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FACULDADE DE VETERINÁRIA

Departamento de Para-clínicas
Secção de Higiene e Tecnologia de Alimentos
Curso de Licenciatura em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Disciplina de Microbiologia de Alimentos
Nível: 3º ano, I Semestre
Toxinfecções alimentares causadas por Clostridium perfringens

DISCENTES:
DOCENTES:
Armando Mateus Moiana
Doutor. Belisário
Carlos Riquito Mimbir Moiane

Maputo, Maio de 2018


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ESTRUTURA DE APRESENTACAO
 Introdução;
 Objectivos;
 Descrição da doença
 Características de C.perfringens;
 Alimentos envolvidos;
 Toxinfecção alimentar;
 Ciclo de vida;
 Tipos de toxinas;
 Meios de cultura;
 Métodos de detecção;
 Medidas de Controlo e preventivas;
 Dados epidemiológicos;
 Conclusão;
 Referencias bibliográficas.
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Introdução
Intoxicação vs Infecção
Intoxicação: ingestão de alimentos contendo a toxina microbiana pré-
formada.
Infecção: ingestão de células viáveis do microrganismo
 Invasivos-após a colonização, penetram e invadem os tecido.
 Toxigênicos-formação de toxinas quando o microrganismos multiplica-
se, esporula ou sofre lise.
O Clostridium perfringens é uma bactéria em forma de bastão, imóvel,
anaeróbica e formadora de esporos resistentes à desidratação e tratamentos
térmicos. Ela pode ser encontrada no solo, como um componente normal da
vegetação apodrecida, em sedimentos marinhos, no trato intestinal de seres
humanos e outros vertebrados e insectos.
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OBJECTIVOS
Geral
 Estudar toxinfecções alimentares causadas por Clostridium perfringens.

Específicos
 Descrever cientificamente o m.o em questão e suas características;
 Mencionar os tipos de alimentos envolvidos;
 Conhecer algumas toxinfecções alimentares provocada por esta bactéria
(Clostridium perfringens);
 Descrever o ciclo de vida;
 Mencionar tipos de toxinas;
 Identificar os meios de cultura;
 Identificar as respectivas medidas de controlo e preventivas para o combate contra
este microrganismo;
 Citar alguns surtos e dados epidemiológicos referentes a sua ocorrência ao nível
mundial.
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CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA E DESCRIÇÃO
De acorco com Kasper e Zaleznik, (1995), a classificação científica desse m.o
é feita da seguinte maneira:

Reino:Monera
Filo: Firmicutes
Classe: Clostridia
Ordem: Clostridiales
Família: Clostridiaceae
Gênero: Clostridium
Espécie: perfringens e a nomenclatura binomial é Clostridium perfringens.

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CARACTERÍSTICAS
Bastonetes encapsulados, não móveis;
Gram-positivos;
Anaeróbio (porém tolera exposição ao ar);
Esporulado;
Aw mínima 0,95. para esporular 0,98;
Temperatura de crescimento: 20ºC – 50ºC (ótima de
37 a 47ºC);
 pH: 5.5 a 8;
Tempo de geração 8-10 minutos em temperatura
óptima;
Temperatura de esporulação entre 35 e 40ºC;
Temperaturas de 70 a 80oC podem induzir a
germinação dos esporos.
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Alimentos envolvidos no Clostridium perfringens
Os alimentos envolvidos no C. perfringens são:
 Carne bovina e de carne de aves, principalmente com molhos, e mantidos, após o
cozimento, em temperatura ambiente ou até 50ºC.
 Também podem ser encontrados em legumes cozidos e derivados a que se tenha
seguido aquecimento lento, permitindo a germinação rápida dos esporos e a
produção de toxinas.

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Toxinfecção alimentar provocada pela bactéria Clostridium
perfringens
O Clostridium perfringens é responsável por dois tipos diferentes de toxinfecção
alimentar:
 Intoxicação alimentar do tipo A;
 Enterocolite necrótica.
Intoxicação alimentar do tipo A
Causa dores abdominais agudas, diarreia com náuseas e febre. O período de
incubação é de 8 a 12 h após a ingestão. A duração dos sintomas é de 12 a 24 h. É
uma toxinfecção geralmente branda e é rara a morte de indivíduos afectados.
O Clostridium perfringens tipo A tem grande abrangência no ambiente e é
encontrado facilmente em diversos locais, sendo possivelmente encontrado de forma
natural na microbiota intestinal de animais de sangue quente, além de ser facilmente
encontrado
13-08-2023 no solo, onde estão adaptados a sobreviverem. 8
CONT…
Enterocolite necrótica
Causada por C. perfringens do tipo C. É rara, sendo frequentemente fatal.
Os sintomas são dores abdominais agudas muito intensas, diarreia
sanguinolenta, vômitos e inflamação necrótica do intestino delgado. As
enterotoxinas produzidas por C. perfringens são potencialmente
patogênicas, principalmente quando crescem em pratos preparados à base
de carne.

Clostridium perfringens tipo C


O Clostridium perfringens tipo C produz a toxina beta, e pequena
quantidade de toxina alfa, ambas actuam atacando os enterócitos resultando
na perda inicial das microvilosidades dos enterócitos, causando lesões
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Tipos de toxinas produzidas
Os tipos de toxinas produzidas sao:

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TOXINFECÇÃO
Toxinfecção alimentar: ingestão de alimentos contendo grandes quantidades de C.
perfringens→esporulam no intestino delgado,liberando enterotoxina.
Ciclo de vida de C. perfringens

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DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Estudo descreve surto de gastroenterite por Clostridium perfringens na
Noruega:
Em 21 de janeiro de 2012, o Serviço de Segurança Alimentar norueguês havia
sido notificado acerca de 43 casos envolvendo membros de uma equipe de
natação que estavam hospedados em um hotel de Trondheim, cidade
localizada na porção Central do país. Amostras de alimentos confirmaram a
presença do patógeno na carne cozida servidas no jantar do dia 20 de janeiro.
Além disso, as investigações apontaram para falhas nas condições de
armazenamento dos alimentos na cozinha do hotel, sobretudo, em relação à
temperatura.
Fonte: http://www.eurosurveillance.org/ViewArticle.aspx?ArticleId=20408

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CONT….
Nigéria: Surto de gastroenterite em Abuja causa cerca de 13 mortos.

No dia 27 de fevereiro de 2016 as autoridades de saúde em Abuja, notificaram um


surto que matou cerca de 13 pessoas e 10 pessoas sobreviveram a essa
toxinfeccao.
Fonte:http
://outbreaknewstoday.com/nigeria-abuja-outbreak-due-to-clostridium-perfringens-13-dead-according-to-re
ports-18763/
No Brasil os microrganismos mais
comumente envolvidos em surtos são:

Fonte: Firmo, 2010


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MEDIDAS PREVENTIVAS
Treinamento dos manipuladores de alimentos e educação das donas de
casa;
Alertar sobre?
Riscos de preparo de alimentos em larga escala;
Temperaturas para o reaquecimento (TºC interna de pelo menos 70 º
C, preferivelmente > 75 º C);
Riscos de permanência do alimento em temperatura ambiente e do
resfriamento lento (estocagem ideal abaixo de 4ºC ou acima de 60ºC);
Necessidade de refrigeração imediata das sobras, dentre outros
aspectos.

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CONCLUSÃO
Após a realização do trabalho foi possível verificar que maior parte de
doenças que existem no mundo são de origem alimentar, isto é, elas são
provocadas por vários tipos de microrganismos como o exemplo típico de
C.perfringens que é um toxígeno e causa algumas toxinfecções usando os
alimentos como meio de expansão. Para isso essas toxinfecções dependem
de factores extrínsecos e intrínsecos para o seu desenvolvimento.
O uso de Boas Prácticas de Fabricação diminui a incidência desse
microrganismo.
A sua prevalência no mundo depende do ambiente que propicia para o
desenvolvimento dessas toxinfecções alimentares, contudo em África em
especial Moçambique não existem estudos que relatam o número de
toxinfecções causadas por este microrganismo (C. perifrengens).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

American Public Health Association (1995), Control of Communicable Diseases Manual. Abram S.
Benenson, 16a Edição.
Castagna, S.M.F. Schwarz, C.W.; Cardoso, M.(2004) Presença de C.perfringens no trato intestinal e em
tonsilas/linfonódos submandibulares de suínos ao abate. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia.
Esteves, A.S.M.F. (2005) Perigos microbiológicos em alheira Principais vias de contaminação por
Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens e Salmonella spp, 258 f. Tese (Doutorado em Ciências
Veterinárias) – Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro, Vila Real.
Kasper, DL; Zaleznik, DF (1995). Gangrena gasosa e outras infecções por clostrídios. Medicina Interna,
MacGraw-Hill Interamericana Edicao, 13ª Edição, México.
Penha, M.D.L (2004). Detecção dos genes das toxinas alfa, beta e épsilon de Clostirdium perfringens
isolados a partir de amostras clínicas de bovinos pela reação em cadeia da polimerase. Dissertação
(Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São
Paulo. São Paulo.
Quevedo. P.S. (2010).Clostridioses em ruminantes no sul do Rio Grande do Sul, Dissertação
(Mestrado).Pelotas: Faculdade de Veterinária. Universidade Federal de Pelotas.
Surveilance for Foodborne Disease Outbreaks-US, (1993-1997), Vol.49, N° SS01.
Tortora, G.J.,Funke, B.R. & Case, C.L. (2005) Microbiologia. 8 Edição. Tradução: Porto Alegre: Artmed.
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