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O ESTRANGEIRO A quem mais amas tu, homem enigmtico, dizei: teu pai, tua me, tua irm ou teu

irmo? Eu no tenho pai, nem me, nem irm, nem irmo. Teus amigos? Voc se serve de uma palavra cujo sentido me , at hoje, desconhecido. Tua ptria? Ignoro em qual latitude ela esteja situada. A beleza? Eu a amaria de bom grado, deusa e imortal. O ouro? Eu o detesto como vocs detestam Deus. Quem ento que tu amas, extraordinrio estrangeiro? Eu amo as nuvens.., as nuvens que passam l longe... as maravilhosas nuvens! - Charles Baudelaire http://pequenospoemasemprosa.blogspot.com.br/2011/01/o-estrangeiro.html A maior riqueza do homem a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou - eu no aceito. No que que que que agento ser apenas um sujeito que abre portas, puxa vlvulas, que olha o relgio, compra po s 6 horas da tarde, vai l fora, que aponta lpis, v a uva etc. etc.

Perdoai Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas. Manoel de Barros

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