Você está na página 1de 1

A revolu c ao

Caio Prado enxerga na vinda de D. Jo ao VI ao Brasil o germe do processo de independ encia. Com a queda das restri c oes econ omicas e a passagem da col onia para o primeiro plano pol tico, surgem mudan cas incompat veis com o regime colonial e demandas por transforma c oes estruturais. No entanto, havia quem se beneciasse com a condi c ao colonial (em sua maioria, comerciantes portugueses), e estes lutaram reacionariamente mesmo ap os a Independ encia. O primeiro reinado, ali as, foi marcado por disputas entre as for cas recolonizadoras e as nacionalistas. As camadas populares - mais radicais, mas sem ideologia e bases s olidas, eram usadas para os prop ositos dos nacionalistas mais moderados (grandes propriet arios), que lutavam principalmente pela nacionaliza c ao do com ercio. Com a abdica c ao de D. Pedro I e o poder nas m aos dos nacionalistas olig arquicos, as camadas inferiores se levantaram ao perceber a aus encia de mudan cas na ordem social vigente, havendo o pa s apenas dado um passo pol tico em dire c ao ` a independ encia e ` a autonomia nacional. A menoridade e ent ao caracterizada por levantes populares que, como o autor assinala, seguem certo padr ao: nascem nas classes imediatamente inferiores ` a dominante, que retiram seu apoio ao perceber a radicaliza c ao e a populariza c ao do movimento. As revoltas - sem ideologia clara, orienta c ao pol tica e bases materiais - terminam por ser sufocadas pelo governo central reacion ario. Em contraste ` a essa conjuntura perturbada, a maioridade foi o per odo onde se buscou o equil brio e a estabiliza c ao do Imp erio - busca manifestada at e mesmo na express ao jur dica da epoca. O povo foi afastado do campo pol tico, e as lutas passaram a ser dar no pr oprio seio das classes dominantes.

Refer encia bibliogr aca:


PRADO JR., Caio. A revolu c ao. In: Evolu c ao pol tica do Brasil e outros estudos. S ao Paulo: Brasiliense, 1963.

Você também pode gostar