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Capítulo I
Equipamentos para subestações de T&D

Novo!

Definições e estudos do sistema elétrico que servem de


base para as especificações técnicas dos equipamentos
para subestações de transmissão e distribuição
Por Sérgio Feitoza Costa*

Nesta série de fascículos, são Cigré Internacional em dezembro de 2014: especificações técnicas dos equipamentos.
apresentados conceitos de engenharia para o Tools For The Simulation Of The Effects
projeto e especificação de equipamentos de Of The Internal Arc In Transmission And Tensões e correntes aplicadas
subestações de transmissão e distribuição. Distribution Switchgear; nos equipamentos de uma
São abordadas todas as fases do ciclo de vida • Disjuntores, secionadores, painéis subestação
dos equipamentos, desde o planejamento e para-raios: especificações técnicas
dos valores de tensões e correntes da futura de equipamentos de subestações por No dia a dia dos equipamentos elétricos
subestação até sua utilização propriamente concessionárias de energia; de uma subestação, além das situações
dita. • Transformadores, reatores, proteção “normais” em regime permanente ocorrem
Para facilitar a compreensão, os contra incêndios: especificações técnicas situações “anormais” como curtos-circuitos
capítulos serão agrupados nos seguintes de equipamentos de subestações por e sobretensões.
temas: concessionárias de energia; Nas situações normais, são aplicadas
• Equipamentos para usos em locais correntes e tensões não superiores aos
• Definições e estudos do sistema elétrico especiais (atmosferas explosivas, alta valores nominais dos equipamentos.
que servem de base para as especificações salinidade, poluição): técnicas de projeto, Pode-se dizer que um equipamento que foi
técnicas dos equipamentos; ensaios e normas; projetado para operar durante uma certa
• Curtos-circuitos, ampacidades, sobrecargas • Normas técnicas sobre painéis de baixa vida útil, se for utilizado até seus valores
e contatos elétricos (fundamentos do projeto tensão: conceitos, regras de projeto e nominais terá um envelhecimento normal.
para elevação de temperatura, forças e oportunidades para evitar a repetição de Neste caso, as elevações de temperatura
tensões eletrodinâmicas no curto circuito, ensaios; de partes metálicas, conexões e isolantes não
tensões transitórias de restabelecimento e • Normas técnicas sobre painéis de média e ultrapassam certos limites especificados nas
processos de interrupção e aspectos de arcos alta tensões: conceitos, a nova IEC 62271- normas técnicas para os ensaios de elevação de
de potência); 307 (2015) sobre extensão da validade de temperatura. Da mesma forma, para as tensões,
• Técnicas de ensaios de alta potência, relatórios de ensaios; se os valores não passam muito dos valores
laboratórios de ensaios e fundamentos dos • Técnicas para simulação de ensaios de alta nominais, o isolamento não é prejudicado ou
principais ensaios; potência e aplicações no desenvolvimento e tem seu envelhecimento acelerado.
• Estudos elétricos de sobretensões, coor­ certificação de produtos; As situações “anormais” mais comuns
de­­
nação de isolamento, aterramento, • Tecnologias atuais e futuras para os são:
determinação de efeitos e impactos de principais equipamentos para subestações
campos elétricos e magnéticos; de transmissão e distribuição. • Sobrecorrentes de curta duração causadas
• Particularidades dos arcos de potência por curtos-circuitos (< 3 s);
internos e externos, segurança de pessoas O texto a seguir é o primeiro tema da • Sobrecorrentes de longa duração (dezenas
e instalações e informações sobre a série e trata das definições e estudos do de segundos ou minutos) causadas por
“Brochura Cigré 602”, publicada pelo sistema elétrico que servem de base para as sobrecargas;
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• Sobretensões de longa duração (s ou dezenas voluntária (PDVs) tiraram prematuramente contatos, terminais, conexões, soldas e 45
de s) causadas por distúrbios no sistema; do trabalho a maior parte do excelente corpo isolantes. Tais partes podem ter limitações
• Sobretensões de curtíssima duração (µs) técnico formado pouco antes. É um erro quanto às máximas temperaturas ou
como as ondas de impulso. grosseiro de planejamento que demonstra elevações de temperaturas permissíveis. Os
falta de interesse no longo prazo. Parece valores são influenciados pelos diferentes
Em consequência destas podem que longo prazo agora é o período de um ciclos de correntes.
ocorrer efeitos elétricos ou mecânicos mandato. Saímos da boa rota de investir Nas normas IEC, base das normas
importantes, conduzindo a falhas mais ou em tecnologia e capacitação para investir brasileiras, os valores de temperaturas e
menos imediatas na instalação. Embora apenas em marketing de realizações que os elevações de temperatura permissíveis
levem sempre a culpa, estes eventos são escândalos e os fatos mostram que não são partem dos princípios de que a temperatura
totalmente previsíveis, não mudaram muito verdade. As seguidas mudanças de modelo do ambiente não excede a 40 °C e seu valor
nos últimos 100 anos e não são os culpados setor elétrico não nos levaram à frente. médio em período de 24h não excede a 35
de apagões e outras anormalidades. Para °C. Se a temperatura do ambiente em que
lidar com estes basta ter bom planejamento Sobrecorrentes de longa duração o equipamento está instalado é superior a
e capacitação técnica. São causadas por sobrecargas de estes 40 °C, os limites de norma, para efeito
Nestes aspectos, em meus 60 anos, dezenas de segundos até alguns minutos. de ensaios de elevação de temperatura,
testemunhei, nos setores elétrico e de energia, A temperatura de partes dos equipamentos devem ser reduzidos.
muitos avanços dos anos 1970 até meados pode tornar-se mais elevada que a Por exemplo, se o limite especificado
dos 1990. Depois entramos em uma trajetória suportabilidade dos materiais isolantes. na norma para a elevação máxima de
descendente. Nos últimos 15 anos, à medida Esta é caracterizada pelos limites que não temperatura de uma conexão é de 75 K e o
que o Brasil crescia, a capacitação técnica e podem ser excedidos aos especificados nas equipamento é instalado em um local em
a disponibilidade de laboratórios de ensaios normas técnicas, para ensaios de elevação que a temperatura máxima do ar ambiente
decresceu. Seguidos planos de demissão de temperatura. São limites aplicáveis a é de 50 °C, o limite a não ultrapassar no
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46 ensaio de elevação de temperatura será de Tabela 1 – Alguns valores das máximas temperaturas e elevações permitidas nas normas IEC
75 - 10 = 65 K ao invés de 75 K. Um ótimo
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documento para entender melhor estes


conceitos é a IEC/TR 60943: Guidance
concerning the permissible temperature
rise for parts of electrical equipment, in
particular for terminals (ver Tabela 1).
Se estes limites são excedidos no dia
a dia da utilização dos equipamentos,
por exemplo, nas sobrecargas das horas
de ponta, o equipamento tem seu
envelhecimento normal acelerado de forma
calculável. Por exemplo, considere que se
aplica uma sobrecarga e a temperatura do
fluido envolvendo um contato ou terminal
passa de Te1 para Te2 e que a elevação de
temperatura naquele passa de ΔTi1 para
ΔTi2. De acordo com expressão de cálculo
mostrada na IEC 60943, a vida útil do
componente é multiplicada por um fator de
envelhecimento K expresso por:

K = 2 [(ΔTi1- ΔTi2) / Δi + (Te1-Te2)/ Δe]

ΔTi1 e ΔTi2 são as elevações de temperatura


do componente nas condições normais e de
sobrecarga. Te1 e Te2 são as temperaturas
do fluido em torno do componente nas
mesmas condições.
Com base nesta expressão, se um
contato de cobre tem máxima elevação
de temperatura permitida pela norma de
ΔTi = 35K e é utilizado regularmente com Figura 1 – Elevação de temperatura durante circuitos.

elevação de temperatura de ΔTi2 = 35K +


6,5 = 41,5 K sua vida útil é reduzida em algo Sobrecorrentes de curta duração nos momentos iniciais da circulação das
da ordem de 50%. São causadas por curtos circuitos correntes. Na norma IEC 61117: Method
Os limites máximos de elevação havendo dois efeitos importantes a for assessing the short-circuit withstand
de temperatura das normas levam em considerar: strength of partially type-tested assemblies
conta dois grupos de valores. O primeiro (PTTA), são mostrados os métodos de
corresponde a partes de componentes • Superelevações adiabáticas de temperatura cálculo, considerando-se, inclusive, os
cujas temperaturas não devem exceder que podem chegar a recozer peças de cobre efeitos de ressonâncias. No fascículo sobre
certo valor que ocasionaria muito rápida ou mesmo fundir componentes. A Figura 1 simulações de ensaios de alta potência,
ou imediata destruição. Esta é a situação mostra a equação base de cálculo; serão mostrados exemplos detalhados
de materiais isolantes, contatos estanhados • Os efeitos eletrodinâmicos das correntes extraídos do documento “Validação da
e molas. O segundo grupo diz respeito a de curto-circuito podem implicar em Simulação de Ensaios de Alta Potência”,
componentes suscetíveis a envelhecimento esforços da ordem de toneladas em que pode ser baixado em: http://
gradual, mas cuja temperatura de destruição isoladores e peças metálicas. www.cognitor.com.br/TR_071_ENG_
rápida é elevada. Um exemplo é a elevação ValidationSwitchgear.pdf
de temperatura dos contatos de cobre nu As elevadas correntes de curto-circuito Devido ao grande número de
limitada a 35 K. produzem esforços mecânicos elevados variáveis envolvidas, mesmo para sistemas
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48 relativamente simples, é necessário o uso de


softwares específicos. No dimensionamento
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de barramentos e cubículos é um cálculo


imprescindível. Há detalhes no livro “Painéis,
Barramentos E Secionadores e Equipamentos
de Subestações”, de autoria de Sergio Feitoza.
Download livre em: http://www.cognitor.
com.br/Book_SE_SW_2013_POR.pdf
Há ainda dois outros aspectos
importantes associados a curtos circuitos que
serão tratadas em outro fascículo desta série. É
o caso dos arcos de potência. O caso típico dos
arcos internos é o que ocorre em cubículos
de médias e baixas tensões quando tal
equipamento é energizado e alguém esqueceu
uma ferramenta dentro. O outro caso é o de
Figura 2 – Configuração básica para cálculo de esforços eletrodinâmicos.
arcos de potência em cadeias de isoladores
que ocorrem em torres de transmissão. Estes
podem derreter peças mecânicas importantes
fazendo até mesmo que haja queda do
cabo. Um outro tipo de arco interno é o que
ocorre em falhas de transformadores de
transformadores. Existe a norma ABNT NBR
8222 - Execução de sistemas de prevenção
contra explosão e incêndio, por evitar
sobrepressões decorrentes de arcos elétricos
internos em transformadores e reatores de
potência, única no mundo, que trata deste
assunto. Foi publicada em dezembro de
2014 a brochura Cigré 602 “Tools for the
simulation of the effects of internal arc in
transmission and distribution switchgear”,
elaborada por grupos de trabalho – dos quais
Figura 3 – Forças ao longo do tempo.
eu participei – nos âmbitos, respectivamente,
do CB-24 da ABNT e do WG A3-24 do Cigré
internacional.

Sobretensões de longa duração


Estas sobretensões ocorrem com
relativa frequência, por exemplo, quando
em circuitos trifásicos, uma das fases é
aberta durante uma falta permanecendo
as demais fechadas. São sobretensões da
ordem de até 150% da tensão da rede e
na frequência da rede ou próxima dela.
Associadas a estas ocorrências existe o
ensaio de tensão aplicada a frequência
industrial a seco ou sob chuva conforme
será detalhado no próximo fascículo sobre
Figura 4 – Sobretensões x ensaios. ensaios (Figura 4).
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Sobretensões de curta duração atender a uma necessidade de energia ou Estudos de fluxo de potência ou de carga 49
As principais ocorrências nas tráfego de energia em uma certa região. Estudos fornecem informações e definem
redes elétricas são devido às descargas A própria existência da subestação pode os parâmetros do funcionamento do sistema
atmosféricas e os chamados impulsos ser um fator de motivação para o futuro e da subestação em regime permanente desde
de manobra. Os impulsos de manobra aumento da carga e desenvolvimento na as horas de carga leve até as horas de ponta.
surgem devido à abertura e fechamento sob região. Por isso, os estudos realizados Um equipamento da subestação, ao longo
tensão dos disjuntores e secionadores. São procuram visualizar um horizonte de pelo de um dia, pode estar sendo utilizado com
simulados em laboratório por impulsos de menos uns 15 a 20 anos. Nos anos iniciais, correntes permanentes que variam de 30% a
tensão com uma forma de onda de 250 µs x os equipamentos trabalharão com pouca 130% dos valores nominais.
2500 µs, sendo o primeiro valor o tempo de carga e com menores níveis de curto- Nestes estudos, serão definidos, em função
frente e o segundo associado ao tempo de circuito. O passar do tempo fará estes de outras subestações vizinhas à nova, valores
cauda. As descargas atmosféricas provocam valores crescerem. Por exemplo, quando se como: a) o carregamento de linhas, geradores
sobretensões elevadas que, em laboratório, adquire um disjuntor de 31,5 kA – 145 kV e transformadores, b) as perdas de transmissão,
são representadas por impulsos de tensão para uma nova subestação ele pode nos anos c) os módulos e ângulos de fase das tensões
com forma de onda 1,2 / 50 µs. iniciais precisar abrir correntes de apenas nas barras, d) as potências ativas e reativas nas
30% ou 60% de suas possibilidades. Este é linhas de transmissão.
Especificação dos valores de um dos motivos pelos quais os ensaios de A partir das possíveis configurações com
tensão e corrente em uma nova interrupção em disjuntores são feitos para base na experiência anterior e em práticas
subestação 100%, 60%, 30% e 10% da plena capacidade do setor, calculam-se quais as maiores
de interrupção. correntes permanentes que circularão nas
Quando uma concessionária de energia Os principais estudos feitos para a barras, secionadores, disjuntores e outros
ou o operador do sistema elétrico vai definição dos valores da subestação são: (a) equipamentos. Isto é feito com base no tipo
definir os valores de uma futura subestação Estudos de fluxo de carga, (b) Estudos de de arranjo, por exemplo, disjuntor e meio,
de energia, em geral, parte da premissa de curto circuito e (c) Estudos de estabilidade. varra dupla etc. (ver Figura 5).
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Figura 5 – Estudo de fluxo de carga.

Depois de calculados os valores Nestes estudos, são obtidos os de cálculo como o ATP / EMTP –
máximos que podem ocorrer nos vários valores das correntes suportáveis de ATPDRAW, entre outros. A partir das
setores da subestação, são definidos os curta duração e de crista e também as alternativas de configurações com
valores reais, selecionando-se um dos durações máximas destas correntes. Para base na experiência anterior e práticas
valores padrão imediatamente superior disjuntores e fusíveis são ainda obtidos no setor, calculam-se quais as maiores
mostrados na norma técnica, por os valores de X/R, parâmetros da tensão correntes permanentes que circularão
exemplo, 1.250 A e 1.600 A. Depois desta de restabelecimento transitória (TRT) e nas barras, secionadores, disjuntores e
seleção, pode-se decidir por exemplo componentes CA e CC no momento da outros equipamentos. Isto é feito com
padronizar todos os equipamentos pelo separação dos contatos dos disjuntores. base no tipo de arranjo, por exemplo
valor máximo, evitando ter dois valores Com base nos estudos se pode, disjuntor e meio, varra dupla etc.
diferentes na mesma subestação. Isto é a título de exemplo, definir que será
decidido caso a caso e de acordo com as usado um secionador com capacidade Estudos de estabilidade
práticas de que está implantando ou vai de 40 kA eficaz durante 1 segundo com eletromecânica, flutuação de
operar a subestação. Evitar exageros em valor da primeira crista igual a 2,6 x 40 tensão e impactos no sistema
especificações aumenta a eficiência da = 104 kAcr. Para que uma nova subestação seja
empresa sem perda de qualidade. O procedimento é parecido com conectada à rede elétrica, devem ser
o dos estudos de fluxo de carga já cumpridos requisitos estabelecidos
Estudos de curtos-circuitos descritos. Porém, são usados programas pelo Operador Nacional do Sistema

Figura 6 – Estudos de curto-circuito.


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52 (Procedimentos de Rede). Há vários


módulos que devem ser seguidos,
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por exemplo, o 3.6, que estabelece os


requisitos técnicos mínimos para a
conexão à rede básica.
Nestes estudos, devem ser listados os
tipos de cargas a utilizar e os impactos
que podem ser causados no sistema
pelas operações feitas na subestação.
Dependendo da situação, são requeridos
estudos de proteção, flutuação de tensão,
penetração harmônica, estabilidade
Figura 7 – Campo magnético próximo a dois condutores.
eletromecânica, em que são verificados
aspectos como as variações de tensão de
curta duração que ocorrem nos curtos- Tabela 2 – Níveis de referência para campos elétrico e magnéticos (60 Hz).
circuitos.
Instalação em 60Hz
A título de exemplo, se em um ponto
do sistema ocorre uma manobra ou curto Campo Elétrico (kV/m) Campo Magnético (μT)

que produz uma queda de tensão de 5% Público em geral 4,17 200,00

nas subestações próximas, este evento População 8,33 1000,00

provavelmente não terá impacto ou nem Ocupacional

será percebido. Se ocorre uma queda de


tensão de, digamos 12% durante 0,2s,
típica de um pequeno curto-circuito na
rede ou um ensaio de alta potência em
laboratório, para um observador atento,
esperando pelo evento, isto pode ser
percebido como uma pequena piscada
na luz não suficiente para atuar relés de
subtensão nas subestações.
Se ocorrem, entretanto, subtensões
com de mais de 20% e, particularmente,
se houver religamentos (evento
frequente na residência deste autor ao
longo de muitos anos e reclamações
à concessionária), isto pode causar
queima de aparelhos, computadores ou
mesmo desligar cargas importantes do
sistema.
Figura 8 – Imagens mostram a pequena distância entre os equipamentos e uma residência.
Estudos de campos elétricos e
magnéticos e magnéticos, cabe mencionar alguns intensidade de corrente elétrica.
Depois de definida a subestação, são aspectos dos campos magnéticos. Diminuem ao aumentar a distância
necessários estudos adicionais para o A circulação de correntes do condutor por onde a corrente está
projeto detalhado. Estes incluem desde permanentes elevadas produz campos circulando. A indução magnética (B),
cálculos para definir as malhas de terra, magnéticos que, se ficarem acima de produzida a uma distância (r) de um
potenciais de passo, tensões induzidas certos níveis, podem ser prejudiciais condutor em que passa uma corrente
e medidas de segurança elétrica até os a pessoas (saúde) e a instalações (I), pode ser calculada pela expressão
estudos de campos eletromagnéticos. (aquecimentos indevidos). Os campos B = (μ * I) / (2.π.r), em que B mede-se
Para os estudos de campos elétricos magnéticos são proporcionais à em Tesla, a corrente I em Amperes e
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a distância r em metros. Suponha que Entretanto, as regras para redes de média • Disjuntores e Chaves – Aplicação em 53
tivéssemos dois fios, por exemplo, tensão com instalações próximas a Sistemas de Potência – CE 13 do Cigré -
as duas fases do secundário de um prédios, nos meios das grandes cidades, Brasil em parceria com Furnas / UFF, 1996.
transformador de distribuição 225 kVA não são bem definidas. Vejam na Figura • Transients in Power Systems – Lou Van de
13,8/220V em que circulassem 600 A 8 duas fotos que mostram a distância Sluis - John Wiley & Sons Ltd. ISBN 0471486
como na Figura 7. Usando a expressão entre os transformadores e as chaves 396.
mencionada, teríamos a 1 metro de fusíveis da janela do apartamento. Estas • ABB Switchgear Manual -
distância um campo magnético da não estão localizadas em favelas, estão http://www.4shared.com/office/
ordem de grandeza de 240 micro Tesla. em áreas de alto valor de IPTU, perto ErozeZWB/20269998-5068033-ABB-Switch-
Os campos magnéticos produzidos da residência do autor deste artigo. Ge.html.
nas imediações da subestação não É difícil imaginar o que aconteceria • “Painéis, barramentos, seccionadores e
podem ser superiores aos limites se uma criança esticasse um cabo de equipamentos de subestações de transmissão
impostos pela legislação para a vassoura para tocar nos fios? Se isto não e distribuição”, livro de Sérgio Feitoza Costa.
exposição de pessoas. Informações é admissível em um país do primeiro Livre download em: http://www.cognitor.
a este respeito são encontradas em mundo por que é tão comum aqui? com.br/Book_SE_SW_2013_POR.pdf.
documentos como a norma ABNT Referências
NBR 15415, a Lei Federal 11.934, de Referências
*Sergio Feitoza Costa é engenheiro
5/5/2009, as Resoluções Aneel 398, de eletricista, com mestrado em sistemas de
23/03/2010, e 616, de 01/07/2014. Na • Equipamentos Elétricos – Especificação potência. É diretor da Cognitor, Consultoria,
P&D e Treinamento.
Resolução Aneel 616/2014, estes valores e Aplicação em Subestações de Corrente
são como na Tabela 2. Alternada – Furnas / UFF, 1985. Continua na próxima edição

As regras para subestações de alta • Transitórios Elétricos e Coordenação de Acompanhe todos os artigos deste fascículo em
www.osetoreletrico.com.br
tensão são razoavelmente claras e Isolamento – Aplicação em Sistemas Elétricos Dúvidas, sugestões e comentários
podem ser encaminhados para
com base nas normas internacionais. de Alta tensão – Furnas / UFF, 1987. redacao@atitudeeditorial.com.br

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