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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UNESP - Campus de Bauru/SP


Departamento de Engenharia Civil

2151 – CONCRETOS ESPECIAIS

CONCRETO COM FIBRAS

Prof. Dr. PAULO SÉRGIO BASTOS


(wwwp.feb.unesp.br/pbastos)

Maio/2020
1
Livro Fonte:

Antonio Domingues de Figueiredo. Con-


creto com fibras. Concreto: Ciência e
Tecnologia. São Paulo, Ed. Geraldo
Cechella Isaia, IBRACON, 2011, pp.1327-
1365.
Nota: o aluno deve
estudar o capítulo.
CONCRETO COM FIBRAS

37.1 INTRODUÇÃO
O concreto convencional tem baixa
capacidade de deformação à tração,
configurando um comportamento frágil.
A resistência à tração é baixa (8 a 15 %
da resistência à compressão).

3
37.1 INTRODUÇÃO
Para diminuir essas limitações, podem ser
adicionadas fibras a concretos e argamas-
sas, com o objetivo de aumentar a resis-
tência à tração e proporcionar ductilidade.

4
37.1 INTRODUÇÃO

Concreto reforçado com fibras (CRF) é


definido como um concreto (ou argamassa)
contendo fibras descontínuas, discretas e
uniformemente dispersas.
Fibras são elementos descontínuos, com
comprimento muito maior que as
dimensões da seção transversal.
Podem ser de: aço, vidro, sintéticas
(polipropileno, carbono, náilon, etc.), e
naturais (sisal, madeira, coco, etc.).
5
37.1 INTRODUÇÃO

Cada tipo de fibra proporciona proprie-


dades variadas e diferentes ao concreto.
Compósito é um material com pelo menos
duas fases distintas principais.
O concreto com fibras é um compósito com
duas fases distintas: matriz (concreto) e
fibras.

6
37.1 INTRODUÇÃO

7
37.1 INTRODUÇÃO

8
37.1 INTRODUÇÃO

Fibras de aço:
- comprimento variável: curta ( 25 mm),
longa ( 60 mm);
- fator de forma (L/) de 20 a 100;
- diâmetro de 0,25 a 0,75 mm;
- alta resistência e alto módulo de elastici-
dade (E).

9
37.1 INTRODUÇÃO

10
37.1 INTRODUÇÃO
Fibra de aço:

https://www.tecmachinefm.com.br/fibras-
metalicas
11
37.1 INTRODUÇÃO

Fibra
de aço:

https://brasil.arcelormittal.com/produtos-solucoes/construcao-civil/dramix 12
37.1 INTRODUÇÃO

Fibra de aço:

https://brasil.arcelormittal.com/produtos-solucoes/construcao-civil/dramix
13
37.1 INTRODUÇÃO
Fibra de aço:

https://brasil.arcelormittal.com/produtos-solucoes/construcao-civil/dramix 14
37.1 INTRODUÇÃO
Fibra de aço:

https://brasil.arcelormittal.com/produtos-solucoes/construcao-civil/dramix 15
37.1 INTRODUÇÃO
As fibras de aço são indicadas para diversas
finalidades, especialmente para reforço
estrutural:
- pavimentos para diversas finalidades;
- peças pré-fabricadas;
- estruturas sob carregamentos dinâmicos,
que ocasionam fadiga, impacto, explosão,
abalo sísmico;
-revestimento de túnel e concreto
projetado;
- estruturas sujeitas a incêndio, altos esfor-
16
37.1 INTRODUÇÃO
As fibras de vidro apresentam alta resis-
tência à tração, comprimento de 10 a 50
mm. Aumentam a resistência à flexão, a
ductilidade e resistência a choques
térmicos.
Usadas principalmente em:
- recuperação estrutural;
- revestimentos diversos, túnel;
- peças pré-fabricadas, painéis;
- painéis para barreira acústica;
- pisos e pavimentos;
17
37.1 INTRODUÇÃO
Fibra de vidro:

https://www.construquimica.com.br/produto/fibra-de-vidro-para-concreto-ar-anti-crack-hd/
18
37.1 INTRODUÇÃO
Fibra de vidro:

https://www.construquimica.com.br/produto/fibra-de-vidro-para-concreto-ar-anti-crack-hd/

19
37.1 INTRODUÇÃO
Fibra de vidro:

https://www.construquimica.com.br/produto/fibra-de-vidro-para-concreto-ar-anti-crack-hd/

20
37.1 INTRODUÇÃO
As fibras de polipropileno podem atuar como
reforço estrutural, ou como reforço secun-
dário.
São de dois tipos:
microfibra macrofibra

https://www.tecmachinefm.com.br/fibra- http://perame.com.br/produtos/fibras-metalicas/
21
polipropileno
37.1 INTRODUÇÃO

Microfibra de polipropileno:

fibrilada monofilamento

22
37.1 INTRODUÇÃO
Microfibra fibrilada: malha de filamentos
finos de seção retangular. Promovem
aumento na adesão entre a fibra e a matriz,
devido ao efeito de intertravamento.

23
https://www.neomatex.com.br/fibra-polipropileno-concreto.html
37.1 INTRODUÇÃO
Microfibra monofilamento:

https://www.neomatex.com.br/fibr
a-polipropileno-concreto.html
24
37.1 INTRODUÇÃO
Microfibra monofilamento:

https://www.construquimica.com.br/produto/fi
bra-para-concreto-ultramono/

25
37.1 INTRODUÇÃO

Macrofibras: foram concebidas para pro-


porcionar reforço estrutural ao concreto.

26
37.1 INTRODUÇÃO

Macrofibra:

27
37.1 INTRODUÇÃO

Fibras de polipropileno e outras fibras


sintéticas apresentam:

- baixo módulo de elasticidade;


- alta resistência química;
- grande disponibilidade;
- menor custo.

28
37.1 INTRODUÇÃO

Fibras de polipropileno no concreto:


- melhor controle da fissuração na retração
plástica (inibe surgimento e propagação de
fissuras) e da retração após endurecimento;
- reduz exsudação e sedimentação;
- reduz permeabilidade;
- aumenta durabilidade;
- aumenta resistência a choque e impacto;
- excelente combinação com armaduras
primárias.
(https://www.construquimica.com.br/produto/fibra-para-concreto-
ultramono/) 29
37.1 INTRODUÇÃO

Fibras de polipropileno no concreto projetado:


projetado

- efeito anti-spalling (evita desplacamento


explosivo do concreto sob a ação do fogo);
- reduz reflexão devido aumento da coesão no
concreto;
- inibe surgimento e propagação de fissuras
oriundas da retração nas primeiras horas;
- torna concreto menos permeável devido a
redução da microfissuração;
- excelente combinação com as armaduras
primárias.
(https://www.construquimica.com.br/produto/fibra-para-concreto-
ultramono/) 30
37.1 INTRODUÇÃO

Fibras de polipropileno em peças pré-fabricadas


(paredes, pilares, lajes e vigas):

- controla fissuração na fase de cura, na retração


inicial e durante o ganho de resistência
(preservação da integridade da peça durante
desmoldagem, içamento, estocagem, transporte e
montagem);
- protege bordas e cantos, com aumento da
resistência a choque e impacto;
- como reforço secundário, em combinação com
armadura primária (vergalhões de aço, armadura
de protensão, macrofibras sintéticas estruturais,
fibras metálicas e telas metálicas). 31
37.1 INTRODUÇÃO

Fibras de polipropileno em argamassa para


revestimento de fachada:
- diminui retração inicial e na fase
endurecida;
- diminui exsudação e segregação;
- inibe fissuração decorrente de variação
térmica.
(https://www.construquimica.com.br/produto/fibra-para-concreto-
ultramono/)

32
37.1 INTRODUÇÃO

Fibras de polipropileno em capa de laje e


overlay:
- como reforço secundário no concreto de capa
de compressão de laje e overlay (revestimento
sobre a capa), em combinação com armadura
primária.
Em piso de garagem, concreto projetado,
talude, canal, pavimento, piso, radier, reves-
timento de túnel e parede:
- como único reforço no concreto simples ou
juntamente com armadura primária.
(https://www.construquimica.com.br/produto/fibra-para-concreto-
ultramono/) 33
37.1 INTRODUÇÃO
Fibra de polipropileno:

https://www.neomatex.com.br/fibra-polipropileno-concreto.html

34
37.1 INTRODUÇÃO
Fibra de polipropileno:

https://www.neomatex.com.br/fibra-polipropileno-concreto.html

35
37.1 INTRODUÇÃO

Pode ser feita mescla de macrofibras e


microfibras de polipropileno, para propiciar
ao concreto de pavimentos o controle da
fissuração nas primeiras idades e o reforço
no estado endurecido.

http://www.viapol.com.br/media/1
22433/20.jpg
36
37.1 INTRODUÇÃO

A capacidade de reforço das fibras ao


concreto depende de duas de suas carac-
terísticas:
- módulo de elasticidade;
- resistência mecânica.
O material da fibra é que define o valor do
módulo de elasticidade e da resistência.

37
37.1 INTRODUÇÃO

Fibra de:

Baixo módulo de elasticidade: módulo de


elasticidade inferior ao do concreto (poli-
propileno, náilon, poliméricas, etc.);

Alto módulo de elasticidade: módulo de


elasticidade superior ao do concreto (aço,
carbono, etc.).

38
37.1 INTRODUÇÃO

As fibras de baixo módulo de elasticidade e


baixa resistência são eficientes em concretos
com também baixa resistência e baixo
módulo, sendo indicadas para melhoria no
estado fresco e no processo de endureci-
mento, e para o controle de fissuração
plástica em pavimentos.
As fibras de alto módulo e alta resistência
(aço) atuam como reforço no concreto
endurecido, podendo substituir a armadura
convencional. 39
37.1 INTRODUÇÃO

Módulo de elasticidade e resistência da


fibra:

40
37.1 INTRODUÇÃO

Resumo quanto ao módulo de elasticidade e


resistência das fibras:
“Fibras de baixa resistência e baixo módulo de
elasticidade só são eficientes quando a resistência
e o módulo de elasticidade do concreto também
são baixos, isto é, no estado fresco e no início de
seu processo de endurecimento. Assim, micro-
fibras de polipropileno e náilon são utilizadas
para o controle de fissuração plástica em
pavimentos, por exemplo. Essas fibras não
eliminam a necessidade de realização de uma boa
cura, mas atuam no sentido de minimizar o risco
de fissuração plástica.” 41
37.2 O Compósito e a Interação
Fibra-Matriz
37.2.1 Considerações Gerais
A baixa resistência à tração do concreto é
devida à sua dificuldade de interromper a
propagação de fissuras.
No concreto simples uma fissura
representa uma barreira à propagação de
tensões, o que causa uma concentração de
tensões na extremidade da fissura.
42
37.2.1 Considerações Gerais

43
37.2.1 Considerações Gerais

Em um determinado instante a concen-


tração de tensões causa a ruptura da
matriz, o que leva a uma extensão da
fissura, sendo este um processo contínuo
até a ruptura completa do concreto.
O gasto energético relativo à ruptura por
tração é reduzido, caracterizando o
comportamento frágil.
De modo que não se pode contar com
nenhuma capacidade resistente do concreto
fissurado. 44
37.2.1 Considerações Gerais

A base do desempenho dos concretos


reforçados com fibras está no papel
exercido pelas fibras como ponte de
transferência de tensão entre as superfícies
nas fissuras.

Configura um mecanismo interessante de


aumento de energia, associado à ruptura
do material e à restrição à propagação de
fissuras.

45
37.2.1 Considerações Gerais

Quando se adicionam fibras de resistência


e módulo adequados ao concreto em um
teor apropriado, o compósito deixa de ter o
comportamento frágil.
As fibras diminuem a concentração de
tensão nas extremidades das fissuras, o que
leva a uma grande diminuição da veloci-
dade de propagação das fissuras, e o
compósito passa a ter comportamento
pseudo-dúctil ou não frágil. O material
apresenta certa capacidade resistente após
a fissuração. 46
46
37.2.1 Considerações Gerais

As fibras provocam o aparecimento de um


número maior de fissuras, que se apresen-
tam com aberturas menores.
As fibras se distribuem aleatoriamente no
concreto, e por isso reforçam toda a peça, e
não apenas uma determinada posição. Por
isso são indicadas para reforço de estruturas
contínuas, como pavimentos e revestimentos
de túneis.
Não substituem a armadura de barras de aço
no caso de esforços de tração restritos a uma
localização, como vigas biapoiadas. 47
47
37.2.1 Considerações
Gerais

Apresentação da fissu-
ração em dormentes de
concreto protendido
sem e com fibras de
aço, após ensaio
estático até a ruptura.
48
37.2.1 Considerações
Gerais

Apresentação da
fissuração em dor-
mentes de concreto
protendido sem e
com fibras de aço,
após ensaio estático
até a ruptura.
49
37.2.2 Aspectos Tecnológicos
Fundamentais
A capacidade de reforço proporcionado
pelas fibras depende diretamente do teor
de fibras (quantidade).

Quanto maior o teor, maior a quantidade


de fibras atuando como ponte de trans-
ferência de tensão nas fissuras, o que
aumenta a capacidade de reforço pós-
fissuração inicial do compósito.
50
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais
Diagrama carga x deslocamento em ensaio de
tração na flexão (influência do teor de fibras)

51
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

Além do teor de fibras, o desempenho


pós-fissuração depende muito da
geometria da fibra.

Fator de forma: definido como o


comprimento da fibra dividido pelo seu
diâmetro equivalente (diâmetro do círculo
com área igual à área da seção
transversal da fibra). Valores típicos do
fator de forma variam de 30 a 150 para
fibras com comprimentos de 6,4 a 76 mm.
52
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais
Diagrama carga x deslocamento em ensaio de
tração na flexão (influência do fator de forma)

53
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

Em geral, quanto maior o fator de forma,


maior a capacidade resistente pós-
fissuração inicial do concreto.
Porém, se a fibra for muito longa, ela
poderá se romper e não apresentar ganho
de resistência após a fissuração. Isso
ocorre quando o comprimento da fibra
ultrapassa o seu comprimento crítico
(Lc).

54
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

A definição de Lc toma como base o


modelo que prevê que a tensão normal na
fibra aumenta linearmente das extremi-
dades para o centro da fibra.

55
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

Comprimento crítico (Lc): a fibra atinge


uma tensão no centro igual à sua tensão
de ruptura (fu), quando uma fissura
ocorre nesta posição perpendicularmente
à fibra.

56
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

57
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

Quando a fibra tem um comprimento


menor que o crítico (Lc), a força de
arrancamento proporcionada pelo com-
primento embutido na matriz não é
suficiente para produzir a ruptura da
fibra, ou seja, a tensão na fibra na posição
da fissura é menor que a tensão de ruptura
(fu).

58
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

Com L < Lc, com o aumento da defor-


mação e da abertura da fissura, a fibra é
arrancada da matriz do lado da fissura em
que tem o menor comprimento embutido.
Exemplo: fibra de aço em concreto de
baixa e moderada resistência.
Como o Lc depende da resistência da fibra,
a fibra afeta diretamente o comportamento
do compósito, e consequentemente a capa-
cidade resistente pós-fissuração.
59
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

A recomendação prática é que a fibra


tenha comprimento igual ou superior ao
dobro da dimensão máxima do agregado
graúdo (pedra). Assim, a fibra reforça o
concreto, e não apenas a argamassa.

60
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

Deve haver uma compatibilidade dimen-


sional entre agregados graúdos e fibras,
de modo que estas interceptem com
maior frequência a fissura que ocorre no
compósito.
Solução de proble-
ma: aumenta-se o
comprimento da
fibra ou diminui-
se a dimensão do
agregado graúdo.

61
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

Em concretos de pavimentos podem ser


usadas fibras de 60 mm de comprimento,
com britas 1 ou 2.
Fibras curtas de 35 mm são aplicadas em
concreto projetado, com agregado graúdo
de 9,5 mm.

62
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais
Diagrama fator de tenacidade x consumo de
fibras para fibras de diferentes resistências.
Quanto maior a resistência da fibra, maior a
capacidade resistente residual que ela pode
proporcionar.

63
37.2.2 Aspectos Tecnológicos Fundamentais

Fibras frágeis (não dúcteis) podem


romper por cisalhamento ao serem
interceptadas por fissuras. A fibra dúctil
pode deformar-se e não romper.

64
37.3 Norma Brasileira
NBR 15.530 – “Fibras de aço para concreto –
Especificação”.
Três tipos básicos em função da
conformação geométrica do perfil
longitudinal da fibra:
- tipo A: fibra de aço com ancoragens nas
extremidades;
- tipo C: fibra de aço corrugada;
- tipo R: fibra de aço reta.
65
37.3 Norma Brasileira
Classe da fibra:
- classe I: fibra de arame trefilado a frio;
- classe II: fibra de chapa laminada cortada a
frio;
- classe III: fibra de arame trefilado e
escarificado a frio;

66
37.3 Norma Brasileira
Resistência mínima do aço em função do
tipo e da classe da fibra.

67
37.3 Norma Brasileira
Fator de forma mínimo em função do tipo
de fibra e do aço, e ensaio de ductilidade
da fibra.

68
37.4 Controle Específico do Concreto
com Fibras
37.4.1 Tenacidade
Tenacidade é a área sob a curva carga x
deslocamento do corpo de prova. Representa
o trabalho dissipado no material durante o
ensaio, até um certo nível de deslocamento.
É usada na avaliação dos compósitos e tem
como ponto negativo depender das dimen-
sões do corpo de prova, e do sistema de
aplicação dos esforços.
69
37.4.1 Tenacidade

O ensaio mais utilizado no Brasil é o da


norma japonesa JSCE-SF4 (1984).

Outros tipos de ensaio são apresentados


pela ASTM C1399 (2010), EFNARC
(1996), e RILEM TC162-TDF (2002).

70
37.4.1.1 Controle da Tenacidade em Prismas

O ensaio para a determinação da


tenacidade em prismas exige prensas com
capacidade de controle da velocidade de
deslocamento. Outra condição essencial é o
controle eletrônico do deslocamento do
corpo de prova (ou da abertura da fissura
conforme o caso)

O deslocamento vertical deve ser medido


eletronicamente, com transdutor do tipo
LVDT, apoiado em suporte yoke.
71
37.4.1 Tenacidade

72
37.4.1.1 Controle da Tenacidade em Prismas

Segundo a JSCE SF-4 os prismas têm as


medidas: 10x10x40 (vão de 30 cm), e 15x15
x50 (vão de 45 cm).
A menor dimensão do prisma deve ser  3
vezes maior que o comprimento da fibra.
Os corpos de prova devem ser moldados
com extremo cuidado. Adensamento sobre
mesa vibratória, e não com agulha.

73
37.4.1.1 Controle da Tenacidade em Prismas

A tenacidade (Tb) é medida pelo Fator de


tenacidade (FT), que é função da área sob
a curva carga x deslocamento, medida até
o deslocamento vertical de L/150, onde L é
o vão do prisma no ensaio.
Ver no texto do capítulo características do
ensaio da ASTM C1399-10 e do RILEM
TC162 (2002).

74
37.4.1 Tenacidade

75
37.4.1.2 Ensaio em Placas

Foi proposto pela EFNARC (1996) e é muito


usado no Brasil. Consiste no puncionamento de
uma placa quadrada com 60 cm e vão de 50 cm,
apoiada nos quatro lados.

76
37.4.1.2 Ensaio em Placas

O ensaio é realizado até ser atingido o


deslocamento de 25 mm, e permite a
caracterização comparativa da tenacidade
de compósitos de concreto com fibras de
aço e tela metálica e possibilita a avaliação
comparativa de desempenho entre os
diferentes tipos de reforço. Portanto,
permite a comprovação de equivalência de
desempenho mecânico entre os diferentes
tipos de reforço.
77
37.4.1.2 Ensaio em Placas

78
37.4.1.2 Ensaio em Placas

79
37.4.1.2 Ensaio em Placas

80
37.4.2 Trabalhabilidade
A adição de fibras altera a trabalha-
bilidade dos concretos, principalmente a
consistência e a mobilidade da mistura.
O principal fator é o comprimento da
fibra, porque as fibras dificultam a movi-
mentação dos agregados graúdos, e a
fluidez da mistura.
Fibras mais rígidas dificultam mais a
fluidez, especialmente concretos bom-
beados e projetados.
81
37.4.2 Trabalhabilidade

Fonte: http://www.pisosindustriais.com.br/materias/noticia.asp?ID=146
Nota: neste endereço, ler texto sobre pisos industriais reforçados com fibras. 82
37.4.2 Trabalhabilidade

A trabalhabilidade pode ser medida pelo


ensaio simples de abatimento, porém, so-
mente para baixos teores de fibras.

Fonte: http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/163/artigo189448-1.asp
Nota: neste endereço, ler texto sobre pisos industriais reforçados com fibras. 83
37.4.2 Trabalhabilidade

O ACI 544.2R-89 considera o ensaio comum


no tronco de cone não apropriado, e
recomenda dois outros ensaios. O cone
invertido (ASTM C995-94), com a medida do
tempo de movimentação do concreto com
fibras.

84
37.4.2 Trabalhabilidade

O ACI 544.2R-89 tam-


bém recomenda o ensaio
VeBe, o qual depende de
equipamento apropriado.

85
37.4.2 Trabalhabilidade

Fonte: http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/BT260.pdf 86
37.4.2 Trabalhabilidade

87
37.4.2 Trabalhabilidade

A formação de ouriços, que são bolas ou


aglomeração de fibras, pode ocorrer
quando o volume de fibras é alto, quando
as fibras são adicionadas rapidamente, e
quando o fator de forma é alto.

88
37.4.3 Resistência à Compressão

O objetivo da adição de fibras não é


aumentar a resistência à compressão.
No entanto, as fibras resultam em um
ganho de tenacidade na compressão.
Maiores teores de fibras e maiores fatores
de forma resultam maior tenacidade e
controle da fissuração.

89
37.4.3 Resistência à Compressão
No concreto projetado se o concreto for
comprimido na direção perpendicular ao plano
de projeção, terá maior gasto energético pós-
fissuração do que na direção paralela ao plano
de projeção.

90
37.5 Durabilidade

Fadiga: ruptura de um material por


esforço cíclico (repetido), a qual ocorre
em um nível de tensão inferior ao deter-
minado durante o ensaio estático.

A fadiga ocorre porque a cada ciclo de


carregamento, as fissuras tendem a se
propagar, diminuindo a área útil para a
transferência de tensão.

91
37.5 Durabilidade

Quanto mais próxima a carga máxima


for da resistência estática do material, e
quanto maior a diferença entre as cargas
mínima e máxima, menor será o número
de ciclos necessários para se atingir a
ruptura do concreto.

92
37.5 Durabilidade
As fibras de elevado módulo de elasticidade e
resistência reduzem a propagação das
fissuras, e aumentam o número de ciclos
necessários para a ruptura do material, ou
seja, aumentam a sua vida útil.

Exemplo: fibras de aço (fator de forma = 60,


com 2 % de volume, com gancho) resultaram
mais de 2.700.000 ciclos de tensão, com
variação entre 10 e 70 % da resistência
estática.

93
37.5 Durabilidade

Mesmo em pequenas quantidades as


fibras aumentam a resistência à fadiga.
Essa é uma característica muito impor-
tante que as fibras acrescentam nos
concretos (resistência à fadiga).
Aplicações: pavimentos (rodovias, aero-
portos, pisos industriais), dormentes
ferroviários, base de máquinas, etc.
A resistência a cargas explosivas e
dinâmicas em geral é três a dez vezes
maior. 94
37.5 Durabilidade

A corrosão de fibras de aço na superfície


do concreto não é prejudicial porque o
volume de aço é pequeno e não produz
ruptura ou destacamento do concreto no
seu entorno.
As fibras podem exercer um controle da
fissuração consequente da retração
plástica e no estado endurecido e da
fluência do concreto, o que resulta em
maior durabilidade.
95
37.6 Dosagem do Concreto com Fibras

As fibras aumentam significativamente o


custo dos concretos. Com 40 kg/m3 de
fibra de aço o custo do concreto pode
dobrar.
Para garantir viabilidade econômica e
desempenho adequado ao concreto com
fibras, deve ser aplicada metodologia de
dosagem para otimizar o consumo de
fibras, ao mínimo necessário para aten-
der às exigências técnicas de desem-
penho. 96
37.6 Dosagem do Concreto com Fibras

A trabalhabilidade do concreto é um
fator muito importante na dosagem. Deve
ser determinado o teor adequado de
argamassa, maior no concreto com fibras.
E quanto maior o teor de fibras, maior
deverá ser o teor de argamassa.
Deve-se procurar correlacionar a tenaci-
dade obtida com o consumo de fibras.

97
37.6 Dosagem do Concreto com Fibras

98
37.7 Aplicações Principais
- pavimentos industriais, rodoviários,
portos, aeroportos, etc.;
- revestimento de túnel;
- tubos de concreto;
- estruturas submetidas a abalo sísmico;
- estruturas sob carregamento dinâmico
(fadiga, impacto, explosão, etc.);
- estrutura sujeitas a incêndio, altos
esforços, abrasão;
- estruturas pré-fabricadas;
- etc. 99
Sugestão de Vídeos

https://youtu.be/YpKgjUkuXdQ
https://www.youtube.com/watch?v=XLoA0OvuzK0
https://www.youtube.com/watch?v=bRtRzszRcmU
https://www.youtube.com/watch?v=QoDhrS9hocg
https://www.youtube.com/watch?v=UrPW89EmN0I
https://www.youtube.com/watch?v=0FlvVHENBoU
https://youtu.be/gFPPvZiTVm0
https://www.youtube.com/watch?v=W6d9l4LyHYs&list=PLpw-eO2Yi-Va
Mpr3n2CukFM9OsaD3cCA7&index=20
https://www.youtube.com/watch?v=uKY8zzxTabM
https://www.youtube.com/watch?v=Z86bfGY2Sf4

100
Sugestão de Livros

Controle da qualidade do Macrofibras poliméricas para


concreto reforçado com fibras concreto destinado a aplicações
e-book Ibracon/Abece estruturais
e-book Ibracon/Abece
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