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A evolução do ser humano

IFRN Campus Canguaretama


História I  | 2023.1 |  Docente: Giulia Melo
De onde viemos? Para
onde vamos? Como
tudo começou?
Análise de letra de
música: Passarinho, de
Emicida 
Análise de letra de música:
Passarinho, de Emicida
Passarinho (letra de música), Emicida
Despencados de voos cansativos Em colapso o planeta gira, tanta mentira
Complicados e pensativos Aumenta a ira de quem sofre mudo
Machucados após tantos crivos A página vira, o são delira, então a gente pira
Blindados com nossos motivos E no meio disso tudo, 'tamo tipo...
Amuados, reflexivos Passarinhos
E dá-lhe antidepressivos Soltos a voar dispostos
Acanhados entre discos e livros A achar um ninho
Inofensivos Nem que seja no peito um do outro
Será que o sol sai pra um voo melhor? Passarinhos
Eu vou esperar, talvez na primavera Soltos a voar dispostos
O céu clareia, vem calor A achar um ninho
Vê só o que sobrou de nós e o que já era Nem que seja no peito um do outro
A Babilônia é cinza e neon, eu sei Água em escassez bem na nossa vez
Meu melhor amigo tem sido o som, okay Assim não resta nem as barata (é memo'!)
Tanto carma lembra Armagedon, orei Injustos fazem leis e o que resta pr'ocês?
Busco vida nova tipo ultrassom, achei Escolher qual veneno te mata
Cidades são aldeias mortas, desafio nonsense Pois somos tipo...
Competição em vão que ninguém vence Passarinhos
Pense num formigueiro, vai mal Soltos a voar dispostos
Quando pessoas viram coisas, cabeças viram A achar um ninho
degraus Nem que seja no peito um do outro
No pé que as coisa vão, Jão, doidera (repete)
Daqui a pouco, resta madeira nem pros caixão
Era neblina, hoje é poluição
Asfalto quente queima os pé no chão
Carros em profusão, confusão
POSSIBILIDADES EXPLICATIVAS
 Ciência (Evolucionismo)  Religiões
Os mitos de criação
 A cosmologia de cada grupo social reflete a cultura e o momento história de quem as
cria;
 As cosmologias das religiões se alimentam de mitos antigos, reforçando-os e tornando-
os verdade;
 As interpretações dos mitos de criação fundamentam valores, regras morais e de
comportamento de seus seguidores;
 As cosmologias de criação auxiliam o processo de formação de coesão social, como
parte indispensável da cultura e da identidade de um povo.
• Cultura judaico-
cristã

Ticiano Vecellio. 1550. Óleo sobre tela.


• Candomblé: “Òpárá de Òsùn: quando tudo nasce"
• Hindus (The history of God, T. 1)
• Evolucionismo
Eras geológicas
O sentido da vida, O fantástico mundo de Gumball
2001: Uma odisseia no espaço (A aurora do homem)
A evolução do ser humano
 Evolução não é metamorfose;

 Os humanos não vieram dos macacos (frase


inadequada);

 A evolução não é linear, nem representa um


acúmulo em direção “ao bom”, à perfeição.
NÓS, PRIMATAS
Filo: Cordados;
CLASSIFICAÇÃO DA
ESPÉCIE HUMANA Sub-filo: Vertebrados;

Classe: mamíferos;

Ordem: primatas;

Espécie: homo sapiens (cerca de


7,8 bilhões de indivíduos (2020);
Nós, primatas (características gerais da ordem dos primatas)

 Unhas no lugar de garras;


 5 dedos nas mãos e nos pés;
 Polegar oponível;
 Visão esteroscópica (tridimensional) e colorida;
 Capacidade craniana maior que nos grandes mamíferos;
 Cria muito dependente e infância prolongada.
Diferenças anatômicas e
bioenergéticas
importantes
Postura ereta e
bipedalismo
 Bipedia (humano);
 Nodopedalia
(chimpanzés).
Retardo no processo
de maturação
Pés
Mãos
A habilidade do
polegar opositor
Destreza de polegares opositores
teria aumentado há 2 milhões de
anos (Foto: Professora Katerina
Harvati, Dr. Alexandros
Karakostis e Dr. Daniel Haeufle)
Pele (sistema de difusão e proteção do calor)
Face humana e
visão
Laringe associada a fala
 Crânio
Chimpanzés Humanos
 Face projetada para a frente;  Face alojada debaixo do neurocrânio;
 Entrada dos nervos da coluna vertebral atrás do   Entrada dos nervos da coluna vertebral embaixo do c
rânio;
crânio;
 Ausência de toro supraorbital;
 Presença de toro supraorbital;
 Arcada dentária em forma de parábola;
 Arcada dentária em forma em forma de U;
 Ausência de caninos grandes projetantes;
 Caninos grandes projetantes;
 Ausência de diastema nos caninos;
 Diastema entre caninos;
Crânio
Mandíbula e
dentição
 Cérebro
Da esquerda para a direita: A. afarensis (400cc); Homo
erectus (1200cc); Humano moderna (1400 cc)
 O moisaco da evolução

 A evolução não é um processo linear


As características evolutivas não ocorrem ao mesmo tempo, tais como:
andar mais bípede, canino menor, face mais curta, cérebro maior,
fabricação de ferramentas, etc. 

Não foi necessário um aumento significativo do cérebro para haver a


fabricação das primeiras ferramentas;

Hoje, há uma só espécie de hominínio no planeta: o Homo sapiens. Mas,


uns 30 mil anos atrás, existiam 4 ou 5 espécies de hominínios diferentes;

Gargalo de garrafa: Por volta de uns 70.000 anos atrás, houve uma grande
erupção vulcânica, na Indonésia, de um supervulcão, que causou um
"inverno nuclear" por cinco anos, reduzindo drasticamente nossa espécie
para uns 10.000 indivíduos (explica a pouca variabilidade genética atual).
ÁRVORE GENEALÓGICA HUMANA
Sahelanthropus tchadensis (7 milhões de anos)

 Local de encontro do Sahelanthropus tchadensis  baixa capacidade craniana, face ortognata,


(cerca de 7,5 milhões de anos atrás) toro grande; 
 coluna vertical embaixo do crânio;
  paleoambiente: margem de lagos.
Ardipithecus ramidus (4,5 milhões de anos)

 Caninos pequenos e desgaste apical (vertical);


 Face não ortoganata, mas menos alongada;
 Espessamento do esmalte dentário;
 Bípede e arborícola (bipedia facultativa);
 Paleoambiente: florestas.
Australophitecus
afarensis
(Entre 4 e  Predominância de características mais próximas aos
3 milhões de anos) chimpanzés (embora: andar bípede facultativo e caninos
desgastados verticalmente);
Homo habilis (2,3 milhões de anos)

 Significativa expansão craniana (+/- 600cm3);


 Encurtamento e verticalização do neurocrânio;
 Face retraída e arcada dentária humana;
 Associação a artefatos de pedras lascadas;
(a fabricação de ferramentas antecede o gênero
Homo);
 Bipedia facultativa.
Homo erectus (2 milhões de anos)

 Capacidade cerebral média: 900 cm3;


 Toro supraorbital robusto (1);
 Ausência de testa e crânio mais comprido;
 Toro occipital (específico) (2);
 Arcada dentária moderna e bastante retraída;
 Primeiro hominínio a deixar a África (Geórgia, Java e
China); ausência de fóssil na Europa.
 Bipedia exclusiva;
 Estatura mais elevada (até 1,80m);
 Domesticação do fogo (1 milhão de anos atrás).
Homo heidelbergensis (500 mil
anos)

 Neurocrânio volumoso ("primeiros cabeçudos"): 1200


cm3;
 Encontrado na África, Ásia e Europa;
 Descende do Homo erectus;
 Toro supraorbital mais robusto;
 Toro occipital mais suave;
 Dentição moderna e face levemente alongada;
 Último ancestral comum entre as duas últimas
linhagens de hominíneos: neandertais e sapiens.
Homo neanderthalensis 
(250 mil anos)

 Oriundos dos Homo
heidelbergensis na Europa;
 Toro supraorbital bem marcado;
 Toro occipital discreto;
 Neurocrânio arredondado atrás;
 Tamanho cerebral: 1500 cm3;
 Elevada massa corporal;
 Corpo adaptado ao frio (nariz, altura, À direita o esqueleto de um neandertal e a
direita de um Homo sapiens. Crédito: 
bacia, mãos); American Museum of Natural History.

 Utilização de pontas de lanças para caça. 


Homo sapiens (200 mil anos)
 Oriundos dos Homo heidelbergensis da
África;
 Neurocrânio de formato globular  com testa;
 Face retraída (alojada embaixo do
neurocrânio);
 Ausência de toro supraopital e occipital;
 Primeira aparição de queixo;
 Capacidade craniana: 1350 cm3;
 Fósseis mais antigos: ossos finos e
alongados (adaptados a climas tropicais);
 Entre 200 e 50 mil anos atrás: mesmas características
Aspectos comportamentais e capacidades cognitivas dos demais
hominíneos;
comportamentai  Há 50 mil anos: explosão criativa do Paleolítico superior:
capacidade simbólica (módulo de significação);
s  Expansão para além da África: vantagem sobre outros
hominíneos.
Da esquerda para a direita: H. habilis (750 cc); . Erectus (900cc); H. sapiens (1200cc); H. neandertalense
(1500cc); Homo sapiens sapiens (1400 cc)
Revolução cognitiva: o grande salto evolutivo
Rotas de
dispersão
humana
PALEOLÍTICO
 Do surgimento do gênero
Homo à Revolução neolítica;
 Organização baseada na caça e
na pesca;
 Sociedades simples de
estrutura horizontal;
 Ferramentas de pedra lascada e
de pedra polida;
 Há 50 mil anos: Revolução
cognitiva.
NEOLÍTICO: domesticação e
origem da complexidade social
 Entre 12 mil e 9.600 anos a.C.:
manejo do ciclo reprodutivo de
plantas e animais;
 Surgimento das primeiras vilas
agrícolas;
 Processo de sedentarização e
maior diferenciação social.
Da domesticação

"(…) em geral, a domesticação resulta na dependência dos


organismos ao manejo e ao meio ambiente humanos; e
trata-se de um processo irreversível do ponto de vista
biológico". (NEVES, p. 284)
"É importante lembrar que também há o processo de
amansamento de animais sem que haja adestramento
(reversível). […] Convém destacar o fato de que nem toda
domesticação está ligada à Revolução neolítica (…) os cães
[por exemplo] parecem ser um produto típico do modo de
vida caçador-coletor.(…)"  (NEVES, p. 285)
Da complexidade social

"A extensão da diferenciação funcional entre
as unidades sociais define, de forma mais refinada,
a complexidade social.
Essa diferenciação pode ser vertical ou horizontal. 
Complexidade vertical define-se
pela presença de diferentes graus hierárquicos de  govern
ança (e concentração de poder) no interior
de uma sociedade. Já a complexificação horizontal
(ou estrutura hierárquica)
é a diversificação de uma população em vários papéis den
tro de um mesmo grau hierárquico". (NEVES, p. 288)
Fontes

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