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3-PROPRIEDADES

MECÂNICAS DOS METAIS


1
PROPRIEDADES
MECÂNICAS
Eleani Maria da Costa – PGETEMA/PUCRS

POR QUÊ ESTUDAR?


 A determinação e/ou conhecimento das
propriedades mecânicas é muito importante
para a escolha do material para uma
determinada aplicação, bem como para o projeto
e fabricação do componente.
 As propriedades mecânicas definem o
comportamento do material quando sujeitos à
esforços mecânicos, pois estas estão
relacionadas à capacidade do material de resistir
ou transmitir estes esforços aplicados sem
romper e sem se deformar de forma
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incontrolável.
Principais propriedades
mecânicas
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 Resistência à tração
 Elasticidade
 Ductilidade
 Fluência
 Fadiga
 Dureza
 Tenacidade,....

Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade


do material de resistir às forças mecânicas e/ou de
transmiti-las
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TIPOS DE TENSÕES QUE UMA
ESTRUTURA ESTA SUJEITA
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 Tração
 Compressão
 Cisalhamento
 Torção

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Como determinar as
propriedades mecânicas?
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 A determinação das propriedades mecânicas é


feita através de ensaios mecânicos.
 Utiliza-se normalmente corpos de prova
(amostra representativa do material) para o
ensaio mecânico, já que por razões técnicas e
econômicas não é praticável realizar o ensaio na
própria peça, que seria o ideal.
 Geralmente, usa-se normas técnicas para o
procedimento das medidas e confecção do corpo
de prova para garantir que os resultados sejam
comparáveis.

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NORMAS TÉCNICAS
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As normas técnicas mais comuns são


elaboradas pelas:

 ASTM (American Society for Testing and


Materials)
 ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas)

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TESTES MAIS COMUNS PARA SE
DETERMINAR AS PROPRIEDADES
MECÂNICAS DOS METAIS
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 Resistência à tração (+ comum,


determina a elongação)
 Resistência à compressão
 Resistência à torção
 Resistência ao choque
 Resistência ao desgaste
 Resistência à fadiga
 Dureza
 Etc...
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CLASSIFICAÇÃO DOS
Ensaios Mecânicos
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Fonte: Carlos Alexandre dos Santos-Pucrs 8


RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
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 É medida
submetendo-se o
material à uma carga
ou força de tração,
paulatinamente
crescente, que
promove uma
deformação
progressiva de
aumento de
comprimento
 NBR-6152 para
metais

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ESQUEMA DE MÁQUINA
PARA ENSAIO DE TRAÇÃO
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PARTES BÁSICAS

 Sistema de aplicação de carga


 dispositivo para prender o corpo de prova
 Sensores que permitam medir a tensão
aplicada e a deformação promovida
(extensiômetro)

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RESITÊNCIA À TRAÇÃO
TENSÃO () X Deformação ()
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 = F/Ao Kgf/cm2 ou Kgf/mm2 ou N/ mm2


Área inicial da seção reta transversal
Força ou carga

Como efeito da aplicação de uma tensão tem-se a


deformação (variação dimensional).

A deformação pode ser Deformação()= lf-lo/lo=


expressa: l/lo
•O número de milímetrosa de deformação
por milímetros de comprimento
• O comprimento deformado como uma
lo= comprimento inicial
percentagem do comprimento original
lf= comprimento final
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Comportamento dos metais quando
submetidos à tração
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Resistência à tração

Dentro de certos limites,


a deformação é proporcional

à tensão (a lei de Hooke é

obedecida)

Lei de Hooke: =E


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A deformação pode ser:
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 Elástica
 Plástica

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Deformação Elástica e Plástica
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DEFORMAÇÃO ELÁSTICA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA


 Prescede à deformação
plástica  É provocada por tensões que
 É reversível ultrapassam o limite de elasticidade
 Desaparece quando a tensão é  É irreversível porque é resultado do
removida deslocamento permanente dos
 É praticamente proporcional à átomos e portanto não desaparece
tensão aplicada (obedece a lei quando a tensão é removida
de Hooke)

Elástica Plástica

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Módulo de elasticidade ou
Módulo de Young
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E= /  =Kgf/mm2

• É o quociente entre a tensão


aplicada e a deformação
elástica resultante. A lei de Hooke só é
P válida até este ponto
•Está relacionado com a rigidez
do material ou à resist. à
deformação elástica Tg = E
•Está relacionado 
diretamente com as forças
das ligações interatômicas
Lei de Hooke:  = E 15
Módulo de Elasticidade para
alguns metais
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Quanto maior o módulo de elasticidade mais rígido é o


material ou menor é a sua deformação elástica quando
aplicada uma dada tensão
MÓDULO DE ELASTICIDADE
[E]
GPa 106 Psi
Magnésio 45 6.5
AlumÍnio 69 10
Latão 97 14
Titânio 107 15.5
Cobre 110 16
Níquel 204 30
Aço 207 30
Tungstênio 407 59
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Comportamento não-linear
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 Alguns metais
como ferro fundido
cinzento, concreto
e muitos polímeros
apresentam um
comportamento não
linear na parte
elástica da curva
tensão x
deformação

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Considerações gerais sobre
módulo de elasticidade
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Como consequência do módulo de


elasticidade estar diretamente
relacionado com as forças interatômicas:
 Os materiais cerâmicos tem alto módulo
de elasticidade, enquanto os materiais
poliméricos tem baixo
 Com o aumento da temperatura o módulo
de elasticidade diminui

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Anisotropia no Módulo de
Elasticidade
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• em material monocristalino o
módulo de elasticidade depende
da direção de aplicação da
tensão nos eixos
cristalográficos, pois a interação
atômica varia com a direção.
• Neste caso especifica-se as
constantes elásticas

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O COEFICIENTE DE POISSON PARA
ELONGAÇÃO OU COMPRESSÃO
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• Qualquer
elongação ou
compressão de
uma estrutura
cristalina em
uma direção,
causada por
uma força
uniaxial, produz
um ajustamento
nas dimensões z
perpendiculares
à direção da
força
x 20
O COEFICIENTE DE POISSON PARA
TENSÕES DE CISALHAMENTO
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• Tensões de Módulo de
cisalhamento Cisalhamento ou de
produzem rigidez
deslocamento
de um plano de
átomos em
relação ao plano
adjacente
•A deformação
elástica de
cisalhamento é
dada ( ):

= tg
Como para metais ~0,3 G~0,4E
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Módulo de Cisalhamento
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 É conhecido também como módulo


de elasticidade transversal.

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Forças de compressão,
cisalhamento e torção
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 O comportamento elástico também


é observado quando forças
compressivas, tensões de
cisalhamento ou de torção são
impostas ao material

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O FENÔMENO DE
ESCOAMENTO
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 Esse fenômeno é nitidamente


observado em alguns metais de
natureza dúctil, como aços baixo
teor de carbono.
 Caracteriza-se por um grande
alongamento sem acréscimo de
carga.

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Outras informações que podem ser
obtidas das curvas tensãoxdeformação
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Tensão de escoamento Escoamento


y= tensão de escoamento
(corresponde a tensão máxima
relacionada com o fenômeno de
escoamento)

• De acordo com a curva “a”, onde não observa-


se nitidamente o fenômeno de escoamento

•Alguns aços e outros materiais exibem o


comportamento da curva “b”, ou seja, o limite
de escoamento é bem definido (o material
escoa- deforma-se plasticamente-sem
praticamente aumento da tensão). Neste caso,
geralmente a tensão de escoamento
corresponde à tensão máxima verificada durante
a fase de escoamento Não ocorre escoamento
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propriamente dito
Limite de Escoamento
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quando não observa-se


nitidamente o fenômeno
de escoamento, a tensão de
escoamento corresponde
à tensão necessária para promover
uma deformação permanente de
0,2% ou outro valor especificado
(obtido pelo método gráfico
indicado na fig. Ao lado)

Fonte figura: Prof. Sidnei Paciornik do Departamento de Ciência dos Materiais


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e Metalurgia da PUC-Rio
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Limite de Escoamento

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Outras informações que podem ser
obtidas das curvas tensãoxdeformação
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Resistência à Tração
(Kgf/mm2)
 Corresponde à tensão
máxima aplicada ao
material antes da
ruptura

 É calculada dividindo-se
a carga máxima
suportada pelo material
pela área de seção reta
inicial 28
Outras informações que podem ser
obtidas das curvas tensãoxdeformação
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Tensão de Ruptura
(Kgf/mm2)
 Corresponde à tensão que
promove a ruptura do
material
 O limite de ruptura é
geralmente inferior ao
limite de resistência em
virtude de que a área da
seção reta para um
material dúctil reduz-se
antes da ruptura
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Outras informações que podem ser obtidas das
curvas tensãoxdeformação
Ductilidade em termos de alongamento
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Corresponde ao
alongamento total do
material devido à
deformação plástica
%alongamento=
ductilidade
(lf-lo/lo)x100
onde lo e lf correspondem
ao comprimento inicial e
final (após a ruptura),
respectivamente 30
Ductilidade expressa como
alongamento
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 Como a
deformação final é
localizada, o valor
da elongação só
tem significado se
indicado o
comprimento de
medida
 Ex: Alongamento:
30% em 50mm

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Ductilidade expressa como
estricção
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 Corresponde à redução na área da seção


reta do corpo, imediatamente antes da
ruptura
 Os materiais dúcteis sofrem grande
redução na área da seção reta antes da
ruptura
Estricção= área inicial-área final
área inicial

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Outras informações que podem ser
obtidas das curvas tensãoxdeformação
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Resiliência
 Corresponde à capacidade do
material de absorver energia
quando este é deformado
elasticamente esc
 A propriedade associada é
dada pelo módulo de resiliência
(Ur)
Ur= esc2/2E
 Materiais resilientes são
aqueles que têm alto limite de
elasticidade e baixo módulo de
elasticidade (como os materiais
utilizados para molas)
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Outras informações que podem ser
obtidas das curvas tensãoxdeformação
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Tenacidade

 Corresponde à capacidade
do material de absorver tenacidade
energia até sua ruptura

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Módulo de tenacidade
Materiais dúcteis
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 Ut= esc + LRT . f em N.m/m3


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Módulo de tenacidade
Materiais frágeis
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 Ut= 2/3 . LRT. f em N.m/m3

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Algumas propriedades
mecânicas para alguns metais
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VARIAÇÃO DA PROPRIEDADES
MECÂNICAS COM A TEMPERATURA
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TENSÃO E DEFORMAÇÃO
REAIS OU VERDADEIRAS
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• A curva de tensão x
deformação convencional,
estudada anteriormente,
não apresenta uma
informação real das
características tensão e
deformação porque se
baseia somente nas
características
dimensionais originais do
corpo de prova ou amostra
e que na verdade são
continuamente alteradas
durante o ensaio.
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TENSÃO E DEFORMAÇÃO
REAIS
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TENSÃO REAL (r) DEFORMAÇÃO REAL (r)

 r = F/Ai  d  r = dl/l
  r = ln li/lo
onde Ai é a área da
seção transversal Se não há variação de
instantânea (m2) volume
Ai.li = Ao.lo
  r = ln Ai/Ao
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RELAÇÕES ENTRE TENSÕES E
DEFORMAÇÕES VERDADEIRAS E
CONVENCIONAIS
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RELAÇÃO ENTRE RELAÇÃO ENTRE


TENSÃO REAL E DEFORMAÇÃO REAL E
CONVENCIONAL CONVENCIONAL

 r =  (1+ )   = ln (1+ )
r

Estas equações são válidas para situações até


a formação do pescoço 41
TENSÃO CORRETA PARA A REGIÃO DE
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
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r = krn
correta

K e n são constantes
que dependem do
material e dependem
do tratamento dado
ao mesmo, ou seja, se
foram tratados A tensão correta de ruptura é
termicamente ou devido a outros componentes
encruados de tensões presentes, além da
tensão axial
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Ken
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 K= coeficiente de resistência
(quantifica o nível de resistência que
o material pode suportar)
 n= coeficiente de encruamento
(representa a capacidade com que o
material distribui a deformação)

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K e na para alguns
materiais
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Material n K (MPa)
Aço baixo teor de carbono 0,26 530
recozido
Aço 4340 recozido 0,15 640
Aço inox 304 recozido 0,45 1275
Alumínio recozido 0,2 180
Liga de Alumínio 2024 T 0,16 690
Cobre recozido 0,54 315
Latão 70-30 recozido 0,49 895

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Determinação de K e n
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 Logr =log k+ n log r


Para r= 1 extrapolando
r =k
K
r

Inclinação= n

1 r 45
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