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EMPIRISMO

“nada está no intelecto


que não tenha passado
antes pelos sentidos”
Aristóteles.

Mestrando. Marcos da Silva


Prof. Dr. José Pereira Mascarenhas Bisneto
Ciência Tecnologia e Inovação: Conceitos Básicos

John Locke (1632 -1704), o filósofo


britânico é um dos pai do empirismo.
DEFINIÇÃO
• O termo empirismo tem sua origem no grego
empeiria, que significa “experiência”sensorial, assim
é considerado uma doutrina relativa à natureza do
conhecimento. (LALANDE, 1996).

• Uma corrente filosófica embasada nas experiências e


sentidos.

• O empirismo é uma teoria filosófica que argumenta


que todo o conhecimento humano deve ser adquirido
de experiências sensoriais.
Sistema filosófico que nega a existência de
axiomas como princípios de conhecimentos,
logicamente independente das experiências,
considerando apenas o que pode ser captado do
mundo externo, pela experiência ou do mundo
interior, pela introspecção.
(Definição do dicionário Michaelis)
FILOSOFIAS RELACIONADAS:
• FENOMENOLOGIA
A fenomenologia é uma filosofia que propõe um modo de
conhecer os fenômenos na relação direta com a experiência.

• FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
Os principais aspectos da filosofia contemporânea giram em
torno do contexto percebido no século XVIII, durante o
período de Revolução Francesa.

• EXISTENCIALISMO
A existência precede a essência. Conheça a escola filosófica
que se debruçou sobre a problemática da existência humana
e os fenômenos que a integram.
OBJETIVISMO
• Essa doutrina vai contra o racionalismo
cartesiano que afirma que existem idéias
inatas no ser humano e, ainda, que não
deveríamos confiar nos sentidos para
obter um conhecimento verdadeiro. Ao
contrário, para os empiristas as
experiências sensoriais são o que nos
permitem conhecer qualquer coisa.
CARACTERÍSTICAS
• O empirismo valoriza e é praticamente sinônimo
da experiência, já que é a partir dela que todo
conhecimento humano é produzido.
• Desse modo, essa filosofia também é cética porque
desconfia da extensão a que pode chegar o
conhecimento.
• Além disso, os conhecimentos são cumulativos, e
podem progredir. Logo, não é porque seres humanos
conhecem seu mundo por meio de seus sentidos que
seus saberes são desorganizados, mutáveis ou
incoerentes.
• Por fim, os empiristas geralmente
possuem uma relação com o método
experimental da ciência, especialmente
graças a Francis Bacon. Desse modo, a
formulação de experimentos científicos é
uma forma de produção de conhecimento
bastante valorizada.
EXEMPLOS
• RACIOCÍNIO DEDUTIVO
O raciocínio dedutivo parte de hipóteses – ou seja, de uma
ideia geral, pretende chegar à realidade particular. Ao
contrário, o pensamento indutivo raciocina do particular ao
geral.

• MÉTODO EXPERIMENTAL
Para o método experimental, a observação sistemática
dos fatos é de onde deve sair qualquer teoria científica.
Assim, ela também se vale do raciocínio indutivo, e critica
as tentativas de especular teorias antes de observar, por
meio da experiência, a realidade.
• EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS
A comprovação de qualquer hipótese só é confirmada
pela observação da realidade – e observar é,
naturalmente, um ato feito pelos sentidos. Logo, é pelas
sensações e a experiência que a verdade pode ser
alcançada.

• TÁBULA RASA
Conforme autores empiristas, os conhecimentos
humanos são produzidos com a experiência e a
aprendizagem. Consequentemente, as pessoas nascem
como uma tabula rasa, sem informações ou idéias
prévias. Portanto, tudo o que aprendem vem de suas
percepções após o nascimento.
EMPIRISMO
E
RACIONALISMO
• Na história da filosofia ocidental, o empirismo é oposto ao
racionalismo. Por muitos anos, esse embate alimentou diversas
reflexões filosóficas. Assim, de um lado, o empirismo argumenta
a favor do conhecimento baseado na experiência e, de outro, o
racionalismo defende que todo saber se pauta na Razão.

• No entanto, essas categorias de classificação nunca são exatas


na prática. Por exemplo, o próprio John Locke, considerado o
pai do empirismo, continha em seu pensamento alguns
elementos que podem ser considerados racionalistas.

• Com o tempo, autores de cada vertente produziram reflexões


próprias e bastante diversas. Atualmente, esse conflito já é
considerado ultrapassado por alguns. Uma das novas teorias
do conhecimento que propõe essa superação é a
fenomenologia.
FENOMENOLOGIA
• É o estudo de um conjunto de fenômenos
e como se manifestam, seja através do
tempo ou do espaço.

• Busca analisar a intencionalidade da


consciência humana e compreender os
fenômenos que se apresentam à
percepção. Trata-se de um estudo do
modo como os fenômenos ou eventos são
captados pelo indivíduo.
EMPIRISMO
E
ILUMINISMO
• O iluminismo emergiu no século XVIII como um
movimento filosófico e político, relacionado também a
grandes eventos como a Revolução Francesa.
Valorizando a razão, os adeptos a essa corrente
visavam transformar a sociedade da época, negando as
tradições e os regimes monárquicos.

• Assim, as filosofias importantes como o racionalismo e o


empirismo deram força a esse movimento. Afinal, ambas
as correntes de pensamento defendiam a valorização do
conhecimento humano e da ciência, sobretudo acima
dos saberes religiosos.
PRINCIPAIS FILÓSOFOS
• Francis Bacon: é considerado um dos precursores do
empirismo antes mesmo deste tornar-se uma corrente
filosófica, já que ele é um expoente do experimentalismo;

• Thomas Hobbes: o autor, influenciado também por


Aristóteles, propunha que o conhecimento humano advinha
das sensações ou dos sentidos;

• John Locke: chamado de “pai do empirismo”, faz parte


também da corrente do liberalismo e do contratualismo;

• George Berkeley: é um filósofo irlandês que formulou o que


ficou conhecido como “empirismo idealista”, propondo um
imaterialismo gerado a partir dos sentidos;
• David Hume: foi responsável por dar um novo fôlego ao
empirismo, radicalizando alguns aspectos e criando
também um ceticismo que chamou de “mitigado” ou
ameno;
• Guilherme de Ockham: foi um frade e também filósofo,
produzindo reflexões sobre o raciocínio dedutivo. É
considerado um possível precursor do empirismo;
• Hermann Ludwig Ferdinand Helmholtz: foi um filósofo
alemão e defensor do empirismo, sobretudo na tese de
que as ideias não são inatas;
• Leopold von Ranke: também alemão, ele é geralmente
caracterizado como um empirista e seu pensamento
possuía relações com o idealismo.
• Desse modo, o empirismo aparece na filosofia
de diversas formas. Por vezes, o pensamento
de um empirista pode ser bastante diferente do
outro. Por essa razão, é importante entender
cada autor em seu contexto.

• A filosofia empirista foi uma das correntes


teóricas importantes para movimentos políticos.
Nesse contexto, a valorização do conhecimento
era central.

• Portanto, essa é uma parte importante da


história da filosofia ocidental. Contudo, é
necessário também lembrar da pluralidade das
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
• BACON, F. Novum organum, aforismos sobre a interpretação da natureza e o reino do
homem. In. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural,1997.

• HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural,1999.

• Coleção Os Pensadores. KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. São


Paulo: Perspectiva, 1962.

• Coleção Debates. LOCKE, John. An Essay Concerning Human Understanding. Oxford:


Clarendon Press, 1975.

• HESSEN, Joannes. Teoria do conhecimento. 2 ed. São Paulo: Martins.

• Dicionário de filosofia – José Ferrater Mora.

• Empirismo e ceticismo – Oswaldo Porchat de Assis Pereira da Silva.

• Hobbes, Locke e Hume: do empirismo ao ceticismo – Sávio Laet de Barros


Campos.

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