Médico do Trabalho ÁLCOOL: A DROGA MAIS VELHA DA HUMANIDADE O álcool não é privilégio de nenhum povo sobre a terra. Ao contrário, é considerado a única droga comum a todas as civilizações. No norte do Irã, foi encontrado um jarro de 7000 anos com capacidade para 9 litros de vinho. Beber vinho era um hábito tão comum que vários faraós foram enterrados com jarros, provavelmente na crença de que poderiam continuar tomando umas e outras depois da morte. ÁLCOOL: A DROGA MAIS VELHA DA HUMANIDADE A cerveja é um pouco mais recente. Aparece uns 1.500 anos antes de Cristo. Vieram depois os destilados, que são mais fortes. Curiosamente, a técnica não foi desenvolvida para fazer bebidas. Proibidos de beber pelo islamismo, os árabes foram os primeiros a produzir álcool destilado para fabricar perfumes. Os europeus aprenderam com eles e no século XI já há registro de aguardentes na Itália. ÁLCOOL: A DROGA MAIS VELHA DA HUMANIDADE
Talvez nunca se saiba com certeza quando o
homem começou a beber. Já no Gêneses, o vinho aparece nas mãos de Noé. A novidade está em que, com os novos conhecimentos, a humanidade pôde começar a beber melhor. Para isso, cada um precisará encontrar a dose certa e ficar nela. ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE Um filho que cresce vendo o pai ou a mãe bebendo de modo exagerado tende a encarar isso como algo natural. Nossa sociedade teme as drogas ilícitas. Maconha, cocaína, ópio, crack e ecstasy são os fantasmas que assombram os pais cada vez que seus filhos vão para uma festa. ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE O maior perigo, porém, não mora aí. O vilão dos vilões é o álcool e nem todo mundo percebe isso. Vendido em larga escala, disponível em todos os restaurantes, padarias, supermercados, residências, bares e casas noturnas em geral, essa droga lícita tem feito vítimas em números astronômicos. ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE Está provado que o álcool causa dependência fortíssima. É mais fácil deixar a cocaína do que a bebida, até porque esta última pode ser encontrada em qualquer lugar e a qualquer momento, inclusive em casas de amigos e parentes. A força de vontade do alcoolista em processo de cura tem de ser redobrada para se livrar da tentação. Além da dependência, o álcool é fator inequívoco de criminalidade. ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE Ocorrem aumento dos acidentes de trânsito. Há os que ficam agressivos sob efeito de bebidas alcoólicas e as conseqüências são percebidas nas Delegacias de Polícia: mulheres espancadas por seus companheiros, brigas em bares, lesões corporais graves, homicídios. Tudo provocado por essas bebidas perigosas, vendidas sem nenhum controle. ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE Os jovens têm sido as maiores vítimas. A bebida destrói famílias mais do que qualquer outra droga. A diferença é que o álcool consome o indivíduo rapidamente, tornando-o incapaz para o trabalho e insuportável na convivência. Por turvar imediatamente a consciência, o alcoolismo é impossível de passar despercebido; a primeira coisa que o dependente perde é o emprego, depois o apoio da família, por fim, a própria vida. ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE Evidentemente, é possível fazer uso moderado de bebidas alcoólicas, evitando-se o risco de chegar à dependência, quando há muita informação sobre o assunto e, pelo menos, algum controle sobre a comercialização dos produtos para menores e maiores. Não é o que se vê no Brasil. Por essa razão, o problema do alcoolismo no país segue aumentando. ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE Não se propõe a proibição da venda de bebidas alcoólicas. No entanto, o consumo completamente liberado como vem ocorrendo não pode continuar. A exemplo do que se fez com o cigarro, cujas embalagens trazem alertas sobre o perigo do uso regular do tabaco, é preciso informar os consumidores dos perigos do excesso com relação ao álcool, não apenas para dirigir veículos. ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE As embalagens das bebidas deveriam conter avisos de que o álcool pode gerar dependência, sendo que o abuso também provoca doenças. O álcool precisa deixar de ser uma imposição ligada ao lazer. Tanto adolescentes quanto adultos costumam ir a festas já pensando em consumir bebidas alcoólicas. Embebedar-se é o objetivo principal de muitos. ÁLCOOL: A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE
Quem não bebe sofre tanta pressão que
chega a ser constrangedor. É esse padrão social que precisa mudar. Quem optar pelo álcool, cuidado: não faça dele uma razão de viver. ÁLCOOL: GOSTO NÃO SE DISCUTE, HERDA-SE A ciência mostra que gente capaz de tomar todas e estar inteira no dia seguinte é justamente a que corre mais risco de se tornar dependente. E não é só isso. Descobriu-se também que os mais resistentes costumam ser filhos de alcoólatras. De acordo com estatísticas do governo americano, cerca de 08% da população dos Estados Unidos é vitima do alcoolismo. ÁLCOOL: GOSTO NÃO SE DISCUTE, HERDA-SE
Entre filhos de alcoólatras, o número sobe
para 40%. Quando pai e mãe são dependentes, a porcentagem é ainda mais assustadora: 60%. Segundo estudos, isso acontece mesmo quando o filho é criado por outra família, longe dos pais biológicos. Esse é um forte indicador de que as propensão ao alcoolismo é genética. ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO O álcool etílico, a substância ativa das bebidas alcoólicas, produz inicialmente um estado de euforia e excitação, desinibe e causa efeitos depressivos no sistema nervoso. O álcool é queimado pelas células do corpo, principalmente pelo fígado, servindo para produzir energia, portanto quando consumido ocasionalmente e moderado, seu nível no sangue aumenta pouco, não acarretando grandes problemas ao organismo. ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO As bebidas destiladas como cachaça, vodca, gim e uísque, possuem um teor etílico bem mais alto que o vinho e a cerveja, por isso bem mais prejudiciais. A intensidade dos efeitos variam de acordo com a quantidade de álcool ingerida e acumulada pelo organismo. ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO O grande problema do consumo de bebida alcoólica é o fato de algumas pessoas passarem do consumo social e moderado para o consumo habitual e diário. Tais pessoas bebem mesmo sozinhas e em horas impróprias. O organismo torna-se tolerante ao álcool, exigindo quantidades cada vez maiores para obter os mesmos efeitos. ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO O excesso de álcool, acompanhado de má alimentação, ocasionam a falta de vitaminas, podendo facilitar o aparecimento de lesões nos nervos e no cérebro. Este estado pode progredir até levar o indivíduo a uma psicose, caracterizada por alucinações (Delirium Tremens) e à morte. ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO Do ponto de vista médico, o alcoolismo é tido como uma doença progressiva e tende a piorar, pois passa por diversos estágios acentuando-se cada vez mais. Portanto, trata-se de uma doença real física, unida a uma obsessão mental, porque não há cura definitiva. A bebida é absorvida em parte pelo estômago e pelo intestino grosso, chegando à corrente sangüínea. Ali é metabolizada pelo fígado, uma parte eliminada pelos rins e pelos pulmões (através da respiração). ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO A ação do álcool, prejudica o estômago, pois aumenta a acidez e produz ou agrava uma gastrite. O fígado consegue oxidar o álcool puro durante o dia, fornecendo calorias em quantidade suficientes para o alcoólatra manter-se subalimentado. O álcool supre a necessidade de calorias, mas não a de vitaminas e proteínas. ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO A carência de proteínas pode levar à tuberculose. Quanto a quantidade de bebida alcoólica para uma pessoa embriagar-se, depende do indivíduo e da bebida. Há indivíduos que bebem muito e demoram para se tornarem alcoólatras, enquanto outros tornam-se dependentes em pouco tempo e com pequenas doses. ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO Quant. de Nível de Alterações Chance de Bebida álcool no no acidentes sangue (g/l) organismo 2 latas de 0,1 a 0,5 Mudança na Cresce o cerveja; percepção risco 2 taças de de vinho; velocidade e 1 dose de distância. uísque. Limite permitido por Lei. ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO Quant. de Nível de Alterações Chance de Bebida álcool no no acidentes sangue (g/l) organismo 3 latas de 0,6 a 0,9 Estado de Duplica. cerveja; euforia, com 3 taças de redução da vinho; atenção, 1,5 dose de julgamento uísque. e controle. ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO Quant. de Nível de Alterações Chance de Bebida álcool no no acidentes sangue (g/l) organismo 5 latas de 1,0 a 1,4 Condução Seis vezes cerveja; perigosa maior. 5 taças de devido à vinho; demora de 2,5 dose de reação e à uísque. alteração dos reflexos. ÁLCOOL: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO Quant. de Nível de Alterações no Chance Bebida álcool no organismo de sangue (g/l) acidentes 7 latas de > 1,5 Motorista Aumenta cerveja; sofre confusão 25 vezes. 7 taças de mental e vinho; vertigens.Mal 3,5 dose de fica em pé e uísque. tem visão dupla. ÁLCOOL: VERDADES E MENTIRAS BEBER MELHORA O DESEMPENHO SEXUAL? Mentira. A bebida aumenta o desejo, mas estraga o desempenho dos homens. É fato que o álcool diminui inibições, inclusive as sexuais. Mas, também, faz cair a produção do hormônio masculino, a testosterona. ÁLCOOL: VERDADES E MENTIRAS
TOMAR CAFÉ OU BANHO GELADO
AJUDA A FICAR SÓBRIO? Mentira. É o fígado que metaboliza (transforma em outras substâncias) o álcool na corrente sangüínea. Nem café nem água gelada apressam o funcionamento dele. ÁLCOOL: VERDADES E MENTIRAS
COMER ANTES DE BEBER, OU
DURANTE, DIMINUI O EFEITO DO ÁLCOOL? Verdade. Isso acontece porque a própria comida, quando encontra o álcool no estômago, absorve parte da substância. Evita que ele passe ao intestino delgado e, dali, chegue ao cérebro pela corrente sangüínea. ÁLCOOL: VERDADES E MENTIRAS MISTURAR BEBIDAS DEIXA O SUJEITO MAIS BÊBADO? Mentira. O que deixa o indivíduo mais embriagado é a quantidade de álcool que ingeriu, não o tipo de bebida. Tomar bebidas de sabores diferentes, uma em seguida à outra, pode deixar o beberrão apenas mais enjoado porque os diferentes sabores geralmente não combinam. O cérebro não tem como saber se o álcool que chega a ele é de um licor ou de um uísque.. ÁLCOOL: VERDADES E MENTIRAS
MULHER GRÁVIDA NÃO PODE BEBER?
Verdade. O álcool causa vários danos ao feto: retardo mental, anormalidades orgânicas e problemas de aprendizado no futuro. Mas, não induz ao alcoolismo. Não se sabe exatamente a partir de qual quantidade de álcool esses efeitos nocivos aparecem. Por isso , o melhor é não arriscar. ÁLCOOL: O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE O consumo de álcool pode fazer você pensar que está sussurrando, quando na verdade está gritando. O consumo de álcool é a maior causa de fazer você dançar como um idiota. O consumo de álcool pode foger foxe valar coisas dexe zeito. consumo de álcool é a principal causa de inexplicáveis hematomas e galos na testa. ÁLCOOL: O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE O consumo de álcool pode fazer você acreditar que ex-namorados(as) estão realmente "a fim" de receber um telefonema seu às 4 horas da madrugada. O consumo de álcool pode causar um desvio espaço/tempo, onde um pequeno (às vezes muito grande) intervalo de tempo pode literalmente, desaparecer. O consumo de álcool pode realmente CAUSAR gravidez. ALCOOLISMO: HÁ CONTROLE, MAS NÃO HÁ CURA O álcool é depressivo do sistema nervoso e não estimulante como se fala e se comenta; Sob a forma de cerveja, vinho, conhaque, whisky, cachaça, etc., é a droga de maior consumo e abuso, no mundo, contra a saúde; Pode provocar vícios desde cedo, começando por crianças e adolescentes, transformando-as em alcoólatras com facilidades; A maior parte dos alcoólatras começa a beber na adolescência. ALCOOLISMO: HÁ CONTROLE, MAS NÃO HÁ CURA
CONSEQÜÊNCIAS DEVIDO AO EXCESSO: a) afeta o
juízo e a memória; b) doenças mentais; c) danos ao fígado (cirrose, câncer), pâncreas, estômago, nervos e outros órgãos; d) Causa dependência e leva ao alcoolismo. OUTRAS CONSEQÜÊNCIAS SOCIAIS: a) diminui a produtividade no trabalho; b) causa mau desempenho escolar; c) cria a marginalização social; d) acidentes de trânsito (motorista bêbado). Durante tratamento médico, o álcool altera ou anula o efeito dos remédios (ex: o antibiótico). ALCOOLISMO: HÁ CONTROLE, MAS NÃO HÁ CURA No caso da mulher grávida, afeta o desenvolvimento do feto. Durante a gravidez podem ser inúmeras as conseqüências para o recém-nascido: retardamento mental, deformidades da face ou da cabeça, doenças cardíacas, retardo do crescimento, problemas de coordenação motora e psicológicos. À medida que a criança cresce, aparecem dificuldades no aprendizado. A natimortalidade ocorre com maior freqüência nas gestantes que bebem demais. O álcool é responsável por problemas de esterilidade e impotência. PARA SABER MAIS: • www.pautaantidrogas.com.br •www.aa.org.br