Cédigo de Processo Civil.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
LIVRO1
PARTE GERAL,
TITULOT
PRINCIPIOS E GARANTIAS, NORMAS PROCESSUAIS,
JURISDICAO E ACAO
CAPITULO
DOS PRINCIPIOS E DAS GARANTIAS FUNDAMENTAIS
DO PROCESSO CIVIL
Art. 1° O processo civil ser ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores ¢
08 principios fundamentais estabelecidos na Constituigao da Republica Federativa do Brasil,
observando-se as disposigdes deste Cédigo.
Art. 2° O processo comega por iniciativa da parte, nos casos ¢ nas formas legais, salvo
cexcegies previstas em lei, ¢ se desenvolve por impulso oficial.
Ant. 3° Nao se excluiré da apreciagdo jurisdicional ameaga ou leséo a direito,
ressalvados os litigios voluntariamente submetidos & solugdo arbitral, na forma da lei.
Art. 4° As partes tém direito de obter em prazo razoavel a solugo integral da lide,
uida a atividade satisfativa.
Art. 5° As partes tém direito de participar ativamente do proceso, cooperando com 0
juiz e fornecendo-lhe subsidios para que profira decisdes, realize atos executivos ou determine
a pratica de medidas de urgéncia.
Art. 6° Ao aplicar a lei, 0 juiz. atendera aos fins sociais a que ela se dirige ¢ as exigéncias
do bem comum, observando sempre os principios da dignidade da pessoa humana, da
razoabilidade, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade ¢ da
eficiéncia.Art. 7° E assegurada as partes paridade de tratamento em relagio ao exercicio de direitos
¢ faculdades processuais, aos meios de defesa, aos Gnus, aos deveres ¢ A aplicagio de sangdes
processuais, competindo ao juiz velar pelo efetivo contraditério.
Art. 8° As partes ¢ seus procuradores tém o dever de contribuir para a rapida solugdo da
lide, colaborando com o juiz para a identificagio das questdes de fato ¢ de dircito ¢ abstendo-
se de provocar incidentes desnecessarios e procrastinatorios.
Art. 9° Nao se proferira sentenga ou decisdo contra uma das partes sem que esta seja
previamente ouvida, salvo se se tratar de medida de urgéncia ou concedida a fim de evitar 0
perecimento de direito.
Art. 10. 0 juiz nfo pode decidir, em grau algum de jurisdigao, com base em fundamento
a respeito do qual nfo se tenha dado as partes oportunidade de se manifestar, ainda que se
trate de matéria sobre a qual tenha que decidir de oficio.
Parigrafo tinico. O disposto no caput nfo se aplica aos casos de tutela de urgéncia ¢ nas
hipoteses do art. 307.
Art. 11. Todos os julgamentos dos érgios do Poder Judicidrio serio piiblicos, ¢
fundamentadas todas as decisdes, sob pena de nulidade.
Pardgrafo ‘nico. Nos casos de segredo de justiga, pode ser autorizada somente a
presenga das partes, de seus advogados ou defensores piiblicos, ou ainda, quando for 0 caso,
do Ministério Pablico.
Art. 12. Os juizes deverdo proferir sentenga e os tribunais deverdo decidir os recursos
‘obedecendo 4 ordem cronolégica de conclusio.
§ 1° A lista de processos aptos a julgamento deveré ser permanentemente
disponibilizada em cartério, para consulta publica,
§ 2° Estio excluidos da regra do caput:
1 — as sentengas proferidas em audiéncia, homologatérias de acordo ou de
improcedéncia liminar do pedido;
11 — 0 julgamento de processos em bloco para aplicagio da tese juridica firmada em
incidente de resolugio de demandas repetitivas ou em recurso repetitivo;
III —a apreciagdo de pedido de efeito suspensivo ou de antecipagao da tutela recursal;
TV ~ 0 julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolugdio de demandas
repetitivas;
V~as preferéncias legais.
CAPITULO II
DAS NORMAS PROCESSUAIS E DA SUA APLICACAO
Art, 13, A jurisdigio civil seré regida unicamente pelas normas processuais brasileiras,
ressalvadas as disposigdes especificas previstas em tratados ou convengGes internacionais de
que o Brasil seja signatario.
‘Art. 14, A norma processual no retroagira e seré aplicdvel imediatamente aos processos
em curso, respeitados 0s atos processuais praticados e as situagdes juridicas consolidadas sob a
vigéncia da lei revogada.‘Art. 1S. Na auséncia de normas que regulem processos penais, cleitorais ou
administrativos, as disposigdes deste Cédigo thes serdo aplicadas supletivamente.
CAPITULO IIL
DA JURISDIGAO
Art. 16. A jurisdigao civil & exercida pelos juizes em todo o territério nacional,
conforme as disposigdes deste Codigo.
CAPITULO IV
DA AGAO
Art. 17. Para propor a ago é necessario ter interesse c legitimidade.
Art. 18. Ninguém poderd pleitear direito alheio em nome préprio, salvo quando
autorizado pelo ordenamento juridico.
Paragrafo unico, Havendo substituigo processual, o juiz determinaré que seja dada
‘éncia ao substituido da pendéncia do processo; nele intervindo, cessara a substituigao.
Art. 19. 0 interesse do autor pode limitar-se & declaragéo:
I~ da existéncia ou da inexisténcia de relagao juridica;
II da autenticidade ou da falsidade de documento.
Paragrafo unico. E admissivel a ago declaratéria ainda que tenha ocorrido a violago
do direito.
Art. 20. Se, no curso do processo, se tomar litigiosa relago juridica de cuja existén
ou inexisténcia depender 0 julgamento da lide, 0 juiz, assegurado 0 contraditério, a declarara
na sentenga, com forga de coisa julgada,
TITULO II
LIMITES DA JURISDICAO BRASILEIRA E COOPERACAO
INTERNACIONAL,
CAPITULOT
DOS LIMITES DA JURISDIGAO NACIONAL
‘Art. 21. Cabe a autoridade judiciéria brasileira processar ¢ julgar as ages em que:
1-0 réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II —no Brasil tiver de ser cumprida a obrigacao;
III -0 fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.