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CAPITULO 1 2 INTELIGENCIA RESUMO DO CAPITULO AVALIAGAO DE HABILIDADES INTELECTUAIS Fidedignidade Validade Os primeiros testes de inteligéncia A Escala de Inteligéncia Stanford-Binet As Escalas de Inteligéncia Wechsler A abordagem fatorial TEORIAS CONTEMPORANEAS DA INTELI NIA Teoria das inteligéncias multiplas de Gardner Teoria da inteligéncia e do desenvolvimento cognitive de Anderson Teoria triarquica de Sternberg Teoria bioecolégica de Ceci Comparando teorias da inteligéncia PESQUISA INOVADORA: CONCEITOS DE INTELIGENCIA E TESTES EM CULTURAS DIVERSAS GENETICA E INTELIGENCIA Hereditariedade INTELIGENCIA EMOCIONAL INCAPACIDADE GERAL DE APRENDIZADO Causas da incapacidade geral de aprendizado Tratamentos para a incapacidade geral de aprendizado VENDO 0S DOIS LADOS: QUAL E A IMPORTANCIA DA INTELIGENCIA EMOCIONAL? 404 »lotrodugao & psicciogia de Atkinson & Higard ‘Tommy nasceu em dezembro de 1856, na Virginia, ee filho de Janet Woodrow, a filha de um pastor Pres 1° riano, e Joseph Ruggles Wilson, ele mesmo um pastor bi ‘um lider da igreja presbite presbiteriano que se tornou a Flana na América do Sul. Os pais de Tommy eram PeSSOS educadas que valorizavam muito 2 aprendizagem. COTO aluno, no entanto, Tommy teve muita difieuldade na tra. Apesar de frequentar escolas especiis, ele nao [ capaz de ler até o final da infancia, por volta dos 10 0 11 anos. Com trabalho ado, ele acabou conseguinde entrar no College of New Jersey, que mais tarde se tornow a Princeton University: Mesmo na faculdade, no entanto, ‘Tommy nao se destacou nos trabalhos. [Até esse ponto, pode-se dizer que as chances de su cesso na vida de Tommy eram apenas moderadas. Pode- mos dizer hoje que ele nao parecia ser “uma boa pro- rmessa”, No entanto, nossas modestas predigdes sobre © futuro de Tommy se mostrariam erradas, Tommy era ‘Thomas Woodrow Wilson, Apés a graduacdo em Prin- ceton, ele ganhou uma pés-graduagao em direito na Uni- versity of Virginia e um doutorado em ciencias politicas da Johns Hopkins University ‘Durante os perfodos em que lecionou na Bryn Mawr College, na Wesleyan University na Princeton Univer- sity, Wilson escreveu nove livros, se tomando um respei- tado escritor. Ele foi nomeado presidente de Princeton em 1902 e depois foi eleito governador de Nova Jersey em uuma vitoria esmagadora na eleigdo em 1910. Em 1912, concorteu & presidéncia dos Estados Unidos contra 0 presidente William Howard Taft, candidato a reeleigao, € ganhou, tornando-se o 28" presidente dos EUA, Durante seus oito anos no cargo, Wilson guiou os Estados Unidos pela Primeira Guerra Mundial e trabalhou extensiva- mente para estabelecer 0 cessar-fogo e a paz na Europa apés a guerra, Em 1919, ganhou o premio Nobel da Paz por seus esforcos em estabelecer a Liga nas Nacbes. Com base em seus feitos durante o curso de sua vida, 1a maioria das pessoas diria que Thomas Woodrow Wil- son era um homem inteligente. Se ele tivesse feito um teste de inteligencia ou algum outro tipo de teste de ap- tidao quando era garoto, no entanto, ele poderia nao ter sido classificado no nivel “inteligente”. A historia de vida de Wilson levanta importantes questdes sobre 0 que significa inteligencia, © conceito de inteligencia foi um dos mais contro- versos de toda a hist6ria da psicologia e continua sendo até 0s dias de hoje. Até mesmo a definicao de inteligen- cia pode ser dificil porque suas definigées refletem sua teoria do que significa ser inteligente, eas teorias sobre a inteligéncia diferem amplamente, como discutiremos mais tarde. Alguns tedricos defenderam a ideia de que a inteligencia nao existe como uma entidade real, mas é um simples rétulo para o que os testes de inteligencia avaliam, Outros tedricos sugerem que a inteligencia deveria ser considerada mais amplamente e que envolve a habili. aprender a partir da experiencia, = asi lidar efetivamente como men Tiferaremos varias COnceITURGOES €Leorias gyn Cn, gencia neste capitulo: No entanto, primeira ges Mh. inteligencia ¢ medida. tea como a AVALIACAO DAS HABILIDADES INTELECTUAIS Algumas sociedades industralizadas confi orgy na avaliacho objetiva de habilidades cognitivag gy qectuas. Alunos podem ser colocados em grupos eda cionais com base em seu desempenho em tas ys {feates de atidao ou de habilidades fazem pare dope cessos de admissio em alguns Cursos Universtiis se micose de pos-graduacdo. Além disso, muita indisag t agencias do governo selecionam candidatos a vapay ‘promovem funcionérios com base em pontuacbes emg tes, Além dessas preocupacOes praticas, 0s métodos de avaliagao sto essenciais pata a teoria € a pesquisa soe ainteligencia. Visto que 0s testes € outros instrumentos de avaliagi desempenham papéis praticos € cientificos, € essencial {que mecam precisamente o que pretendem medit cificamente, devem ter fidedignidade e validade. Eles tm. ‘bem devem ser padronizados, 0 que significa que as con. digdes para fazer o teste s4o as mesmas para todas a pessoas que o fazem. Por exemplo, as instrugdes que acompanham 0 teste devem ser as mesmas para todos Fidedignidade Se o teste ou método de avaliagao for fidedigno, levarda resultados reproduziveis e consistentes, Um teste que le vasse a resultados diferentes quando administrado em ocasides diferentes ou realizado por diferentes pessos do seria confidvel. Uma analogia simples é um metro de borracha. Se ndo soubéssemos 0 quanto ele esticaria cada ‘vez que fizéssemos uma medicao, os resultados nao seriam confidveis, ndo importa 0 quao cuidadosos fossemos A fidedignidade ¢ tipicamente avaliada por corel cionar dois conjuntos de pontuacdes. Por exemplo, © mesmo teste pode ser aplicado ao mesmo grupo de Pe soas em duas ocasides. Se o teste for fidedigno, #8 Po twagoes da primeira ocasio deverdo ser muito paris com as pontuacdes da segunda. Se forem, pode-se det que o teste tem fidedignidade teste-reteste ou estbiidle temporal. Na pratica, € claro, normalmente nao gosta! ‘plicar o mesmo teste as mesmas pessoas duas vez" ‘ha muitas situacdes nas quais gostariamos de aplict ‘mas equivalentes do mesmo teste — por exemplo, 9 tados Unidos, os estudantes pré-universitriosfequen mente fazem exames de admissio (como 0 5 avaliagao escolar, o SAT, do inglés Scholastic Assess Test) mais de uma vez para aumentar suas pontuss riamos d€ a — =~ BSS SSS ONS para assegurar que duas formas do mesmo teste levem a pontuagdes equivalents, ambas as formas sto adminis: tradas para a mesma populagao e as duas formas sto cor ruacionadas. Pode-se dizer que o teste tem fidedignidade de formas alternativas se suas duas formas forem alta- tnente correlacionadas. Algumas das questdes do SAT, na erdade, nao contam para a pontuacdo dos estudantes, ‘has estio sendo estatisticamente avaliadas para que pos. Jam ser usadas no futuro em formas equivalentes do teste. ‘Outra medida comum da fidedignidade € a consis- séncia interna, 0 rau no qual as questdes ou os itens iso- rados em um teste medem a mesma coisa. Isso pode ser avaliado ao correlacionarmos as pontuacdes obtidas por tum grupo de pessoas em cada item com suas pontuagoes totais. Qualquer item que nao estiver cortelacionado coma pontuacao total nao é um item confivel e nao esta sendo bem-sucedido em sua contribuigao para o que 0 teste esta medindo. Com o descarte dos itens nao con- fiaveis, o teste € “purificado” por aumentar sua consis- téncia interna, A medida que o numero de itens confia- veis em um teste aumenta, a fidedignidade da pontuacao total do teste também aumenta ‘A maioria dos testes e instrumentos de avaliagao € pontuada objetivamente, muitas vezes por computador. Mas, as vezes, o desempenho intelectual ou o comporta- mento social deve ser avaliado subjetivamente. Um ‘exame por redacao € um exemplo conhecido, Para ava- lara fidedignidade desses julgamentos subjetivos, dois cou mais grupos de classificagdes atribuidos por jurados independentes sao correlacionados. Por exemplo, dois bservadores podem classificar as criancas de um berg rio de forma independente quanto a agressividade ou dois cou mais juizes podem receber um pedido para ler 0s dis- cursos de posse de primeiros-ministros bitanicos ¢ clas- sifici-los quanto ao otimismo. Se a correlacao entre os avaliadores ou juizes for alta, considera-se que o metodo ‘em um acordo interavaliador ou fidedignidade intera- valiadores. Em geral, um teste de habilidade pontuado objetiva- mente e bem-construido deve ter um coeficiente de fide- ignidade de 0,90 ou superior. Para julgamentos subjetivos, 5 coeficientes de fidedignidade de 0,70 podem, as vezes, ser satisatorios para fins de pesquisa, mas suposicOes S0- bie individuos especificos devem ser feitas com grande cau ‘ela Mas, como mencionado anteriormente, a fidedign- ‘ade da pontuacdo total de um teste aumenta A medica que © mimero de itens confiaveis no teste aumenta. Podemos aplicar 6 mesmo raciocinio a avaliacodes subjetivas © au ‘entar a fidedignidade do método por adicionar mais jul- 2, avaliadores ou observadores, Por exemplo, se as clas- ‘iacoes por dois observadores forem correlacionadas em apenas 0,50, o pesquisador pode adicionar urn tercelro Shiervador conparivele, asim, aurienta a fidedign- entre observadores de suas classificagdes somactas Part. 0.75; adicionar um quarto avaliador aumentaria a f- dedignidade para 0,80, e assim sucessivamente Inteigéncia « 405 Validade A fidedignidade avalia 0 grau no qual um teste esta me- dindo algo, mas uma alta fidedignidade nao garante que ‘ teste tenha uma boa validade, isto ¢, que ele meca 0 que pretende medi. Por exemplo, se 0 exame final no seu curso de psicologia tivesse um vocabuldrio especial- mente dificil ou perguntas capciosas, ele poderia ser um teste mais da sua habilidade verbal ou sofisticagao do que ‘da matéria aprendida no curso, Um exame assim pode ser fidedigno - 0s alunos conseguiriam as mesmas pontua- ‘des em um reteste e pode ser que 0s itens separados me- ‘am a mesma coisa -, mas nao seria um teste valido para mensurar 0 aproveitamento no Curso. Em alguns exemplos, a validade de um teste pode ser avaliada por correlacionar a pontuacao do teste com alguns critérios externos, Essa correlacio € chamada de coefi- Cente de validade, esse tipo de validade ¢ chamado de va~ lidade empirica ou de critério, Por exemplo, a correlacdo positiva relativamente forte entre as pontuagdes em um ‘exame de admissdo de uma universidade e as notas do pri- ‘meiro ano na tniversidade ¢ um indicador da validade do teste, Por causa da sensibilidade a discriminacao de raga € sexo, 0s tribunais est4o cada vez mais exigindo que em- presas e agéncias do governo que usam testes para sclecdo de pessoal fornecam evidencia da correlacdo entre esses testes € 0 desempenho no cargo —em outras palavras, que cles tem validade empirica ou de critério. Pode haver aspectos da inteligéncia para os quais no esta claro qual deve ser o crtério externo, Como, por exemplo, um pesquisador pode medi a validade de um teste de motivagao? Podemos pensar em varias possibili- dades, O teste pode ser aplicado a executivos para verifi- car se ele esta correlacionado com seus salarios. Talvez 0 teste tenha relagao com as avaliagdes dos professores so- bre a ambigdo de seus alunos. © problema ¢ que nao ha qualquer critério que o pesquisador esteja disposto a acei- tar como a resposta “verdadeira”, Seria reconfortante se 0 teste apresentasse correlagio com os salarios dos execu tivos, mas, se nao apresentasse, 0 pesquisador nao esta- ria disposto a considerar o teste invalido. Isso € conhe- cido como 0 problema de critério na avaliagao: nao ha ‘uma medida de “verdadeira” em comparacdo com a qual seja possivel validar o teste. Assim, o pesquisador tenta estabelecer sua validade de constructo ~ para mostrar ‘que as pontuagdes no teste estdo correlacionadas com os resultados que a teoria diz que o teste deveria prever, Isso € feito por meio do proprio processo de pesquisa. (© pesquisador usa sua teoria para criaro teste € gerar pre- digdes a parti da teoria, Os estudos que usam o teste sto, entdo, conduzidos para testar essas predigdes. Se os re- sultados de varios estudos convergentes confirmarem as. predicdes da teoria, a teoria e o teste sto valilados si- imultaneamente, Na maioria dos casos, os resultados mis- turados sugerem formas nas quals a teoria € 0 teste pre= cisam ser modhficados, Por exemplo, McClelland (1987) 408 « Inodugdo a picologa de Atkinson & Higard ‘propos uma teoria da motivagao que deveria denier € explicar individuos ambiciosos e com grandes 162 02" ‘goes em qualquer érea de atividade. Um teste Part ®t liar a motivagao foi desenvolvido € wsado para 150” predigoes a partir da teoria, Os resultados de vant tudos indicaram que as predigdes foram conlin™it® ;para homens envolvidos em atividades empresariais™X* nao para mulheres ou paraindividuos envolvidos em tos tipos de atividades, como pesquisa academics, Co¥ sequentemente, a teoria foi modificada para ser solos principalmente a realizagdo empresarial, e 0 teste foi ‘mudado para que fosse mais valido para mulheres. Os primeiros testes de inteligéncia {A primeira tentativa de desenvolver testes de habilidades intelectuais foi feita ha um século por Sir Francis Galton. Naturalista e matemdtico, Galton desenvolveu tum inte- resse por diferencas individuais depois de considerar a teoria da evolugdo proposta por seu primo, Charles Dar- win, Galton acreditava que determinadas familias fossem biologicamente superiores a outras, que algumas pessoas fossem inatamente mais fortes ou mais inteligentes do que outras, A inteligencia, ele raciocinou, é uma questdo de habilidades perceptivas e sensoriais excepcionais que so passadas de uma geragdo para outa, Visto que todas as informagdes sio adquiridas por intermédio dos sent- dos, quanto mais sensivel e preciso for o aparato per- ceptivo de um individuo, mais inteligent ele serd. (AS crengas de Galton na hereditariedade da inteligéncia ole- varam a propor que as capacidades ments da raga hu- ‘mana poderiam ser aprimoradas por meio da eugenia, ou aperfeicoamento genético. Felizmente, ele € mais lem- brado por sua aplicacao da estatstica ao estudo da inte- ligencia do que por defender a eugenia.) Em 184, Galton aplicou uma batera de testes (me- dindo variaveis como tamanho da cabeca, tempo de rea- «fo, acuidade visual, limites auditivos ememéria para for ‘mas visuais) em mais de 9.000 visitantes em uma exibigao em Londres. Para seu desapontamento, ele descobr que cientistas britdnicos eminentes nao podiam ser dferen. ciados de cidados normais com base no tamanho de suas cabecas e que medidas como o tempo de reacao nao estavam relacionadas a outras medidas de imteligencia Embora seu teste ndo tenha provado ser muito ui, Ga, ton inventou 0 coeficiente de correlagdo, que, ‘mos, desempenha um papel importante na Os primeiros testes parecidos com ost ligencia modernos foram desenvolvidos frances Alfred Binet no final do século Xi governo francés aprovou uma lei fare presenca de todas as criancasfosse obrgators rag las, Anteriormente, 08 alunos com difculdade de gene” dizagem normalmente eram mantidos em ean a, mas, agora, os professores terlam que lidar com uma : variedade de diferencas indvidusts, govern on inet pa ste que det tua Binet para cir um uste que detec eran se como ja vi- Psicologia estes de inte- Pelo psicologo IX. Em 1881, 0 ndo com que a ito fracas intelectualmente para Seam curiculo escolar normal bl eh Binet presumitr que a inteligéncia dey, caida por tarefas que exigiam habilidades qe =, he, Solucao de problemas em vez de habildages a, te perceptivas. Em colaboracdo com outro pics ées, Théophile Simon, Binet publicou tal teste ee revisou-o em 1908 € novamente em 191), © pesquisador argumentou que uma cranga g ficldades de aprendizagem eraigualaumaciagsn ‘mal cujo crescimento mental foi retardado, Nog, ee ‘crianga com problemas de aprendizagem teria aia) esempenho que uma crianga normal mais nye? {quanto as habilidades mentais de uma criana bt, seriam caracteristicas de-uma crianca mais veh, Gecenvolveu uma escala de itens de teste de dita crescente que media 0s tipos de mudancas na intel, cia normalmente associados ao envelheciment, Quin, mais alto na escala a crianca puder chegar a0 respon ositens corretamente, maior sera sua idade mental (iy O conceito de idade mental foi importante para o métiy de Binet. Ao usar esse método, a IM de uma criang, pode ser comparada com sua idade cronolégica (1C)ée. terminada pela data de nascimento. A€scala de Inteligéncia Stanford-Binet Os itens de teste otiginalmente desenvolvidos por Bint foram adaptados para alunos americanos por Lewis fe man na Stanford University. Terman padronizou a adni- nistracao do teste e desenvolveu normas de nivel eidade, aplicando 0 teste a milhares de criangas de varias fans etarias. Em 1916, ele publicou a revisao de Stanford és testes de Binet, agora conhecido como Escala de int géncia Stanford-Binet. Ela foi revisada em 1937, 196 1972, 1986 e, mais recentemente, em 2003. Apesar 54 idade, a escala Stanford-Binet ainda ¢ uma das mais 1s das em testes psicologicos. Terman manteve o conceito da idade mental de Br Cada item de teste foi classificado por idade no niv = ual uma maioria substancial das criancas passt- Ai" mental de uma crianga pode ser obtida a0 soma" numero de itens aprovados em cada nivel. Alem o™” Terman adotou um indice de inteligencia conven Berido pelo psicdlogo alemao William Stern: © be io © quociente de inteligéncia (QI), que expres" 8éncia como uma razao entre a idade mental °* ctonologica: QU= IMAC x 100 oil © mimero 100 ¢ usado como umm mule zendo com que o QI tena um valor de 100 4 et for igual a IC. Se IM for menor que 1C,0 2118 We 100; se IM for maior que IC, 0 QI sera mae Ts A revisto mais recente da escala Stanfor jl pontuagdes de idade-padrao em vez de Pontus if las podem ser interpretadas em termos dP vo mostram a porcentagem de individuos no grupo de pa- ronizagio que estao acima ou abaixo de determinada uacio. E, apesar de o conceito de Ql ainda ser usado bmn testes de inteligéncia, ele mao € mais calculado com fsa equacao. Em vez disso, sdo usadas tabelas para con- verter pontuacdes brutas no teste em pontuagdes-pa- Grdo que sio ajustadas para que a média de cada idade se igualea 100. ‘As pontuagoes de QI tendem a cair na forma de uma carva normal, com a pontuacdo da maioria das pessoas {icando em torno de 100, mas algumas pessoas pontuam Inteigencia « 407 muito mais ou muito menos do que 100. A Figura 12.1 mostra as porcentagens da populace que sera classifi- ‘cada em varias faixas de pontuacdes de Ql. Em sincronia com a atual visio da inteligencia como uma combinacao de diferentes habilidades, a revisao de 1986 da escala Stanford-Binet agrupa seus testes em qua to amplas areas: raciocinio verbal, ractocinio visuaV/abs- trato, raciocinio quantitativo € meméria de curto prazo ‘Sattler, 1988). Cada area tem uma pontuacao separada. A Tabela 12.1 dé alguns exemplos de itens ageupados por area 3 8 3 3 5 3 3 a g & I Retardamento Retada[o. Retada/o Média de Superior Muto superior mental severo. mental — mental pontuagao de Qh douse aprofunde maderado limivote Figura 12.1 Distribuigdo da frequéncia de pontuagdes de Ql. As pontuagées de Om uma distribuiga sm uma disribuigdo normal, com poucas pontuagses nas ex aries rena 2 nab ne 00100 BoA tao Ut, Pci! Reng TO O57 Paneer ah) Tabela 12.1 Tens da Escala de Inteligéncia Stanford-Binet. Exerplos pias de ens da Escala de intlgincia Stanford-Binet de 1986 para crangas de Seis ‘oo anos de iad, Teste Deserigéo Acgumento verbal ocabulra ‘ participants define palawas, como “dare “envelope” Campreensso ‘Opatiipanterespandeperguntas, como “Onde s pessoas compram comida” “Porque as pessoas pensiam 0 cate” dos partners aspaca “estate une gua camo ua gra anon dei . ikea ‘ou um homem careea penteando o cabelo icita sobre um lage Reabes eras © paricpante diz como 0s primeira ts Mens de uma saqulncia sto parecides @ como ees so lferentes do quarto: ecarpe, raat, cachecel e canvseta. Racicinio quantttiva Statatvo parcipante real simples tarts deariatica, como escoher um dado com sels = : ors porque oi ‘pontos 6 qual 8 combinacdo de urn dado de dois pontcs © um dado de quatro pont. Porque 0 nimero de Sis nimeros (0 participate forece os préimas dois mimes de uma série, como: 20 18 12 8 __ Constugio de eqiagéo _-—_O paint constr uma equago apart do conta a seguic 2.3.5 + =-Uma resposta conta saria 2 +3 = 5. 408 « introdugéo @ psicologia de Atkinson & Higard " Tabota 12.1 (coninuagéo) ; Teste Deserigdo Raciocinio absrato/visual ies jes usando Araises depos O part co cn denenstato pl rata, COTO UM elngUo coy Coniando ‘patente copia um deseno geomético te, diagonas, Meméria de curt prazo (Memria de contas € mostrada uma figura com contas (pedrinnas) de Giferentes formas: aa em uma vareta. O participanis conta reais em ume Va reproduz a sequncia de meme, colocendo 5 os Meme para frases ‘participate repete frases depois do examina, como “é hora de ir dormir "Karen pintou um quai pag avers de sua née" Meméria para digtos O participant rete depois do examinador uma série de digs, como 5-7-6-3, na ordem normal ena aden, versa ‘Meméria para objetos ‘Sdo mastradas figuras de objtos indviduais, como um religio € um elefante, um de cada vez. O partiopante ienttica os objets na ordem coreta de sua apargdo em uma figura que também inclu objtes estranhes, poy exemplo, um Gnbus, um palhago, um eletante, ovos eum reldgio. As Escalas de Inteligéncia Wechsler cala verbal e uma escala de execugdo — que resultam em pontuacdes distintas, assim como um teste de QI com. pleto. Os tens de teste estao descritos na Tabela 12.2. De. pois, Wechsler desenvolveu um teste similar para rian Em 1939, David Wechsler desenvolveu um novo teste porque achou que o teste Stanford-Binet dependia muito eee fe Wehner a a netk cas, a Escala de Inteligencia Wechsler pare Cranes SAIS Pasties wee aa Intlligence Scale. (NISC, do ingles Wechsler Intelligence Seale for Child) (1939, 1955, 1981), € dividida em duas partes—umaes- (1998; 1974, 1991) Tabela 12.2 Testes que compdem a Escala de inteligéncia Wechsler ara Adults. Os testes da Escalade Inteligéncia de Wechsler para Crangas si it Lares aos da escalas para adultos, com algumas mocticagé Teste Descrigdo Escala verbal aoe caeeban eeeae inlrmacdes, por exemplo, “Qual capital da tala? ensto $s praias ea heblicade para aval E ataunSi ee Eee Para avalarexperiéncias passadas, por exemalo,*Por ‘que colocamos seles em ‘tmética Problema verbais que tstam 0 raisin artmético, Semelhangas Pergunta de que manera dois objtos Leas ‘objtcs ou conceites (por exemplo, receta e ‘mapa) S80 semethantes; avala pensamet- Dighos Una sri de cgtos apresenada oamente tsa tno earners day pa, 76) rept dem ma ora ace Vocabulrio ‘Avalia conhecimento de palaas, cee" _Gesmne cinta en ene es faea was Ss letas om oem aabética;avalia a memdria operacra Cécigos Una trea de codticazao cronomet ada a lina voutade de pendzagem eee: oo MUTE dove Ser assnagoo ‘areas de varios formats: Completa figuras A parte qu ata de uma figura incompleta deve catns ‘Sual € a organizagao perceptiva “Se descobera nomad; ava o nivel de aera visu aa ‘Arratio de figuras Ura sr de deserts de tras desta ene Baa pared Intoigcla = 409 ota 122 (continuacéo) aa Descrigdo sonata do enecuG80 wiomatical ——_Umator Festi al forma geométrica que é sernelhante de iguma forma @ um exemplo dado dove ser seleconada a grt de un con- junto de alternativas possves; avala a organizagto perceptva mar objets lagdes parte-todo. Procurrsimbolos te Pcs de um quebra-cabega devem ser montadas para formar um objeto complet; avaia a hablldade de Idar com re- U ma serie de orupos de simbolos@ apresentada em pares, um grup-ao de dos simbolos @ um grupo de pesquisa O examinando deve determinar se 0 simbolo-avo aparece no grupo de pesquisa: avalia a vlocidade de processamento Ositens na escala de execucdo exigem a manipulagao ‘ou a organizacao de cubos, figuras ou outros materiais Asescalas Wechsler também fornecem pontuacdes para cada subteste de forma que o examinador tenha uma ideia mais clara dos pontos intelectuais fortes ¢ fracos do individvo, Por exemplo, uma discrepancia entre as pon- tuagdes verbal e de execugdo faz 0 examinador procurar, por problemas especificos de aprendizagem, como defi- citncias de leitura ou limitacoes de linguagem, As escalas Stanfor-Binet ¢ Wechsler mostram boa fi- dedignidade e validade. Elas tem fidedignidade teste-re- teste de cerca de 0,90 € sdo indicadores suficientemente accitos de realizagdes na escola, com coeficientes de va- lidade de cerca de 0,50. Aabordagem fatorial Alguns psicélogos veem a inteligéncia como uma capa- cidade geral de compreensao ¢ raciocinio que se mani- festa de varias maneiras. Essa era a hipotese de Binet. Em- bora seu teste contivesse muitos tipos de itens, Binet observou que uma crianca inteligente tendia a pontuar mais do que criangas burras em todos 0s itens. Ele supos, emo, que as diferentes tarefas fossem exemplos de uma tabilidade subjacente basica, Similarmente, apesar das di- versas subescalas incluidas na WAIS, Wechsler também acreditava que “a inteligencia a capacidade global ou ‘agregada do individuo de agir propositadamente, pensar ‘acionalmente e lidar efetivamente com seu ambiente" (Wechsler, 1958), Outros psicologos, no entanto, question: ‘al “inteligencia geral”. Eles acreditam que 0s \eligencia exemplificam varias habilidades mentais que Slo relativamente independentes de outra, Um método Para obterinformagdes mais precisas sobre 0s tipos de ha bildades que determinam 0 desempenho nos testes de inteligencia € a analise fatorial, uma técnica estauistica ue examina as inter-relacoes entre varios testes € 05 ~ uz a um namero menor de dimensoes independentes, chamados fatores, por agrupar aqueles que s#0 0s mais al- tamente correlacionados. A ideia basica ¢ que dois testes que se correlacionam fortemente um com 0 outro Pro Yavelmente medem a mesma habilidade subjacente. O objetivo ¢ descobrir © miimero minimo de fatores ou ha 1am se existe testes de in- bilidades necessérios para explicar o padrao observado de correlagées entre um conjunto de diferentes testes. Foi Charles Spearman (1904), 0 criador da analise fa- torial, que primeiro props que todos os individuos pos suem um fator de inteligéncia geral (chamado g) em ‘quantidades variadas. Uma pessoa poderia ser descrita como geralmente inteligente ou geralmente estupida, dependendo da quantia de g que ela possuisse, De acordo com Spearman, o fator g ¢ 0 principal determinante do desempenho nos testes de inteligencta, Alem disso, fa- tores especiais, chamados de 5, sio especificos para ha- bilidades ou testes especificos. Por exemplo, cada teste de aritmética ou de relagoes espaciais utilizaria um s sepa- rado. A inteligencia testada de um individuo refletiria a quantia de g mais a magnitude dos fatores 5 variados apresentados pelo individuo. O desempenho em mate- ‘matica, por exemplo, seria uma fungao da inteligéncia ge- ral de uma pessoa e da aptidao matematica, ‘Um pesquisador posterior, Louis Thurstone (1938), objetou a enfase de Spearman na inteligencia geral, su- gerindo que a inteligencia pode ser dividida em varias ha- bilidades primarias, usando-se a analise fatorial. Apos aplicar muitos testes, analisar os resultados por fatores, purificar as escalas e retestar, Thurstone identificou sete fatores, os quais ele usou para criar seu Teste de Habili- dades Mentais Primarias. Versoes revisadas desse teste ainda sio amplamente uusadas, mas seu poder de previsto nao ¢ maior do que 0 de testes de inteligéncia geral, como as escalas Wechsler. ‘A esperanca de Thurstone de descobrir os elementos ba- ssicos de inteligéncia por meio da analise fatorial nao foi ‘completamente realizada por varias raz6es, Primeito, suas habilidades primarias nao s4o completamente indepen- dentes. Na verdade, as inter-relacoes significativas entre las apoiam o conceito de um fator de inteligencia geral subjacente as habilidades especificas, Segundo, o numero ide habilidades basicas identificadas pela andlise fatorial de- pende da natureza dos itens de teste, Outros pesquisado- res, usando itens de teste diferentes € métodos alternati ‘vos de anilise fatorial, identificaram de 20 a 150 fatores {que representam um grupo de habilidades intelectuais, (Ekstrom, French ¢ Harman, 1979; Ekstrom, French, Hat- ‘man e Derman, 1976; Guilford, 1982). 410 « Introdugéo & psicologia de Atkinson & Higard Essa falta de consisténcia em naimeros ¢ tipos de fato- res aumenta as dividas sobre o valor da abordagem fato~ rial. Apesar disso, a andlise fatorial permanece como uma importante técnica de estudo do desempenho intelectual (Lubinski, 2000), iremos encontré-la novamente quando discutirmos os tracos de personalidade no Capitulo 13. RESUMO DA SEGAO ‘© HA muitas definigdes diferentes de inteligéncia. Alguns | te6- ricos a veem simplesmente como 0 que os testes de inte- ligéncia medem. Outros a veem como um conjunto de habilidades gerais, incluindo a habilidade de aprender a partir da experiéncia, pensar em termos abstratos ¢ lidar efetivamente com 0 ambiente. ‘© Um bom teste de inteligéncia deve ser confidvel - levar a resultados consistontes ¢ repraduzies, A fidedignidade de ‘forma alternativa é mostrada quando duas formas de um teste sao altamente correlacionadas. Um teste tem uma ‘boa consisténcia interna quando varios itens no teste esto altamente correlacionados. Quando avalagdes mais sub Jetivas S20 usadas, os juizes classificam as respostas dos entrevistados, e 0 pesquisador espera ver a fidedignidade entre observadores ou a concordancia entre avaliadores. ‘© Um teste tem uma boa validade se ele medir 0 que pre- tende medi. A validade empirica ou de critrio € mostrada quando 0 teste é altamente correlacionado com outro teste da mesma teoria. A validade de constructo é mostrada quando as pontuagdes do teste predizem resultados que a teoria do pesquisador sugere que ele deveria prever. © Os primeiras testes de inteligéncia bem-sucedidos foram desenvolvidos pelo psicélogo francés Alfred Binet, que pro- pds 0 conceito da idade mental. A idade mental de uma crianga inteligente esta acima de sua idade cronolégica; a dade mental de uma crianga com problemas de aprendi- zagem esta abaixo de sua idade cronolégica. 0 conceito do quociente de inteligéncia (Ql) e a proporgao da idade ‘mental pela idade cronolégica (multiplicada por 100}, foram introduzidos quando as escalas Binet foram revisadas para ar @ Stanford-Binet. Muitas pontuagSes de testes de in- teligéncia ainda so expressas como pontuacdes de Ql, mas ndo so mais calculadas de aoordo com essa formula © Binet e Wechsler, 0 criador da Escala de Inteligéncia Wechsler para Adultos (WAIS), presumiram que a inteli ‘géncia é uma capacidade geral de raciocinio. ‘* Simitarmente, Spearman propds que um fator geal (9) sus- tenta o desempenho em diferentes tipos de itens de teste. ‘Aandlisefatorial € um método para determinar 0s tips de hhabilidades que suportam o desempenho em testes de in- teligéncia. FRERGUNTAS DE PENSAMENTO CAITICO ~ “"] 11 Para determinar a validade de um teste de intetigéncia, pre- | ‘cisamos ter algum resultado com base no qual avaliar 0 de- } ‘sempenno do teste. Em sua opinido, quais so 0s resultados certos wer teste de intaligéncia deve prever? =} que quaigt igenck pre 4 Poi ue vocb acha qUe algumas pessoas Se piesa Fr tanto em mada nteligencia? na TEORIAS CONTEMPORANEAS DA INTELIGENCIA ‘Até os anos 1960, a pesquisa sobre inteligencia foi dg, sminada pela abordagem fatorial. No entanto, com o de. ‘envolvimento da psicologia cognitiva e sua Enfase nog Fnodelos de processamento de informagdes (veja 0 Cy, pitulo 9), uma nova abordagem surgiu. Essa abordagem € definida de formas diferentes por pesquisadores dis. tintos, mas a ideia basica € tentar entender a inteligencig tem termos de processos cognitivos que operam quando nos envolvemos em atividades intelectuais (Sternberg e Kaufman, 1998). A abordagem de processamento de in- formacao pergunta: 1 Quais processos mentais esto envolvidos em varios testes de inteligencia? 2 Com que rapidez e com que precisao esses processos sto realizados? 3. Sobre quais tipos de representagdes mentais de in- formagdes esses processos agera? Em vez de tentar explicar a inteligéncia em termos de fatores, essa abordagem tenta identificar os processos rmentais que sustentam o comportamento da inteligénca Ela presume que as diferencas individuais em uma tarela dada dependem dos processos especificos que diferentes individuos trazem e da rapidez e da precisto desses pro- cessos. O objetivo € usar um modelo de processamento de informacao de uma tarefa especifica para identificar ‘medidas apropriadas dos processos usados no desempe- no da tarefa, Essas medidas podem ser tao simples {quanto a resposta a um item de maltipla escolha ou po- dem incluir a velocidade de resposta ou movimentos oculares associados com a resposta. A ideia ¢ usat qual- quer informacao que seja necessaria para estimar a eft ciéncia de cada proceso componente. Teoria das inteligéncias multiplas de Gardner Howard Gardner (2004a) criou sua teoria das intelige"” Cias miltiplas como um desafio direto para o que ele cchama de visao “classica” da inteligéncia como uma co Pacidade para raciocinio logico. Gardner ficou impres: sionado com a variedade dos papeis de adultos em dile Tentes culturas ~ papéis que dependem de uma variedade de dons ¢ habilidades ainda sao igualmente importantes Para o funcionamento bem-sucedido naquelas culturas- Suas observacées 0 levaram a conclusio de que ™° existe apenas uma capacidade mental subjacente OU & ‘mas uma variedade de inteligéncias que trabalham €™ Conjunto, Ele define uma inteligencia como a “habilidade de solucionar problemas ou adaptar produtos que S*? ——— Ee juencias em um conjunto ou comunidade cultural fica” (1993b, p. 15). Sao essas inteligencias malti- puis que habilitam 0s seres humans a desempenharem fapeis 20 diversos, como médico, azendeiro, xama ¢ dangarino. Gardner € rapido em ressaltar que uma inteligencia nao €uma “coisa”, algum tipo de bem dentro da cabeca, thas “um potencial, cuja presenca permite a um individuo teracesso a formas de pensamento apropriadas para tipos ‘especificos de contetido” (Kornhaber € Gardner, 1991, p.195). De acordo com a teoria das inteligencias malt plas, existem sete tipos diferentes de inteligencia, inde- pendentes uns dos outros, ¢ cada um opera como um sis- tema (ou médulo) separado no cérebro, de acordo com suas proprias regras. Sdo elas: (1) linguistica; (2) musical; {G) logico-matematica; (4) espacial; (5) corporal-cinesté sica, (6) intrapessoal; e (7) interpessoal. Elas sao descri {as mais detalhadamente na Tabela 12.3, Gardner analisa cada tipo de inteligencia a partir de varios pontos de vista: as operacdes cognitivas envolvi das, o aparecimento de prodigios e outros individuos ex- cepcionais, evidencias a partir de casos de dano cerebral rmanifestagdes em diferentes culturas e © posstvel curso do desenvolvimento evolucionario. Por exemplo, deter rebrais podem prejudicar um ‘minados tipos de danos c tipo de inteligencia e nao ter efeito em outros. Ele percebe que as capacidades de adultos em diferentes culturas re- presentam diferentes combinages de varias inteligencias, Embora todas as pessoas normais possam aplicar todas as inteligencias em alguma proporio, cada individuo € racterizado por uma combinacao tnica de inteligencias relativamente mais fortes € mais fracas (Gardner, 2004a), ‘que ajuda a explicar as diferencas individuais. Como mencionado anteriormente, os testes de QI convencionais sio bons indicadores das notas na facul- Tabela 12.3 SS nneeneebineeee esse Inttigoncia = 411 (De acordo com a tora das inteligencias matiplas de Gardner, esses trés indivdvos mostram diferentes tos de inteigéncia: Kigico-matematica, musical e espacial 7y capacidade de comunicacéo oral, juntamente com mecanismos dedicados a fonoogia ‘(eons do dis- ‘uso, inane (ramatica, semdntica(signiicad) epragmatica(micagtes e usos da inguagem em vax 10s cendris) ate ‘rabid decir, comunicar€ compreender os snificados feos de sons, jumamente com mecanis- ‘nos dedicados a tom, ro e time (qualidade do som). es Sis © oo am -abiiade de usar especie clages a astncia de apo ou de objets. yabstrato, we 412 «Introduce a psicologia de Atkinson & Hilgers dade, mas eles sao menos vidos para predizer SW profissional posterior ou o progresso na carreira. ME das de outras habilidades, como a inteligéncia interPe” soal, podem ajudar a explicar por que algumas pessoas ‘com registros académicos brithantes infelizmente © mais tarde na vida, enquanto estudantes inferiores $¢ tornam lideres carismaticos. Portanto, Gardner € seus > Tegas propdem avaliagdes justas da inteligencia (intell- ‘gence fair) nas escolas, que permitiriam que as criancs demonsttassem suas habilidades de outras manciras di- ferentes dos testes com papel e lapis, como montando equipamentos para demonstrar habilidades espaciais (Gardner, 2004b). Teoria da inteligéncia e do desenvolvimento cognitivo de Anderson ‘Uma critica sobre a teoria de Gardner € que os altos nf- veis de habilidade em qualquer uma das muitas inteli- _géncias estéo normalmente cortelacionados a uma grande habilidade das outras; isto €, nenhuma capacidade inte- lectual especifica ¢ completamente distinta das outras (Messick, 1992; Scarr, 1985). Alem disso, 0 psicélogo Mike Anderson salientou que as inteligéncias miltiplas de Gardner nao estdo bem definidas ~ elas sto "as vezes ‘um comportamento, as vezes um processo cognitivo € as ‘vezes uma estrutura no cérebro” (1992, p. 67). Entao An- derson procurou desenvolver uma teoria baseada na ideia da inteligencia geral proposta por Thurstone ¢ outros. A teoria da inteligencia de Anderson defende que di- ferengas individuais na inteligencia e mudancas de de- senvolvimento na competéncia intelectual sto explicadas por mecanismos diferentes. As diferencas de inteligencia resultam de diferencas no “mecanismo de processamento bbasico” que executam 0 pensamento € que, por sua vez, geram o conhecimento. A velocidade na qual 0 processa- mento bisico ocorre varia de um individuo para outro, ‘Uma pessoa com um mecanismo de processamento basico mais lento tem maior probabilidade de ter dificuldade para adquirir conhecimento do que uma pessoa com um mecanismo de processamento mais rapido. Isso é 0 ‘mesmo que dizer que um mecanismo de processamento de velocidade baixa produz baixa inteligéncia geral Entao Anderson observa que ha alguns mecanismos cognitivos que nao mostram diferencas individuais. Por ‘exemplo, pessoas com Sindrome de Down podem nao ser capazes de somar 2 + 2, ainda, assim podem reconhe- ‘cer que outras pessoas tem crengas € podem agir acordo com elas (Anderson, 1992). Os mecanismes we propiciam essas capacidades universais $20 08" * ropa ech er me nhando calculos complexos. Os médulos nao sie afves, dos pelo mecanismo de processamento basico, eles aay praticamente automaticos. De acordo com Anderson, ¢ amadurecimento de novos médulos que explica o's ‘mento de habilidades cognitivas no curso de deservol, vimento, Por exemplo, 0 amadurecimento de uum modulo linguagem explicaria 0 desenvolvime ‘de falar usando periodos completos ‘médulos, de acordo com Anderson ‘duas “habilidades especificas" Umea lida com o pensamento proposicional (expressig — smatica da linguagem) € 0 outro com funcoes visuais cas, Anderson SUBETE QUE a5 FIRS asocads op ea habilidades sto realizadas por “processadors«r peeificos’. Diferentemente dos rOdulos, ue rekon Pragoes muito determinadas, cada um dos processadogy topecficos lida com uma ampla classe de problemasq, cerpecimentos. Também diferentemente dos migy ge processadores especificos sao afetados pelo mecy, remo de processamento basico. Um mecanismo dep, essamento veloz habilita uma pessoa a fazer um isp nais eficaz dos processadores especificos pata pontur aig em testes e alcancar mais realizag6es no mundo al “Assim, a teoria de Anderson da inteligéncia sugere dduas “rotas” diferentes para o conhecimento. A primeia envolve usar 0 mecanismo de processamento bésico, que ‘opera por meio de processadores especificos, para ad Quirir conhecimento. Na visto de Anderson, isso ¢0 que queremos dizer com “pensamento” ¢ explica as d- ferencas individuais na inteligéncia (que, em sua visio, sto iguais as diferencas de conhecimento). A segunda rota envolve o uso de médulos para adquirir conheci- mento. O saber baseado em médulos, como a percepcdo de espaco tridimensional, vern automaticamente se 0 médulo tiver amadurecido o suficiente; e isso explica o desenvolvimento da inteligéncia. Ateoria de Anderson pode ser ilustrada pelo caso de ‘um homem de 21 anos, conhecido como MA, que sofreu convulsoes quando era crianca ¢ foi diagnosticado com autismo (consulte uma discussao sobre 0 autismo no Cé- pitulo 16), Como adulto, ele nao podia falar e obtinhs pontuagdes muito baixas em testes psicomeétricos. No er tanto, descobriu-se que ele tinha QI de 128 e uma eX traordinaria habilidade para detectar mimeros primos, zendo isso muito mais precisamente do que um cientis® graduado em matematica (Anderson, 1992). Anderso™ conclui que MA tinha um mecanismo de processament0 basico intacto que Ihe permitia pensar em simbolos as {atos, mas havia sofrido dano em seus médulos lingus ticos, o que impediu a aquisi¢ao de conhecimento € municacao cotidianos. Teoria tridrquica de Sternberg Em contraste com a teoria de Anderson, a teoria wit ftulca de Sternberg aborda a experiencia ¢ 0 comes” Tea de mecanismos basicos de processament & Ciuasto (Stemberg, 1985). Sua teria tem ts Pe cee as: 8 subteoria componencial, que lida OME cents do Pensamento a subteoria experienc tears eats a experiencia na inteligencis € 9 eda cult etal que considera os efeitos 40 8 Folate St 4 individuo. A subteoria mats bem 4 componencial. dedicado & habilidade ‘Alem dos Jigencia inclui lo gg He \ \ ~ et ‘Ateoria componencial considera os componentes do pensamento. Sternberg identificou trés tipos de com- ponentes: 4, Osmetacomponentes sao usados para planejar, con- trolar, monitorar e avaliar o processamento durante a Solucio de problemas. Sternberg (1985) os reclassif ‘cou como habilidades analiticas. Por exemplo, se oct fosse fazer 0 almoco do Dia de Acao de Graas emia mee Comms mou ees gresso na obten¢io de todos os ingredientes, no pre- paro de cada prato e em garantir que tudo estivesse pronto para ser servido ao mesmo tempo. 2 Oscomponentes de execucao realizam estratégias de resolucdo de problemas, Sternberg (1985) agora os chama de habilidades criativas. Um habilidoso me- ‘canico pode usar suas habilidades criativas para des- cobrir um modo para consertar as pecas de um carro que nio estao funcionando. 3 Os componentes de aquisicao do conhecimento co- dificam, combinam e compatam informacées durante o curso da resolucao de problemas. Sternberg (1985) agora os chama de habilidades priticas. Vocé esta usando suas habilidades de aquisigao de conheci- ‘mento ou priticas a medida que lé este capitulo e de- cide guardar algumas informagdes na meméria. Esses componentes esto intertelacionados. Cada um entra em cena durante o processo de resolucao de proble- mas, e nenhum deles pode funcionar independentemente. Sternberg exemplifica o funcionamento desses compo- nentes com problemas de analogia do seguinte tipo: O advogado esté para o cliente assim como o médico esté para o (a) remédio; (b) paciente. Uma série de experimentos com tais problemas leva~ ram Sternberg a concluir que 0s componentes criticos ‘ram 0 processo de codificacao eo processo de compara- do. O partcipante codifica cada uma das palavras da dralogia para formar uma representacao mental da pala- vra~neste caso, uma lista de atributos da palavra que s80 resgatados da meméria de longo prazo. Por exemplo, uma representacdo mental da palavra “advogado” pode incluir os seguintes atributos: formado, versado em procedimen- tos legais, representa clientes no tribunal ¢ assim por dante, Uma vez que o participante forma uma represen ‘acio mental de cada palavra na analogia, 0 processo de comparacao examina as representagdes procurando atri- bbutos correspondentes que solucionem a analogia. Outros processos estio envolvidos nos problemas de analogia, mas Sternberg mostrou que diferencas indivi- dduais nessa tarefa sdo determinadas principalmente pela eficiencia na codificacao e nos processos de comparacio Aevidencia experimental mostra que os individuos que Inteigencia « 413 ‘tem uma alta pontuacdo em problemas de analogia (can- didatos habilidosos) gastam mais tempo codificando € formam representacdes mentais mais precisas do que os individuos que tém uma baixa pontuac8o em tais pro- blemas (candidatos menos habilidosos). Em contraste, durante o estagio de comparacio, 0 candidatos habili- dosos sao mais rapidos do que os menos habilidosos em ‘comparagio de atributos, mas os dois so igualmente pre- ‘isos. Entio, as melhores pontuagdes no teste dos can- datos habilidosos s4o baseadas no aumento da precisio de seu processo de codificagao, mas o tempo que eles Pre- cisam para resolver os problemas € uma mistura com- plicada de codificagao lenta e comparacdes rapidas. A subteoria de componencial em si, ndo da uma expli- cacao completa acerca das diferencas individuais na inte- ligéncia, A subteoria experiencial € necessaria para explicar o papel da experiéncia no desempenho de inteli- géncia, De acordo com Stenberg, diferencas na experién- cia afetam a habilidade para solucionar um problema su- gerido. Uma pessoa que néo encontrou um conceito especifico anteriormente, como tuma formula matematica ‘uum problema de analogia, teré mais dificuldade em apli- car esse conceito do que alguém que ¢ experiente em usar © conceito. Desse modo, a experiencia de um individuo ‘com uma tarefa ou um problema ¢ classificada em algun lugar em uma sequéncia continua que se estende de total- mente nova até completamente automiatica (isto é, total- ‘mente familiar como resultado de uma longa experiencia), Claro, a exposicao de uma pessoa a conceitos especi- ficos depende muito do ambiente. E af que a subteoria contextual entra. Essa subteoria esté relacionada com a atividade cognitiva necesséria para se enquadrar em con- textos ambientais especificos (Sternberg, Castejon, Prieto, Hautamaeki e Grigorenko, 2001). Ela enfoca trés pro- ccessos mentais: adaptacao, selecio e modelagem de am- bientes do mundo real. De acordo com Sternberg, 0 in- dividuo primeiro procura maneiras de se adaptar ou se enquadrar no ambiente. Se nao for possivel se adaptar, 0 individuo tenta selecionar um ambiente diferente ow modelar o ambiente existente para se enquadrar melhor rele. Um conjuge que ¢ infeliz no casamento pode nao ser capaz de se adaptar és atuais circunstancias. Entao ele pode selecionar um ambiente diferente (por exemplo, ‘uma separagao ou um divércio) ou tentar modelar o am- biente existente (por exemplo, por meio de terapia de ca- sal) (Sternberg, 1985). Teoria bioecolégica de Ceci Alguns criticos afirmam que a teoria de Sternberg tem ‘muitas partes que ndo sio coerentes (Richardson, 1986). ‘Outros dizem que ela nao mostra como a solucao de pro- Dlemas ocorre em contextos do dia a dia. Outros ainda ressaltam que ela ignora amplamente os aspectos biol6- gicos da inteligencia. Stephen Ceci (1990, 1996) tentow abordar esses problemas ampliando a teoria de Sternberg 44 eno &poobgia ce atason & HE acto to dar muito mais énfase ao content € 40 800 na resolucao de problemas. T teona biocolgiea de C4 ‘miltiplos" em vez de w tenciascogaitivos maluplos em ees habil- teligencia geral subjacente OU 8 ae eodas 205 ddades, ou inteligencias, io biologicament 7 : Timitam, No entanto, 0 seu st processos mentais € 05 mace gimento é moldado por de biente do individuo, 04 0¢ Na visio de Ceci, o contexto monstracao das habilidades cognitivas. Por tle quer dizer os dominios do conhecimento ¢ fatores como a personalidade, a motivacio € a educacao. OS contextos podem ser mentais, socials ou fisicos (Ceci € Roazzi, 1994). Um individuo ou uma populacao espect= fica podem parecer nto ter determinadas habilidades rmentais, mas, se Ihes for dado um contexto mais inte- ressante e motivador, o mesmo individuo ou a mesma po- pulagao pode demonstrar um melhor desempenho. Para ver apenas um exemplo, em um famoso estudo longitt- dinal com criancas de Ql alto conduzido por Lewis Ter- rman (Terman ¢ Oden, 1959), pensava-se que 0 Ql alto fosse correlacionado com grandes realizagdes. ‘Mas uma andlise mais detalhada dos resultados reve- Jou que as criangas de familias de alta renda tornaram- “se adultos mais bem-sucedidos do que criancas de fa- inilias de baixa renda. Além disso, aqueles que se torna- ram adultos durante a Grande Depressio foram menos bem-sucedidos do que aqueles que se tornaram adultos apés esse periodo, quando havia mais oportunidades de temprego. Nas palavras de Ceci, “O ponto principal... € que 0 nicho ecolégico que um individuo ocupa, in- cluindo o desenvolvimento individual e historico, ¢ um determinante muito mais forte do sucesso profissional e econémico do que 0 QI” (1990, p. 62) Ceci também argumenta contra a visto tradicional de que a inteligencia estejarelacionada com a capacidade de pensar de forma abstrata, independentemente da area e do assunto. Ele acredita que a habilidade de empregar pen- samentos complexos esta relacionada ao conhecimento obtido em contextos ou dominios especificos. Em vez de serem favorecidas com uma capacidade maior de racioci- nerds oma abstrata, as pessoas inteligentes tém conhe- to suficiente em um domi itis pense de uma mann Soviet nae problemas daquela area do connec = conhecimento (Ceci, 1990) ‘Ao trabalhar em um dominio especitico- pro, computador, por exemplo ~ ee plo -, 0 conhecimento da aumenta e se tora mais be Pessoa is bem organizado. Ao longo di tempo, isso possibilita desempenhos mais ineligene programas masher, por xem Bentes— :m resumo, de acordo o lectual do dia a dia ou do eee baat cado apenas pelo QI ou por alguma nogig baad Ser expli- teligencia geral. Em vez disso, ele peepee de in. entre ais cognitiv interac vin pOeRCs cops, com una aa? propoe que ha “po- sma tinica in- iit safios ¢ oportunida ‘ontexto, € essencial para a de- “contexto” ahecimento rica e bem organizada, Por ex, Tranga pode nascer com fOTES Potenciais cogna segs ciada em um ambiente intelectual exe? fraco, ela podera nunca desenvolver esses poten, te estudo longitudinal forneceu evidence 8 “US co ed eMlo, Ung grande ‘cto do ambiente sobre © QI. Sameroff ¢ se (1993) examinaram a relacdo entre 0 ambiente criangas foram expostas no comeco da infancia eg, os 4¢ 13 anos. Quanto maior fosse o numero, nk ambientais de isco aos quais uma criana forex ‘como a falta de educagdo ou doenca mental de sua ne- status de minoria (que estd associado ao baixo pading vida e escolas inferiores) e uma familia grande~ menor. 0 QI da crianca (observe a Figura 12.2) te dia do Ql 2054 ey Média do 120513 as Escala de midltiplo rico Figura 12.2 0 impacto do ambiente no Ol. As pesquisas indcan a ‘quanto maior for o numero de fatores de risco aos quass aS. cians emposta, menor tne a ser seu Ol. Segundo Samer, 1988) Comparando teorias da inteligéncia As quatro teorias da inteligéncia discutidas nest sesso diferem de varias maneiras (veja a Tabela de Revisio des Conceitos). Gardner tenta explicar a ampla vaviedale Paptis adultos encontrada em culturas diferent acredita que essa diversidade no possa se explo P* ‘uma tnica inteligéncia subjacente e, em vez 488°» « Oe que haja no minimo sete inteligencias diferem’s €stio presentes em diferentes combinacoes ™ @ soa. Para Gardner, uma inteligencia é uma habitat solucionar problemas ou criar produtos que (2 VE ‘uma cultura especifica. Nessa visao, 0 Marine ys nésio que ¢ especialista em navegacdo guiada POC ul © Patinador que consegue executar a manobl# a older carismatico que consegue mouivar WI yh de seguidores sao tao inteligentes quanto ¥™ “ Matematico ou engenheiro. in i oe de Anderson tenta explicar var Meligencia — nao apenas diferencas ind pod tambem o aumento das habiliades cogn™™° not sss \ TORO Cy ~ e subteora contextual, que oxpora -@ elagio entre o ambiente exter € -Ainteligéncia do individuo, ‘Aintligéncia ervalve varios poten- Gals contvs aso baseats na mas sua expresséo depende “do conhecimento que um individuo _ Teun em um camino expecta. senvolvimento, a existéncia de habilidades especifica Aexisténcia de habilidades universais que nao variam de luna pessoa para outra, como a habilidade de ver objetos tmurés dimensoes. Para explicar esses aspectos, el Pea existéncia de um mecanismo de processamento ba- luisa Inovadora Inigincia = 418, sico, equivalente a inteligencia geral de Spearman ou g, Junto com 0s processadores especificos que lidam com Pensamento proposicional e visual e funcionamento es- Pacial, A existéncia de habilidades universais ¢ explicada pela nogao de “modulos”, cujo funcionamento depende do amadurecimento. A teoria tridrquica de Sternberg deriva da crenca de que as teorias anteriores nao estao erradas, mas apenas incompletas. Ela consiste de trés subteorias: a subteoria componencial, que observa os mecanismos internos do Drocessamento de informacdes; a subteoria experiencial, que leva em conta a experiéncia do individuo com uma tarefa ou situagao; e a subteoria contextual, que explora a relagdo entre o ambiente externo ea inteligencia do in- dividuo, A teoria bioecologica de Ceci amplia a teoria de Stern- berg por examinar o papel do contexto com uma pro- fundidade n geral propde que a inteligencia se baseia em varios potenciais Cognitives. Esses potenciais sto baseados na biologi, sua expressio depende do conhecimento que um in viduo reuniu em um dominio espectlico. © conheci- mento ¢ crucial para a inteligeneia, na visto de Ceci Apesar de suas diferencas, essas teorias tem al tos em comum. Todas elas tentam lev base biologica da em conta a nteligencia, seja um mecanismo de processamento basico ou um conjunto de inteligencias ‘multiplas, modulos ou potenciais cognitivos. Além disso, trés das teorias dao uma forte énfase aos cont tro dos 4 tos den- cada individuo trabalha ~ os fatores am- bientais que influenciam a inteligencia. Assim, 0 estudo da inteligencia continua a explorar a complexa interagao entre 0s fatores biologicos e os ambientais que sio 0 foco central da pesquisa psicologica hoje em dia, 416 « Introducio a psicologia de Akinson & Higard ‘As diferengas no uso de testes padronizados também refle- ‘tem diferengas nos conceitos de inteligéncia. Muitas culturas en- fatizam a inteligéncia social (Sternberg, 2000). Por exemplo, ‘muitas culturas africanas enfatizam a participagao responsével na familia, a cooperagao e a obediéncia como fatores importan- tes para a inteligéncia, No Zimbabue, a palavra para “inteligén- cia”, ngware, na verdade significa ser prudente e cauteloso, ‘especialmente nas relagdes sociais (Sternberg, 2000). Similar- ‘mente, alguns estudos sobre a China e Taiwan descobriram que a competéncia social 0 autoconhecimento so componentes importantes da inteligéncia, de acordo com os cidadaos dessas ccufturas (Sternberg, 2000). € importante notar que culturas afri- ‘canas e asidticas no enfatizam exclusivamente a inteligéncia social, mas também reconhecem a importancia das habilidades ‘cognitivas, Com a evolugdo, individuos que foram capazes de se adap- tar 4s exigéncias de seus ambientes tiveram maior probabilidade de sobreviver e reproduzir. Ainda hoje, as exigéncias do ambiente ‘modelam quais habilidades as culturas valorizam. Por exemplo, ‘na area tural do Quénia, 0 conhecimento de ervas medicinais usadas para matar parasitas ¢ essencial para a sobrevivéncia devido @ prevaléncia da ténia, do tricuro e de outras doengas. Assim, as pessoas cujo conhecimento de ervas medicinais € grande séo consideradas muito inteligentes nessa cuitura Stem- berg et al., 2001). Entre as esquimés Yupik americanos, habili- dades de caga, colheita e pesca so importantes para sobreviver, -entao individuos que possuem essas habilidades so conside- rados inteligentes (Grigorenko et al., 2004). ‘Alguns tedricos argumentam que a inteligéncia é completa- ‘mente jigada a cultura e que nao ha dimensdes universais de in- teligéncia que possam ser aplicadas a todas as culturas (veja Phillipson, 2007). Outros defendem a idea de que muitos aspec- ‘tos da inteligéncia esto ligados cultura, mas hé algumas di- menses ou habilidades basicas que sao universalmente valiosas ‘para a sobrevivéncia e 0 sucesso, como a habilidade de solucio- rar problemas (Sternberg, 2007). Em todas as cuturas, as pessoas recisam da capacidade de reconhecer quando tém um problema, ‘Gefinir qual € este problema, alocar recursos para soluciond-, re- ppresenté-lo mentalmente, montar estratégias para a resolugdo do. [problema e, entdo, avaliar 0 sucesso de suas solugoes. A natureza -especifica do problema varia muito entre ambientes e culturas, Mas esses passos da resolugao de problemas sao aplicaveis a uma ampla variedade de problemas. ‘No entanto, identificar se pessoas de muitas culturas ttm habilidades basicas, como habilidades de resolucao de proble- mas, nao 6 uma tarefa facil. Tentativas tém sido feitas para pro- jetar tarefas de inteligéncia culturalmente neutras de habilidades ccognitivas basicas, e a maioria delas nao foi bem-sucedida. Um ‘exemplo classico envolve a interpretacao de silogismos, proble- ‘mas logicos frequentemente usados nos testes de inteligéncia, Um silogismo tipico funciona dessa forma: “Todos os ursos no ‘Norte s4o brancos. Meu amigo viu um urso no norte. Qual era a cor do urso?* De acordo com testes de inteligéncia, a resposta cert 6 que 0 u'so era branco. A habilidade de um sj tucir que o urso é branco é vista Como uma inicaca bilidade de raciocinio dedutivo. ‘Quando pesquisadores pediram para fazendeiras gq Central solucionarem esses silogismos, no entanto, eles es bra que ess forma de raion volaa uma norman, aque nunca se deve falar algo que voc® no corhece po ene riéncia propria (Luria, 1976, p. 108-109): Pesouisador: No extremo note, onde hd neve, to og utsos so brancos. Novaya Zea esti ny ertemo norte e sempre hd neve. Qua ¢ ‘a cor dos ursos id? ..N6s 86 falamos sobre 0 que vem; nip falamas sobre o que néo vimos, P. Mas o que minhas palavras indcam? (0 logismo ¢ repetido,) & Bem, é assim: nosso czar no 6 como osey, @ 0 seu ndo 6 como 0 nosso. Suas palavras, podem ser respondidas apenas por aguém que esteve ld e, se a pessoa nao esteve I, ela nao pode dizer algo baseado em suas palavras. P: Mas com base em minhas palavras ~ no norte, onde sempre ha neve, 0 ursos si. brancos —, vocé consegue entender que tipo de ursos existe em Novaya Zemlya? E Se um hornem de 60 ou 80 anos vsse un urso branco € tivesse comentado sobre iss0, Poderiam acreditar nele, mas eu nunca Ww um e, portanto, no posso dizer. Essas so minhas Gltimas palavras. to de) Oda State, Entrevistado: Isso pode ter sido interpretado como falta de inteligéncia els regras do teste, mas ee apenas estava sequindo uma con- ‘vencao social da sua cultura em sua resposta ao pesquisador. Griticos de testes de inteligéncia afirmam que confrontos cultu- fais similares acontecem de maneiras mais suts semore ave essoas que ndo pertencem a cultura dominante que criou 06 {estes de inteligéncia sao soliitadas a fazer esses testes. Um ‘este culturalmente justo (culture-faif teria que incluiritens igual ‘Mente aplicaveis a todos os grupos ou itens que so diferentes ‘para cada cultura, mas que so Psicologicamente equivalentes ‘Para Os grupos testados. Uma globalzacdo répida das economias e da comunicag esta levando muito mais pesquisadores a se preocuparem cO™ as diferencas entre as culturas quanto as definigdes @ manetas ‘de medir a inteligéncia (Phillipson, 2007). Esse trabalto tem int Pilicagbes praticas para a forma como criangas e adultos de oO {uras diferentes da dominante de uma regio serdo tratados &" {ermas de acesso & educagdo e a empregos. Hé também ques {00s tericas fundamentas sobre se ha ou néo components Lnversals da inteligénciae se culturas diferentes pens (0 damentalmente de maneiras diferentes. uica de Sternberg tem trés partes ou subteo- ;componencial, que lida com processos do p; a subteora experiencia, que lida com os efei- cia na inteligéncia; € a subteoria contextual, ra0s efeitos do ambiente e da cultura do inci- aordo com sua subteoria componencial, tres do pensamento séo importantes paraainte- onentes, ou habilidades analticas; de desempeno, ou habilidades cratvas; e de aquisicgo de conhecimento, ou habilda- ‘com a teoria bioecoldgica da inteligéncia de enho intelectual do dia a dia ou do mundo er explicado s6 pelo 0 ou por aiguma nocao inteligéncia geral. Em vez disso, ele depende entre varios potencias cogntivos, com uma nto rica e bem organizada, GENETICA E INTELIGENCIA 'dos mais acirrados debates sobre inteligéncia en- ‘a contribuicao da genética para determinar o n{- inteligencia em individuos ou grupos. Os defen- sicdes politicas ¢ regras sociais especificas discutem a favor ou contra a ideia de que tia € herdada (por exemplo, Herrstein ¢ Mur- - Como esses debates revelam um mal-enten- C0 difundido sobre as questes empiricas en- ‘com alguns detalhes 0 raciocinio € 0s cientistas comportamentais usaim Por dois grupos de seis estudantes cada. Como apresen- tado na ultima linha, a pontuagao média dos estudantes de cada grupo € de 82,0. Mas também podemos ver que as pontuacoes da Turma A sio muito mais estendidas ~ {sto é, mais variadas — do que as pontuacdes da Turma B. Em outras palavras, os alunos da Turma A sto mais di- ferentes uns dos outros do que os da Turma B, Como ex- plicado no Apendice, o grau de diferenca entre as pon- twacoes de um grupo pode ser expresso matematicamente por uma medida chamada de variancia Agora considere as pontuagdes da Turma A. Por que sao diferentes uma da outra? Por que alguns alunos se saem melhor do que outros? © que explica a variancia que observamos? Uma possibilidade obvia € que alguns alunos estudaram para o exame por mais tempo do que ‘outros, Para descobrir se, e até que ponto, isso € verdade, poderiamos fazer uma experiéncia hipotética na qual “controlassemos” a variavel do tempo de estudo solici- tando que todos os alunos estudassem exatamente trés horas para o exame, nem mais nem menos. Se 0 tempo de estudo realmente afetar as pontuagdes dos estudantes. fo que aconteceria com a variancia daquelas pontuagdes? Primeiro, alguns dos alunos que teriam estudado mais de trés horas e apresentado um bom desempenho agora apresentariam um desempenho inferior. Por exemplo, se Alice ~ que pode ter estudado por seis horas para conseguir sua perfeita pontuacao de 100 = tivesse tido permissdo para estudar apenas por trés ho- ras, sta pontuagao deveria ter sido igual a pontuagao de Greta: 89. Segundo, alguns dos alunos que teriam estu- dado menos do que trés horas e nao foram bem agora te- riam um desempenho melhor. Fred — que teve tempo apenas dar uma olhada rapida na matéria para o exame ~ poderia ter obtido uma pontuacdo maior do que 58 se tivesse estudado por trés horas. Como Leon, ele poderia ter obtido no palavras, se controléssemos o tempo de estudo da Turma A, as pontuagoes dos alunos teriam sido mais parecidas, parecendo mais com a pontuacao da Turma B — a va- riancia de suas pontuacdes diminuiria. Se fizéssemos. realmente essa experi¢ncia e observassemos que a va- riancia na pontuagao da Turma A diminui 60%, pode- rfamos afirmar que o tempo de estudo foi responsavel por 60% na variancia das pontuagdes originais da turma, Entdo, nesse exemplo hipotético, uma razdo principal da diferenca tio grande entre as pontuagdes nos exames na Turma A é que o tempo que os alunos gastaram estu- dando foi diferente. Teoricamente, poderiamos testar outras possiveis fon- tes de variancia do mesmo jeito. Se achassemos que to- ‘mar um bom café da manha poderia afetar a pontuagao dos alunos, poderiamos dar a todos os alunos 0 mesmo ‘café da mana (ou privar todos eles do café da manha) ‘c observar sea variancia de suas pontuagdes seria menor ‘como resultado. Em geral, manter a constancia de qual- \nimo uma pontuacao de 75. Em outras " diminuira a variancia extremo, se mantivéssemos as variaveis relevantes, a variancia di- Zero: todos os alunos obteriam a mesma No emtanto, nao podemos dizer 0 que acontecera com a média das pontuagdes quando mantemos uma va- idvel constante. Por exemplo, se os estudantes na Turma A tivessem originalmente estudado para o exame por, em média, apenas duas horas, solicitar que todos eles estu- dassem por trés horas aumentara a média da turma, No entanto, s¢ 05 alunos tivessem estudado, em media, por quatro horas, a média da turma diminuiria se limitasse- ‘mos todos eles a estudar por apenas trés horas. Hereditariedade ‘Agora estamos preparados para fazer a pergunta “genética ‘até que ponto alguns alunos tem melhor desempenho do que outros no exame porque eles sio geneticamente mais capazes? Em outras palavras, qual porcentagem da varian cia na pontuagao do exame ¢ explicada por diferencas ge- nnéticas entre os alunos? Em geral, a porcentagem da va- rincia em qualquer caracteristica pessoal que ¢ explicada pelas diferencas genéticas entre os individuos em uma po ppulacao representa a hereditariedade da caracteristica ‘Quanto mais as diferencas individuais de uma caracteris ica pessoal forem ocasionadas por diferencas genéticas, ‘mais pertoa hereditariedade estara de 100%. Por exemplo, a altura € muito influenciada pela genética: sua heredita- riedade varia de aproximadamente 85% a 95% em estudos diferentes. ‘No entanto, agora enfrentamos uma dificuldade pré- tica, Nao podemos determinar experimentalmente quanto dda variancia em pontuagdes de exames ¢ explicada por di- como fizemos com o tempo de estudo, -exigiria manter a variavel genética constante sformar todos os alunos em clones genéticos. tirar vantagem do fato de que a natureza ‘genéticos na forma de gemeos nente genético ou hereditario (presumindo que ou tores, como o tratamento diferente dos pas, pager excluidos) “4 Em muitos estudos com gémeos, a hereditariedade inteligencia (medida por testes de inteligencia) fey mada entre 60% e 80% (Lubinski, 2000). Uma dieu, dade em interpretar os resultados dos estudos com a. meos € que os gemeos identicos podem receber te tratamento mais parecido do que os gemeos raternos » que pode explicar a grande similaridade de suas perso. nalidades. Esse ¢ um motivo pelo qual os pesquisadores da University of Minnesota decidiram estudar gémeos {que foram criados separadamente (Bouchard, Lykken e, al., 1990). Muitos estuds sobre gémeos sugerem que ol éparcilmente here trio, Os panticipantes do estudo em Minnesota sobre ge ‘meos criados separadamente foram avaliados quanto a muitas habilidades e muitos tragos de personalidade, Alem disso, eles participaram de longas entrevistas nas uais Ihes foram feitas perguntas sobre topicos como €X- Periéncias da infancia, medos, hobbies, gostos musicas, pposicgdes sociais ¢ interesses sexuais. Esses estudos reve lam que gemeos criados separadamente ainda sio mult parecidos uns com outros quanto a uma ampla variedade de habilidades, embora nao tanto quanto gémeos criados Juntos (veja a Figura 12,3). Isso nos permite concluir que genética € importante para a inteligéncia, mas 0 am biente também desempenha um papel (Bouchard, Lyk kken, McGue, Segal e Tellegen, 1990; Lykken, 1982; Te legen et al., 1988), ‘Mal-entendidos sobre a hereditariedade O debate publico recorrente sobre questdes do inato vet" sus 0 adquirido revela um mal-entendido bem difun~ dido sobre © conceito da hereditariedade, Entio, ¢ i Portante ser claro sobre os pontos seguintes: * A hereditariedade refere-se a uma populace, 10 * individuos. A hereditariedade de uma caracteristt 0,10 +0,20 40,30 +0,40 +0,50 +0,60 +0,70 +0,80 40,90 +1,00 altura é proveniente de ‘do ambiente. Significa que 90% das dife- na altura entre os individuos analisados em cdo especifica sio causadas por diferencas de de uma caracteristica pessoal nao fo Unico e fixo. A hereditariedade refere- \¢o em particular em um momento es- -algo acontecer para alterar a variancia de tica pessoal em uma populacdo, a he- ‘dessa caracteristica também mudara, se todos em nossa sociedade de re- m oportunidades de edlucagao iguais, ‘desempenho intelectual na sociedade mntuagdes de medigdes padronizadas ‘intelectual seriam mais semelhantes, conteceu em nossa experiéncia hi- ‘todos tiveram o mesmo tempo para Correlasio dos escores de Qt mais controversos e recorrentes na sociedade americana € sobre a questio das diferencas nas médias nas pon- tuagdes de testes de inteligencia de diferentes grupos ét- inicos serem ou nao causadas por diferencas genéticas ‘entre os grupos. No inicio do século XX, o debate era sobre as pontuacoes relativamente baixas nos testes de inteligencia obtidas pelos imigrantes hiingaros, italia- nos ¢ judeus quando foram testados ao chegar aos Es- tados Unidos. As pontuacdes desses imigrantes nos testes levaram alguns pesquisadores a concluir que a maioria era “débil mental” (Kamin, 1974). Hoje 0 de- bate € sobre as pontuagdes mais baixas obtidas pelos afro-americanos e hispano-americanos comparados a0s americanos brancos (Herrnstein e Murray, 1994). Nes- ses debates, a hereditariedade da inteligencia € fre- ‘quentemente usada para apoiar o argumento genético. Mas essa afirmagio ¢ baseada em um erro logico, como ilustrado pela seguinte “experiencia de pensamento”: Enchemos um saco branco e um saco preto com uma ‘mistura de diferentes varedades geneticas de sementes de ‘milho. Asseguramos que as proporgoes de cada variedade . 420 «Introdugdo @ psicologia de Atknson & Higard mesmo se aplica aos Qls: as diferencas na média de Ql de virias populagdes humanas poderiam ser totalmente caU- sadas por diferencas ambientais, mesmo se dentro de cada populacdo todas as variagdes fossem ‘ocasionadas por diferencas genetcas. (Eysenck e Kamin, 1981, p.97)- ‘+ Ahereditariedade nao nos fala sobre os efeitos das al- teracdes ambientais no nivel médio de uma caracte- ristica pessoal. Outra afirmagao incorreta sobre here- ditariedade € que uma caracteristica pessoal com alta hereditariedade nao pode ser alterada por uma mu- danca no ambiente. Por exemplo, tem-se discutido que € inutil usar programas de intervencio pré-esco- lares para ajudar criangas com dificuldades a au- mentar suas habilidades intelectuais porque essas ha- bilidades tém altos niveis de hereditariedade. Mas, entre 1946 € 1982, a altura de jovens adultos do sexo masculino no Japao aumentou 8,3 centimetros prin- cipalmente devido a melhoria na alimentacao (Angoff, 1988). E, mesmo assim, a altura é uma das caracte- risticas pessoais mais hereditarias que possuimos. Na €poca, assim como agora, pais mais altos tém filhos mais altos do que pais japoneses mais baixos. Simi- larmente, as pontuagdes nos testes de Ql aumentaram significantemente no século passado em muitas cul- turas (Flynn, 1987). Em resumo, a hereditariedade tema ver com variancias, ¢ nao com niveis de médias. RESUMO DA SEGAO 0s cientstas comportamentais normaimente quantificam até que ponto um grupo de pessoas é cferente de outro quanto a algumas caractristcas pessoas ou habilidades caleulando a varidncia das pontuagoes obtidas, Quanto mas 108 individuos do grupo forem diferentes uns dos outros, maior serd a varidncia. Os pesquisadores podem, entéo, buscar determinar quanto dessa variéncia € devida a cau- 28 diferentes. proporgao de varincia em uma caracte- ristica pessoal que é expicada por (causada po) ferencas genéticas entre 0s indvduos 6 chamada “heredtariedade da caracteristica pessoal”. ‘© As heredtariedades podem ser estimadas ao comparar- mas as corretagdes obtidas em gémeos idéntioos (cujos ‘genes so todos iquals)e as corrlagées obtidas em g8- meas frateros (uja metade dos genes €, em média, gua. Se 0s géme0s idénticas sdo mais parecidos quanto a ca- raceristca pessoal do que 0s gémeas fraternos, a carac- teristca provavelmente tam um componente genético, AS hheredtariedades podem também ser estimadas a pati da correlagdo entre gémeosidénticos que foram separados @ Criados em diferentes ambientes. Qualquer correlagao entre tas pares de gdmeos deve ser causada por suas s- mmileridades genéticas. © Anereditaiedade retere-se a diferengas entre indvidues; la ndo indica quanto de uma caracterstica pessoal em um indo € devid 2 fares QENétS. Earp yy, sributo fo de uma caracteristca Pessoal: se algo acy tever para atrar a variancia de uma caractersica por seal em um gfupo, @ heredtaiedade também mycay A nereditariedade indica a varancia em um grup, nag ¢ fonte de dferencas ene 0S gTUp0s. No enanto, here. tariedade indica quanto possivels mudancas ambient porem alterar ove mécio de uma craceristica pes ‘em uma popula¢ao. PEGUNTAS DE PENSAMENTO CAITICO 1 Rfirmagbes de que a inteligéncia deve-se muito a tatres genétics tém quai impicagdes na police nas egag sociais? 2 Como. crenga de um individuo no fato de que seu prépi L nivel de inteligéncia é devido a fatores genétions pode fluenciar suas decisdes sobre estudo ou carrera? INTELIGENCIA EMOCIONAL Daniel Goleman, escritor do New York Times, popularizou 6 termo inteligéncia emocional em 1995, em seu livroso- bre o assunto. Ele argumentou que entender e controlar suas emogdes € um dos pontos mais importantes para uma boa satide e sucesso na vida. O livro de Goleman foi baseado no trabalho empirico importante de psicélogos como Peter Salovey, John Mayer Reuven Bar-On mos- trando que pessoas que sto emocionalmente inteligentes realmente tém uma vantagem sobre os que no o sto. Mayer, Salovey e Caruso (Mayer, Salovey € Caruso, 2004) sugerem que existem quatro componentes impor- tantes da inteligencia emocional. O primeito € a percep (do ¢ expressdo precisas das emocdes. Ser capaz de ler as emogoes de outros habilita voce a antecipar possivels ameagas que elas possam representar. Por exemplo, ima- gine que voce esté discutindo com um colega de traba Iho que é conhecido por ter um temperamento volatil.Se voce puder perceber de maneira precisa que seu colege esté ficando muito agitado, sabera que pode ser 0 m0- mento de recuar e deixar a discussao para outro dia. S voce nao perceber 0 nivel de raiva de seu colega de ma neira precisa, podera terminar com o nariz sangrand0. Perceber e expressar as emocoes de outros de modo pre ciso também 0 ajuda a demonstrar empatia pelo que & {0 pasando. Por outro lado, voce pode modificar suas Tespostas a outras pessoas de modo a ser mais persuasive ‘em mostrar seu ponto de vista ou fazer com que sinta™ ‘ue voce as compreende bem. Isso pode fazer de voce ¥™ egociador eficaz e um amigo confidvel para 0s OUlres Perceber e expressar suas préprias emocbes de mod? Preciso € © primeiro passo para responder de maneirt apropriada a essas emogoes. Pessoas que nao percebem {Que estao ansiosas podem softer estimulacao psicolO8' rOnica, que thes custa desgaste fisico, lagrimas € 440° ———— a os — saude (veld 0 Capitulo 14). Pessoas que nto percebem we etto rstes podem nao tomar as medidas necessdviag ramudar as fontes de sua tristeza, Pessoas que nao per {ebem que esto com raiva podem impulsiva e repenti- sfnentealacar OULTOS, sentindo-se fora de controle 10 segundo componente da inteligencia emocional é ahabildade de avaliar ¢ gerar as emogdes para o propo fio de pensar e solucionar problemas. Frequentemente nos perguntamos: "Como me sinto sobre isso?" na ten. tna de tomar uma decisto importante, como em qual foculdade estudar ou qual curso universitario escolher. Ser capaz de avaliar nossos sentimentos atuais sobre um problema ou antecipar nossos futuros sentimentos, caso tenhatnos que tomar uma decisio especifica, oferece- -nos informagdes, importantes, que podem ser usadas a0 tomar muitas decisdes, O terceiro componente da inteligencia emocional é entender a emocdes € 05 significados emocionais. Podemos perceber de maneira precisa que estamos ansiosos, mas se nto entendermos © porque nao podemos fazer muito a respeito. Nos frequentemente fazemos atribuigdes er- roneas a nossas emogdes, que podem nos levara dar pas- 40s insensatos. Por exemplo, imagine que voct tem ficado acordado até tarde toda noite, ha muitas semanas, para terminar seus trabalhos escolares ¢ que tem levantado cedo para i & escola, Com 0 tempo, voce comeca a se sentir triste, letargico e desmotivado, Voeé pode concluir que esta se sentindo triste e desmotivado porque esta fa- zendo o curso errado ou mesmo porque fazer faculdade tio € para voce, No entanto, a verdadeira razdo para a sua trseza pode sera privagdo do sono, que pode causarsin- tomas parecidos com os da depressio (veja o Capitulo 6) ‘Aibuir incorretamente sua tristeza ao seu cUrSO uni- versiario em vez de atribui-laa sua falta de sono pode fa- 2er voce tomar algumas decisées muito ruins © componente final da inteligéncia emocional € 2 re- fulacao emocional - ser capaz de gerenciare regular suas emocdes apropriadamente. Iss0 nao significa controlar completamente as emogdes que sente ou expressa. De fato, esse controle emocional excessivo nao ¢ saudavel Mas deixar suas emocdes transparecerem sem controle tambem pode nao ser saudavel. O exemplo mais obvio é araiva, Todos nds sentimos raiva as vezes, mas a maioria 4e nds sabe que ndo pocemos expressar nossa ralva @ ‘qualquer hora e de qualquer forma que desejarmos (pelo menos nao podemos escapar impunes se 0 fizermos). Como canalizamos nossa raiva € importante para NOssos ‘elacionamentos com outros ¢ para a nossa propria saide AS pessoas que suprimem completamente sua raiva Po- dem ser exploradas por outros, € pessoas que ExPressam,

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