S.Coletiva II T12 Tuberculose

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Universidade de São Paulo

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto


Departamento de Medicina Social

Tuberculose: epidemiologia e controle


Fernando Bellissimo Rodrigues
Teste pré-aula
ÁREA DE ORIGEM: Medicina Social ® Especialidade: Epidemiologia
CONTEÚDO: Prevenção e Controle da Tuberculose
ENUNCIADO – Paciente de 52 anos portador de Artrite Reumatóide grave comparece a consulta
médica em UBS com carta do reumatologista que o acompanha solicitando sua autorização para
prescrição de um inibidor do TNF-alfa, o infliximabe. No prontuário desse paciente, consta que o
mesmo já teve tuberculose pulmonar há 12 anos, tendo sido tratado com o esquema básico
(rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol) por 6 meses, com alta por cura clínica e
radiológica. No momento, o paciente não tem sintomas respiratórios e traz um Raio X de tórax
recente que evidencia fibrose de aspecto residual no ápice pulmonar direito.
Questão: Para prevenir a possibilidade de reativação da tuberculose pulmonar, assinale dentre as
abaixo a melhor conduta a ser tomada pelo menos 1 mês antecedendo o início do infliximabe.
A. Realizar teste tuberculínico e prescrever isoniazida 300mg/dia + vitamina B6 40mg/dia por 6
meses, se teste tuberculínico ≥ 5 mm.

B. Realizar teste tuberculínico e prescrever isoniazida 300mg/dia + vitamina B6 40mg/dia por 6


meses, se teste tuberculínico ≥ 10 mm.

C. Prescrever isoniazida 300mg/dia + vitamina B6 40mg/dia por 6 meses, se houver história de


exposição a pessoa com tuberculose bacilífera nos últimos 12 anos.

D. Prescrever isoniazida 300mg/dia + vitamina B6 40mg/dia por 6 meses.


Determinantes da ocorrência de Tuberculose

Agente etiológico Hospedeiro

TB

Sociedade
Determinantes da ocorrência de Tuberculose

Agente etiológico Hospedeiro

Sociedade
Agente etiológico

 Complexo Mycobacterium tuberculosis: M. tuberculosis, M. bovis,


M. microti, M. africanum, M. caprae, M. pinnipedii e M. canetti
 Descoberto em 1882 por Robert Koch
 Introduzido no Brasil pelos portugueses, em 1500
 Bacilo de crescimento lento, duplicação leva 18 a 48 h
 Bastante sensível ao calor e a radiação UV
 Mutações frequentes conferem resistência antimicrobiana
Agente etiológico: transmissibilidade

 Inter-humana principalmente, ou a partir de bovinos doentes.


 Reservatório principal: doentes com TB pulmonar ou laríngea.
 A transmissão se dá por via respiratória (aerossóis), ou mais raramente
através da ingestão de leite contaminado.
Após ser eliminado pela tosse ou espirro, o bacilo pode permanecer viável
em suspensão no ar por algumas horas.
 A transmissibilidade é influenciada pela ventilação e iluminação local.
 Em 1 ano, um doente bacilífero contamina em média 10-15 contactantes.
Agente etiológico: transmissibilidade
Agente etiológico: transmissibilidade
Determinantes da ocorrência de Tuberculose

Agente etiológico Hospedeiro

Sociedade
Determinantes do hospedeiro

 A ponta do iceberg: apenas 5-10% das pessoas infectadas


desenvolvem doença clínica.
 Comprometimento da imunidade celular favorece o adoecimento.
 Frequências de exposição e tamanho do inóculo são relevantes.
Determinantes do hospedeiro
Determinantes do hospedeiro
COMPLEXO PRIMÁRIO
TUBERCULOSE PULMONAR
TUBERCULOSE PULMONAR
TUBERCULOSE PULMONAR
TUBERCULOSE PULMONAR EM PACIENTE COM HIV/AIDS
TUBERCULOSE PULMONAR EM PACIENTE COM HIV/AIDS
TUBERCULOSE GANGLIONAR
TUBERCULOSE GANGLIONAR
TUBERCULOSE NO SNC

Reid, V. A. et al. N Engl J Med 2002;347:6e


TUBERCULOSE RENAL
TUBERCULOSE VERTEBRAL
Determinantes da ocorrência de Tuberculose

Agente etiológico Hospedeiro

Sociedade
Determinantes sociais

The Lancet, vol 391 March 24, 2018


Prevenção primária

Melhoria das condições habitacionais da população


Evolução da mortalidade por TB na Inglaterra

McKeown T. The Role of Medicine. 1979


Evolução da mortalidade por TB no Rio de Janeiro
Prevenção primária

Vacinação BCG (M. bovis atenuado) na infância


Prevenção primária

Controle da epidemia de
HIV/AIDS
Prevenção secundária

Notificação dos casos confirmados


de TB, de qualquer forma clínica
Prevenção secundária

Diagnóstico precoce: busca ativa


de casos na comunidade
Prevenção secundária:
investigação e tratamento da co-infecção TB/HIV
Prevenção secundária: tratamento adequado

Em jejum e sem omeprazol!


Prevenção secundária:
tratamento adequado
Rifampicina
1:108 bacilos resistentes

+
Isoniazida
1:106 bacilos resistentes
1 bacilo resistente
+ em
Pirazinamida
1:104 bacilos resistentes
1024 bacilos

+
Etambutol
1:106 bacilos resistentes

Custo de 1 tratamento convencional para TB: R$120,00;


Custo de 1 tratamento para TB MDR: U$18.000,00.
Prevenção secundária: tratamento adequado
Prevenção secundária

Tratamento Diretamente Observado (TDO)


Prevenção secundária: TDO
População geral

Infectados

Doentes
Bacilíferos Virgens de infecção
Prevenção secundária: tratamento da TB latente

Principais candidatos

Busca ativa

Profissionais da saúde
Contatos recentes
(adultos e crianças mesmo sadios)

Rx tórax com Privados de liberdade e


nódulo ou fibrose Imunosuprimidos carcereiros
Prevenção secundária: avaliação de
contactantes de TB pulmonar ou laríngea

Figure 3: Model prediction for


cumulative incidence of active
tuberculosis by years since infection, for
population groups with no individual
risk factors

(Lancet Infect Dis 2018; 18:e228-238)


Prevenção secundária: avaliação de contactantes
(adultos ou crianças) de TB pulmonar ou laríngea

Teste tuberculínico
(TT ou ppd)

 Por contactante entende-se a pessoa que manteve 200h de contato


com paciente portador de BAAR  no escarro, ou 400h com
paciente BAAR, mas com cultura do escarro .
Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica 2019.
Prevenção secundária: avaliação de
contactantes

Sintomas Teste
Rx de tórax Interpretação Conduta
clínicos tuberculínico

Sugestivos de Confirmar e
Compatível Positivo Doente
TB tratar com RIPE
Ausentes ou Observar ,
Virgem de
não sugestivos Normal Negativo repetir TT em 8
infecção
de TB semanas
Ausentes ou
Tratar com
não sugestivos Normal Positivo* TB latente
isoniazida ou Rif
de TB

http://www.nejm.org/do/10.1056/NEJMdo005246/full /
Prevenção secundária: tratamento da TB latente

Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica 2019.


Prevenção secundária: avaliação de contactantes
Prevenção secundária: tratamento da TB latente

Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica 2019.


Prevenção secundária:
biossegurança

Triar na pré-consulta os pacientes com suspeita de Tb pulmonar


ou laríngea e instalar neles máscara cirúrgica
Prevenção secundária:
biossegurança

Na internação do paciente com suspeita de Tb pulmonar ou laríngea,


usar quarto privativo, manter as portas fechadas e usar máscara N95 ao
entrar no quarto
“Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar”
Francisco Science (1966-1997)

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