MLD APRESENTA:

Crnicas do Leste Europeu

Captulo II:

Matrioska e o delrio das pradarias.

Roteiro: Ana Idris Ilustrao: Paulo Mrcio.

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A me de Russel queria passear nas pradarias geladas. Ela mal conseguia ficar de p, mas em seu sonho de mulher prestes a morrer, ela se via com os cabelos loiros de saudade balanando no vento gelado. E ela, em seus sonhos ainda lcidos, balbuciava ao filho que o pai estava chegando enegrecido pelo carvo, surgindo no horizonte, como um soldado voltando da guerra, carregando uma baioneta com a ponta cheia de sangue seco. Era a glria, manchada, tingida de sangue oxidado, coagulado, a beleza da violncia fazendo sua me sentir desejo reprimido, a crueldade estampada em desejo, imaginava seu velho homem tingindo-se com o sangue do inimigo, via as veias e tendes dos braos, transcenderem em trilhas do desejo, enquanto carregava os corpos para serem jogados em valas ftidas. Depois, sonhava com os olhos dele, azuis quase cinzas de dilvio Via as chamas que queimavam os cadveres danando nos olhos quase cristalinos, e o fogo e esforo fazendo-o suar, mas ele era apenas um trabalhador das minas de carvo, e ela sabia que estava morrendo, nas pradarias do Leste Europeu. Russel meu filho, apague a luz, e diga ao teu pai que eu o amo. Russel apagou a luz, secou as lgrimas, pegou nas mos de sua irm, e foram brincar nas pradarias tristes. A matrioska continua incompleta, a saudade fragmentada em mil pedaos.

No acabaro nunca com o amor, nem as rusgas,nem a distncia. Est provado, pensado,verificado. Aqui levanto solene minha estrofe de mil dedos e fao o juramento: Amo firme, fiel e verdadeiramente Vladimir Maiakvski Baixado originalmente em: http://mldquadrinhos.wordpress.com Divulgue!