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ÉTICA E FORMAÇÃO DO EDUCADOR

ÉTI

Docente: Naiane Talita Damasceno Outubro de 2022


Somos parte de um todo.
O que se busca no desenvolvimento dentro de um grupo
social ou de uma sociedade?

O comportamento moral
• Quando se fala em ética, logo vem à mente o termo moral.
Involuntariamente, conduz-se a pensar que os dois termos são
sinônimos. No entanto, não são. Etimologicamente, embora
tanto a antiga língua grega como a latina utilizem os dois
termos, éthos se inscreve particularmente na cultura da Grécia
clássica, enquanto o termo mos-moris se inscreve na cultura
romano-latina (NOSELLA, 2008, p. 266).
O que é moral?
• Para Pereira (1991, p. 11), a moral é “tudo aquilo (ato,
comportamento, fato, acontecimento) que realiza o homem, que o
enraíza em si mesmo e, por ele e para ele, ganha sentido humano”.
• Vázquez (1990, p. 14) escreve que “moral vem do latim mos ou
mores, ‘costumes’, no sentido de conjunto de normas e regras
adquiridas por hábito”, ou seja, é um comportamento ou modo de ser
conquistado pelo homem.
• Cordi (et al., 1995, p. 46) afirmam que moral “é um conjunto de
normas, prescrições e valores que regulamentam o comportamento dos
indivíduos na sociedade”.
O que é moral?
• Arruda e Martins (2003, p. 301) afirmam que “moral vem do latim:
mos, moris que significa ‘costume’, maneira de se comportar regulada
pelo uso, e de moralis, moral, adjetivo referente ao que é ‘relativo aos
costumes’.
• A moral é o conjunto das regras de conduta admitidas em
determinada época ou por um grupo de pessoas”.
• Chauí (2003, p. 307) também escreve sobre isso: “moral vem de uma
palavra latina: mos, moris, que quer dizer ‘o costume’, e no plural,
mores, significa os hábitos de conduta ou de comportamento
instituídos por uma sociedade em condições históricas
determinadas”.
O que é moral?
• Derivada do latim “Mores”, que significa “costume”, a palavra indica
algo que se consagrou como verdadeiro, seja por um padrão cultural
vigente ou até mesmo por regras determinadas pela sociedade. Essas
mesmas regras ou “leis” estimulam os valores éticos de alguém ao
assumir a responsabilidade de seus atos e, claro, suas consequências.
O que é ética?
• Cortina (2003, p. 14) afirma ser ética “uma parte da filosofia que reflete
sobre a moral, e por isso recebe também o nome de ‘filosofia moral’.”
• Cordi et al. (1995, p. 45) afirmam que “ética, ou filosofia moral, é uma
reflexão sistemática sobre o comportamento moral. Ela investiga,
analisa e explica a moral de uma determinada sociedade. A ética não
diz o que deve ser feito (moral), a ética tira conclusões, elaborando
princípios sobre o comportamento moral”.
• É, também, uma reflexão sistemática sobre o comportamento moral
que investiga, analisa e explica a moral de uma determinada sociedade,
além de avaliar e refletir sobre os costumes considerados corretos.
Concluindo....
• “Ética (do grego ethos, ou costumes), ciência dos princípios da
moral – a moral designa, mais especificamente, a aplicação
desses princípios nos atos particulares da vida” (JULIA, 1969, p.
100). Na concepção da autora, ética está sendo entendida por
“ciência do bem e das regras da ação humana”. Partindo dessa
concepção, a ética diz respeito à aplicação dos princípios da
moral no comportamento humano. Pode-se falar da ética como
espaço de reflexão teórica sobre os embasamentos da
moralidade e como resposta consciente de uma categoria
profissional às implicações de sua ação profissional.
Determinantes nas práticas sociais

• A família,
• a escola,
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solidariedade.
• o trabalho e culturas e sociedades.
circunstância. trabalho.
• o Estado
REFLETINDO...
• A ética pode ser entendida como a reflexão sobre o comportamento
moral.
• Se existir um país onde usar guarda-chuva seja considerado imoral,
compete à ética pensar a origem dessa norma e os pontos negativos
de não se usar guarda-chuva, por exemplo.

Moral é um conjunto de valores, e Ética é a reflexão


sobre esses valores.
O agir profissional e a ética

• A ética no agir profissional é uma construção do sujeito que assume


uma atividade profissional e é também uma categoria profissional.
• Essa categoria segue alguns princípios morais e a reflexão sobre esses
princípios leva à construção da ética, ou seja, a conduta desse sujeito,
tendo como base a sociedade e sua participação enquanto sujeito,
indivíduo socialmente construído.
TREINANDO
1. Assinale a alternativa que define moral.
a) Costumes, hábitos e atos.
b) Atos, comportamentos, pensamentos, sentimentos.
c) Prescrições, valores e comportamentos.
d) Conjunto de regras de conduta admitidas em uma determinada
época por um determinado grupo.
TREINANDO
2. O que significa ética?
a) Parte da filosofia que estuda os sentimentos.
b) Costumes morais.
c) Conjunto de costumes instituídos por uma sociedade para formar,
regular e controlar a conduta de seus membros.
d) Pensamento reflexivo sobre a sociedade.
TREINANDO
3. Práticas sociais são:
a) formas concretas e complexas de atividades humanas cooperativas,
estabelecidas socialmente.
b) formas de obrigações de trabalho dos sujeitos.
c) contrato de compra e compromisso de vendas de apartamentos.
d) crenças religiosas que usamos para alcançar coisas.
TREINANDO
4. Assinale a alternativa que cita as práticas sociais.
a) Jogo, cultura, atividades culturais.
b) Família, cultura, escola, trabalho, meios de comunicação, Estado.
c) Turismo, compromissos religiosos, passeios e escola.
d) Participação em reuniões, assembleias políticas.
(Enem PPL 2016) – A figura do inquilino
ao qual a personagem da tirinha se
refere é o(a):

a)constrangimento por olhares de


reprovação.   
b)costume importo aos filhos por
coação.   
c)consciência da obrigação moral.   
d)pessoa habitante da mesma casa.   
e)temor de possível castigo.   
A crise de valores na sociedade e a ética

• No século XX, a ciência e a tecnologia transformaram rapidamente os


costumes, produzindo novas formas de transporte, de automação e
de comunicação eletrônica.
• O modelo de trabalho também sofreu alterações, já que a informática
e os autômatos utilizados nas fábricas deram origem à linha de
montagem e à produção em série, fazendo com que os índices de
produtividade aumentassem consideravelmente. Aviões, rádios,
televisão, internet, satélites são exemplos da produção desse período.
• Com essas novas tecnologias, os negócios tornaram-se globais.
A crise de valores na sociedade e a ética

• De acordo com Lipovetsky (2005, p. 61), o período moderno, no qual


essas transformações estão inseridas, “tornou-se uma revolução, uma
ruptura nítida na trama do tempo, uma descontinuidade entre o
antes e o depois e afirmação resoluta de uma outra ordem”.
• A quantidade de mudanças ocorridas desde a Idade da Pedra até a
Modernidade é muito inferior às ocorridas nos últimos 50 anos.
• Tudo isso evidencia a importância desse período para a humanidade,
que pode ser considerado um marco em nossa história.
A crise de valores na sociedade e a ética

• As transformações trazidas pela modernidade não foram apenas


benéficas. Com o passar dos anos, os aspectos negativos ficaram mais
evidentes. A revolução moderna gerou, então, um individualismo
ilimitado, hedonista.
A crise
• O termo crise transmite a ideia de uma situação difícil, que tem como
resultado algo negativo.
• Normalmente, esse termo é associado a sentimentos de medo, de
tensão e até de desespero.
• A ideia de crise dentro do contexto da ciência é abordada por Kuhn
(1962) como uma ideia de paradigma e de desenvolvimento científico.
• O papel da crise na história das mudanças de pensamento e de ações
no mundo é, portanto, positivo, pois com ela é possível modificar a
forma de agir, de pensar e de falar de uma sociedade, que passa a
aceitar um novo paradigma.
Tipos de Crise
• Síndrome da substituição:
• Na sociedade da Era Moderna tudo é descartável, até mesmo as pessoas e os
relacionamentos.
• Tudo é usado e jogado fora em seguida (MORIN, 2005).
• Compra-se em excesso com a justificativa de aproveitar a oportunidade.
• Há quem pense em construir estações em outros planetas para substituir-se
este assim que for destruído.
• cultura do excesso
• Compra-se, acumula-se, deseja-se sempre mais para guardar, acumular, ter.
• A acumulação compensa a solidão de espírito.
• Esvazia-se o ser para substituí-lo pelo ter.
Tipos de Crise
• Síndrome da pressa:
• As pessoas estão sempre prontas para fazer algo, para que os olhos
permaneçam abertos, aproveitando a vida dia e noite.
• O barulho é necessário para ocuparmos nosso pensamento.
• Não há tempo para refletir.
• O desenvolvimento das pessoas, dos animais e das situações de convivência
humana é acelerado.
• Essa é a globalização em todos os seus sentidos.
Tipos de Crise
• Crise da razão:
• da racionalidade, da reflexão, resultado da tentativa de criar uma ética sem
fundamento, sem reflexão, a ética da estética, do prazer absoluto,
independente dos outros.
• aumento da deterioração do tecido social;
• enfraquecimento da solidariedade;
• fragmentação e dissolução da responsabilidade social;
• desenvolvimento do egocentrismo;
• desativação do vínculo entre o indivíduo, espécie e sociedade;
• desmoralização da sociedade, do indivíduo e a supervalorização do dinheiro.
Os valores
• O valor é descrito, não definido. Câmara (apud ZILLES et al., 1992, p.
32) descreve valor como “o próprio ser, visionado racionalmente,
numa perspectiva teleológica, em livre posicionamento de
conformidade dos dinamismos do ser com seus fins”.
• Já para Zilles (1992, p. 33), valor é a conjugação da liberdade com a
exigência, com o desejo da vontade que quer o bem e clama pela sua
realização.
Os valores
• são aqueles que têm uma relação direta com a nossa
Valores permanência como seres humanos e também com a
possibilidade da vida no planeta Terra. Representam a
existenciais: dignidade e a igualdade entre os seres humanos. Podem ser
vitais ou econômicos;

Valores • estabelecem relação com a subjetividade e a manifestação


do eu do indivíduo na construção de sua personalidade e de

estéticos:
seu autoconceito. Os valores estéticos podem ser sensoriais
ou artísticos;
Os valores
Valores • podem ser científicos ou culturais. Demonstram todo o potencial do ser
humano em relação ao meio de transformação e de trabalho, produzindo a

intelectuais:
cultura, ou seja, eles compõem a capacidade do ser humano de produzir sua
própria forma de sobrevivência.

• podem ser éticos ou sociais e são ligados à formação do indivíduo e da


Valores morais: comunidade, pois envolvem os princípios morais, os contextos sociais e as
necessidades do indivíduo como membro de um grupo social;

Valores • estão relacionados com as formas de crenças, fé e esperança que temos para
que possamos nos realizar como seres humanos na medida em que

religiosos:
realizamos os princípios de Deus na Terra. Os valores religiosos podem ser
divinos ou profanos.
Os valores

Os determinantes
dos valores:

Os meios de Grupos de
Família; Escola; Cultura; Fatores pessoais; Tempo
comunicação; companheiros;
Concluindo....
• O que é presenciado atualmente, depois de todas essas mudanças, não é uma
sociedade melhor para viver, como era de se esperar.
• Os benefícios da vida moderna concentram-se nas mãos de poucos.
• Ainda existe miséria, filas para o atendimento à saúde, divisão de classes e exclusão.
• A crise da modernidade é a crise também da moral e da ética, isto é, a crise dos
fundamentos da sociedade.
• É necessário reconhecer que a sobrevivência da humanidade depende da religação
dos seres humanos uns aos outros e à Terra-Pátria, conceito elaborado por Morin
(2005).
• Sendo assim, a ética nunca está pronta, deve ciclicamente regenerar-se. Regenerar é a
palavra-chave comum à vida, para Morin (2005, p. 200) “tudo o que não se regenera,
degenera”.
Conhecimentos necessários para a conduta
pessoal e profissional
• A construção de um sujeito ético para atuação humana e profissional
envolve um processo de construção gradativo;
• Esses conhecimentos construídos durante o desenvolvimento serão
utilizados para que a conduta do indivíduo seja aceita moral e
eticamente.
• A moral dá o direcionamento do que é certo ou errado e relaciona-se
aos princípios ou máximas que o ser humano precisa seguir, levando
em consideração o bem-estar, a justiça e a igualdade.
• Esses princípios encerram valores, elementos que dedicam maior
investimento emocional e afetivo.
Conhecimentos necessários para a conduta
pessoal e profissional
• Assim, podemos pensar que essa ordenação: valores, regras e
princípios, teriam como objetivo ser a construção ao final da
aprendizagem, a busca da autonomia.
• No entanto, quando observamos a forma como fomos educados, ou
expostos às práticas sociais, a sequência parece alterar: conhecemos
primeiro as regras, depois os princípios e finalmente os valores.
• Portanto, parece que a dimensão normativa é a mais importante,
paramos nas regras e pensamos que o mais importante a ser
aprendido são as regras e não a reflexão sobre a necessidade delas.
Conhecimentos necessários para a conduta
pessoal e profissional
• Puig (1994, p. 46) lembra que “toda conduta humana deve ser
compreendida relacionalmente, ou seja, em relação com o seu contexto,
meio, situação, prática, atividade”. A consciência não é algo exclusivamente
natural, mas é um resultado de complexos processos culturais.
• O conhecimento cultural também é essencial à conduta pessoal e
profissional.
• Conhecimento cultural entende-se: “aquele que incide sobre os costumes
de vida, adotados por diversas comunidades em diversas épocas. Logo, o
conhecimento cultural leva-nos a apreender a diversidade de modos de
viver, a diversidade de valores, a diversidade das formas de pensar o
sentido da vida”.
Conhecimentos necessários para a conduta
pessoal e profissional
• Esses conhecimentos – princípios, valores, regras e cultura – estão
ligados à moral.
• As regras tomam vida nas ações, os princípios dão origem aos valores
e às regras e o contato com outras formas de cultura possibilita a
percepção das diferenças e semelhanças que existem entre as
culturas, fortalecendo, abalando ou inspirando a caminhada do ser
humano.

equacionamento moral e a sensibilidade


moral
Conhecimentos necessários para a conduta
pessoal e profissional
• O equacionamento moral, segundo La Taille (2006, p. 81), “consiste
em, diante de uma situação na qual regras, princípios ou valore
morais conflitantes aparecem com clareza, destacar estes elementos,
ponderá-los e, para tomar a decisão, estabelecer uma hierarquia de
valor entre eles”.
• A sensibilidade moral, para La Taille (2006, p. 88), “corresponde à
capacidade de perceber as dimensões morais de certas ações ou
situações nas quais estas não aparecem com evidência”.
• O equacionamento moral envolve o conhecimento das regras,
princípios, valores e cultura, relacionando moral e regra.
Conhecimentos necessários para a conduta
pessoal e profissional
Judy, de 12 anos, queria ir ao concerto de rock. A mãe já
tinha dado autorização, desde que Judy pagasse a
entrada com o seu dinheiro. Judy trabalhou e conseguiu
a soma necessária. Nesse meio-tempo, a mãe havia
mudado de ideia, esperando que Judy gastasse o
dinheiro ganho em roupas que necessitava. Alegando
visitar uma amiga, Judy foi ao concerto. Uma semana
depois, confessa para Louise, sua irmã mais velha, que
mentiu para a mãe. Louise deve silenciar ou comunicar
o incidente à sua mãe? Como poderia justificar uma ou
outra decisão? (COLBY; KOHLBERG, 1987, p. 281)
Conhecimentos necessários para a conduta
pessoal e profissional
Para o equacionamento dessa situação, é possível
fazer os seguintes questionamentos:
Nesses casos,
A irmãomais
equacionamento moral
velha deve contar à mãe nãohistória?
a verdadeira tem aJustifique
funçãosuade levar todas as
resposta.
pessoas ao mesmo julgamento, ao mesmo resultado, pois não existem
Judy confia na irmã?
respostas certas.
A decisão da mãe de não permitir mais que a filha fosse ao show está correta?

Por que uma promessa deve ser mantida?

A filha deve obedecer à mãe em qualquer circunstância? Justifique sua resposta.


Conhecimentos necessários para a conduta
pessoal e profissional
• A moral também estabelece relações com as leis jurídicas, pois
quando os grupos sociais se desenvolvem muito e as regras morais
não são suficientes para organizar a sociedade, surge a necessidade
de elaborar leis que possam ser seguidas e cumpridas por todas as
pessoas daquela sociedade.
• Portanto, as leis jurídicas têm como fundamento fazer com que todos
possam se basear em normas que levam à justiça e à igualdade.
O mundo complexo

• um pai emprega seu filho na empresa em que trabalha e acaba


oferecendo benefícios a ele sem sinais de merecimento;
• “um professor tem seu filho como aluno. Ele deve corrigir a prova de
seu filho?” (LA TAILLE, 2006, p. 87);
• um gerente comenta com clientes a situação financeira de outro
cliente durante seus encontros comerciais.

Como se deve agir, pessoal e profissionalmente, em situações como as


apresentadas?
Essa decisão depende da capacidade de equacionamento moral e de
sensibilidade de cada um.
O mundo complexo

• O primeiro caso trata de uma questão moral e ética: benefícios


concedidos a um funcionário sem que houvesse o efetivo
merecimento.
• No segundo caso, um professor tem a tarefa de atribuir nota à prova
de seu próprio filho.
• O terceiro exemplo é referente ao sigilo que deveria ser mantido em
uma relação profissional como a em questão.
• Nota-se, assim, que o conhecimento moral é necessário pelo fato de
que a vida em sociedade solicita a presença de regras e normas de
conduta.
O mundo complexo

• Os códigos de ética profissional envolvem um trabalho de elaboração


intelectual, de reflexão sobre a moral, pois é necessário conhecer as
regras de convivência em uma sociedade e as particularidades da
atuação de um grupo profissional em uma sociedade.
• Observe como se dá a aplicação das normas éticas nas áreas a seguir.
O mundo complexo

Ética na refere-se a um conjunto de condutas que devem ser aceitas e um grupo de


condutas que não devem ser praticadas por pessoas que estão no ramo da
política: política.

Ética significa um conjunto de regras e normas que devemos obedecer para podermos
conviver em harmonia em uma organização.
empresarial:
Ética implica um conjunto de princípios, regras e normas que o profissional deve seguir
para prestar um serviço digno à população.
médica:
Ética do refere-se a um conjunto de normas que devem ser seguidas para que o
consumidor possa ter resguardado o seu direito de obter produtos e que os
consumidor: mesmos estejam dentro das normas de qualidade e distribuição.
ÉTICA

• Ética, tem a origem do termo na Grécia Antiga.


• O primeiro tratado formal de Ética é de Aristóteles, feito na obra
chamada Ética a Nicômaco, escrito que traz uma série de
considerações de como agir da melhor forma possível, da forma mais
justa, mais próxima do bem e, antes de mais nada, do bem comum.
• Para Aristóteles, “o homem é um animal político”, ou seja, suas ações
se referem e devem se referir à coletividade.
• Portanto, a boa ação só pode ser de fato boa se envolver a felicidade
da coletividade.
ÉTICA
• Posteriormente a Aristóteles, a ética foi motivo de muitos estudos
que envolviam questões diversas.
• Na Idade Média, por exemplo, o foco da Ética era Deus.
• Na Idade Moderna (a partir do século XVI) passou a ser o homem.
• Em nossos dias, passam a ser, predominantemente, os avanços
científicos e os acontecimentos da macropolítica. (Veremos isso em
aulas posteriores.)
O centro da ética reside na busca pela melhor ação a ser
realizada visando ao benefício do
maior número de pessoas possível.
ÉTICA
• Na obra de Aristóteles, que inaugura formalmente a Ética, busca
fundamentalmente a finalidade da ação humana, ou seja, qual deve
ser o objetivo das nossas ações.
• A pergunta sobre como devemos agir já aponta para outra pergunta
imediata, que seria qual é a finalidade das minhas ações já que o
“como devo agir” varia necessariamente com o objetivo de minha
ação.
ÉTICA - EXEMPLO
• Duas pessoas passam em frente a uma
concessionária e, ao verem um
automóvel o desejam. Porém, utilizam-
se de ações diferentes para adquiri-lo.
• Uma dessas pessoas tem como meta
roubar o automóvel e
• A outra tem como meta comprá-lo.
• Da mesma forma que as metas são
diferentes, as maneiras de agir também
são. Apesar de possuírem os mesmos
objetivos (adquirirem o carro).
ÉTICA
• Qual seria a finalidade da ação • Segundo Aristóteles, a finalidade
humana dentro do estudo da da ação humana deve ser a
Ética? felicidade coletiva, sendo que a
• Qual a diferença ética entre felicidade estaria ligada ao
comprar ou roubar um objeto? comportamento racional do
homem.
• O que faz de uma dessas ações
algo ético e da outra algo
antiético?
ÉTICA
• Vamos, então, como recomenda Aristóteles, aplicar a racionalidade
para descobrirmos qual ação seria ética no caso específico.
• Quando uma pessoa rouba um objeto qualquer, ela está roubando todo o
trabalho, todo o direito de propriedade daquelas forças que produziram esse
objeto.
• Não seria justo roubar um carro, porque ele teve custo para ser produzido.
• O carro representa um conjunto de esforços e trabalhos que pertencem a
alguém que, por uma questão de justiça, deve ser respeitado.
ÉTICA
• Mas como respeitar o trabalho dessas pessoas e empresas que
construíram o desejado automóvel?
• Ora, comprando o automóvel, e não roubando-o.
• Quando compramos um objeto, estamos trocando o trabalho e o
investimento que foram necessários para produzir esse objeto pelo nosso
trabalho, que proporcionou o dinheiro para a compra.
• Assim, trocamos o lucro financeiro de quem produziu o objeto pela nossa
satisfação ao adquiri-lo.
• Ou seja, nessa situação existe justiça porque existe benefício para ambas as
partes.
ÉTICA

Pessoas que trabalham no tráfico


dea parte
Lembrem-se que drogasfundamental da Ética
.

está diretamente ligada


à ideia
• Por que esse tipo de trabalhode
nãobem comum
pode ser considerado ético?
• Qual o direito que o Estado tem de destruir o fruto do trabalho das
pessoas envolvidas no tráfico?
ÉTICA

• Se a finalidade da minha ação é exclusivamente atingir o meu bem ou


o bem daqueles que estão próximos a mim, eu não posso dizer que se
trata de um agir ético. Se, por outro lado, a finalidade da minha ação
visa ao bem e à justiça da coletividade, podemos dizer, seguramente,
que essa ação está ligada aos principais fundamentos da Ética.
CÓDIGOS DE ÉTICA
• É um documento que busca expor os princípios e a missão de uma
determinada profissão ou empresa. Seu conteúdo deve ser pensado
para atender às necessidades que aquela categoria serve e
representa.
• Eles são feitos para enfatizar os valores que devem ser praticados
pelos profissionais e instituições. Pode-se falar também em código
deontológico. A deontologia é a ciência que estuda os deveres e
obrigações a partir da ótica moral e ética.
CÓDIGO DE ÉTICA
• Em geral é baseado na legislação vigente do país, na Declaração dos
Direitos Humanos, nas Leis Trabalhistas e outras. Assim existem:

• Códigos de Ética Profissionais - códigos em que estão especificados os


direitos e deveres, o que é vetado eticamente naquele exercício
profissional e as possíveis punições no caso de desobediência ao código.
• Dessa forma, cada profissional tem um conjunto de regras estabelecidas
por suas confederações profissionais, que detalham as
responsabilidades, direitos e formas de punição caso haja
irregularidades.
CÓDIGO DE ÉTICA
• Ex.: código de ética do contador, código de ética do assistente social, etc.
• Os códigos mais conhecidos no Brasil são os de medicina, enfermagem,
psicologia e o da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Cada um deles
especifica o papel dessas profissões na sociedade e a importância do respeito a
dignidade humana no exercício de cada um desses trabalhos tão importantes.
• O conselho de ética é o responsável por definir o conteúdo dos códigos de
ética. Formado por profissionais conceituados, geralmente escolhidos pela
classe profissional a qual representam, seus cargos são honoríficos e tem a
responsabilidade ética legal sobre os assuntos dessa categoria. Esses conselhos
são como tribunais, possuem funções legais sobre registros e julgamentos
baseados nas regulamentações dos códigos.
CÓDIGO DE ÉTICA
• Códigos de Ética Empresariais - códigos em que estão contidos a
missão, a visão e os princípios da empresa. Itens, os quais, todo
funcionário da instituição deve conhecer. Através do código de ética
institucional é possível perceber a função da empresa na sociedade e
os valores que se cultivam lá dentro.
Principais Objetivos de um Código de Ética
• Especificar os princípios de uma certa instituição e/ou profissão diante da
sociedade;
• Documentar os direitos e deveres do profissional;
• Dar os limites das relações que o profissional deve ter com colegas e
clientes/pacientes;
• Explicar a importância de manter o sigilo profissional (essencial em muitos casos);
• Defender o respeito aos direitos humanos nas pesquisas científicas e na relação
cotidiana;
• Delimitar e especificar o uso de publicidade em cada área;
• Falar sobre a remuneração e os direitos trabalhistas.
Obrigatoriedade dos Códigos de Ética
• O código de ética costuma ser obrigatório, porém há exceções. O caso
mais conhecido é o de jornalismo, sendo que as especificações
contidas nele são facultativas, cabe ao jornalista em exercício e às
instituições de comunicação avaliarem se adotam ou não algumas
práticas.

• Uma das primeiras especificações que o código dos jornalistas traz é a


do direito que todo cidadão tem à informação. Portanto, é dever do
jornalista passar notícias de interesse público, isentas de qualquer
interesse pessoal ou financeiro e baseada sempre na verdade.
Obrigatoriedade dos Códigos de Ética
• Mas na maioria das vezes, esse direito básico de ter acesso à informação de qualidade é
comprometido pelo corporativismo que existe no jornalismo. Na área de comunicação
existe muita concorrência e nessa disputa pelo furo, muitos profissionais pecam na
produção de seu trabalho.

• A consequência de toda essa contradição prejudica apenas os cidadãos comuns que


recebem conteúdos incompletos, que não são capazes de despertar seu senso crítico.
Algumas vezes porque a imparcialidade também é deixada de lado pelos jornalistas em
defesa de um ideal.

• A escolha pela ética, portanto, significa refletir sobre a qualidade das informações que
serão passadas. Isto é, se os profissionais de comunicação desejam prover a sociedade com
bom trabalho ou apenas com conteúdos superficiais.
CÓDIGO DE ÉTICA
• CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – possui a
finalidade de orientar, fiscalizar e aprimorar o exercício ético e legal
de profissionais das áreas de engenharia, agronomia e geociências.
https://www.camara.leg.br/noticias/519095-projeto-regulamenta-a-profissao-de-pedagogo/
https://www.camara.leg.br/noticias/519101-comissao-aprova-regulamentacao-da-profissao-de-pedagogo/
CÓDIGO DE ÉTICA
• Na referida notícia, a Comissão de Trabalho, de Administração e
Serviço Público aprova o Projeto de Lei 6847/17, do deputado Goulart
(PSD-SP), que regulamenta a profissão de pedagogo.
• Pelo texto, a profissão será privativa de portadores de diploma de
curso de graduação em Pedagogia, para exercerem a docência, bem
como atividades nas quais sejam exigidos conhecimentos
pedagógicos.
CÓDIGO DE ÉTICA
• O projeto determina que o Poder Executivo deverá criar o Conselho
Federal de Pedagogia para fiscalizar a profissão. Esse órgão, bem
como os conselhos regionais, será responsável por regular sobre
jornada, piso salarial, atribuições, direitos e deveres dos profissionais.
DICAS DE FILMES
• INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: AI.
• CÓDIGO DE HONRA.
• GÊNIO INDOMÁVEL.
• O SUCESSO A QUALQUER PREÇO
• QUEM SOMOS NÓS.
• UMA MENTE BRILHANTE.
• O ÓLEO DE LORENZO.

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