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“PERIGO REAL”

André Avelino de Oliveira Souza


Médico do Trabalho
ÁLCOOL: A DROGA MAIS VELHA
DA HUMANIDADE
 O álcool não é privilégio de nenhum povo sobre a
terra. Ao contrário, é considerado a única droga
comum a todas as civilizações.
 No norte do Irã, foi encontrado um jarro de 7000
anos com capacidade para 9 litros de vinho.
 Beber vinho era um hábito tão comum que vários
faraós foram enterrados com jarros,
provavelmente na crença de que poderiam
continuar tomando umas e outras depois da morte.
ÁLCOOL: A DROGA MAIS VELHA
DA HUMANIDADE
 A cerveja é um pouco mais recente. Aparece uns
1.500 anos antes de Cristo.
 Vieram depois os destilados, que são mais fortes.
 Curiosamente, a técnica não foi desenvolvida para
fazer bebidas. Proibidos de beber pelo islamismo,
os árabes foram os primeiros a produzir álcool
destilado para fabricar perfumes. Os europeus
aprenderam com eles e no século XI já há registro
de aguardentes na Itália.
ÁLCOOL: A DROGA MAIS
VELHA DA HUMANIDADE

 Talvez nunca se saiba com certeza quando o


homem começou a beber.
 Já no Gêneses, o vinho aparece nas mãos de
Noé. A novidade está em que, com os novos
conhecimentos, a humanidade pôde começar a
beber melhor.
 Para isso, cada um precisará encontrar a dose
certa e ficar nela.
ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO
AMBIENTE
 Um filho que cresce vendo o pai ou a mãe bebendo
de modo exagerado tende a encarar isso como algo
natural.
 Nossa sociedade teme as drogas ilícitas. Maconha,
cocaína, ópio, crack e ecstasy são os fantasmas que
assombram os pais cada vez que seus filhos vão
para uma festa.
ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO
AMBIENTE
 O maior perigo, porém, não mora aí. O
vilão dos vilões é o álcool e nem todo
mundo percebe isso.
 Vendido em larga escala, disponível em
todos os restaurantes, padarias,
supermercados, residências, bares e casas
noturnas em geral, essa droga lícita tem
feito vítimas em números astronômicos.
ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO
AMBIENTE
 Está provado que o álcool causa dependência
fortíssima. É mais fácil deixar a cocaína do que
a bebida, até porque esta última pode ser
encontrada em qualquer lugar e a qualquer
momento, inclusive em casas de amigos e
parentes. A força de vontade do alcoolista em
processo de cura tem de ser redobrada para se
livrar da tentação.
 Além da dependência, o álcool é fator
inequívoco de criminalidade.
ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO
AMBIENTE
 Ocorrem aumento dos acidentes de trânsito. Há
os que ficam agressivos sob efeito de bebidas
alcoólicas e as conseqüências são percebidas nas
Delegacias de Polícia: mulheres espancadas por
seus companheiros, brigas em bares, lesões
corporais graves, homicídios.
 Tudo provocado por essas bebidas perigosas,
vendidas sem nenhum controle.
ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO
AMBIENTE
 Os jovens têm sido as maiores vítimas.
 A bebida destrói famílias mais do que qualquer outra
droga. A diferença é que o álcool consome o
indivíduo rapidamente, tornando-o incapaz para o
trabalho e insuportável na convivência. Por turvar
imediatamente a consciência, o alcoolismo é
impossível de passar despercebido; a primeira coisa
que o dependente perde é o emprego, depois o apoio
da família, por fim, a própria vida.
ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO
AMBIENTE
 Evidentemente, é possível fazer uso moderado de
bebidas alcoólicas, evitando-se o risco de chegar à
dependência, quando há muita informação sobre o
assunto e, pelo menos, algum controle sobre a
comercialização dos produtos para menores e
maiores.
 Não é o que se vê no Brasil. Por essa razão, o
problema do alcoolismo no país segue aumentando.
ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO
AMBIENTE
 Não se propõe a proibição da venda de bebidas
alcoólicas. No entanto, o consumo
completamente liberado como vem ocorrendo
não pode continuar.
 A exemplo do que se fez com o cigarro, cujas
embalagens trazem alertas sobre o perigo do
uso regular do tabaco, é preciso informar os
consumidores dos perigos do excesso com
relação ao álcool, não apenas para dirigir
veículos.
ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO
AMBIENTE
 As embalagens das bebidas deveriam conter
avisos de que o álcool pode gerar dependência,
sendo que o abuso também provoca doenças.
 O álcool precisa deixar de ser uma imposição
ligada ao lazer. Tanto adolescentes quanto
adultos costumam ir a festas já pensando em
consumir bebidas alcoólicas. Embebedar-se é
o objetivo principal de muitos.
ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO
AMBIENTE

 Quem não bebe sofre tanta pressão que


chega a ser constrangedor.
 É esse padrão social que precisa mudar.
 Quem optar pelo álcool, cuidado: não faça
dele uma razão de viver.
ÁLCOOL: GOSTO NÃO SE DISCUTE,
HERDA-SE
 A ciência mostra que gente capaz de tomar
todas e estar inteira no dia seguinte é justamente
a que corre mais risco de se tornar dependente.
 E não é só isso. Descobriu-se também que os
mais resistentes costumam ser filhos de
alcoólatras.
 De acordo com estatísticas do governo
americano, cerca de 08% da população dos
Estados Unidos é vitima do alcoolismo.
ÁLCOOL: GOSTO NÃO SE
DISCUTE, HERDA-SE

 Entre filhos de alcoólatras, o número sobe


para 40%. Quando pai e mãe são
dependentes, a porcentagem é ainda mais
assustadora: 60%.
 Segundo estudos, isso acontece mesmo
quando o filho é criado por outra família,
longe dos pais biológicos. Esse é um forte
indicador de que as propensão ao alcoolismo
é genética.
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O
ORGANISMO
 O álcool etílico, a substância ativa das bebidas
alcoólicas, produz inicialmente um estado de
euforia e excitação, desinibe e causa efeitos
depressivos no sistema nervoso.
 O álcool é queimado pelas células do corpo,
principalmente pelo fígado, servindo para
produzir energia, portanto quando consumido
ocasionalmente e moderado, seu nível no
sangue aumenta pouco, não acarretando grandes
problemas ao organismo.
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O
ORGANISMO
 As bebidas destiladas como cachaça,
vodca, gim e uísque, possuem um teor
etílico bem mais alto que o vinho e a
cerveja, por isso bem mais prejudiciais.
 A intensidade dos efeitos variam de
acordo com a quantidade de álcool
ingerida e acumulada pelo organismo.
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O
ORGANISMO
 O grande problema do consumo de bebida
alcoólica é o fato de algumas pessoas
passarem do consumo social e moderado para
o consumo habitual e diário. Tais pessoas
bebem mesmo sozinhas e em horas
impróprias.
 O organismo torna-se tolerante ao álcool,
exigindo quantidades cada vez maiores para
obter os mesmos efeitos.
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O
ORGANISMO
 O excesso de álcool, acompanhado de má
alimentação, ocasionam a falta de
vitaminas, podendo facilitar o
aparecimento de lesões nos nervos e no
cérebro.
 Este estado pode progredir até levar o
indivíduo a uma psicose, caracterizada por
alucinações (Delirium Tremens) e à morte.
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O
ORGANISMO
 Do ponto de vista médico, o alcoolismo é tido
como uma doença progressiva e tende a piorar,
pois passa por diversos estágios acentuando-se
cada vez mais. Portanto, trata-se de uma doença
real física, unida a uma obsessão mental, porque
não há cura definitiva.
 A bebida é absorvida em parte pelo estômago e
pelo intestino grosso, chegando à corrente
sangüínea. Ali é metabolizada pelo fígado, uma
parte eliminada pelos rins e pelos pulmões (através
da respiração).
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE
O ORGANISMO
 A ação do álcool, prejudica o estômago, pois
aumenta a acidez e produz ou agrava uma
gastrite.
 O fígado consegue oxidar o álcool puro
durante o dia, fornecendo calorias em
quantidade suficientes para o alcoólatra
manter-se subalimentado. O álcool supre a
necessidade de calorias, mas não a de
vitaminas e proteínas.
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O
ORGANISMO
 A carência de proteínas pode levar à
tuberculose.
 Quanto a quantidade de bebida alcoólica para
uma pessoa embriagar-se, depende do
indivíduo e da bebida.
 Há indivíduos que bebem muito e demoram
para se tornarem alcoólatras, enquanto outros
tornam-se dependentes em pouco tempo e com
pequenas doses.
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O
ORGANISMO
Quant. de Nível de Alterações Chance de
Bebida álcool no no acidentes
sangue (g/l) organismo
2 latas de 0,1 a 0,5 Mudança na Cresce o
cerveja; percepção risco
2 taças de de
vinho; velocidade e
1 dose de distância.
uísque. Limite
permitido
por Lei.
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O
ORGANISMO
Quant. de Nível de Alterações Chance de
Bebida álcool no no acidentes
sangue (g/l) organismo
3 latas de 0,6 a 0,9 Estado de Duplica.
cerveja; euforia, com
3 taças de redução da
vinho; atenção,
1,5 dose de julgamento
uísque. e controle.
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O
ORGANISMO
Quant. de Nível de Alterações Chance de
Bebida álcool no no acidentes
sangue (g/l) organismo
5 latas de 1,0 a 1,4 Condução Seis vezes
cerveja; perigosa maior.
5 taças de devido à
vinho; demora de
2,5 dose de reação e à
uísque. alteração dos
reflexos.
ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O
ORGANISMO
Quant. de Nível de Alterações no Chance
Bebida álcool no organismo de
sangue (g/l) acidentes
7 latas de > 1,5 Motorista Aumenta
cerveja; sofre confusão 25 vezes.
7 taças de mental e
vinho; vertigens.Mal
3,5 dose de fica em pé e
uísque. tem visão
dupla.
ÁLCOOL: VERDADES E
MENTIRAS
 BEBER MELHORA O DESEMPENHO
SEXUAL?
 Mentira. A bebida aumenta o desejo, mas
estraga o desempenho dos homens. É fato que
o álcool diminui inibições, inclusive as
sexuais. Mas, também, faz cair a produção do
hormônio masculino, a testosterona.
ÁLCOOL: VERDADES E MENTIRAS

 TOMAR CAFÉ OU BANHO GELADO


AJUDA A FICAR SÓBRIO?
 Mentira. É o fígado que metaboliza
(transforma em outras substâncias) o álcool na
corrente sangüínea. Nem café nem água gelada
apressam o funcionamento dele.
ÁLCOOL: VERDADES E MENTIRAS

 COMER ANTES DE BEBER, OU


DURANTE, DIMINUI O EFEITO DO
ÁLCOOL?
 Verdade. Isso acontece porque a própria
comida, quando encontra o álcool no
estômago, absorve parte da substância. Evita
que ele passe ao intestino delgado e, dali,
chegue ao cérebro pela corrente sangüínea.
ÁLCOOL: VERDADES E MENTIRAS
 MISTURAR BEBIDAS DEIXA O SUJEITO MAIS
BÊBADO?
 Mentira. O que deixa o indivíduo mais embriagado é
a quantidade de álcool que ingeriu, não o tipo de
bebida. Tomar bebidas de sabores diferentes, uma em
seguida à outra, pode deixar o beberrão apenas mais
enjoado porque os diferentes sabores geralmente não
combinam. O cérebro não tem como saber se o álcool
que chega a ele é de um licor ou de um uísque..
ÁLCOOL: VERDADES E MENTIRAS

 MULHER GRÁVIDA NÃO PODE BEBER?


 Verdade. O álcool causa vários danos ao feto:
retardo mental, anormalidades orgânicas e
problemas de aprendizado no futuro. Mas, não
induz ao alcoolismo. Não se sabe exatamente a
partir de qual quantidade de álcool esses
efeitos nocivos aparecem. Por isso , o melhor é
não arriscar.
ÁLCOOL: O MINISTÉRIO DA SAÚDE
ADVERTE
 O consumo de álcool pode fazer você pensar
que está sussurrando, quando na verdade está
gritando.
 O consumo de álcool é a maior causa de fazer
você dançar como um idiota.
 O consumo de álcool pode foger foxe valar
coisas dexe zeito.
 consumo de álcool é a principal causa de
inexplicáveis hematomas e galos na testa.
ÁLCOOL: O MINISTÉRIO DA SAÚDE
ADVERTE
 O consumo de álcool pode fazer você acreditar que
ex-namorados(as) estão realmente "a fim" de receber
um telefonema seu às 4 horas da madrugada.
 O consumo de álcool pode causar um desvio
espaço/tempo, onde um pequeno (às vezes muito
grande) intervalo de tempo pode literalmente,
desaparecer.
 O consumo de álcool pode realmente CAUSAR
gravidez.
ALCOOLISMO: HÁ CONTROLE, MAS
NÃO HÁ CURA
 O álcool é depressivo do sistema nervoso e não
estimulante como se fala e se comenta;
 Sob a forma de cerveja, vinho, conhaque, whisky,
cachaça, etc., é a droga de maior consumo e abuso, no
mundo, contra a saúde;
 Pode provocar vícios desde cedo, começando por
crianças e adolescentes, transformando-as em
alcoólatras com facilidades;
 A maior parte dos alcoólatras começa a beber na
adolescência.
ALCOOLISMO: HÁ CONTROLE,
MAS NÃO HÁ CURA

 CONSEQÜÊNCIAS DEVIDO AO EXCESSO: a) afeta o


juízo e a memória; b) doenças mentais; c) danos ao fígado
(cirrose, câncer), pâncreas, estômago, nervos e outros
órgãos; d) Causa dependência e leva ao alcoolismo.
 OUTRAS CONSEQÜÊNCIAS SOCIAIS: a) diminui a
produtividade no trabalho; b) causa mau desempenho
escolar; c) cria a marginalização social; d) acidentes de
trânsito (motorista bêbado).
 Durante tratamento médico, o álcool altera ou anula o efeito
dos remédios (ex: o antibiótico).
ALCOOLISMO: HÁ CONTROLE, MAS
NÃO HÁ CURA
 No caso da mulher grávida, afeta o desenvolvimento
do feto. Durante a gravidez podem ser inúmeras as
conseqüências para o recém-nascido: retardamento
mental, deformidades da face ou da cabeça, doenças
cardíacas, retardo do crescimento, problemas de
coordenação motora e psicológicos. À medida que a
criança cresce, aparecem dificuldades no
aprendizado. A natimortalidade ocorre com maior
freqüência nas gestantes que bebem demais.
 O álcool é responsável por problemas de esterilidade
e impotência.
PARA SABER MAIS:
• www.pautaantidrogas.com.br
•www.aa.org.br

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