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NORMA DNIT 072/2006 – ES

DNIT Tratamento ambiental de áreas de uso de


obras e do passivo ambiental de áreas íngremes
ou de difícil acesso pelo processo de
revegetação herbácea - Especificação de serviço

Autor: Diretoria de Planejamento e Pesquisa / IPR


MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES
Processo: 50.607.006.739/2005-97
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA- Aprovação pela Diretoria Colegiada do DNIT na reunião de 11/07/2006.
ESTRUTURA DE TRANSPORTES

DIRETORIA DE PLANEJAMENTO E
PESQUISA

INSTITUTO DE PESQUISAS Direitos autorais exclusivos do DNIT, sendo permitida reprodução parcial ou total, desde que
RODOVIÁRIAS citada a fonte (DNIT), mantido o texto original e não acrescentado nenhum tipo de
propaganda comercial.
Rodovia Presidente Dutra, km 163
Centro Rodoviário – Vigário Geral Nº total de
Rio de Janeiro – RJ – CEP 21240-000 Palavras-chave:
páginas
Tel/fax: (21) 3371-5888
Meio ambiente, tratamento ambiental, áreas íngremes ou de difícil acesso, 23
revegetação herbácea.

5 Condições específicas......................................... 5
Resumo
6 Controle e inspeções........................................... 17
Este documento define a sistemática para ser usada no
tratamento ambiental de áreas afetadas pelo uso ou 7 Medição............................................................... 18

degradadas pela implantação de obras rodoviárias e do 8 Pagamento .......................................................... 18


passivo ambiental de áreas classificadas como
Anexo A – Ilustrações de soluções para áreas
íngremes ou de difícil acesso. Trata ainda de controle e
degradadas ................................................................. 19
inspeção, medição e pagamento. Inclui um álbum de
fotografias. Índice geral.................................................................. 23

Abstract Prefácio

This document defines the procedures to be employed in A presente Norma foi preparada pela Diretoria de
the environmental approach to areas having been Planejamento e Pesquisa para servir como documento
damaged by road works and environmentally liable base na definição da sistemática para ser empregada no
areas, both of which are described as steep or difficult to tratamento ambiental de áreas afetadas pelo uso ou
reach. It also deals with control and inspection, degradadas pela implantação de obras rodoviárias e de
measurement and payment. It includes an album of áreas do passivo ambiental de áreas classificadas como
photos. íngremes ou de difícil acesso. Esta Norma incorpora e
complementa a DNER-ES 341/97 – Proteção do Corpo
Sumário Estradal – Proteção Vegetal e está baseada na Norma

Prefácio ........................................................................ 1 DNIT 001/2002 – PRO.

1 Objetivo ................................................................ 1 1 Objetivo

2 Referências normativas e bibliográficas............... 2


Definir e fixar a sistemática a ser usada na execução do
3 Definições ............................................................ 2 tratamento ambiental de áreas afetadas pelo uso ou

4 Condições gerais.................................................. 4 degradadas pela implantação de obras e do passivo


ambiental de áreas classificadas como íngremes ou de
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difícil acesso, utilizando-se como cobertura das mesmas ensaios químicos: método de ensaio. Rio de

o processo de revegetação herbácea, que se constitui Janeiro, 2004.

no plantio de espécies vegetais gramíneas e


2.2 Referências bibliográficas
leguminosas.

As áreas que se enquadram nesta classificação são as Para o bom entendimento desta especificação deverão
áreas dos taludes de cortes, aterros e de bota-foras, ser consultados os documentos a seguir nomeados, no
paredes de erosões e áreas voçorocas. que concerne ao combate ao processo erosivo,

O tratamento ambiental quanto ao processo de plantio recuperação de áreas degradadas e do passivo

poderá ser a lanço de sementes (manual); por ambiental:

hidrossemeadura (conjugação de processo manual com a) DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-


o mecanizado) ou mesmo totalmente manual pelo ESTRUTRA DE TRANSPORTES. Diretrizes
plantio de mudas de gramíneas e leguminosas em básicas para atividades rodoviárias ambientais:

placas de grama ou leivas (contínuas ou interrompidas). escopos básicos / instruções de serviço. 2. ed.
Rio de Janeiro, 2005.

2 Referências normativas e bibliográficas


b) ______. Manual para atividades rodoviárias
ambientais. Rio de Janeiro, 2006.
2.1 Referências normativas

3 Definições
A presente Norma Ambiental é concernente aos
procedimentos desenvolvidos nas seguintes 3.1 Adesivos
especificações:
São constituídos de hidro-asfalto ou substancias
a) DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS
DE RODAGEM. DNER-EM 036/95: cimento colantes para aderir a mistura pastosa à superfície do
Portland – recebimento e aceitação: solo.
especificação de serviço. Rio de Janeiro, 1997.
3.2 Adubação
b) ______. DNER-EM 037/97: agregado graúdo
para concreto de cimento: especificação de
É o processo de distribuição manual e incorporação de
serviço. Rio de Janeiro, 1997.
adubos e fertilizantes ao solo, para correção das
c) ______. DNER-EM 038/97: agregado miúdo deficiências nutritivas do mesmo em relação às
para concreto de cimento: especificação de necessidades das espécies vegetais que serão
serviço. Rio de Janeiro, 1997.
plantadas.
d) ______. DNER-ES 278/97: terraplenagem –
serviços preliminares: especificação de serviço. 3.3 Análise laboratorial dos solos sob aspectos
Rio de Janeiro, 1997. edáficos e pedológicos

e) ______. DNER-ES 279/97: terraplenagem –


É a caracterização do solo através de ensaios
caminhos de serviços: especificação de serviço.
laboratoriais para determinação da sua composição
Rio de Janeiro, 1997.
química e física, objetivando determinar seu grau de
f) ______. DNER-ES 281/97: terraplenagem –
fertilidade, suas deficiências de nutrientes para as
empréstimos: especificação de serviço. Rio de
plantas, sua granulometria, de modo a se propor um
Janeiro, 1997.
padrão de adubação e nutrientes necessários ao bom
g) ______. DNER-ES 341/97: proteção do corpo desenvolvimento da vegetação plantada. Os ensaios
estradal – proteção vegetal: especificação de
laboratoriais se constituem na determinação dos teores
serviço. Rio de Janeiro, 1997.
de alumínio trocável, cálcio e magnésio, fósforo
h) DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA- disponível, potássio trocável e teores de matéria
ESTRUTURA DE TRANSPORTES. DNIT orgânica.
036/2004 -ME: pavimento rígido – água para
amassamento do concreto de cimento Portland –
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adesivos, que objetivam a germinação das sementes, e


3.4 Áreas íngremes ou de difícil acesso
cuja composição tem o traço característico determinado

São as constituídas pelos taludes dos cortes, aterros e pelas necessidades de correção do solo e de nutrição

dos bota-foras, áreas erodidas ou voçorocadas, cuja da vegetação a ser introduzida.

declividade é superior a 30%, não permitindo, portanto,


3.9 Leivas
a sua mecanização.

Da mesma forma, podem ser incluídas nesta São pequenas porções de gramíneas e leguminosas
classificação o relevo natural de encostas de difícil com solo em suas raízes, transplantadas diretamente do
acesso e sujeitas ao processo erosivo, quer naturais ou campo ou de um viveiro, para o local de implantação e
induzidos. dispostas em leiras ou filas.

3.5 Calagem do solo 3.10 Passivo ambiental

É a atividade que se constitui na distribuição manual de É constituído por áreas anteriormente utilizadas, quer na
calcário dolomítico na superfície do talude e sua construção primitiva da rodovia, quer pelos serviços de
incorporação ao mesmo pelo coveamento, na proporção conservação e manutenção rodoviária, e que não
indicada pela sua necessidade edáfica e pedológica tiveram o tratamento ambiental devido, originando
objetivando a correção da acidez. danos ou perdas ambientais aos patrimônios físico,
biótico ou antrópico da região onde se insere a rodovia,
3.6 Camada protetora enquadrando-se algumas dessas áreas na declividade
anteriormente definida.
É constituída de mulch ou capim picado, palha de arroz
ou serragem de madeira para garantia a proteção 3.11 Plantio
imediata da superfície do solo, aderindo ou colando ao
mesmo e funcionando como um escudo contra a ação É o processo de aplicação das espécies vegetais no
das intempéries (chuva e ventos), permitindo também a solo para germinação ou reprodução, crescimento ou
fixação das sementes e da mistura acima referida, desenvolvimento vegetativo objetivando a cobertura
associada à umidade devida até a germinação das total da área nua ou degradada, através da utilização de
mesmas. sementes, leivas, placas ou mudas.

3.7 Coveamento 3.12 Placas de grama

É a atividade manual de se executar pequenas covas ou São porções maiores de gramíneas e leguminosas com
cavidades individuais na superfície do talude, solo em suas raízes, transplantadas diretamente do
objetivando permitir a retenção de pequena porção de campo ou de um viveiro, podendo ser plantadas de
sementes ou leivas, adubos e nutrientes. modo contínuo ou com interrupções, desde que sejam

Irrigação é o processo mecanizado de distribuição grampeadas no solo e objetivam a proteção imediata da

d’água na área revegetada, em forma de chuvisco, que área nua ou degradada.

favorecerá a germinação das sementes e o crescimento


3.13 Regularização manual de taludes de cortes,
vegetativo das espécies vegetais plantadas.
de aterros, de bota-foras e de paredes de

3.8 Hidrossemeadura erosões em material de 1ª categoria

É o processo de implantação das espécies vegetais, por É a conformação geométrica da superfície dos mesmos

meio de jateamento de sementes sobre o solo, e a remoção do material solto eventualmente existente,

consistindo o jateamento na aplicação hidromecânica de constituindo-se este movimento de terra no máximo 15 a

uma massa aquosa ou pastosas composta por adubos 20 centímetros.

ou fertilizantes e nutrientes, consorciação de sementes,


matéria orgânica (esterco), camada protetora e
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3.14 Revegetação herbácea cobertura ou pelo uso da construção de obras, através de sua
revestimento vegetal reabilitação ambiental e tornando-as aptas para o
retorno do uso primitivo.
É o plantio de espécies vegetais constituídas por
gramíneas consorciadas com leguminosas. 4 Condições gerais

3.15 Rip-rap de solo cimento O fundamento do tratamento ambiental das áreas


afetadas pelo uso das obras ou degradadas pela
É o dispositivo interceptante construído de sacos de implantação das mesmas, ou ainda áreas do passivo
plástico ou aniagem, cheios de solo local misturado com ambiental é baseado na conjugação de dois fatores
cimento em proporções devidas para a sua consistência distintos que se interagem, ou seja, no relevo ou
e dispostos formando uma parede como se fosse topografia do local onde se executa a atividade de
alvenaria, de modo a funcionar como uma contenção de construção rodoviária e no processo de plantio da
peso contra o fluxo d’água das chuvas. revegetação herbácea que objetiva a cobertura da área
afetada.
3.16 Rip-rap de solo vegetal
Quanto ao relevo ou topografia do local, o tratamento
Constitui a superfície de proteção de diques construídos ambiental poderá se classificar em áreas planas ou de
de solo local compactado, revestidos de tela metálica ou pouca declividade, ou em áreas íngremes ou de difícil
plástica. Este tipo de contenção está previsto para ser acesso, estas últimas objeto da presente Norma.
aplicado na recomposição de superfícies danificadas por A revegetação herbácea se fundamenta no plantio da
sulcos erosivos, cicatrizes de ruptura superficial ou consorciação de sementes ou mudas de gramíneas e
mesmo como barreira de contenção de bota-fora. leguminosas objetivando, principalmente, o eficiente e
duradouro controle do processo erosivo que se instala
3.17 Septos ou diques
nas áreas nuas afetadas pelas obras, ao qual se
associa o bom aspecto visual para integração destas
São barramentos interceptantes construídos no talvegue
áreas e do próprio corpo estradal ao Meio Ambiente
da voçoroca, objetivando a redução do gradiente do
circundante.
fluxo das enxurradas no mesmo, podendo ser
constituídos pôr muretas de pedra arrumada, pedra A revegetação herbácea através do plantio da
argamassada, rip-rap de solo cimento, solo local consorciação de sementes ou mudas de gramíneas e
revestido de sacos com solo vegetativo (RIP-RAP leguminosas objetiva principalmente o eficiente e
Vegetativo) e tela metálica ou plástica, de madeira duradouro controle do processo erosivo que se instala
roliça entrelaçada ou amarrada ou madeira em caibros e nas áreas nuas de uso do canteiro de obras, ao qual se
ripas . associa o bom aspecto visual para integração destas
áreas e do próprio corpo estradal ao Meio Ambiente
3.18 Sulcamento circundante.

O processo erosivo intenso do solo, resultado da ação


É o processo manual de executar na superfície do
desordenada dos fluxos das águas fluviais sobre solos
talude rasgos ou sulcos contínuos, preferencialmente
de estrutura silte-arenosa, desprotegidos de vegetação,
segundo as curvas de nível do terreno, de modo a
dá origem às voçorocas, que nada mais são que
permitir o plantio de sementes ou mudas e a
erosões gigantescas, cuja continuidade do processo é
incorporação de calcário ou adubo. Estes sulcos são
permanente. A origem da voçoroca, de modo geral é a
denominados também de leivas
concentração do fluxo d’água pluvial nesta classe de
3.19 Tratamento ambiental solo, devido à ruptura de dispositivo de drenagem
superficial, ou também, em áreas de jazidas onde
É o conjunto de ações, procedimentos ou atividades que extensas áreas são suprimidas de sua vegetação pelo
objetivam a conformidade legal ou adequação à desmatamento, concentrando nos locais mais baixos,
Legislação Ambiental pertinente às áreas degradadas
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quantidade d’água em proporções tais, que a) rápido desenvolvimento inicial;


desenvolvem o processo erosivo intenso.
b) hábito de crescimento estolonífero;
Da mesma forma, nos taludes dos cortes, aterros e
c) persistência;
bota-foras não tratados por revegetação e
desprotegidos de sistema de drenagem superficial, seja d) tolerância aos solos ácidos e tóxicos;
por deficiência ou rompimento do mesmo, estão sujeitos e) resistência à seca, ao fogo e às pragas;
ao processo erosivo manifestado através de sulcos,
f) consorciabilidade;
ravinas ou voçorocas.

As conseqüências da evolução do processo erosivo são g) propagação por sementes de fácil aquisição

danosas do meio ambiente, especialmente pelo comercial;

assoreamento dos talvegues ou áreas adjacentes à h) tolerância ao encharcamento do solo ou a


jusante do processo erosivo, inviabilizando o uso do inundação temporária;
solo ou o aproveitamento dos mananciais.
i) eficiente fixação de nitrogênio, no caso das
As atividades para o sucesso e a eficácia no controle do
leguminosas.
processo erosivo procedido pela revegetação herbácea,
envolvem algumas providências preliminares 5 Condições específicas
concernentes ao solo e às espécies vegetais,
independentes do processo adotado, a seguir descritas: Estas condições são pertinentes a cada método de
revegetação, seja ele mecanizado ou manual, ou ainda
Quanto ao solo, a sua análise edáfica e pedológica
a conjugação dos dois, apresentando-se nos materiais,
objetivando caracterizar os aspectos de sua fertilidade,
nos equipamentos e nas execuções as diferenciações
através dos índices de acidez e toxidez; suas
para a revegetação citada.
deficiências de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio,
enxofre, boro, manganês e magnésio. Neste sentido as
5.1 Materiais
empresas EMBRAPA, EMATER, através de seus
representantes em cada Estado, possuem estudos já São os materiais necessários à execução da
realizados e o mapeamento do solo em boa parte do revegetação herbácea das áreas muito inclinadas ou de
território nacional, fornecendo a orientação necessária difícil acesso .
gratuitamente aos interessados, bem como, em casos
particulares poderão ser feitos análises laboratoriais 5.1.1 Adubos, fertilizantes e calcários
adicionais para definição do padrão de adubação e
a) adubo orgânico constituído da mistura do
seleção das espécies vegetais mais indicadas.
solo orgânico natural (top soil) com esterco
Quanto às espécies vegetais deverão ser procedidos
bovino ou avícola, curtido na proporção de
testes de germinação das sementes selecionadas e a
50% cada parte;
eficiência do padrão de adubação indicado no item
anterior, e em se tratando de mudas ou vegetação já b) adubo químico NPK (nitrogênio, fósforo e

existente, deverá ser verificada seu vigor, sua sanidade, potássio) na proporção necessária e

seu verdume, sua rusticidade de acordo com as normas suficiente ao solo, em função da análise

e especificações agro-pecuárias. edáfica e pedológica do mesmo, bem como


os nutrientes que completam a adubação
Na seleção das espécies vegetais para a formação da
necessária. (enxofre, boro etc.);
consorciação, não se pode perder de vista o escopo
principal da revegetação, que é o eficiente e duradouro c) calcário dolomítico para correção da acidez
controle do processo erosivo, conjugado ao bom do solo, na proporção necessária a elevação
aspecto visual, o baixo custo de execução e de do pH do mesmo ao índice de 5,5, com
manutenção, associados a aquisição fácil no comércio, aplicação máxima de 1,5 t/ha devido ao
às quais se acrescentam outras características custo elevado além deste teto.
desejáveis e de relevância com se seguem:
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5.1.2 Espécies vegetais Tabela 2 - Leguminosas

Puerária Phaseolóides (kudzu


Espécies vegetais de gramíneas e leguminosas na tropical)
forma de sementes, mudas ou leivas e placas de acordo Calopogonium Muconoides (calopo)
Espécies
Cajanus Cajan (Feijão guandu)
com o processo selecionado, na proporção indicada selecionadas:
Centrocema Pubescens
pelos estudo edáfico e pedológico do solo, e de fácil (Centrosema)
aquisição no comércio. Estizolobium anterrinum (Mucuna)

As sementes a serem utilizadas deverão conter As características de Interesse agronômico destas


referências à porcentagem de pureza e ao poder espécies são de apresentar alta capacidade reprodutiva,
germinativo. A seleção das espécies deve se baser em baixa exigência em fertilidade e melhorar as
critérios de adaptabilidade edafo-climática, rusticidade, características do substrato através da fixação biológica
capacidade de reprodução e perfilhamento, velocidade de nitrogênio atmosférico. Devido às suas
de crescimento e facilidade de obtenção de sementes. características de desenvolvimento do sistema radicular,
favorecem a captação e reciclagem de nutrientes,
As espécies selecionadas pertencem a duas famílias
presentes em camadas mais profundas do perfil.
botânicas, Gramineae e Leguniosae que, devido à
similaridade quanto às características de interesse, A qualidade das sementes é fator decisivo para
serão descritas assim e agrupadas conforme relação a qualquer plantio, principalmente na hidrossemeadura,
seguir, ressaltando-se que os estudos edafopedológicos pois é usual encontrar-se solos com problemas de
são os melhores indicadores para seleção das espécies. umidade, compactação, lixiviamento, e fertilidade, etc...

Considerando a disponibilidade do comércio, grupa-se Portanto, as sementes devem ser de primeira qualidade,
na consorciação da ordem de 3 a 4 tipos de sementes obtidas de campos de produção com comprovado
de gramíneas e 3 a 4 tipos de sementes de requinte e geneticidade, proveniente de plantas
leguminosas, as quais se completam quanto às resistentes a pH baixos, pouca fertilidade e umidade.
características botânicas e visuais planejadas. No campo se constata esses requisitos através da
rápida germinação que deve variar de 24 (vinte e

Tabela 1 – Gramíneas quatro) horas para algumas espécies a 15 (quinze) dias


para outras, ressalvadas condições fortuitas decorrentes
de secas prolongadas ou temperaturas não condizentes
Braquiaria Humidícola, Decumbens
ou Brizantha com a vegetação implantada.
Paspalum notatum (grama Batatais) No elenco das espécies que tem apresentado melhor
Axonopus Obtuzífolius desenvolvimento nas obras do DNIT, considerando-se o
Espécies
Eragrostis Curvula (capim chorão)
selecionadas: clima, altitude e capacidade de contenção das encostas,
Milinis Minitiflora (capim gordura ou
meloso) destam-se as sementes de gramíneas, cuja procedência
Lolium Multiflorum (azevêm) deve ser de fornecedores idôneos e acompanhadas de
Setária anceps (capim sectária) certificado, com elementos mínimos que permitem
avaliar a qualidade do produto, constando usualmente

As características de interesse agronômico destas as seguintes informações: - Origem; Data da expedição

espécies se constituem na apresentação de crescimento do certificado; Nome científico da espécie; Poder

rápido, baixa exigência em fertilidade do substrato e alta germinativo; Grau de pureza e Valor cultural.

capacidade de perfilhamento, bem como, a contribuição As sementes podem ser de procedência nacional ou
para a estabilidade do meio biótico através do importada, desde que, sejam de boa qualidade.
fornecimento de matéria orgânica, devido à sua grande As sementes deverão apresentar, como condições
capacidade de produção de material vegetativo. mínimas, o que seguem nas Tabelas 3 e 4.
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Tabela 3 – Sementes nacionais

SEMENTES PUREZA% GERMINAÇÃO % VALOR CULTURAL %

Gramíneas 55 60 33
Leguminosas 75 75 56,26

Tabela 4 – Sementes importadas

SEMENTES PUREZA% GERMINAÇÃO % VALOR CULTURAL %

Gramíneas 90 80 72

Considerando-se as dificuldades de aquisição de k) abrigar as sementes, protegendo-as dos


determinadas espécies, seu fornecimento está sujeito a: raios solares, evitando desta forma o seu
ressecamento;
a) condições de plantio e oferta pelos
produtores; l) proporcionar sobre a superfície jateada a
formação de um micro- clima favorável a
b) maior ou menor demanda do setor
melhor e mais rápida germinação das
agropecuário consumidor;
sementes.
c) oferta do mercado fornecedor.
5.1.4 Adesivo fixador
5.1.3 Camada protetora
Tem como finalidade principal ajudar na fixação dos
Esta camada é constituída de material obtido da materiais aplicados na hidrossemeadura e deve
trituração de várias fibras vegetais e acetato de apresentar as seguintes características principais:
celulose, que após a trituração assume a forma
a) ser inofensivo à saúde;
assemelhada do algodão, e tem por objetivo fixar a
semente e demais materiais, dando uma proteção b) ser insensível às oscilações de temperatura;
imediata ao solo no combate à erosão, além de
c) não perder seu efeito e nem alternar suas
inúmeras outras funções como:
propriedades sob radiação solar (raios
a) ajudar a conservar a umidade do solo; ultravioletas);

b) controlar a temperatura; d) não prejudicar a germinação das sementes;

c) prevenir a compactação do solo; e) possibilitar a mistura de fertilizantes com


sementes e todos os demais componentes;
d) reduzir impacto da chuva sobre a superfície
semeada; f) manter sua permeabilidade ao ar e a água,
mesmo sem implantação de vegetação
e) reduzir o escoamento de água sobre a
protetora;
superfície;
g) manter sua permeabilidade ao ar e a água
f) impedir a erosão do solo;
superficial, bem como a umidade
g) melhorar a estrutura do terreno; proveniente do subsolo;
h) diminuir a evaporação; h) pode ser aplicado em todos os tipos de solo;
i) controlar a infestação de ervas indesejáveis; i) promover o estabelecimento de
j) evitar a emigração das sementes microorganismo e portanto, a formação de
hidrossemeadas; húmus.
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5.1.5 Materiais utilizados como septo ou dique na – Adubo químico tipo NPK e nutrientes.
recuperação de voçorocas – Sementes agrícolas de gramíneas e
leguminosas.
Conforme o procedimento selecionado para os septos
– Saco de aniagem ou fibra plástica, tipo
interceptantes da voçoroca tem-se:
empregado em embalagens de grãos,
a) Diques de Proteção em Pedra com dimensões aproximadas de 0,15
Argamassada; Cimento - DNER- EM 36/95; x 0,30 x 0,45 m quando cheio.
Pedra de mão – EM 037/97; e Areia – EM
e) Diques de Proteção de Madeira em caibros
038/97.
ou ripas amarradas ou pregadas; ou de
b) Diques de Proteção de Pedra Arrumada; madeira roliça natural cortada em local
Pedra de mão. próximo e amarrada.
c) Dique em Rip-Rap de Solo Cimento;
5.2 Proporção da mistura
Cimento PORTLAND - DNER - EM 36/95;
Cal hidratado; Sacos de Aniagem ou
5.2.1 Hidrossemeadura
Plástico; Solo Natural ou Saibro.

– Cimento: DNER - EM 36/95 – Em áreas muito inclinadas ou de difícil acesso pelo

“Recebimento e aceitação de cimento processo manual adotam-se as mesmas proporções,

Portland comum e Portland de alto entretanto, jogando-se a lanço nos taludes os materiais

forno”. acrescidos de um pouco de solo orgânico, ou mesmo


depositados nas covas ou sulcos executados no talude,
– Argila - Solo natural de característica
seguindo-se da aplicação da hidrossemeadura.
argilosa, mas, preferencialmente do
local onde será construído o dique. Na hidrossemeadura a mistura de água, sementes,
adubo e nutrientes, adesivos, a ser aplicada na
– Saibro - Solo natural de característica
superfície será aqui dimensionada para 5.000 litros de
areno-argilosa e de boa consistência
água (carga normal do caminhão aspergidor),
– Água - DNIT–036/2004 – ME - “Água 2
correspondente à carga de aplicação para 2.500 m de
para concreto”. 2
superfície de talude ou seja da ordem de 2,0 l/m ,
– Sacos – Saco de Aniagem, juta, fibra podendo variar em função da análise do solo do talude.
plástica ou similar com dimensões
Os valores de utilização de insumos a seguir
aproximadas de 0,15 m x 0,30 m x
relacionados estão na forma de orientação básica,
0,45 m, perfazendo o volume de 0,04
3
podendo sofrer adequações durante o processo de
m , ou 25 unidades por metro cúbico.
execução, se surgirem limitações que as recomendam,
d) Diques de Proteção em Grama Armada ou bem como, os estudos de análise do solo edafo-
Tela Plástica; Sementes de Gramíneas e pedológicos.
Leguminosas; Adubo Orgânico e Adubo
Volume ou Peso de Sementes e Fertilizantes para 5.000
Químico e Solo natural (orgânico).
Litros de Água, Correspondente à Carga de Aplicação
2
– Solo natural local da recomposição para 2.500 m de talude.
superficial; A quantidade a ser utilizada de camada protetora é da
– Solo orgânico (top soil) importado ou ordem de 3.000 kg por hectare.
de terreno natural preparado com
Essas quantidades mínimas são exigidas, pois se for
adubo orgânico (esterco de curral ou
colocado quantidade menor, o objetivo não será
de galinheiro);
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Tabela 5 – Volume ou peso de sementes e fertilizantes

Elementos da Mistura Volume (litros) Peso (kg)

Esterco de galinha - 25
Biostab (adesivo) - 70
Biohum (mistura orgânica) - 220
Biomulch (protetor superficial) - 220
Sulfato de amônia - 27
Cloreto de potássio - 27
Superfosfato simples - 54
Sementes de azevem 18 -
Sementes de brachiaria 18 -
Sementes de gordura 18 -
Sementes de setária 18 -
Sementes de feijão quandu 10 -
Sementes de calopogônio 10 -
Sementes de mucuna 10 -
alcançado, que é de proteção imediata do terreno na a) uma parte de cimento;
aplicação da camada protetora.
b) meia parte de cal hidratada;
Em algumas regiões do País devido ao tipo do solo tem-
c) três partes de argila;
se adotado a seguinte mistura: - Fertilizantes N P K +
Micronutrientes - Fertilizante indicado é o organo d) doze partes de saibro.
mineral 3-6-3, com 50% químico e 50% orgânico, à
Desejando-se a um traço mais rigoroso quanto ao
razão de no máximo de 400 kg por hectare na
controle da resistência (30kgf/cm² em 28 dias) pode-se
aplicação, ou seja 40 kg por 1.000 m² de área e mais no adotar a dosagem em peso:
máximo 300 kg por hectare em adubação N-P-K, no
a) cal: 3% em peso do volume de solo;
plantio e cobertura, acrescido de turfa calcitada a razão
de 100 kg por hectare. b) cimento: 7% em peso do volume de solo.

Ressalta-se a importância do cal para corrigir a acidez


5.2.2 Rip-rap de solo cimento
do solo ou argila, devendo-se misturar primeiro o cal
A mistura de solo cimento deve ser preparada no local com o solo na betoneira, depois o cimento.
da obra, cuidando-se da dosagem correta de seus Em estruturas de pouco risco, pode-se adotar
elementos constituintes, cimento, solo (argila/saibro) e simplesmente 1 para 15 (cimento e solo natural),
cal, água, os quais após sua mistura homogênea, em dispensando-se a argila, especialmente na parte interna
masseira ou betoneira, será condicionada no saco, dos muros de contenção, onde a sacaria não sofre
compactada manualmente por socagem, e estará em diretamente ação de agentes agressivos.
condições de cumprir suas funções estruturais após o
A adição da argila tem por objetivo conceder uma maior
período de cura do solo cimento.
coesão à mistura, utilizando-a somente na formação da
A aplicação da cal tem o objetivo de corrigir a acidez do parte externa do septo.
solo, permitindo a aglutinação eficiente do cimento com
O saibro deverá ser peneirado, com peneira da ordem
o solo.
de 9 mm, para garantir melhor homogeneidade da
O traço a ser adotado e que proporciona bons mistura.
resultados, tem a seguinte proporção volumétrica:
NORMA DNIT 072/2006 – ES 10

A água a ser adicionada a mistura, normalmente por intempéries, bem como dotado de bomba rotativa de
aspersão tipo chuva, deverá ser uniformemente alta pressão ( 2.500 rpm) para aspersão da mistura.
distribuída sobre a mistura até atingir o grau de umidade
Na regularização dos taludes e demais tipos de serviços
desejado.
serão empregadas ferramentas de uso manual, como
A massa assim preparada será ensacada até o volume picaretas, enxadas, enxadões, pás, baldes, carrinho de
de 80% do volume do saco, de modo a permitir que a mão, etc. para escavação e transporte dos solos da
boca do mesmo possa ser fechada, na própria parte superior dos taludes, e na parte inferior, ocorrendo
acomodação deste no muro. acúmulo de material escavado ou escorregado, poderão
ser utilizados, conforme necessário, equipamentos
5.2.3 Rip-rap de solo vegetal
mecânicos de remoção e transporte.

O rip-rap de solo vegetal (ou vegetativo) será constituído


5.4 Execução
da seguinte mistura:

Para sacos de fibra natural de 50 kg, cujo volume No processo da revegetação das áreas íngremes ou de
3 difícil acesso, destaca-se inicialmente na metodologia
aproximado é de 0,04 m , utiliza-se 20 litros de esterco
bovino curtido, 150 gramas de adubo químico NPK (4- de execução o processo de hidrossemeadura, seguindo-
14-8), 20 gramas de semente de brachiaria decubens se da recuperação das voçorocas e finalmente o
(gramínea), 20 gramas de semente de capim meloso, 50 processo manual de revegetação desses dois
gramas de semente de capim mucuna, completando-se processos.
a mistura com terra vegetal homogeneizada.
5.4.1 Hidrossemeadura
Ensaca-se a mistura e umedece-se.

O preparo do solo, nos casos de hidrossemeadura,


5.3 Equipamentos
consiste basicamente em executar ranhuras, ou
coveamento com ferramenta manual, no sentido
Os equipamentos necessários à hidrossemeadura são:
horizontal do talude para promover e facilitar a adesão
a) 01 (um) veículo leve para uso do da mistura no talude, bem como sobre superfícies em
encarregado de equipe. que as condições físicas sejam extremamente
b) 01 (um) caminhão com equipamento para restritivas.
hidrossemeadura com capacidade mínima Em áreas inclinadas extensas, com ausência de bermas
de 5000 litros. ou banquetas (erosões reconformadas), deve-se

c) 01 (um) trator agrícola de potência mínima promover a confecção de terraços com base de 1 m e

de 55 HP. declividade de 5 %, como forma de proteção contra o


“run-off” da mistura.
d) 01 (um) equipamento pneumático para
O preparo do material ou da mistura deverá estar de
escarificação em cortes duros com brocas
acordo com a fórmula básica, indicada no item 5.2,
especiais.
sendo que qualquer outra fórmula similar poderá ser
e) enxadões preparados para escarificação de utilizada devidamente justificada e de comum acordo
profundidade. entre a CONTRATADA e a Supervisão, com a

f) outras ferramentas manuais. aprovação da FISCALIZAÇÃO do DNIT.

O plantio ou aplicação da mistura deverá ocorrer da


Caminhão aspergidor da hidrossemeadura constituído
forma mais viável à empresa aplicadora e de acordo
de um depósito fixo no chassis tipo pipa ou tanque
com a FISCALIZAÇÃO.
convencional com capacidade de 5.000 litros, dotado de
eixo girador ou agitador para homogeneização da A irrigação deverá ser feita cuidadosamente, sem jatos
mistura aquosa de sementes, adubos ou fertilizantes, fortes, na forma de chuvisco leve. Se necessário, deverá
nutrientes e adesivos, mulch ou protetor contra as ser usado um “bico de pato” na extremidade de saída da
mangueira. A irrigação deverá ser feita até que se atinja
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a umidade numa profundidade de 10 cm durante o A adubação orgânica normal deverá ser


período necessário para que 50 % das sementes executada de 2 a 3 semanas que
germinem. antecedem ao tratamento da

A hidrossemeadura consiste nas seguintes hidrossemeadura, salvo quando a

especificações: aplicação das matérias orgânicas é feita


com material industrializado ou com a
a) regularização manual de taludes
adoção de técnicas avançadas de
O preparo das superfícies deverá ser decomposição, além do que a matéria
iniciado de cima para baixo. As superfícies orgânica deve estar apta a ser usada na
dos taludes após a execução deverão se aplicação.
apresentar planas, sem ressalto ou Quando a matéria orgânica é obtida através
cavidades. Os ressaltos deverão ser de compostos orgânicos produzidos por
raspados com enxadões ou outro indústrias, estes estão sujeitos a
equipamento. As cavidades deverão ser fiscalização rigorosa do órgão competente,
conformadas, de modo a se obter razão pela qual podem ser confiáveis. Deve
superfícies regularizadas. Em função da ser exigido o registro de produtor, expedido
altura do talude, serão instalados escadas pelo Ministério da Agricultura, dos
ou andaimes para segurança dos fabricantes dos adubos a serem utilizados.
operários.
São os seguintes os produtos que podem
b) escarificação da superfície do talude ser utilizados como adubos:

Toda a superfície dos taludes já concluídos – lixo industrializado;


e aceitos pela Fiscalização, deve ser – tortas oleaginosas;
escarificada com furos ou covas
– esterco de curral;
desencontrados, podendo ser executados
– excremento de galinha;
manualmente ou com equipamentos
próprios. – húmus de minhoca;

– vegetal decomposto;
c) calagem
– turfa calcitada.
A calagem é uma prática agrícola de
O produto mais recomendado é o vegetal
máxima importância, usada para eliminar
decomposto em razão do mesmo conter
os efeitos tóxicos do alumínio, ferro e
todos os elementos que a planta precisa,
manganês do solo, além de proceder à
ou seja NPK mais micro elementos e mais
correção de deficiência em cálcio e
a matéria orgânica necessária, haja visto
magnésio, devendo ser executada em
que tal produto é obtido através de
período de 30 dias antes do plantio.
processo de decomposição de vegetais.
Na hidrossemeadura de taludes muito altos
torna-se difícil a calagem manual, podendo e) preparo do material (ou mistura)

a mesma ser substituída com o aumento de No processo de mistura aquosa, o


matéria orgânica (esterco de gado ou enchimento do tanque de 5000 litros se
galinha) na aplicação da hidrossemeadura, dará da seguinte forma:
corrigindo-se as deficiências após o plantio
– colocar 3.000 litros de água no tanque;
nos locais aonde a vegetação não
– adicionar o aparelho agitador;
apresentou cobertura perfeita da superfície,
problemas de germinação ou crescimento – adicionar o fertilizante organo-mineral

vegetativo. ou NPK;

– adicionar matéria orgânica no caso de


d) adubação orgânica da área
uso de NPK simples;
NORMA DNIT 072/2006 – ES 12

– adicionar o adesivo fixador revestir de 2.500 a 3.300 m², isto é da


vagarosamente para evitar a formação ordem de 2,0 a 1,5 litros da mistura aquosa
de caroços; para recobrir uniformemente 1 (um) m² de

– adicionar o material formador da superfície.

camada protetora constituído por g) irrigação


fardos de fibra de celulose a razão de
O período próprio para a aplicação da
3.000 Kg por hectare;
hidrossemeadura é aquele que antecede as
– acrescentar as sementes
chuvas intensas do verão, usualmente de
selecionadas, com o tanque sempre
setembro a dezembro, podendo-se também
em agitação;
aplicar no período posterior as chuvas
– tomar o cuidado de se colocar as intensas, no período de março a junho.
sementes no tanque sempre em último
Entretanto, havendo a necessidade de
lugar;
aplicação no período seco do ano ou
– após a colocação dos insumos ocorrendo estiagens prolongadas, deve-se
agrícolas no tanque, completar o irrigar a revegetação pelo menos uma vez
volume do tanque com água. pôr semana, na proporção mínima de um a
Com o uso do material como camada dois litros pôr metro quadrado em forma de
protetora não é obrigatório o uso do chuvisco leve e nas horas amenas do dia.
adesivo fixador se o mesmo já contiver o
h) adubação de cobertura após 60 dias do
elemento fixador em sua composição.
plantio e replantes até a total formação da
f) plantio ou aplicação da mistura ou camada vegetal
jateamento com equipamento
Após 45 dias da aplicação da
hidrossemeador
Hidrossemeadura com camada protetora
A aplicação deve ser feita pulverizando-se deverá ser feita a primeira aplicação de
uniformemente a mistura aquosa sobre a fertilizantes, visando corrigir as deficiências
superfície preparada. nutricionais das plantas, seguindo-se em

Durante todo o processo de aplicação o seqüência tantas fertilizações quantas

misturador deverá estar em movimento a forem necessárias para a perfeita formação

fim de c garantir a suspensão do material e da cobertura vegetal.

a homogeneização da mistura do tanque. Recomenda-se fertilizar 02 (duas) vezes no

Adotando-se o processo do jateamento mínimo, sendo uma em 45 dias após o

com material da camada protetora no plantio, e a outra no período chuvoso.

tanque das sementes, e as etapas de i) tratamento fito-sanitário


revestimento são as seguintes:
O tratamento fito-sanitário deverá ser
Com o aparelho agitador sempre em aplicado sempre que o revestimento
movimento, dirigir o jato para a superfície a vegetal sofrer ataque de pragas e
ser revestida de modo a recobrir toda a moléstias, até que se dê seu eficaz
área, procurando desenvolver a operação o desenvolvimento e consolidação.
mais uniforme possível.
A escolha dos defensivos agrícolas, época,
A aplicação deverá ser feita das partes forma e término de aplicação, fica a juízo
mais altas para as partes mais baixas, da fiscalização.
evitando-se encharcamento e o
Deverão ser utilizados defensivos que
escorregamento da mistura.
tenham baixo índice de toxidade, baixo
Com esse processo de jateamento o poder residual e que facilmente entrem em
volume de 5000 litros será utilizado para decomposição.
NORMA DNIT 072/2006 – ES 13

As dosagens devem ser rigorosamente Para a execução dos serviços com camada
controladas para evitar os seguintes protetora, a empresa executora das obras
problemas: deverá dispor dos seguintes recursos

– intoxicação com o pessoal envolvido e mínimos:

outros danos ecológicos; – ter uma unidade produtora de material

– contaminação dor recursos hídricos e com a finalidade de camada protetora

outros danos ecológicos; nas condições exigidas, ou contrato


com uma indústria que se comprometa
– ser carregada pelo vento sobre
a fornecer dentro das especificações e
culturas agrícolas adjacentes e causar
nas quantidades necessárias;
danos às mesmas;
– ter uma unidade produtora de
– da deriva atingir o fluxo viário ou
fertilizantes organo mineral
usuário.
devidamente registrada no Ministério
Para um controle eficaz dos itens acima
da Agricultura ou contrato com uma
mencionados, as seguintes precauções
empresa que comprometa a fornecer
devem ser adotadas:
os fertilizantes;
– evitar a aplicação de defensivos em
– mão de obra básica: - 01 (um)
dias de chuva e / ou vento;
encarregado, 01 (um) motorista, 01
– aplicar a solução de modo que o jato (um) aplicador e 03 (três) serventes.
caminhe sempre na direção dos
ventos, nunca em sentido contrário; 5.4.2 Recuperação ambiental de áreas voçorocadas

– conter o aplicador luvas e máscaras


As voçorocas são erosões de grandes proporções que
protetoras;
constituem danos ambientais naturais ou induzidos
– não permitir que o pessoal ocorrentes em solos de estrutura areno-siltosa e em
diretamente envolvidos na operação, locais onde existe grande concentração de fluxos d’água
fume, coma ou beba durante a ou enxurradas devido às chuvas intensas, apresentando
operação; o relevo bastante conturbado devido aos diversos sulcos
– ao término do tratamento fito-sanitário, profundos no terreno.
todo o pessoal envolvido na operação,
Estes sulcos podem atingir vários metros de
deverá tomar banho, de preferência
profundidade, com paredes ou taludes internos abruptos
com água fria. Água morna dilata os
com extensões que podem atingir até 500 m,
poros e facilita a penetração das
usualmente possuindo nascentes d’água no fundo de
partículas de defensivos impregnadas
seus sulcos e são responsáveis pelo assoreamento dos
na superfície da pele para o
cursos d’água ou baixadas à jusante.
organismo.
Portanto, a recuperação ambiental destas áreas que
j) replantio atingem um ou mais hectares, envolve a elaboração de

Após haver cumprido o período próprio de projeto ambiental específico, pois o combate à voçoroca

emergência das espécies hidrossemeadas, se fundamenta na redução do gradiente do fundo dos

é necessário proceder a um replante, sulcos, através da construção de septos ou diques, da

atingindo-se principalmente as superfícies proteção das cabeceiras para que não haja progresso

que apresentam falhas de germinação ou neste sentido, na proteção no local de deságüe das

mesmo de aplicação. águas de chuva e revegetação das paredes ou taludes e


reforço vegetativo em toda a área do entorno.
Os repasses serão repetidos, a juízo de
fiscalização, até que toda superfície esteja Para se proteger a área voçorocada deve-se construir

completamente revestida. um sistema de drenagem superficial no contorno de


toda área selecionada.
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Os septos ou diques construídos ao longo da voçoroca de uma valeta de proteção (triangular ou


podem ser de rip-rap de solo cimento, de rip-rap de solo trapezoidal), manual ou mecanizada, à
vegetal, de madeira aparelhada ou rústica, usando-se montante da voçoroca e distante da mesma
também galhadas amarradas ou ainda pneus usados da ordem de 20 a 30 metros e na extensão
amarrados e estaqueados no solo. necessária ao desvio das águas pluviais do

As estruturas de arrimo em alvenaria de sacos de solo local onde atualmente incide o processo

cimento também podem ser utilizadas na recomposição erosivo. Esta valeta de proteção poderá ser

de superfícies de escoamento pluviométrico e nos substituída por um dique ou cordão em

próprios dispositivos de drenagem superficial, ou o curva de nível do terreno, com dimensões

preenchimento de cavidades decorrentes de erosões de 1,00 m de base inferior, altura 0,30 a

em taludes (obturação de erosão). 0,40 m e base superior 0,30 m, a qual será


revegetada para cumprir o seu objetivo.
O rip-rap de solo vegetativo constituirá a superfície de
Este último processo é usual nos
proteção de diques construídos de solo local
procedimentos conservacionistas agrícolas.
compactado em forma trapezoidal revestindo-se o
conjunto com tela metálica ou plástica. A segunda sub-atividade de proteção se
constituirá na construção de obra protetora
O projeto ambiental de recuperação das voçorocas se
no extremo inicial da voçoroca, cujo
procederá pelas seguintes atividades
objetivo é estabilizar o processo erosivo,
a) levantamento topográfico da área impedindo-o de progredir no terreno,

Objetivando a elaboração do projeto de através do controle do fluxo de águas

recuperação ambiental de voçoroca, será pluviais de montante.

procedido o levantamento planialtimétrico Neste local, a água atua no solo com maior
da área de interesse, o qual se estenderá velocidade, devido ao carreamento do
da ordem de 50 m além dos limites da mesmo, sendo fundamental sua proteção
voçoroca. Neste levantamento é importante para conter a aceleração do ritmo de
destacar a declividade do fundo ou berço desintegração e carreamento do solo.
da voçoroca, dos taludes naturais ou Os procedimentos para construção desta
paredes da mesma, a declividade do proteção devem buscar o baixo custo,
talvegue a juzante da voçoroca, sobre o portanto, si próximo do local da voçoroca
qual são desaguadas as águas pluviais. existir pedra de mão poderá ser construída
Na execução do levantamento topográfico proteção de pedra arrumada ou
deve-se destacar a linha base, locada e argamassada, existindo madeira roliça (Ø
nivelada, e as secções transversais que 0,15 a 0,20 m) esta proteção poderá ser
devem caracterizar toda a área degradada, construída em degraus de madeira
de modo a permitir o cálculo do volume de conforme detalhado no item 4 - “Execução”.
escavação para modelagem da área. Quanto à primeira solução, o “Manual

Considerando-se que o processo erosivo Rodoviário de Conservação,

da voçoroca é normalmente contínuo, a Monitoramento e Controle Ambientais do

elaboração de um projeto específico da DNIT” apresenta os detalhes construtivos.

área, permitirá o monitoramento ambiental Da mesma forma, poder-se-á proceder a

da solução apresentada, bem como sua proteção com rip-rap de solo cimento,

gestão ambiental, permitindo otimizar complementado com rip-rap de solo

soluções para oportunidades futuras. vegetal, em substituição de pedra.

O terceiro procedimento constituirá na


b) proteção da cabeceira da voçoroca
aplicação de tela plástica (quadricula 0,05 x
Esta proteção se constituirá de duas sub- 0,05 m) estendida na cabeceira da
atividades, sendo a primeira a construção voçoroca e grampeada no solo por meio de
NORMA DNIT 072/2006 – ES 15

estacas de madeira (h = 0,30 m), Esta modelagem do terreno, permitirá


distribuídas em quinquoncio espaçadas de transformar o aspecto visual caótico da
1,00 m. Neste processo é fundamental a voçoroca, no aspecto de calhas com
proteção além dos limites da voçoroca, pelo orientação disciplinada dos fluxos d’água.
menos de 3,00 m, bem como, modelagem Em áreas extensas com degradação
da cabeceira, de modo a reduzir a intensiva em profundos sulcos poderá ser
velocidade do fluxo das águas pluviais. modelada, de modo que para cada ramo da
Estas telas plásticas são encontradas voçoroca ou ramificação, será construída
normalmente no comércio. A revegetação uma espécie de calha, as quais se
do local com o plantio de gramíneas e entroncam para permitir o desague no
leguminosas, bem como, o plantio de trecho final da voçoroca ou mesmo no
espécie vegetal “Bambuzinho” ou talvegue primitivo.
arbustivas completam e reforçam a
As condições de mecanização da
proteção almejada.
modelagem dependerão das condições
É importante ressaltar que a seleção de um particulares das cristas dos taludes ou
procedimento ou a conjugação de dois paredes da voçoroca.
deles, dependerá exclusivamente das
d) implantação de Diques de Contenção
condições locais.
(pedra arrumada/rip-rap de solo cimento ou
Em qualquer dos procedimentos
pedra argamassada, madeira roliça, e/ou
selecionados completa-se a proteção da
dique de grama armada)
cabeceira da voçoroca com um dique a
jusante, nos mesmos moldes do processo Objetivam os diques ao longo do leito da

selecionado, construído no leito da voçoroca a redução da velocidade dos

voçoroca e estendido até suas paredes ou fluxos pluviométricos, funcionando como

taludes, ou inserido nas mesmas, distante dissipadores de energia, bem como

da ordem de 10 a 15 m do início da pequenas barragens para retenção do

mesma. material (solo) porventura carreado da


cabeceira, servindo-se de bacia de
O objetivo deste dique (de pedra, madeira
acumulação do assoreamento.
ou solo revestido de tela plástica) tem a
finalidade de reduzir a velocidade de água, A distribuição dos diques ao longo da

funcionando como dissipador de energia. voçoroca será em função da declividade da


mesma, de modo que a cota da crista ou
c) modelagem do terreno
coroamento de um dique, deve ser
Objetiva esta atividade preparar as paredes aproximadamente no nível da fundação do
ou taludes naturais da voçoroca, dando- dique a montante e subseqüente,
lhes menor declividade, não somente para funcionando o dique como barragem de
melhorar o aspecto visual, como também peso que se contrapõe ao fluxo d’água.
permitir melhor condições para a O Manual de Conservação, Monitoramento
revegetação. Esta atividade poderá ser e Controle Ambientais do DNIT descreve
manual ou mecanizada de modo a detalhadamente o processo construtivo
proceder pequena escavação na crista do acima apresentado.
talude ou parede (da ordem de 3 a 5,0
3 A estrutura de rip-rap de solo cimento
m /m), depositando o material escavado no
congrega a resistência ao processo erosivo
fundo da voçoroca, com ligeira
e a condição de suporte como arrimo,
compactação manual. Este volume
sendo constituído de uma mistura de solo
dependerá da profundidade da voçoroca ou
(argila e saibro), cimento e água,
extensão das suas paredes.
condicionada em saco de juta, aniagem,
NORMA DNIT 072/2006 – ES 16

plástico, ou similares, compactados A compactação manual das camadas de


manualmente ou curados com umidade fileiras deverá ser procedida do centro para
natural ou induzida, adquirindo razoável a periferia, tomando-se o cuidado de não
resistência mecânica, da ordem de 30 danificar os sacos, no máximo até duas
2
kg/cm , permitindo sua utilização como horas depois do preparo da mistura e
elemento estrutural de arrimo ou de estendendo a compactação na superfície
resistência ao processo erosivo. externa da estrutura.

A característica principal desta estrutura é o Após a montagem de cada duas camadas,


baixo custo, pois o processo construtivo deve-se aspergir água em quantidade
utiliza materiais locais, evitando-se os moderada, para se manter a umidade ótima
custos de transporte, bem como o da mistura.
manuseio fácil pelo operário no local de A face externa do muro deverá ter
construção. inclinação compatível com o talude de
Os sacos utilizados devem ter dimensões, corte, ou, sendo estrutura de contenção,
que permitam este fácil manuseio, após o inclinação 1/4, respeitando-se o gabarito
seu enchimento. máximo de 4 m e adotando-se a largura

O dique construído como grama armada mínima da base 1/3 da altura.

utilizará o próprio solo proveniente da Atenção especial deverá ser dada à


escavação da modelagem das paredes da drenagem do conjunto, através de dreno
voçoroca, conformado-a em forma vertical de areia ou brita na face posterior
trapezoidal com o talude de jusante bem do muro, e a instalação de barbacãs no
suave da ordem de 1/5, enquanto que o se sentido transversal do muro, para facilitar a
montante adota-se ½ e revestido de tela drenagem interna.
metálica ou de plástico grampeada em sua Em se tratando de rip-rap de solo
superfície associado ao plantio de vegetativo os sacos são dispostos
gramíneas e leguminosas. formando fileiras nos sulcos erosivos e se
A crista ou coroamento do dique terá constituem a parte frontal e posterior da
largura da ordem de 1,0 m e se estenderá superfície recuperada, enquanto a parte
de parede a parede da voçoroca. Sobre o interna do sulco, poderá ser preenchida
dique assim construído aplica-se a grama com rip-rap somente de solo ou solo
armada, conforme descrito anteriormente. compactado manualmente, sendo todo

O dique de rip-rap de solo cimento será conjunto protegido pôr tela metálica ou

constituído de sacos de plástico ou plástica.

aniagem cheios de solo local misturado O rip-rap de solo vegetativo constitui a


com cimento, em proporção de 5% em superfície de proteção de diques
peso do solo, devidamente corrigido em construídos de solo local compactado,
sua acidez com 3% de cal. Os sacos serão revestidos de tela metálica ou plástica.
dispostos transversalmente ao eixo da Este tipo de contenção está também
voçoroca em forma de uma parede de previsto para ser aplicada na recomposição
alvenaria de tijolos (tipo mata-junta). de superfícies danificadas por sulcos
Para constituição do septo os sacos devem erosivos, cicatriz de ruptura superficial ou
ser colocados em fileiras, e estas mesmo como barreira de contenção de
organizadas em “mata junta”, permitindo bota-fora de solos moles.
amarração das mesmas (similar à alvenaria Este dispositivo é constituído da mistura de
de tijolos); seguindo-se a compactação solo natural, solo orgânico, adubo químico,
manual com soquete de madeira. sementes de espécies vegetais de
NORMA DNIT 072/2006 – ES 17

gramíneas e leguminosas, objetivando quantidade suficiente para o fim desejado,


além da recomposição superficial do talude podendo associar mais de um
ou do terreno natural, a sua reabilitação procedimento (Ex.: conjugar dique de
ambiental procedida pela revegetação, madeira ou paliçada com grama armada).
através da germinação das sementes. Em regiões onde a pedra é escassa, pode-
A disposição destas fileiras, constituindo se substituí-la por rip-rap de solo cimento.
camadas, deve ser tal que não permita
g) adubação de cobertura, irrigação e
juntas corridas, mas sim em mata-junta,
tratamento fito-sanitário
dando ao conjunto certa amarração como
nas estruturas de alvenaria de tijolos. Da mesma forma que na hidrossemeadura
estas atividades são aplicadas na
As camadas de sacos deverão ser
revegetação das áreas voçorocadas.
umedecidas e compactadas levemente com
soquete de madeira, podendo-se dar maior 5.4.3 Revegetação manual das áreas muito inclinadas
compactação manual nas fileiras internas, ou de difícil acesso
não excedendo na energia de compactação
devido ao risco de danificar a sacaria. Neste processo são pertinentes os assuntos já descritos

Usualmente estas paredes tem altura da anteriormente, suprimindo-se o jateamento da mistura

ordem de 0,5 m a 1,0 m e paramentos aquosa procedente do equipamento de

inclinados ¼ com a crista da ordem de 0,5 hidrossemeadura, pelo lançamento manual dos

m, estendendo-se entre os taludes da materiais constituídos pelo calcário, adubos ou

voçoroca. fertilizantes e sementes de gramíneas e leguminosas.

e) revegetação por hidrossemeadura, plantio à 6 Controle e inspeções


lanço ou enleivamento
As condições de acabamento das superfícies
Após a preparação das proteções das
revegetadas serão apreciadas pela fiscalização do DNIT
cabeceiras da voçoroca, da modelagem
com base na apresentação visual uniforme e
das bordas da mesma e do leito com a
harmoniosa quanto ao relevo circundante.
construção de diques, executa-se a
revegetação de toda a área aplicando-se Em se tratando de voçorocas o controle geométrico será

um dos processos indicados acima. A área aferido pelo alinhamento, declividade e dimensões

da revegetação deverá se estender além apresentadas no projeto ambiental, através de métodos

dos limites da voçoroca da ordem de 20,0 a usuais de construção.

30,0 m, completando-se a revegetação com O controle geométrico será aferido pelo alinhamento,
o plantio de arbustivas e em especial o declividade e dimensões através de métodos usuais de
“Bambuzinho”. construção.

f) proteção do término da voçoroca ou do As inspeções técnicas deverão ser procedidas a cada


desague no talvegue 30 dias, verificando-se o desenvolvimento das espécies
vegetais, o grau de cobertura da área, o vigor e outras
Os mesmos cuidados dispensados à
exigências agronômicas.
cabeceira da voçoroca, deverão ser
implantados no final ou trecho terminal da O controle tecnológico da mistura solo-cimento será

voçoroca, de modo a permitir que o fluxo realizado pelo rompimento de corpos de prova a

das águas pluviais possam atingir o compressão simples aos 30 dias, de acordo com a

talvegue primitivo de modo ordenado e em relação experimental de resistências desejadas,

velocidade controlada. respeitando-se a NBR 6118 para controle assistemático.

Para tanto, serão implantados diques


(pedra, madeira ou grama armada) em
NORMA DNIT 072/2006 – ES 18

topográficas transversais e constantes do projeto


7 Medição
ambiental.

Os serviços de revegetação serão medidos pela área A valetas de proteção, para desvio das águas de
em metros quadrados efetivamente tratada, montante ou cordões tipos dique serão medidos por
estabelecida e aceita pela FISCALIZAÇÃO, metro linear.
considerando-se as etapas do desenvolvimento das O levantamento plani-altimétrico da área para projeto da
espécies vegetais, constituído pela germinação, recuperação ambiental da voçoroca será medido por
crescimento vegetativo e cobertura total da área. metro quadrado.
As medidas da superfície plantada acompanham as
inclinações dos taludes, fornecendo dimensões efetivas 8 Pagamento

e não suas projeções na horizontal.


O pagamento far-se-á ao preço unitário de cada
A medição será feita em duas etapas: atividade do projeto de revegetação ou recuperação da
a) após o término do plantio de cada área voçoroca, aplicado aos quantitativos medidos e
liberada e aprovada pela FISCALIZAÇÃO; aprovados pela fiscalização do DNIT.

b) após o fechamento ou cobertura vegetal O pagamento da revegetação será efetuado em

completa da área plantada e da aceitação parcelas de acordo com as medições referidas acima da

pela FISCALIZAÇÃO. seguinte forma:

Nas voçorocas os serviços serão medidos de acordo a) 50% (trinta por cento) da área

com o projeto, considerando-se o volume de construção correspondente, logo que atendida a

dos diques (rip-rap solo cimento ou solo vegetativo), primeira exigência da medição;

expressos em metros cúbicos, inclusive a regularização b) 50% (cinqüenta por cento) da área
e compactação manuais do terreno e das camadas de correspondente, logo que atendida a
sacos, aquisição e transporte dos materiais necessários, segunda exigência da medição;
enfim tudo o que for necessário aos objetivos almejados
O preço unitário contratual dos serviços de revegetação
pelo projeto ambiental elaborado.
deverá remunerar todos os serviços de mão de obra e
Os diques de madeira serão medidos de acordo com as encargos sociais, materiais, a utilização de
quantidades constantes no projeto. equipamentos e ferramentas, fornecimento e transporte
A revegetação das paredes ou taludes da voçoroca será de materiais, espalhamento dos materiais orgânicos
medida por metro quadrado, englobando a aquisição, previamente estocados, preparo da área, plantio e
transporte e confecção dos materiais necessários replantio, irrigação, perdas, testes, mudas, fertilizantes e
conforme o processo selecionado. corretivos, defensivos, seguros, equipamentos de

A modelagem do terreno será medida por metro cúbico proteção individual, uniformes, alojamentos e refeições,

de escavação de solo, calculado por meio de secções transporte de pessoal, mão-de-obra e encargos e tudo
mais necessário à perfeita execução dos serviços.

_________________ /Anexo A
NORMA DNIT 072/2006 – ES 19

Anexo A (Informativo)
Ilustrações de soluções para áreas degradadas

Foto 1 - Área erodida de difícil recuperação, a ser tratada


com uso de Técnicas de Bioengenharia

Foto 2 - Biomanta Antierosiva aplicada após outras


intervenções de Bioengenharia, mudando imediatamente
o aspecto visual do local, proporcionando rápida
instalação da vegetação

Foto 3 - Mesmo local após três meses da aplicação das


biomantas antierosivas, totalmente recuperada e sem
focos erosivos, apresentando vegetação exuberante
NORMA DNIT 072/2006 – ES 20

Foto 4 - Vista geral das erosões, as quais serão


recuperadas com uso das Técnicas de Bioengenharia e
produtos biodegradáveis.

Foto 5 - Serviços de recuperação já adiantados, com


drenagem superficial e profunda executada, recuperação
das erosões e aplicação de biomanta antierosiva

Foto 6 - Mesmo local imediatamente após a execução dos


serviços, mostrando o aspecto visual, a proteção total
dos taludes cuja superfície será coberta pela vegetação
posteriormente
NORMA DNIT 072/2006 – ES 21

Foto 07 - Vista geral das erosões, as quais serão


recuperadas com uso das Técnicas de Bioengenharia e
produtos biodegradáveis

Foto 08 - Serviços de recuperação já adiantados, com


drenagem superficial e profunda executada, recuperação
das erosões e aplicação de biomanta antierosiva

Foto 09 - Mesmo local imediatamente após a execução


dos serviços, mostrando o aspecto visual, a proteção
total dos taludes cuja superfície será coberta pela
vegetação posteriormente
NORMA DNIT 072/2006 – ES 22

Foto 10 - Taludes e drenagem em construção, sendo o


material do talude de grande suscetibilidade à erosão,
por isso deverá ser protegido com segurança e rapidez

Foto 11 - A proteção dos taludes foi feita com biomanta


antierosiva de fibra de coco bidimensional (Tela Fibrax®
400BF), protegendo imediatamente a área até o
estabelecimento total da vegetação

Foto 12 - Resultado do trabalho, mostrando toda a área


protegida, o estabelecimento da vegetação e a ausência
de sulcos e focos erosivos.

_________________ /Índice Geral


NORMA DNIT 072/2006 – ES 23

Índice Geral

Abstract ............................. 1 Passivo ambiental 3.10....................... 3

Adesivos 3.1 ........................ 2 Placas de grama 3.12....................... 3

Adesivo fixador 5.1.4 ..................... 7 Plantio 3.11....................... 3

Adubação 3.2 ........................ 2 Prefácio .............................. 1

Adubos, fertilizantes e calcários 5.1.1 ..................... 5 Proporção da mistura 5.2......................... 8

Análise laboratorial dos solos sob Recuperação ambiental das áreas ............................ 13
aspectos edáficos e pedológicos 3.3 ........................ 2
Referências bibliográficas 2.2......................... 2
Anexo A - ilustrações de soluções para áreas
degradadas ............................. 19 Referências normativas 2.1......................... 2

Áreas íngremes ou de difícil Referências normativas e


acesso 3.4 ........................ 3 bibliográficas 2............................ 2

Calagem do solo 3.5 ........................ 3 Regularização manual de taludes de cortes de aterros, de


bota-foras e de paredes de erosões em material de 1ª
Camada protetora 3.6 e 5.1.3 ............ 3;7 categoria 3.13....................... 3

Condições específicas 5 ........................... 5 Resumo .............................. 1

Condições gerais 4 ........................... 4 Revegetação herbácea, cobertura ou revestimento


vegetal 3.14....................... 4
Controle e inspeções 6 ........................... 17
Revegetação manual das áreas muito inclinadas ou
Coveamento 3.7 ........................ 3 de difícil acesso 5.4.3...................... 17

Definições 3 ........................... 2 Rip-rap de solo de cimento 3.15....................... 4

Rip-rap de solo de cimento 5.2.2...................... 9


Equipamentos 5.3 ........................ 10
Rip-rap de solo vegetal 3.16....................... 4
Espécies vegetais 5.1.2 ..................... 6
Rip-rap de solo vegetal 5.2.3...................... 10
Execução 5.4 ........................ 10
Septos ou diques 3.17....................... 4
Hidrossemeadura 3.8 ........................ 3
Sulcamento 3.18....................... 4
Hidrossemeadura 5.2.1 ..................... 8
Sumário .............................. 1
Hidrossemeadura 5.4.1 ..................... 10
Tabela 1 – Gramíneas .............................. 6
Índice geral ............................. 23
Tabela 2 – Leguminosas .............................. 6
Leivas 3.9 ........................ 3 Tabela 3 – Sementes nacionais .............................. 7

Materiais 5.1 ........................ 5 Tabela 4 – Sementes importadas .............................. 7

Materiais utilizados como septo ou dique na Tabela 5 – Volume ou peso de sementes


recuperação de voçorocas 5.1.5 ..................... 8 e fertilizantes .............................. 9

Medição 7 ........................... 18 Tratamento ambiental 3.19....................... 4

Objetivo 1 ........................... 1

Pagamento 8 ........................... 18

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