Analisando o espaço físico da obra camiliana, observa-se que a narração se processa
em diversas cidades: Vila Real; Coimbra (local onde Simão estudava); Viseu (onde residiam os pais dos jovens e de João da Cruz e também onde se localizava o Convento de Viseu); Porto (onde se situavam a prisão para a qual Simão fora levado e o Convento de Monchique onde estava Teresa);
Joana Teixeira nº07, Lara Moura nº09 11ºA
O espaço físico apresenta gradativo afunilamento, à medida que ação trágica se avoluma até chegar ao clímax, seguindo para o desfecho. De um espaço exterior, amplo, no qual os personagens principais movimentam-se livremente, a cidade (liberdade para o amor), passa-se para um espaço fechado e reduzido, onde as personagens se encontram encarceradas. Enquanto o espaço se fecha, aumenta a distância entre as personagens, aumenta a incomunicabilidade, o que faz do próprio espaço um elemento intensificador de tragédia. O local onde Simão e Teresa se encontram nos lances finais da narrativa simboliza o aprisionamento tanto físico quanto da suas vidas, pois estão enclausurados nas dimensões de sua própria tragédia. O lançamento do cadáver de Simão ao mar funciona como o retorno aos grandes espaços, à imensidão que o amor exigia dele, sem limites.