Hidrovia no Par deve reduzir em R$ 2 bi custo de frete de gros do MT

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AGUIRRE TALENTO DE BELM

O governo federal decidiu dar o primeiro passo para a construo de uma hidrovia que escoar, pelo territrio do Par, a produo de gros do norte de Mato Grosso. Em Santarm, porto j planeja ampliao A obra ir facilitar a chegada das cargas em mar aberto e, segundo estimativas de especialistas, poder reduzir os custos com fretes em R$ 2 bilhes anuais. O Estado do Mato Grosso produziu 40 milhes de toneladas de gros na safra 2011/2012, o equivalente a 25% do montante nacional. A hidrovia Tapajs-Teles Pires um plano da dcada de 1990. Na prxima semana, haver uma licitao para definir qual empresa far os estudos de viabilidade e o projeto da obra.

A partir desse material, o governo poder partir para a obra fsica, ainda sem definio de custo e de modelo de operao. S os estudos devem ficar em R$ 14 milhes.
Alex Argozino/Editoria da Arte/Folhapress

A obra vai eliminar obstculos como rochas e trechos arenosos, tornando navegveis pouco mais de 1.000 km, partindo do rio Teles Pires (MT) e seguindo pelo rio Tapajs at o porto de Santarm (1.443 km de Belm). Com isso, a produo de gros em Mato Grosso, cuja principal rota de escoamento por rodovia e ferrovia at o porto de Santos (SP), ganhar um novo caminho. A partir de Santarm possvel chegar ao oceano Atlntico pelo rio Amazonas e abastecer tanto o mercado internacional como os consumidores do Nordeste. A Aprosoja (Associao dos Produtores de Soja e Milho de MT) calcula que o custo de transporte de uma tonelada de soja cairia de R$ 227 para R$ 60 com a hidrovia. Em um ano, o setor economizaria R$ 2 bilhes. "A hidrovia ser um marco para o Centro-Oeste, um modal de transporte barato e que no polui. O rio Tapajs vai estar para o Brasil como o Mississipi est para os Estados Unidos", afirma Seneri Paludo, diretor-executivo da Famato (Federao da Agricultura e Pecuria de Mato Grosso). Segundo a entidade, a hidrovia atender principalmente as regies oeste e mdio norte de Mato Grosso, que concentram mais da metade da produo agrcola do Estado. ENTRAVES A licitao para os estudos ser feita pela Codomar (Companhia Docas do Maranho). A hidrovia, porm, deve ficar sob gesto da Ahimor (Administrao das Hidrovias da Amaznia Oriental)--o que pode ser um entrave obra. "Precisaramos de um aumento no oramento, porque nossa atual estrutura no tem condies de administrar essa hidrovia", afirma Albertino de Oliveira e Silva, superintendente da Ahimor.