falhas e interrupções ao
fornecimento de energia elétrica (LIMA FILHO, 2015). O papel do inspetor de campo
será de identificar todos os defeitos presentes na rede naquele momento, e assim
criar ordens de serviço para a correção desses defeitos, classificando­os em três
tipos e prioridades de execução, alta, média e baixa. O alimentador será dividido em
duas partes, chamadas de tronco e derivação (LIMA FILHO, 2015).
Para isso, as inspeções serão classificadas em três: estrutural, poda e
termográfica. A primeira será observado parte estrutural e ferragens. A segunda será
identificado todos os pontos em que existem árvores próxima a rede MT. Já a
terceira e última, será utilizado com o auxilio de um equipamento chamado
termovisor, com o intuito de encontrar pontos quentes ao longo do alimentador. O
controle das inspeções na rede sera feito conforme a periodicidade que impõe um
período mínimo (LIMA FILHO, 2015). A tabela 1 apresenta os tipos de inspeções e a
periodicidade minima.
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Tabela 1 – Tipos e periodicidade das inspeções


Estrutural tronco 6 meses
Estrutural derivações 12 meses
Podas Tronco 4 meses
Podas derivações 6 meses
Termografica tronco 6 meses
Termografica derivações 12 meses

Fonte: Própria

O critério utilizado para estabelecer esses períodos é a quantidade de


clientes. Onde a interrupção de energia pode impactar diretamente os indices DEC e
FEC (LIMA FILHO, 2015).

2.4.3.1 Inspeção estrutural

Esse tipo de inspeção é feito a olho nu, ou com o auxílio de um binóculo, com
o objetivo de identificar todos os defeitos na parte estrutural e ferragens que possam
interromper o fornecimento da energia elétrica. Deve­se redobrar o cuidado ao
realizer esse serviço na área urbana, pois o fluxo de veículos pode acarretar em um
acidente, já que o inspetor terá que observar a rede elétrica e dirigir. Para isso é
aconselhado realizar essa ação em dupla e sempre com a sinalização do veículo
ligada (RODRIGUES, 2012).
Nos componentes observados, são verificados:
 Postes: numeração, rachaduras, ferragem exposta, erosão, alinhamento
(Foto 3).
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Foto 3: Poste com ferragem exposta ­ Fonte: (PROPRIA, 2017).

 Cruzetas: nivelamento, rachaduras, ferragem exposta, erosão (Foto 4).

Foto 4: Cruzeta danificada ­ Fonte: (PROPRIA, 2017).


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 Isoladores: sinais de incêndio, rachaduras, alinhamento (Foto 5).

Foto 5: Isolador tipo pilar desalinhado ­ Fonte: (PROPRIA, 2017).

 Condutores: tensionamento, envelhecimento, emenda, amarração de


isolador, existência de objetos estranhos, sinais de curtos (Foto 6).

Foto 6: Rede 13.8KV com emenda ­ Fonte: (PROPRIA, 2017).

 Equipamentos: estado físico, vazamentos, ligação da carcaça ao terra,


numeração, integridade das buchas, etc (Foto 7).
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Foto 7: Transformador com sinais de ferrugem ­ Fonte: (PROPRIA, 2017).

2.4.3.2 Inspeção de Poda

A falta de energia ou religamentos no sistema pode ocasionar diversos


prejuizos. Uma das causas decorrentes desse defeito, são provocados por galhos de
árvores em contato com a rede elétrica. Na cidade de Brasília por exemplo, uma
média de 288 casos mensais de falta de energia ocorre devido a esse problema
(AGÊNCIA BRASILIA, 2016). Por isso, a inspeção de poda deve ser realizada três
vezes ao ano na linha tronco e duas vezes ao ano nas derivações (SIQUEIRA,
2011). A foto 8 ilustra uma equipe de manutenção realizando poda necessária.

Foto 8: Equipe de manutenção realizando poda ­ Fonte: (CEB, 2013).


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2.4.3.3 A Inspeção Termográfica

A inspeção termográfica é realizada duas vezes ao ano na linha tronco e uma


vez ao ano nas derivações. Deve ser realizada no periodo noturno, pois é quando há
um aumento na carga do alimentador, devido as pessoas já estarem em casa. Com
o auxílio de um equipamento chamado termovisor, são observadas todas as
conexões existentes na rede e equipamentos. Quando encontrado um ponto quente
(figura 4), a imagem é registrada e em seguida gerada uma ordem de serviço.
Dependendo da temperature encontrada, o serviço é realizado num prazo máximo
de 24h, devido a criticidade alta (RODRIGUES, 2012).

Figura 4: Chave fusível com ponto quente. ­ Fonte: (OGAWA, 2010).

2.5 INSTALAÇÃO DE REDE COMPACTA OU SPACER

A Rede de Distribuição Aérea Protegida Compacta (Rede Compacta ­ Spacer


Cable) é uma solução tecnológica que possibilita as Empresas Distribuidoras do
Grupo Energias do Brasil melhorar o nível de qualidade da energia distribuída aos
clientes, aumentando a confiabilidade do sistema. Ela é formada por um conjunto de
cabo de aço e cabos cobertos, fixados em estruturas compostas por braços
metálicos, espaçadores losangulares ou separadores de fase confeccionados em
material polimérico (NÓBREGA, 2011). Todo o conjunto é sustentado pelo cabo de
aço, que além da função de sustentar o conjunto, compartilha também como neutro
do sistema de distribuição, sendo denominado, nesta padronização, de cabo
mensageiro/ neutro. Construtivamente, a fixação do cabo mensageiro/neutro para a
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sustentação da rede aérea é feita através de braços metálicos fixados nos postes
(NÓBREGA, 2011). Os espaçadores losangulares (figura 5) e separadores de fase,
instalados ao longo da rede entre os pontos de fixação, permitem a compactação da
estrutura garantindo o afastamento mínimo entre os condutores fase e neutro. Este
padrão estabelece os critérios básicos para implantação da Rede de Distribuição
Aérea Protegida Compacta (NÓBREGA, 2011).
Como principais vantagens da rede space:
 Minimizar a poluição visual em relação à rede aérea de distribuição
convencional em função dos tipos de estruturas para sustentação dos cabos e
equipamentos de proteção.
 Preservação da arborização e redução do impacto ambiental com a
redução drástica da necessidade de podas constantes da vegetação e a substituição
das cruzetas de madeira por material polimérico ou metálico.
 Aumento da confiabilidade no sistema de fornecimento de energia
elétrica em função da redução das interrupções acidentais e/ou programadas
resultando na melhora dos indicadores técnicos de qualidade (NÓBREGA, 2011).

Figura 5: Espaçador losangular ­ Fonte: (EDP, 2009).


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Com referência ao plano de manutenção, essa rede será instalada em todos


os locais onde existam árvores que possam causar danos ao sistema (ilustração foto
9).

Foto 9: Rede de distribuição Compacta ­ Fonte: (COPEL, 2011).

3 METODOLOGIA

O presente trabalho foi elaborado através de pesquisa descritiva e


fundamentada por meio de revisão da literatura em artigos científicos, livros, normas
e resoluções com o tema relacionada à qualidade da energia elétrica.
Destacou­se as inspeções técnicas realizadas no alimentador e a substituição
de condutores nús por cabo protegido em locais com ampla arborização, visando a
otimização do sistema.

4 CONCLUSÃO
Conclui­se que é possível prevenir e manter a boa qualidade da energia
fornecida ao consumidor final, sendo necessário para isso manter inspeções
técnicas e melhorias no sistema com foco nos custos envolvidos versos benefícios.
Em consequência disso haverá constância no fornecimento da energia, resultando
em economia e ao não pagamento de multas aplicadas pela ANEEL.
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É importante destacar também que todas as melhorias realizadas no sistema


serão recompensadas financeiramente no ciclo da revisão tarifária que cada
concessionária passa a cada cinco anos.
Outro fator relevante foi a divisão do alimentador em blocos fazendo com que
haja uma diminuição de homem­hora, economia de combustível, menos depreciação
do veículo já que a inspeção da área tornar­se­á menos frequente.
Ao final todos saem ganhando, pois hoje em dia ninguém consegue
sobreviver sem energia elétrica, e quando não há interrupções, as pessoas tem uma
qualidade de vida melhor e as indústrias crescem.
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ELECTRICITY DISTRIBUTION SYSTEM:


The Quality of energy in the urban area¹

ABSTRACT

The following work has the objective of presenting better ways which will diminish the
electric power quality indicators (DEC e FEC) in the distribuition lines. A plan was
created in order to achieve that. The plan has as its main objectives, the focus on
inspections to be made at the "alimentador", plus the replacement of "condutores
nus" for "cabos protegidos" at strategic points. We have focused at the MT power
system (13,8 KV) only, for its caracteristic of attending a vast number of customers.
For the construction it was presented some essential elements for its understanding,
such as: the structure and the functioning of the national electric system,
maintenance aplied to the electric system, different types of power quality indicators
and the way how they are calculated, the "Agência Nacional de Energia Elétrica" ­
ANEEL, the importance of the protection of the electric system, the division of the
distribution network in blocks. All of that was designed so the number of power
shortages will be the lowest possible, and with that no loss will be experienced by the
population neither by the concessionary.

Keywords: Electricity Distribution System.“Alimentador”. DEC and FEC. Inspections.


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REFERÊNCIAS

ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica. Fiscalização do serviço público de


energia elétrica. 2017. Disponível em: < http://www.aneel.gov.br/fiscalizacao­do­
setor­eletrico >. Acesso em: 03 out. 2017.

AGÊNCIA BRASÍLIA: Árvores perto da rede elétrica são principal causa de


desligamentos. Brasília, 12 maio 2016. Disponível em:
<https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2013/10/01/arvores­perto­da­rede­eletrica­sao­
principal­causa­de­desligamentos/>. Acesso em: 10 out. 2017.

COTOSCK, Kelly Regina. Proteção de Sistemas Elétricos:: uma abordagem técnico­


pedagógica. 2007. 109 f. Dissertação (Mestrado) ­ Curso de Engenharia, Universidade
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<https://www.ppgee.ufmg.br/defesas/381M.PDF>. Acesso em: 10 out. 2017.

LIMA FILHO, Alcides da Silva. Manutenção em redes de distribuição de energia


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Catarinense, Lages, 2015.

MEHL, Ewaldo L. M. Qualidade da Energia Elétrica. 2001. Disponível em:


<http://www.cricte2004.eletrica.ufpr.br/mehl/posgrad/qualidade­energia.pdf>. Acesso em: 04
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NÓBREGA, Alan Melo. Estudo das redes Aéreas Compactas. 2011. 137 f. Dissertação
(Mestrado) ­ Curso de Engenharia, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2011.
Disponível em: <https://saturno.unifei.edu.br/bim/0038617.pdf>. Acesso em: 12 out. 2017.

RODRIGUES, Jonatha Oliveira. Manutenção em Sistemas Elétricos de Potência. 2012.


13 f. Monografia (Especialização) ­ Curso de Engenharia, Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012. Disponível em:
<https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo_engenharia_de_manutencao.pd
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SIQUEIRA, Gustavo Silva. Primarização de Equipe de Manutenção de Linhas de


Distribuição de Energia. 2011. 58 f. Monografia (Graduação) ­ Curso de Engenharia,
Escola de Engenharia de São Carlos ­ Universidade de São Paulo, São Carlos, 2011.

TRONCHONI, Alex Bernsts. Identificação de causas de desligamentos não


programados em redes de distribuição. 2008. 131 f. Dissertação (Mestrado) ­ Curso de
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