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Nova Lei de Prevenção e Combate Ao Branqueamento de Capitais e Financiamento Do Terrorismo
Nova Lei de Prevenção e Combate Ao Branqueamento de Capitais e Financiamento Do Terrorismo
O capitulo IX, que versa sobre as disposições transitórias e finais, compreende os artigos
95 a 97;
A Lei contém um anexo, que tem um glossário, com definições sobre vários conceitos;
Tendo sido publicada no dia 7 de Julho e com atenção ao plasmado no artigo 97, a mesma
entra em vigor no prazo de trinta dias contados a partir da publicação, isto é, entra em
vigor a 6 de Agosto de 2022;
Âmbito de Aplicação da Lei
Colaboração;
Formação;
Controlo.
Dever de Avaliação de Risco – artigos12,13 e
14
Como foi referido, este dever é de todo novo e pode ser entendido em três dimensões:
Uma dimensão supra – estrutural, em que as entidades de supervisão, o GIFIM e outras
entidades competentes devem realizar uma avaliação de âmbito nacional, com o objectivo
de identificar, avaliar e compreender os riscos associados ao branqueamento de capitais,
ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas de destruição
em massa – número 1, do artigo 12,
Uma dimensão sectorial – as entidades de supervisão, entre outras, o ISSM, e outras
entidades competentes, devem realizar avaliações de risco sectorial, que devem ser
actualizadas numa base anual.
Dever de Avaliação de Risco – artigos 12, 13 e
14
Quer a avaliação nacional, quer a avaliação sectorial, tem como objectivo, a identificação
dos riscos e as mitigação dos mesmos, quer por parte das próprias entidades entidades de
supervisão, quer ainda, por parte dos regulados,
De um modo mais especfíco e nos termos do artigo 14, a sociedade gestora e o mediador
de seguro, como instituições financeiras nos termos da Lei, tem, de forma específica, tem
que realizar a avaliação de risco, para compreender os riscos de branqueamento de
capitais, financiamento do terrorismo e financiamento da proliferação de armas de
destruição em massa, a que está exposta ao nível do cliente, da transacção e da mesma;
Na avaliação em causa, a sociedade gestora e o mediador de seguros, devem ter em conta,
os factores:
Dever de Avaliação de Risco – artigos 12, 13 e
14
A Sociedade gestora e o mediador de seguros, nos termos do artigo 16, tem o dever de
identificar, verificar e diligenciar, sempre que:
Estabeleça uma relação de negócio;
Ou que efectue transacções ocasionais:
De montante igual ou superior a novecentos mil Meticais,
Nos casos de transferência de fundos domésticos ou internacionais
Independentemente do valor, haja suspeita de que as operações estejam relacionadas com
os crimes;
Haja dúvidas quanto à veracidade ou adequação dos dados de identificação do cliente.
Deveres de Identificar, Verificar e Diligenciar
– 16, 17, 18, 19, 20 e 21.
Modo de identificação, mantém-se os documentos já exigidos actualmente;
A verificação da identificação da identidade dos clientes, seus representantes, é efectuada
no momento em que seja estabelecida a relação de negócio;
Sendo clientes que constem das listas designadas pelas resoluções das Nações Unidas, a
sociedade gestora e a mediadora de seguros devem implementar medidas restritivas com
vista ao congelamento de todos os bens e recursos económicos detidos ou controlados por
aqueles clientes;
Pessoas Politicamente Expostas – artigo 23
Beneficiários Efectivos – artigo 19
A Nova Lei veio a dar maior enfase à questão do último beneficiário, o conhecido por
beneficiário efectivo, exigindo que as instituições financeiras tomem medidas efectivas
para verificar a identidade dos beneficiários efectivos, através de documentos
confirmativos da sua identidade;
A lei exige, que antes do estabelecimento da relação de negócio ou da realização de uma
transacção ocasional, quer a sociedade gestora ou a mediadora de seguros, tome as
seguintes medidas:
1. Aferir a qualidade de beneficiário efectivo;
Obtenção de informação dos beneficiários efectivos do cliente;
Beneficiários Efectivos – artigo 19
No âmbito das suas actividades, quer a sociedade gestora, quer o mediador de seguros,
terão negócios, com pessoas politicamente expostas e quando assim acontecer, em relação
à sua identificação, devem ser capazes:
De detectar a qualidade de PPE, adquirida em momento anterior ou posterior ao
estabelecimento da relação de negócio ou à realização da transacção ocasional;
Se assim acontecer, o estabelecimento da relação de negócio, deve ser aprovada por
elemento da gestão do topo;
A intervenção de elemento da gestão do topo, também, deve ser assegurada para a
aprovação da relação de negócio, quando a qualidade de PPE seja posterior ao
estabelecimento da relação de negócio;
Dever de Identificação – Pessoas
Politicamente Expostas – artigo 23.
A verificação da identidade dos beneficiários que foi enunciada no slide anterior, tem que
ser efectuada até ao momento do pagamento de benefício;
Em caso de cessão (transmissão), total ou parcial, a terceiros, do contrato de seguro do
Ramo Vida, o mediador de seguro, se tomar conhecimento, deve identificar e verificar a
identidade dos beneficiários efectivos, nos termos dos artigo 19 e 20 da noval Lei.
Dever de Identificação – Contratos de Seguros
do Ramo Vida – Medidas Reforçadas – artigo
28
Pode acontecer que a apólice de seguro do Ramo Vida e outros produtos de investimento
relacionados com seguros, ter como beneficiário uma pessoa colectiva ou entidade sem
personalidade jurídica, o mediador de seguro, deve considerar o referido beneficiário
como um factor de risco acrescido e aplicar medidas de de diligência reforçadas;
No que concerne aos contratos de seguros do Ramo Vida, para além das medidas
previstas no artigo 27 e nos demais procedimentos de identificação e verificação,
previstos na Lei, o mediador de seguro deve:
1. Considerar o beneficiário de tais contratos como um factor de risco elevado a ter em
conta na análise dos riscos de branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo ou
financiamento da proliferação de armas de destruição em massa e adoptar medidas
reforçadas no âmbito do dever de identificação e verificação;
Dever de Identificação – Contratos de Seguros
do Ramo Vida – Medidas Reforçadas – artigo
28
Deve ainda, o mediador de seguro, aplicar medidas reforçadas sempre que seja detectado um
risco elevado de branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e financiamento da
proliferação de armas de destruição em massa, associado a um beneficiário de contratos de
seguro do Ramo de Vida, que seja uma pessoa colectiva ou um centro de interesses colectivos
sem personalidade jurídica;
As medidas reforçadas enunciadas anteriormente, são, igualmente, aplicadas ao beneficiário
efectivo de tais seguros, até ao momento do pagamento do benefício, nos termos constantes dos
artigos 19 e 20;
Deve, o mediador de seguro, adoptar, até ao momento do pagamento do benefício ou da cessão,
total ou parcial, dos contratos, medidas razoáveis para determinar se os beneficiários dos
seguros do Ramo Vida, e/ou, quando aplicável, o beneficiário efectivo dos seguros, tem a
qualidade de PPE, com base nos procedimentos ou sistemas previstos no artigo 23.
Dever de identificação – Contratos de Seguros
do Ramo Vida – Medidas Reforçadas – artigo
28.
O mediador de seguro, ao constatar a qualidade de pessoa politicamente exposta e sejam
identificados riscos mais elevados, deve:
1. Informar a direcção do topo antes de efetuar o pagamento do prémio de seguro;
2. Realizar um escrutínio reforçado do conjunto da relação de negócio com o tomador de
seguro, com o objectivo de identificar eventuais operações que devam ser objecto de
comunicação nos termos do artigo 43.
Obrigações específicas de entidades sem
personalidade jurídica – artigo 33.
Uma figura nova no âmbito da prevenção e combate ao BC/FT, são as entidades sem
personalidade jurídica, por exemplo, as sociedades comerciais em formação;
Dado que ainda não tem reconhecimento legal, elas oferecem um risco elevado de
BC/FT. Por conseguinte, foram fixadas obrigações para as mesmas;
Sempre que os administradores de tais entidades estabeleçam relações de negócio ou
efectuem operações ocasionais de valor igual ou superior a novecentos mil Meticais,
devem disponibilizar, sempre que solicitada, toda a informação referente à sua situação,
nomeadamente:
Informações suficientes, exactas e actuais sobre os seus beneficiários efectivos;
Obrigações específicas das entidades sem
personalidade jurídica – artigo 33
Para além das medidas reforçadas para os clientes da mediadora de seguros, no que tange aos
contratos de seguros do ramo vida, o legislador exige, para as demais situações, o reforço de
diligência relativa ao cliente:
1. Em relação aos riscos associados ao cliente e às operações, atendendo à natureza,
complexidade, volume, carácter não habitual, ausência de justificação económica,
nomeadamente, actividade económica ou ocupação profissional e capacidade financeira
presumida do cliente, que não apresente uma causa económica lícita aparente;
Monitorização e controlo especial a relações de negócio e transacções com pessoas
singulares, colectivas ou centros de interesse sem personalidade jurídica, provenientes de
países terceiros de elevado risco ou para outros países, que não aplicam ou aplicam de forma
deficiente os padrões internacionais relevantes para a prevenção e combate ao BC/F FPADM;
Medidas Reforçadas de Diligência Relativa ao
Cliente – artigo 38
Diferentemente do que acontece com a Lei ainda em vigor, em que a conservação dos
documentos era por um período de 15 anos, na nova lei passa a ser de 10 anos;
Os documentos a serem conservados são os que constam das alíneas a) a f), do número 1,
do artigo 42:
Os elementos de identificação de clientes, representantes e beneficiários efectivos;
Cópias dos documentos ou outros suportes tecnológicos comprovativos do cumprimento
da obrigação e identificação e de diligências;
Registo de transacções;
Conservação de documentos – artigo 42
A sociedade gestora e a mediadora de seguros, sempre que solicitado devem colaborar com as
autoridades judiciárias competentes, a saber:
1. Tribunais;
2. Ministério Público;
3. SERNIC;
4. Gabinete de Combate à Droga;
A colaboração em causa, envolve o fornecimento de informações sobre as operações realizadas
pelos seus clients ou apresentando documentos relacionados com as respectivas operaçoes.
Dever de colaboração – artigo 51