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DIREITO DAS VÍTIMAS

MPRJ
COORDENADORIA-GERAL DE PROMOÇÃO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA
COORDENADORIA DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS DAS VÍTIMAS
DIREITOS DAS VÍTIMAS

A AULA DE HOJE SERÁ DIVIDIDA EM PARTES

APRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA
CONCEITO DE VÍTIMA – CNMP
COMO OCORRE A COMUNICAÇÃO
QUAL A MELHOR FORMA DE SE COMUNICAR
COMO SE COMUNICAR COM A VÍTIMA
DIREITOS DAS VÍTIMAS
Resolução 243 CNMP
DIREITOS DAS VÍTIMAS

QUEM É A VÍTIMA
“Entende-se por vítima qualquer pessoa natural que tenha sofrido danos físicos, emocionais, em
sua própria pessoa ou em seus bens, causados diretamente pela prática de um crime, ato
infracional, calamidade pública, desastres naturais ou graves violações de direitos humanos.” (art.
3º da Resolução nº 243/2021/CNMP).

Qualquer pessoa pode, portanto, ser vítima. No Brasil, todos os dias, há inúmeras pessoas que
morrem em decorrência de crimes, de violência doméstica ou policial. Existem muitos casos de
crianças e jovens que sofrem abusos dentro de suas próprias casas ou das suas comunidades e
dentro de escolas. Há ainda situações em que os próprios agentes de segurança pública são
vítimas de violência no exercício do seu trabalho. Todos esses são exemplos de vítimas diretas.

Também são consideradas vítimas os familiares e os convivem com aqueles que sofreram as
consequências do fato. São as chamadas “vítimas indiretas”.

A Resolução nº 243/2021/CNMP adotou um conceito amplo de vítima, abrangendo vários aspectos


alcançados pelas consequências do crime, ato infracional ou fato:
DIREITOS DAS VÍTIMAS
Vítima direta
Aquela que sofreu lesão direta causada pela ação ou omissão do agente.

Vítima indireta
Pessoas que possuam relação de afeto ou parentesco com a vítima direta, até o terceiro grau, desde que convivam,
estejam sob seus cuidados ou dela dependam, no caso de morte ou desaparecimento causado por crime, ato
infracional ou calamidade pública.

Vítima de especial vulnerabilidade


A vítima com uma fragilidade singular, resultante de sua idade, do seu gênero, do seu estado de saúde ou de
deficiência.

Também estão nesta categoria as pessoas que sofreram abusos de tipo, grau ou duração que tenham resultado em
lesões com consequências graves para o seu equilíbrio psicológico ou para as condições de sua integração social.

Exemplos: pessoas com deficiência, criança e adolescentes, vítimas de violência em razão do gênero, vítimas de
crimes de ódio, vítimas de violência sexual etc.

Vítima coletiva
Grupo social, comunidades ou organizações sociais atingidas pela prática de crime, ato infracional ou calamidade
pública que ofenda bens jurídicos coletivos, tais como a saúde pública, o meio ambiente, o sentimento religioso, o
consumidor, a fé pública, a administração pública ( Discurso de ódio )

Familiares e pessoas economicamente dependentes da vítima


Os familiares das vítimas podem também ser afetados pelas consequências do crime ou do fato. Por isso, são
considerados vítimas reflexas e também merecem proteção.
DIREITOS DAS VÍTIMAS

Direito de ser ouvida – Deve ser evitada a revitimização


A vítima tem o direito de ser ouvida perante as autoridades competentes para apresentar sua versão
dos fatos e falar sobre suas preocupações e anseios diante do que aconteceu.

É recomendável que a vítima não seja ouvida repetidas vezes sem necessidade. Cada vez que conta
sua história, a pessoa revive os fatos, o que pode gerar novos traumas e revitimização. O mais
adequado é a concentração dos atos, sendo indicado, sempre que possível, que os agentes públicos
adotem medidas protetivas nas oitivas, a exemplo do que já acontece no caso de depoimento de
crianças e adolescentes.

Quando ouvida em qualquer procedimento – e, em especial, naqueles que apurem crimes contra a
dignidade sexual –, a vítima deve ser protegida em sua integridade física e psicológica, sob pena de
responsabilização civil, penal e administrativa dos agentes públicos responsáveis. São expressamente
vedadas por lei:

a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos fatos objeto de apuração nos autos;
a utilização de linguagem, de informações ou de material que ofendam a dignidade da vítima ou de
testemunhas.
DIREITOS DAS VÍTIMAS

Um bom acolhimento é tarefa de todos os envolvidos no conflito

Bom acolhimento como Prática Institucional

Papel de todos os envolvidos no acolhimento e na tentativa de não trazer


nova revitimização
DIREITOS DAS VÍTIMAS

Como nosso cérebro reage a situações de violência??

Resposta primitiva – amídala – funciona como se fosse um detector de fumaça

Depois a informação chega ao córtex cerebral

Trauma – tem a ver com a história de vida do sujeito e também com o


acontecimento

É preciso escutar a história que nos é trazida

Mecanismos de defesa psíquica – negação - confusão


FERRAMENTAS
DE
COMUNICAÇÃO
QUALIDADE DA ESCUTA

• ESCUTA INCLUSIVA
• ESCUTA EXCLUSIVA
DIREITOS DAS VÍTIMAS

ESCUTA ATIVA ( ESCUTA EMPÁTICA )


CONFERIR ESPECIAL ATENÇÃO ÀS PERGUNTAS FEITAS
QUALIDADE DA ESCUTA ( INCLUSIVA OU EXCLUSIVA )
ACOLHIMENTO
Comunicação não violenta
DIREITOS DAS VÍTIMAS

https://youtu.be/npzc5poUzeU
Direitos das vítimas

Você sabe ouvir ? Cena do filme Erin Brockovich

https://www.youtube.com/watch?v=30TT-V33
Vts&spfreload=10
Direitos das vítimas

A rede de enfrentamento à violência contra as mulheres é dividida em quatro


principais áreas - saúde, justiça, segurança pública e assistência social, e é
composta por duas principais categorias de serviços: serviços não
especializados e serviços especializados.

Os serviços não especializados de atendimento a mulher, constituem, em


geral, a porta de entrada da mulher na rede, são eles: hospitais gerais,
serviços de atenção básica, programa saúde da família, delegacias comuns,
polícia militar, polícia federal, Centros de Referência de Assistência
Social/CRAS, Centros de Referência Especializados de Assistência
Social/CREAS, Ministério Público, defensorias públicas.
Direito das Vítimas

Os serviços especializados de atendimento a mulher são aqueles que


atendem exclusivamente esse público e que possuem expertise no tema
da violência contra as mulheres. O estado do Rio de Janeiro conta com
uma rede de 53 equipamentos especializados de atendimento à mulher
em situação de violência doméstica e familiar. Entre eles: Centros de
Atendimento à Mulher em situação de violência, Casas Abrigo, Casas
de Acolhimento Provisório e Delegacias Especializadas de Atendimento
à Mulher.
DIREITOS DAS VÍTIMAS

Cuidado com a equipe técnica

Rodas de conversa e diálogo – podem ser uma


opção para a equipe técnica
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE- VERDADE

A porta da verdade estava aberta,


mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,


porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.

E sua segunda metade


voltava igualmente com meio perfil.
E os dois meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.


Chegaram a um lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em duas metades,
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.


As duas eram totalmente belas.
Mas carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia
“ A verdadeira viagem de descobrimento não
consiste em procurar novas paisagens, e sim em
ter novos olhos “
Marcel Proust

MUITO OBRIGADA!!

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