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JOÃO CABRAL DE

MELO NETO
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Autor de “Morte e Vida Severina”,
poema dramático que o consagrou.
Biografia
◦ Passou sua infância entre os engenhos da família.
◦ Estudou no Colégio Marista, no Recife. Amante da leitura lia tudo
o que tinha acesso, no colégio e na casa da avó.
◦ Em 1942, ano em que publicara o seu primeiro livro de poemas -
"Pedra do Sono".
◦ Em 1945, iniciou uma larga peregrinação por diversos países.
◦ Em 1984 é designado para o posto de cônsul-geral na cidade do
Porto (Portugal). Em 1987 volta a residir no Rio de Janeiro.
◦  Sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até a poesia
popular, porém caracterizada pelo rigor estético.
Contexto histórico
◦ João Cabral de Melo Neto fez parte da terceira geração
modernista no Brasil, conhecida como Geração de 45.
◦ A Geração de 45 foi também engajada nos temas sociais e
com grande envolvimento na política.
◦  O autor trata principalmente a forma ─ o que pode ser
considerado uma retomada do ideal parnasiano e simbolista. 
◦ Sua preocupação com o conteúdo é menor, o que contrasta com os
ideários da geração de 22. Além disso, há grande desapego ao
sentimentalismo e romantismo em sua obra.
◦ É considerado um dos melhores poetas brasileiros do período
do Modernismo, mostra-se interessado em afastar o
sentimentalismo de seus versos.
Morte e Vida Severina
◦ Com forte crítica social, foi publicado em 1955.
◦ A obra está dividida em 18 partes.
◦ O poema pode ser divido em duas partes: a primeira com o seu
caminho até o Recife e a segunda a sua chegada e estadia na capital
pernambucana.
◦ O escritor retrata a saga de um retirante nordestino que sai do sertão
para buscar melhores condições de vida.
◦ Os versos são curtos e muito sonoros. A maioria conta com sete
sílabas poéticas (redondilha menor).
◦ O cartunista Miguel Falcão adaptou a história para a linguagem da
animação 3D em preto e branco.
O princípio da
tragédia
◦ Severino percorre o sertão em busca de uma
expectativa de vida melhor no litoral.
◦ A morte é dura e sempre tem relação com a
pobreza e com o trabalho. Ou é morte matada
em emboscada ou é morte miserável.
◦ Conforme Severino se aproxima do litoral, o
solo se torna mais fértil e o canavial é grande,
mas, mesmo em meio à abundância, a
paisagem é vazia de pessoas.
◦ “_ Dize que leva somente
coisas de não:
fome, sede, privação.”
A vida no Recife
◦ Conforme Severino se aproxima do litoral, o solo se torna mais
fértil e o canavial é grande, mas, mesmo em meio à abundância, a
paisagem é vazia de pessoas.
◦ “Decerto a gente daqui
jamais envelhece aos trinta
nem sabe da morte em vida,
vida em morte, severina;
e aquele cemitério ali,
branco na verde colina
decerto pouco funciona
e poucas covas aninha..”
A vida no Recife
◦ “_ Essa cova em que estás,
com palmo medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
◦ (...)
◦ _ Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.”
◦ O caráter social e político no trecho do poema é
marcante. O funeral de um lavrador é um enterro de
quem trabalhou a vida toda em terra alheia vivendo na
miséria e sendo explorado.
O auto de natal
◦ No momento em que Severino está num cais
pensando em suicidio, ele encontra José, um
morador do mangue.
◦ A conversa é interrompida pelo anúncio do
nascimento do filho de José.
◦ “E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena”
Poesia Prosa
◦ Pedra do Sono (1942); 
◦ O Engenheiro (1945);  ◦  Considerações sobre o Poeta
Dormindo (1950); 
◦ Antiode (1947);
◦ Joan Miró (1950).
◦ O Cão sem Plumas (1945); 
◦ O Rio (1954);
◦ Morte e Vida Severina;
◦ Quaderna (1960); 
◦ A Educação pela Pedra (1966); 
◦ Poesias Completas (1940-1965), (1968); 
◦ Escola das Facas (1981);
◦ Depois (1997).
Poemas ◦ O cão sem plumas, 1950

(trechos)
◦ Psicologia da composição, 1946-1947

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