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MORALIDADE E MARCADORES DA DIFERENÇA

Identidade racial e racismo

Prof. Gustavo Venturi


• CONCEITOS

• ‘Raça’: grupo social definido pela visibilidade somática (Cashmore, 1984),


histórico-culturalmente construído. Não é espécie, nem subespécie (raça humana),
nem nação ou etnia

• Etnia: povo ou nação (fenômeno cultural de resistência identitária - Brasil: +250


etnias indígenas)

• Racismo: suposição de superioridade de uma ‘raça’ sobre outras (relação


determinista)

• Preconceito: crenças e valores  percepções e opiniões: atitude

• Discriminação  expressão ativa do racismo: comportamento

• Distinção preconceito x discriminação não implica negar dimensão social do


preconceito – ambos socialmente construídos, reforçam racismo

• Xenofobia: aversão ao diferente (estrangeiro) até o ponto de eliminá-lo.


Racismo: superioridade frente ao diferente, ‘apenas’ para subjugá-lo.
• Antonio Sérgio Guimarães (1995)
• Ausência de segregação formal e de conflitos raciais explícitos no Brasil
reforçaram imaginário de democracia racial (G. Freire, 1933)
• Anti-racismo: campo das “relações raciais” toma padrão estadunidense
(segregacionista, filiação grupal, “raça” biológica) como modelo para interpretar os
demais.
Brasil: equidade jurídica (estratégia política), diferenças fenotípicas,
cromáticas. Cor (≠ raça, determinismo biológico) não seria racialista,
mas fato objetivo.
• Fim do segregacionismo nos EUA (direitos civis, MLK) reagenda anti-racismo:
explicita-se a reprodução estrutural das desigualdades raciais; migrações na
Europa desmascaram anti-racismo universalista e assimilacionista (racismo sem
raça, cultura-etnia-raça, raça como diferencialismo cultural).
• Há racismo quando “a hierarquia social não poderia manter um padrão
discriminatório sem as diferenças raciais. (...) quando ‘raça’ está empiricamente
presente ainda que seu nome não seja pronunciado”, demandando a análise de
sua formação histórica específica. (p.32)
• Racismo brasileiro (explícito e ilustrado): do embranquecimento (teorias racistas
europeias adaptadas), migra para versão culturalista da democracia racial (Freire,
Pierson, Azevedo), desembocando no “novo racismo” contra nordestinos (neutro
quanto à raça).

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