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4- CARACTERISTICAS DOS ALANOS (330-391) Como em relao aos Hunos, o nomadismo e o esprito guerreiro dos Alanos foram as caractersticas

que mais impressionaram o autor romano Amiano Marcelino (c. 330391). Quase todos os Alanos so altos e formosos, com os cabelos quase louros, um olhar terrvel e perturbador, ligeiros e velozes no uso das armas. Em tudo so semelhantes aos Hunos, mas na maneira de viver e nos costumes, menos selvagens. Roubando e caando, andam de um lado para o outro, at stios to distantes como a lagoa Metis (1) e o Bsforo Cimrio (2) e tambm at Armnia e Mdia. Assim como para os homens sossegados e plcidos o repouso agradvel, assim eles encontram prazer no perigo e na guerra. considerado feliz aquele que sacrificou a sua vida na batalha, enquanto que queles que envelheceram e deixaram o mundo por uma morte fortuita atacam com terrveis censuras de degenerados e covardes; e no existe nada de que mais se orgulhem do que de matar um homem, qualquer que ele seja: como glorioso despojo do assassinato, cortam-lhe a cabea, arrancam-lhe a pele e colocam-na sobre os seus cavalos de guerra como jaez (3). No se v entre eles nem um templo, nem um lugar sagrado, nem mesmo se pode discernir um tugrio (4) com um teto de colmo (5), mas com um ritual brbaro enterram no cho uma espada desembainhada e adoramna reverentemente, como ao seu Marte (6), a divindade principal destas terras por onde vagueiam. Ignoram o que seja a servido, tendo nascido todos de sangue nobre, e mesmo agora escolhem como chefes aqueles que se distinguem na experincia quotidiana da guerra. (1) Mar de Azov uma pequena regio ao norte do Mar Negro, ligado a ele pelo Estreito de Kerch. Na Grcia e Roma Antiga era conhecido como Lago ou lagoa Metis. (2) A regio do Bsforo Cimrio era na Antiguidade Clssica como era conhecido, o atual Estreito de Kerch que liga o Mar Negro e o Mar Azov. (3) Espcie de sela para cavalos. (4) Cabana, choa, habitao rstica. (5) palha. (6)- Marte era o deus romano da guerra, equivalente ao grego Ares. [Ammianus Marcellinus, com trad. Inglesa de John C. Rolfe, Iiv. XXXI, 2, 17 a 25, Harvard University Press, 1939, s. 390 a 395.]. In: ESPINOSA, Fernanda. Antologia de Textos Medievais. 3 ed. Lisboa:S da Costa, 1981, p.6.

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