OS FALSOS ESPRITAS PERDIDOS NA CONFUSO ENTRE HISTRIA E DOUTRINA

Em primeiro lugar definamos falsos espritas. Muito sinteticamente e em portugus suave, so aquelas pessoas que rejeitam o esprito crtico. Se o aceitassem seriam postas em causa nos seus princpios, e desmascaradas. Em termos prticos, facilmente se reconhecem pelos seus discursos bem-dispostos, com muito humor. Por vezes, ao ouvi-los s rir, s rir. Outros, porm, so macambzios, ttricos. Ao ouvi-los sentimos um peso lgubre de milhares de anos. Ambos tm em comum a ctedra, a maledicncia, o cime e a inveja. Levam tudo pela frente, tudo o que se lhes oponha ou tente desmascar-los. Mas o que melhor os caracteriza e ainda consegue ser mais perigoso a sua falta de mobilidade, em termos de conhecimentos. Tudo o que no vier por meio de livros espritas (a maioria repete-se) , no tem interesse. Desta forma, ficam entregues s baixas falanges que, na sua frtil imaginao e com leviandade, os conduzem a prticas que vo contra os princpios da Doutrina. Allan Kardec jamais defendeu que os conhecimentos cientficos vinham por via medinica. Eles surgem e desenvolvem-se mediante o estudo srio dos investigadores que, isso sim, em trabalho honesto em prol do bem da humanidade so acolitados por Entidades que lhes do fora e intuem bons princpios. Mas isso no significa que o conhecimento seja obra dos Espritos e no do homem. At porque se assim no fosse o ser humano cairia numa inrcia mental que o conduziria a um estado deplorvel da inteligncia Os homens de inteligncia e de gnio tiram sempre suas ideias de si mesmos? Algumas vezes as ideias surgem de seu prprio Esprito, mas frequentemente lhes so sugeridas por outros Espritos, que os julgam capazes de as compreender e dignos de as transmitir. Quando eles no as encontram em si mesmos, apelam para a inspirao; uma invocao que fazem, sem o suspeitar. (Le livre des Esprits, p. 462, trad. nossa. Vide O Evangelho segundo o Espiritismo, caps. XXI e XXV). Praticamente, quase todos nos referimos ao Espiritismo como a Doutrina Esprita. No entanto, a palavra doutrina problemtica, sendo de toda a convenincia proceder a alguns esclarecimentos. Chamamos doutrina a um conjunto de mximas que surgiram aps determinadas prticas, inseridas num contexto histrico especfico, e mediante concluses imutveis