Você está na página 1de 121
Maria Cristina Rodrigues Azevedo Joly Organizadora A Tecnologia no Ensino: Implica¢ées para a aprendizagem baba bobo . aK es Het rt e,° a bite a ‘8 oo i § § 80° (Casa do Psicologo® © 2002 Casa do Ps . icdlogo Livearia ¢ Editora Ltda. E proibida a reprodu total ou parcial desta publicagdo, para qualquer finalidade, sen) autorizagao por escrito dos editores. 12 edigdo 2002 Produgao Grafica & Capa Renata Vieira Nunes Revisio Adriane Schirmer ragao Eletronica Angelica Gomes Borba Dados Internacionais de Catalogagio na Publicagao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP Bras no en A Teenolox ino: Implicags (organizadora) Maria Cristina Rodrigues Azevedo Joly Paulo: Casa do Psieslogo, 2002 Bibliogratia. ISBN 85-7396-188-0 1. Compuradores na educagao 2. Inovagées educacionais 3. Inovagoes tecnoldgicas 4. Tecnologia educacional 1. Joly, Maria Cristina Rodri reves 569. CDD-370.7 Indices para catalogo sistematico: » : Novas tecnologias colout 370.7 spectos psicoligicos 370.7 Impresso no Brasil Printed mi Breil Reservados todos os direitos de publi portuguesa A (11) 3034.3600 — E-mail: casadopsicologod casadop asadopsicologo.com.br slogo.com.br Sumario Apresentacao Sobre os clutores 11 CAPITULO I A Espiral da Aprendizagem ¢ as Tecnologias da Informacao e Comunicacao: Repensando Conceitos .errorseerverreone CAPITULO II Tecnologia, educagdo contempordnea ¢ desafios ao professor nu. CAPITULO III A Tecnohgia ¢ 0 Ensino Universitario: avaliando perspectivas educacionats .. 65 CAPITULO IV Alfabetizacién tecnoligica en extremadura: profesorado, generacion de contenidos y conectividad .... iO. 6 A TECNOLOGIA NOENSINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGEM. CAPITULO V Avaliando_o uso educacional de recursos tecnolégicos em leitura é escrita 117 CAPITULO VI Concept-Set: Uma Tecnologia Educacional para o Ensino oer 3 Apresentagao O desenvolvimento da sociedade informatizada exige das pessoas novos padrdes de comportamento tais como competéncia em habili- dades basicas de leitura, escrita, cilculo, linguagem além de pensamen- to critico, adequados aos Isso implica em adquirir habilidades e conhecimentos necessarios para operar um com- putador em qualquer situacao funcional da vida diatia, visando a apli- cagao, comunicagao, busca de informagao ou solucio de problemas. E necessario, portanto, repensar-se o papel das instituigdes de novos recursos tecnologico: ensino, desde a escola fundamental até a universidade, dado 6 uso dos computadores como um meio de comunicagio entre as pesso- as. Esse é um fendmeno bastante recente que vem determinando novos tipos de interagio social e, como conseqiiéncia, provocando alteracdes nas formas de ensinar e aprender. A globalizagio da informagio, aliada a pc seja acessada em tempo real, determina que a educacao se adapte a ibilidade de que ela demanda social, utilizando-s chegar a desenvolver nos alunos habilidades de busca seletiva da informagao util, atual e de aplicacao imediata, com © objetivo de formar individuos aut6nomos e capazes de lidar com novas tecno- de recursos mais criativos, para assim logias e novas linguagens. Estabelece-se, entao, a redefinicao dos curriculos escolares a fim de que se voltem para a aprendizagem interdisciplinar, com uso de miultiplas estratégias que levem & aquisicio do conhecimento ¢ do processamento da informacao disponivel em nossa sociedade. Para que essa ambicao nao seja apenas retérica, é importante desenvolye- rem-se meios, estratégias e equipamentos educacionais que favore- cam a formagio de individuos consumidores, criticos e produtores de conhecimento, tornando-se necessaria, para tanto, a capacitacio dos docentes para que atuem como mediadores nesse proceso de 8 A TECNOLOGIA NO ENSINO: IMPLICAGOES PAR\ A APRENDIZAGEM mudangas. Assim, a formacaio do professor em informatica educaci- onal deve possibilitar-lhe, além do treinamento técnico, uma tefle- xio sobre 0 processo de ensino-aprendizagem e sobre a propria edu- cacao pés-advento dos computadores. O professor podetia reco- nhecer que a educacio pelo uso do computador é mais do que ensi- nar fatos e habilidades: é€ ensinar modos mais criativos de solucio- nar problemas. As questdes destacadas foram determinantes para a organiza- cio deste livro. Nesse contexto propoe-se discutir a Tecnologia na Educacio como um recurso estratégico voltado para uma agio pe- dagogica diferenciada. As fungdes que vém sendo desempenhadas pelo computador como meio auxiliar no processo de aprendizagem tém sofrido mu- dangas ao longo das ultimas duas décadas de pesquisas na area de Informatica na Educacgao. No capitulo 1 — A Espiral da Aprendiza- gem e as Tecnologias da Informacéo e Comunicacdo: Repensando Coneeitos, de José Armando Valente — sao discutidas essas mudan e como elas ocorreram, permitindo-se repensar uma série de conce tos, a respeito de aprend wem, que estio presentes na interacado apren- diz ¢ tecnologias da informagio ¢ comunicacio, tanto em atividades presenciais como via telemét No capitulo I - Tecnologia, educacdo contempordnea ¢ desafi- 0s ao professor —, Simao Pedro Marinho apresenta a importancia da utilizacio de recursos tecnoldgicos no ensino. Também discute al- Infor- macho para uma efetiva incorporacio do computador em todas as guns desafios que escola na Sociedade io apresentados § atividades do processo educacional em que ele, professor, esteja envolvido. A neces’ Ensino Superior é focalizada no capitulo I = 4 Tecnologia eo Easino Universitério: avaliando perspectiras educacionais — por Marcia Adriana Silveira ¢ Maria Cristina Rodrigues Azevedo Joly. Nessa discussio séo consideradas ¢ analisadas as Novas Diretrizes ria ¢ urgente mudanca do processo educacional no Curriculares para o Unsino Superior © 0 advento da Ivternet com suas inumeras possibilidades de acesso a informacio. Uma experiencia espanhola da incorporacio da tecnologia pela sociedade pot meio da mediagio educacional da Universidade é APRESENTAGAG 9 apresentada por Dunia Hassan Montero e Antonio Marin Ruiz no capitulo IV = AVfabetizacion Tecnoligica en Extremadura: Profeso- rado, Generacién de Contenidos Y Conectividad. Vssa pratica tor- nou viaveis projetos efetivos de conectividade ¢ alfabetizagio tec- noldgica com o intuito de minimizar a exclusao digital da Provin- cia de Extremadura em relacio 4 Espanha e 4 Europa No capitulo V — Arvaliando o Uso Educacional de Recursos Tecnologicos em Leitura ¢ Eserita — de Maria Cristina Rodrigues Azevedo Joly — sao analisadas as estratégias educacionais que tem sido eficientes para a aquisigio de habilidades basicas em leitura ¢ escrita a partir do uso de recursos tecnolégicos informatizados no realizadas © apresentadas contexto educacional, s egundo pesquis no capitulo. No ultimo capitulo, José Fernando Bitencourt Lomonaco ques- tiona se é necessario o uso de tecnologia informatizada para todos os contestos educacionais da nossa realidade. O conceito de Tecnologia Educacional enquanto recursos materiais ¢ equipamentos disponi- veis para implementar a metodologia de ensino, seja um microcom- putador ou datashon, sejam simples materiais como livros ou lapis © papel, € apresentado em Concept-Set: Uma Tecnologia Educacio- nal para o E:nsino de Conceitos, Visse capitulo descreve como o concept-set pode ser utilizado na aprendizagem de conceitos. Nao obstante a atualidade ¢ a pertinéncia do tema apresentado nesse livro, espera-se que 0 recorte feito por seus autores possa via tecnologias educacio- bilizar uma reflexio dos educadores acerca da nais, mobilizando-os para ser agentes transformadores de nossa rea lidade bras quisas, espera-se que possam delimitar varidveis determinantes para um melhor uso da tecnologia em prol do ensino e da aprendizagem. Ieira, Com uma pratica pedagdgica renovada e de pes Maria Cristina Rodrigues Azevedo Joly Organizadara Sobre os Autores ANTONIO MARIN RUIZ (amr@ugres) € licenciado en Filosofia. Atualmente € diretor del Secretariado de Comunicacién de la Universidad de Granada (2001-2002). Foi diretor do Projeto Infodex — Extremadura (2000). Tem organizado congressos, eventos, cursos, seminarios e publicagées voltados para o uso das novas tecnologias na comunicagio ¢ DUNIA HASSAN MONTERO (dunia@ugres) é licenciada em Ci- éncias Politicas e Sociologia. Atua como técnica do Centro de Ei técnica do Projeto Infodex (Junta de [xtremadura — Union Europea, 2000-2001). anzas Virtuales da Universidade de Granada (2002) e como JOSE ARMANDO VALENTE (jvalente@turing.unicamp.br) é co- ordenador do Nucleo de Informatica Aplicada 4 Educagio (Nied) da Universidade Estadual de fessor convidado do Programa de P cao: Curriculo, da Pontificia Universidade (PUC-SP). Tépicos de pesquisa incluem criagio de ambientes de aprendizagem baseados no computador, desenvolvimento de metodologia de formacao usando computadores em escolas mpinas (Unicamp) ¢ pro- Sraduagio em Educa- ‘dlica de Sao Paulo em empresas, de forma presencial ou a distancia, ¢ estudo do potencial do computador como ferramenta educacional. JOSE FERNANDO BITENCOURT LOMONACO (jfblusp@usp.br) é professor Associado (Livre-Docente) no Departamento de Psi- cologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento ¢ da Personali- A TrCNOLOGIA No ENSINO: INPLICAGOES PARA.A APRENDIZAGEM MARC dade do Instituto de Psicologia da Universidade de Sao Paulo. Vem se dedicando ha muitos anos ao estudo do proc aprendizagem e, em especial, 4 aprendizagem de conceitos. Ori- entou varias dis 0 de ertagdes de mestrado e teses de doutorado no Programa de P6s-Graduacio em Psicologia Escolar ¢ do De- senvolyimento Humano do IPUSP, é autor de livros e capitulos de livros, tendo também publicado varios relatos de pesquis em revistas cientificas. E membro titular da Academia Paulista de Psicologia. \ ADRIANA DA SILVEIRA (msilveita@netwave.com.br) é graduada em Ciéncias Economicas e Contabeis com especi- alizacao em Administracao. Mestre em Psicologia. Docente da Universidade Sio Prancisco e Faculdade Padre Anchieta. ‘Tem pesquisado sobre a capacitagio do professor para usar recursos tecnolégicos na educagio. MARIA CRISTINA) RODRIGUES AZEVEDO JOLY SIMAO PI y@saofrancisco.edu.br) é doutora em Psicologia Es- Univ Universidade (cristinajol colar pel: sidade de Sa0 Paulo. Atua como docente na Sao Francisco no Programa de Estudos Pés-Gra: duados em Psicologia, orientando dissertagdes de mestrado ‘ade At ducacional. Tem publica- codes sobre leitura, escrita e tecnologia na educagao. iacio em Psicologia DRO P. MARINHO (marinhos@uol.com.br) é bacharel licenciado em Ciéncias-Historia Natural ¢ Mestre em Morfologia pela UFMG; doutor em Educagio pela PUC/SP. 2 professor do programa de Pos-Graduacgio em Educagéo da PUC-Minas, atuando na drea de tecnologias digitais em educagao, orientando dissertagdes de mestrado na area de tecnologia e educagao. Tem des sobre recursos tecnoldgicos na educacao no Brasil e exterior. Atua também como assessor e€ consultor em varias public: questdes do uso das novas tecnologias da informagio no traba- Iho educativo para instituicdes piblicas, governamentais € pri- vadas de ensino. CAPITULO I A Espiral da Aprendizagem e as Tecnologias da Informagao e Comunicacgio: Repensando Conceitos José Armando Valente’ Os computadores tém estado presentes no processo ensino-apren- dizagem praticamente desde 0 momento em que foram inventados. Eles j4 foram utilizados como maquina de ensinar € atualmente sio vistos como importante auxiliar na aprendizagem, entendida como fruto da construgio de conhecimentos que o aprendiz realiza. No en- tanto, as funcdes que 0 computador tem desempenhado como auxili- ar no processo de aprendizagem tem mudado ao longo destas duas décadas de pesquisa na 4rea de Informatica na Educagio. Neste capi- tulo, sio discutides o que mudou e como esta mudanca ocorreu, per- mitindo repensar uma tAo presentes na interagao entre o aprendiz e as tecnologias da infor- magio e comunicagao, tanto nas atividades presenciais como via telematica. A utilizagéo dos computadores na educagio aconteceu nas universida- des dos Estados Unidos no inicio dos anos sessentas, principalmente na atividades de ens tie de conceitos sobre aprendizagem que es- realizacio de tarefas de cilculo e no auxilio das 10. Foram realizadas diversas experiéncias no desenvolvimento de tutoriais cducacio- 1, Coordenador do Nticleo de Informatica Aplicada & Educagdo (Nied) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor convidado do Programa de Pés-Gradua em Educagdo: Curriculo, da Pontificia Universidade Catolica de Sao Paulo (PUC-SP). 16 A TECNOLOGIA NO EXSINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGEM. nais ¢ estas idéias acabaram sendo exploradas por empresas como IBM, RCA e¢ Digital, que produziram estes programas. Com isto nascia a instrugio auxiliada por computador ou o Computer. Aided Instruction (CAN). Com a disseminagio dos microcomputadores no inicio dos anos oitentas, as ‘olas passaram a utilizar estas tecnologias ¢, com isto, ificagio de modalidades de uso pedagdégico. Surgi- ram os jogos, as linguagens de programacao e outros softwares para desenvolvimento de tarefas especificas como os processadores de tex- to, as planilhas, os bancos de dados, ete. Esta diversificacio tem con- houve uma div tinuado e, a cada avango da tecnologia da informagao e comunica- ho, outras possibilidades surgem, como é 0 caso mais recente do uso da Internet na Educagio (Valente & Almeida, 1997; Valente, 1999a). No Brasil, a area da Informatica na Educagao nao seguiu um ises mais desenvolvi- percurso diferente do que ocorreu em outros p: dos, embora tenha havido algumas peculiaridades: a defasagem no tempo, a velocidade de disseminagao dos computadores nas escolas e um grande questionamento sobre a validade de uso de recurs dispendiosos em vista das necessidades ¢ ptioridades da Educagao. Isto, de certa maneira, forcou um olhar mais profundo sobre as van- 98 tao tagens pedagdgicas que estas tecnologias poderiam oferecer. Nos at- gumentos para justificar a implantacio da inform: ca nao era suficiente enfatizar a melhoria do processo de transmissa0 de informacao ou a preparacao do aluno para saber usar a informati A justificativa, desde 0 inicio dessas agdes, tem sido a possibilidade de mudanea na escola: a criacio de ambientes usando a informatica como ica na escola publi- a. recurso auxiliar do processo de aprendizagem, mudando o foco de uma educagio centrada na instrugio que o professor passa ao aluno. para uma educagdo em que o aprendiz realiza tarefas usando a informitica e, assim, constréi novos conhecimentos. Nesse contexto, era importante entender qual o papel do computador e 0 que se ganha pedagogicamente com © seu uso. Certamente ao longo desses anos de pesquisa nesta area, a énfase tem sido o uso das teenologias da informagio e comunicagao na cons- trucio de conhecimento, porém os argumentos usados tém softido altcragdes. Inicialmente, © computador foi justificado como meio para representar o conhecimento do aprendiz, explicitando o raciocinio usa- do na resolugao de problemas ou projetos. No entanto, ficou claro ALESPIRAL DA APRENDIZAGEM E AS TECNOLOGIAS DA INEORMAGAO E COMUNICAGAO.. 17 que o papel do computador era mais do que representar 0 raciocinio. Além de representado, 0 “raciocinio” pode ser executado pela miqui- na, oferecendo resultados que podem servir para melhorar esta repre- sentacao e, conseqiientemente, 0 conhecimento subjacente. Com isto, surgiu a idéia de ciclo de aprendizagem, que foi bastante util para en- tender como 0 computador pode auxiliar a construgao de novos co- nhecimentos. Entretanto, os avangos computacionais ¢ uma melhor compreensio sobre a construgio de conhecimento tem mostrade que a idéia de ciclo nao capta a esséncia do que acontece na relacdo apren- diz-computador. Neste capitulo, é retomada cada uma destas argu- mentac6es ¢ discutida a tendéncia mais atual para explicar como as tecnologias da informagio e comunicacio podem auxiliar a aprendi- zagem. O COMPUTADOR PARA REPRESE. CONHECIMENTO O argumento do computador como auxiliar para representar conheci: mento surge em um contexto histérico muito particular, relacionado princi- palmente com os recursos que enum oferecidos. Durante praticamente uma década, de 1983 (inicio do Projeto EDUCOM) até 1994 (descontinuidade da produgio no Brasil dos microcomputadores MSX) existiam nas escolas somente computadores do tipo Apple ou MSX. A simplicidade destes com- putadotes ¢ o fato de eles nao disporem de muitas alternativas do ponto de vista de sofmure reduziram a questio do uso do computador na educacio em termos de duas alternativas: o uso da linguagem de programagio Logo ou uso de sofmuns educacionais como jogos, tutorials, ete. Os sofhrures edu- cacionais cram vistos como programas prontos para passar um determina- do contetido. A linguagem de programagio Logo propiciava condicoes ao aluno de criar seus proprios programas e nao ficar 4 mercé de programas ja prontos, Assim, 6 Logo era praticamente a unica alternativa que existia para © aprendiz expressar suas idéias para 0 computador, usando comandos desta linguagem, ar idea: A possibilidade de expr por meio de uma linguagem for- mal (comandos da linguagem Logo) era comparada com outras ativ 18 A TrcNOLOGIA No ENSINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGEM dades de representacio de conhecimento que existem em outros do- minios do conhecimento. Por exemplo, podemos pensar musicalmen- te ¢ representar estas idéias por meio da notacio musical; ou pensar sobre um fendmeno e representa-lo por intermédio de uma equacio matemiatica. No entanto, o que acontece nestes casos € 0 fato de estas notagGes serem complexas € a sua aquisigao ser pré-requisito para o processo de representacao de idcias. Aprende-se como resolver uma equacio do segundo grau e nao sobre demonstragio de um fenéme- no por intermédio destas equacées. No Logo, tanto 0 processo de aquisicio da linguagem quanto a representacdo de idéias sobre 6 uso dos mesmos ocorrem simultane- amente. Para aprender sobre um comando o aluno deve usa-lo, Este uso produz na tela um resultado que leva o aprendiz a querer resolver um determinado problema que demanda a coordenacao deste co- mando com outros que devem ser adquiridos. Assim, a programagao Logo nao acontece primeiro aprendendo todos os comandos da lin- guagem e depois usando-os em resolugio de problemas. Uma outra vantagem do Logo com telagio ao processo de repre- sentacio de conhecimento é que estas representagdes podem servir de transig¢ao para entender conceitos complexos © mais abstratos como, por exemplo, funcdes matematicas. O aluno pode ensinar a Tartaruga a desenhar quadrados de tamanho variivel, usando 0 comando aprenda € a nogio de argumento. No caso, 0 programa é denominado quadrado © 0 argumento é x, como mostrado na figura 1, prenda quadrado:x para dircita 90 | O L] quadrado 10 quadrado 20° quadrado 50 quadrado 100 Figura 1 — Programa quadrado usando argunento para alterar o tamanbo do lado. A ESPIRAL DS APRENDIZAGEM E AS TECNOLOGIAS DA INFORMAGAO E COMUNICACAO.. 19 Para cada valor atribuido ao argumento x, é desenhado um qua- drado de tamanho correspondente. Assim, quadrado 10 desenha um quadrado, cujos lados tém 10 passos de Tartaruga. O programa qua- drado pode ser visto como uma funcio matematica que mapeia to- dos os numeros inteiros em quadrados de tamanho correspondente. O conceito de fun¢gio matemiatica pode ser representado de modo ba pos auxilia ndo s6 a compreensao sobre o problema em si, sobre os con- ante pratico e concreto, facilitande a sua compreensao. Assim, a ibilidade de expressar idéias por intermédio de programas Logo ceitos envolvidos, como o programa pode set considerado como uma representacao formal do raciocinio que 0 aprendiz usa para im que oO uso do Logo foi justificado nos artigos resolvé-lo. Foi ass publicados até os anos 1990, como o artigo “Logo: mais do que uma linguagem de programagio” publicado em 1991, (Valente, 1991) No entanto, € importante entender que a programagio Logo possibilita muito mais do que a representacao de idéias. Na verdade, estas “iddias” sio executadas pelo computador 4 medida que 0 pro- grama é executado pela maquina, produzindo um resultado. [5 justa- mente este resultado que, quando confrontado com a idéia original, possibilita ao aprendiz r 4 seus conceitos ¢ com isto aprimord-los ou consttuir nove programacao acontece em ciclos, auxiliando 0 processo de constru- cio de conhecimento. s conhecimentos. Assim, nasccu a nogio de que a AA INTERACAO APRENDIZ-COMPUTADOR COMO CICLO DE ACOES O fato de © computador poder executar a seqiiéncia de co- mandos fornecida significa que cle esta fazendo mais do que servir para representar idéia de acdes descrigio- Ele esta sendo um elo importante no ciclo xecucio-reflexao-depuragio, que pode favo- recer 0 processo de construgio de conhecimento (Valente, 1993; Valente, 1999b). A aprendizagem decorrente tem sido explicada em termos de agdes, que tanto 0 aprendiz quanto 0 computador exceutam, as quais auxiliam a comprecnsao de como o aprendiz aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. AESPIRAL DA APRENDIZAGEM E AS TECNOLOGIAS DA INEORMAG AO E COMUNICACAO.. 21 cugio do execugio do programa pode “taciocinio” do aprendiz. Esta possibilidade de executar ordens, até o advento dos computadores, podia ser realizada somente por ou- tro ser humano. Os objetos que Piaget estudou nao tinham a capa- cidade de executar ordens. Eles podiam ser manipulados, e, com er interpretada como a e base nas agées realizadas, os estudiosos podiam infetir sobre 0s co- nhecimentos de que o executor das agdes dispunha. A execugio, fornecendo um resultado sobre o que 0 aprendiz intencionava, pode ajuda-lo no processo de reflexao ¢ depuracgao das idéias, permitindo atingir ou nao a resolucao do problema. Em algu- mas situacGes, o aluno pode nao dispor do conhecimento necessario para progredir e isto significa abortar o ciclo. Neste ponto, entra a figura do professor ou de um agente de aprendizagem que tem a clo, Para tanto, 0 agente pode explicitar 0 problema que o aluno esta resolvendo, conhecer 0 aluno e como ele pensa, incentivar diferentes niveis de descrigdo, trabalhar os diferentes niveis de reflexio, facilitar a depuracio e utilizar e incentivar as relagdes sociais (Valente, 1996). O grande desafio é fazer que o fungao de manter 0 aluno realizando o ¢ aluno mantenha o ciclo em agio. Assim, 0 ci pode ser mais efetivo se mediado por um agente de aprendizagem ou professor que saiba o significado do processo de aprender por intermé- dio da construgao de conhecimento. O professor precisa compreender as idéias do aprendiz e sobre como atuar no proces conhecimento para intervie apropriadamente na situagiv, de modo a clo que se estabelece na interagio aprendiz-computador so de construcgio de auxilia-lo neste processo. No entanto, o nivel de envolvimento ¢ a atu- acio do professor sao facilitados pelo faro de o programa ser a descri- go do raciocinio do aprendiz e explicitar 0 conhecimento que ele tem sobre o problema que esti sendo resolvido. Além disso, o aprendiz esta inserido em ambiente social € cul- tural constituido, mais localmente, por colegas, professores, pais, ou seja, pela comunidade em que vive. Ele pode extrait os elemen- tos sociais e culturais como fontes de idéias ¢ de informacaio, bem como identificar problemas para serem resolvidos via computador. A interagio do aprendiz com 0 computador e os diversos elemen- tos que estao presentes na atividade de programagio sao mostrados no esquema da figura 2. ATECNOLOGIA No ENSINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGEM conceito estratigia abstracao reflexionante refh execncao Jf agente de aprendizagen descri¢ao da solucdo do problema por meio de uma lingagem de programagio Figura 2— Interaciio aprendiz-computador na situagio de programactio, O ciclo em que se da 0 processo de programacao pode ocorrer também quando 0 aprendiz utiliza outros sofrares, como processador de texto ou sistemas de autoria (Valente, 1993; Valente, 1999b). A dife- renca da programacao para esses outros usos € 0 quanto esses outros softwares oferecem em termos de facilidade para a realizagio do ciclo descricdo-execucao-reflexao-depuracao. A limitacao nao esta na possibilidade de representar conhecimento, mas na capacidade de execugao do com- putador. Por exemplo, no processador de texto é muito facil repre- sentar idéias, ¢ a representacio é feita por intermédio da escrita em lingua materna. Porém, 0 computador ainda nao tem capacidade de interpretar esse texto, fornecendo um resultado sobre 0 contetido do mesmo, Ele pode fornecer informacao sobre a formatacao do texto, ortografia ¢, em alguns casos, sobre aspectos gramaticais. Mas nao ainda sobre o significado do contetido. Isto tem de ser reali do por uma pessoa que lé 0 texto, ¢ fornece o “resultado” desta Ieitura em termos de significados, coeréncia de idéias, etc. Por outro lado, cabe ressaltar que independente do tipo de software, © professor pode criar condigdes para que o aluno possa ciclo. Porém ha que se questionar como esse ciclo propi- cia condigdes de construgio de conhecimento, vivenciar e! A SPIRAL DA APRENDIZAGEM E AS TECNOLOGIAS DA INFORMACAO E COMUNICAGAO.. 23 O CICLO PROPICLANDO CONSTRUCAO DE CONHECIMENTO A idéia de ciclo — de mov: nentos continuos para novas compreen- sdes — € central nas teorias que propdem a aprendizagem como um pro- cesso de construcio do conhecimento que ha na interagao do sujeito com © seu meio, Esta idéia de ciclo esta presente em praticamente todas as teorias interacionistas formuladas por autores como Piaget (1976), Vygotsky (1991), Wallon (989), D’Ambrosio (1986). Piaget foi quem mais estudou © proceso de construgio do conhecimento que ocotte na relagio do sujeito com outros sujeitos ¢/ou objetos, explicando esta construgio por intermédio do ciclo assimilagao-adaptacao-acomodacao. Para D'Ambrosio, a evolucao intelectual pode ser explicada pelo ciclo realidade-reflexio- acao-realidade, em que se enfatiza a relacdo dialética desenvolvida na interacio do sujeito (ndividuo) com a realidade (ocial e cultural) Contudo, 6 ciclo na interagae com 0 computador apresenta caracte- risticas que sio importantes na aprendizagem, que € entendida como um processo de construir novos conhecimentos. Primeiro, a agio tealizada com esta maquina é mediada por descricdes sobre como © usuario pre- tende resolver um problema, Isto no é 6 mesmo que manu: objeto e¢ as acdes servirem de objeto de interpretagio do pensamento de quem exccuta estas acé Para manusear © computador, 0 usuario tem de dar ordens a ele, ¢ estas ordens ainda sao fei por meio de descrigdes, usando algum tipo de sofmare, como linguagem de programacio, planilhas de cilculo, processadores de texto, etc. Segundo, 0 computador pode executar as ordens que Ihe res humanos? As respostas dadas pelo computador sao fiéis, desprovi- das de qualquer animosidade ou afetividade que possa haver entre o aprendiz e a maquina. © computador nio adiciona qualquer informagio sao fornecidas, porém diferentemente dos se- nova ao programa do aprendiz’, Assim, se houver qualquer engano no resultado do funcionamento dele, este s6 podera ser produto do proprio pensamento de quem definiu e: 2 programa. A menos que estejam sendo usados recursos de Inteligéncia Artificial que permitem io de programas que “aprendem” e, com isto, apresentam um comportamento esperado. a re nove”. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. A ESPIRAL DA APRENDIZAGEM E AS TECNOLOGIAS DA INFORMAGAO E COMUNICAGAO.. ngulos entre clas, Assim que este programa é por abstrz um quadrado ja que a figura obtida nao é “bonita” ou nao “fecha”. L pode medir 0 comprimento das retas e estas informacGes serem usadas, com os conhecimentos sobre os comandos que produzem retas, para coneluir que os comprimentos das mesmas devem ser iguais. Essas abs- ccutado, o aprendiz pode, s empiricas © pseudo-empiticas, concluir que nio se trata de tracdes, até mesmo a reflexionante, podem levar o aprendiz a formalizar estas idéias cm termos de um conhecimento do tipo “um quadrado tem quatro lados e cles devem ser iguais”. Este novo conhecimento é usado para depurar 0 programa P1, produzindo P2, que desenha uma figura de quatro lados iguais. No entanto, como os angulos ainda nao sao iguais, a figura obtida ainda nio € um quadrado. Neste ponto, 0 ciclo da aprendizagem volta a atuar e, pel: tes abstracdes, o aprendiz pode concluir que os angulos também de- vem ser iguais. P2 é depurado, produzindo P3. Liste novo programa desenha uma figura de quatro lados iguais e com angulos entre eles também iguais, porém ainda nao sendo um quadrado, pois o aprendiz nio sabe que os angulos entre as retas devem ser iguais a 90 graus. O Angulo de 90 graus pode ser obtido nas varias tentativas que s diferen- o aprendiz faz, até chegar a este numero. Neste ponto, cle pode consolidar toda a sua experiéncia acerca de um conhecimento sobre quadrados. Como afirmam Montangero ¢ Maurice-Naville: a reflexo enriquece notavelmente © conhecimento extraido. O resultado de uma abstracgao reflexionante é uma nova forma de conhecimento ou instrumento de pensamento. Esse ato criador pode conduzir a dois resultados, segundo Piaget: ou ele cria um novo esquema (instrumento de conhecimento) por diferenciacgao, ou ele conduz a “objetivagio” de um processo de coordenagio de atividades: © que era instrumento de pensamento torna-se objeto de pensamento ¢ alarga 0 campo de consciéncia do. sujeito. Vé-se, portanto, que © processo constroi tanto formas ow estruturas de raciocinio como nogdes (estando ambas pouco diferenciadas, na teoria de Piaget, provavelmente por ter ele insistido na natureza ativa do conhecimento).” Naville, 1998, p. 93) (Montangero & Maurice: aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. 28 A TECNOLOGIA No EXSINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGE EspIRAL DA APRENDIZAGEM NA RELAGAO COM O COMPUTADOR Como foi mencionado anteriormente, Piaget também utilizou a idéia de ciclo assimilagio-adaptagio-acomodagao para explicar 0 processo de construgio de conhecimento. Contudo, para descrever esta caracteristica sempre crescente ¢ proviséria das equilibragdes que ocorrem neste ciclo, Piaget enfatiza 6 aspecto majorante. Ele menciona que sio os desequilibrios € os conflitos as fontes de progresso do desenvolvimento do conheci- mento, ¢, uma vez perturbado, o sistema tende a se reequilibrar, porém em um nivel majorante, com melhoramentos. os desequilibrios nado representam senio um papel de desencadeamento, pois que na sua fecundidade se mede pela possibilidade de superi-los — quer dizer, sair deles. E pois evidente que a fonte real do progresso deve ser procurada na reequilibragio, naturalmente, no. sentido nao de um retorno a forma anterior de cquilibrio, cuja vel pelo conflito ao qual esta equilibracio proviséria chegou, mas de um melhoramento desta forma precedente. Entretanto, sem o desequilibrio, nao teria havido “reequilibracio majorante” (designando- e assim a reequilibragaio com melhoramentos obtidos).” Piaget, 1976, p. 19) insuficiéncia € respon: s¢ Constante aprimoramento do pensamento e as equilibracdes majorantes sio mais bem representadas por intermédio de espirais em vez de ciclos. Como afirma Morin, “O circuito espiral do remo- inho é, de fato, 0 circuito que se fecha abrindo-se e, assim, se forma © se reforma.” (Morin, 1997, p. 197). O ciclo sugere a idéia de repeti- cio, de periodicidade, de uma certa ordem, de fechamento, com pontos de inicio © fim coincidentes, porém os conhecimentos nao poderiam crescer ¢ estariam sendo repetidos, em circulo 0 de Assim, a utilizacio da id¢ia de espiral para explicar o proces: construgio de conhecimento, que cresce continuamente, é mais adequa- na interagio aprendiz-computador. da enquanto modelo do que se pa ALESPIRAL DA APRENDIZAGEM E AS TECNOLOGIAS DA INFORMACAO E COMUNICACAO... 29 Por exemplo, a idéia de espiral esta presente na claboracio dos diferentes programas 71, P2, P3, para desenhar um quadrado, des- crito no tépico anterior. O programa P1 tem inicio a partir de um determinado nivel de conhecimento de que o aprendiz dispde so- os do computador — bre o problema e sobre os recursos técn! conhecimentos sobre conceitos envelvides no problema, os con- ceitos sobre 6 computador e os comandos da linguagem de pro- conccitos, etc. Estes te gramacao, as estratégias de aplicagio de: conhecimentos devem ser coordenados de modo que 0 aprendiz ja capaz. de propor uma solu ial pata o problema, defini- do por um programa PI. E importante notar que para claborar Pl nao € necessario que o aprendiz saiba tudo sobre o problema ou tudo sobre 0 computador. P1 é definido em termos de uma compreensio ini- cial sobre diferentes conceitos, explicitados no programa em relagio aos comandos da linguagem de programagio em uso. Portanto, a atividade de elaborar PI significa a descricio 1 dos conhecimentos de que o aprendiz dispde em termos de coman- dos que 0 computador deve executar para que o problema seja resolvido. A imediatamente € produzido de acordo com o que foi solicitado & xecucio t de Pl fornece um resultado RI que é obtido maquina. Este resultado RI € usado como objeto de reflexaol, podendo acarretar a depuracao de P1. A depuragaol de P1 signifi- ca produzir uma versio P2 do programa, ou seja, uma descricio2. Esta versio P2 incorpora niveis mais sofisticados de conhecimen- tos, provenientes da reflexdo realizada pelo aprendiz ou de novos conceitos e€ estratégias que o aprendiz assimilou por intermédio de consultas em livros, especialistas, colegas, ete. O programa P2 quando executado produz um resultado R2, que é usado como objeto de reflexao e, assim, sucessivamente. Entretanto, em cada agéo do ciclo ha incrementos de conhecimentos. Cada uma das agdes, descrigiol, execugiol, reflexaol © depuracdol, descrigao2... contribui para a formagao de uma espiral crescente de conheci- mento que é construfda a medida que o aprendiz interage com um computador, como indicado na figura 3. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. AESPIRAL DA APRENDIZAGEM E AS TECNOLOGIAS DA INFORMACAO E COMUNICACAO... 33 Esta abordagem do “estar junto” virtual tem sido utilizada na for- macio de professores reflexivos, capazes de usar a informatica em sua pratica pedagdgica (Prado & Valente, 2002). Por exemplo, nos projetos relacionados com a formacio de educadores, como 0 projeto Rede Telematica para Formacao de Educadores: Implantacio da Informatica {ducaciio e de Mudanga financiados pela Organizagio dos I s da América Latina, nos (QEA); no Pro- a na Educacio Especial (PROINESP), para a forma- na s nas Escolas de Pats istados America jeto de Inform: cio de professores de educacao especial, financiado pela Secretaria de Edueacio Especial do Ministério de Educagio ¢ a Federagio Nacional das APAEs (PENAPAEs) ¢ realizado pelos pesquisadores do Nacleo de Informatica Aplicada a Hducacio (NIED) da Unicamp ¢ do Nicleo de Informatica na Educagao Especial (NIE) da UFRGS; ¢ no Curso de Especializagio em Desenvolvimento de Projetos Pedagégicos com Uso das Novas Tecnologias, financiado pela Programa Nacional de ”ancia do Minis- Informatica (ProInfo) da Secretaria de Educacgao a Dis’ tério de Educacao e realizado pelo Programa de Pos-Graduacao em Educacao: Curticulo, da PUC-SP. CONCLUSOF: Uma das agendas da pesquisa na area da Informatica na Educacio tem sido entender como se di a aprendizagem na relacio aprendiz- computador. Inicialmente, 0 computador foi titil como meio para re- presentar conhecimento. Em seguida, foi enfatizada a capacidade de eles executarem essa representagao, dando origem 4 idéia do ciclo de aprendizagem, que serviu como base para criacdo de ambientes de apren- dizagem usando essas tecnologias. No entanto, a medida que entende- mos mais sobre a aprendizagem fica evidente que a idéia de ciclo é limitada, Ela convém a nogao de movimento continuo, proprio da apren- dizagem, mas nao a de uma circularidade crescente. Assim, uma repre- sentagao que capta essas caracteristicas ¢ a espiral. Neste capitulo, foram discutidas as diferentes funcdes que o compu- tador assumiu como recurso auxiliar na aprendizagem, especificamente como meio de representagao de conhecimento. O ciclo de agdes aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. REPERENCHS 37 VALENTE, J. A. (1999b). Anilise dos Diferentes Tipos de Softwares Usados na Educagao. J. A. Valente (Org) Computadores na Sociedade do Conhecimento. Campinas, SP: UNICAMP/NIED, p. 89-110. VALENTE, J. A. & ALMEIDA, F. J. (1997) Viséo Analitica da Informatica na Educagao no Bri a questao da formagao do professor. Revista Brasileira de Informatica na Educagéo, da Sociedade ‘a de Computacav, N° 1, setembro, p. 45-60. Brast VYGOTSKY, L. S. (1991). A Formarao Social da Mente. Sa0 Paulo: Martins Fontes. WALLON, HH. (1989). ts Orjgens do Pensamento na Crianga, Sido Paulo: Manole. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. TECNOLOGIA, EDUCACAO CONTEMPORANEA E DESAHOS 4 PROFESSOR 43 valores diversos. Necessita ter condigdes de anilise, reflexio ¢ reco- nhecimento dos préprios sentimentos”. (Moraes, 1996: 16) Lissa mudanga que a escola precisa perpetrar nao sera instantanea; sera uma revolugio no fim, porém construida de forma lenta ¢ gradu- al, num processo de uma progressiva evolucao. Exigira tempo, recur- A mudanga ira impondo desafios graduais aos foros e ris atores educacionais ¢ o sucesso dessa reforma, para que se aleance a escola ne Os processos ou estratégias para a melhoria da educacao envol- ssdria, dependerd de seus esforcos para superi-los, vem riscos ¢, por isso, relutamos em disparar um processo de mudan- ca. E, no estado atual da E-ducacao, seria irresponsabilidade recusar-se a correr riscos. (Lamp, 1989) surgirio a partir de uma cvidenci Os desafic que em maior ow menor tempo estari sendo vislumbrada por todos: a escola tera de comegar a oferecer a educagao que os alunos precisam, nao mais aquela que pode simplesmente oferecer ou aquela que pais, ¢ até mesmo am querer, E formagao estamos falan- iduos multimidia, muito diferentes do que foram seus es alunos, de cuja s ¢ professores, hoje, pertencem ao que se esti chamando “geracéo Nintendo”. Eles “cresceram imersos num mundo de computadores e¢ tecnologias de informagao. Eles jogam videogames; eles ouvem musica em discos digitais compactos; eles ajudam suas familias a programarem os contro- les computadorizados e aparelhos de videocas Nao podemos nos esquecer de que os alunos de ete. Essas experiéncias deram a essas criangas uma forma diferente de interagir com a informa- cao comparada com as geracdes anteriores. (Smith, 1995:1)? No cenario da nova escola, as tecnologias da informacao, em cial com 0 concurso do computador, acaba incorporadas. Sao um elemento v: Antes de qualquer coisa, ela precisa entender que é um erro primario pensar que instalar laborat6rios com computadores, por mais mode: nos que sejam, € treinar os professores para o uso de um ou outro p 10, inexoravelmente, sendo lioso, que nao pode ser dispensado. 2. Um antincio de um banco atualmente yeiculado na televisio mostra o gue a crianga pensa nesse nove tempo. Na pe¢a publicitiria uma crianga fala a seu pai: “Imagine que Voce “ta” com 8 anos, pai, que nem eu. Imagine que quando vocé aprendew a falar ja existia Internet. Que quando voce aprendeu a escrever ja existia e-mail. Imagine. pai, que tudo isso € uma coisa normal; que o mundo que vooe nasceu ja al”. era di aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. TECNOLOGIA, EOUCAGAO CONTEMPORANEA E DES AHIOS AO PROFESSOR 47 Num trabalho coletivo, os atores da escola estarao discutindo necessidades ¢ vontades, querer ¢ poder, capacidades ¢ limites, pro- blemas e possiveis solugdes, direitos e deveres. O resultado dessas dis- cuss6es constituira um painel no qual estara a nova “cara” da educagio a set proposta e construida: 0 projeto de escola. Tendo esse projeto ados, estratégias de avaliagio definidas, como alvo, cronogramas ace os atores comegario a desempenhar seus papéis, enfrentando os desa- fios individuais ¢ coletivos. Os profes sores certamente terio uma funcdo preponderante nas estratégias de incorporagio do computador na escola, assumindo um importante papel de delimitadores dessa pratica. Eles estio no centro do uso efetivo da TI (US. Congress, Office for Technology Asses 1995b: so acl sment, 50). Contudo, de forma alguma podera ser creditada ou imputada a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso da empreitada. se colocam varios desafios. E esses desafios sao muitos. Mas a cles numa Prova que nos parece incontestavel do proprio papel que se destina ac professores numa educacio que aconteca num ambiente informatizado, caracteristico de uma escola pos-moderna. O professor sera, talvez, 0 agente mais importante no processo de mudanga da escola. A Sociedade Internacional para Tecnologia em Educacgao (International Society for Technology in Education) organizou uma lista das habilidades e conceitos fundamentais que s profess 0 exigidos aos. ores para o trabalho com esse recurso. (Poole, 1997) ¢ Demonstrar habilidade para operar um s istema de computa- cio de forma a usar com sucesso 0 sofhrare. © Avaliar ¢ usar os computadores ¢ tecnologias relacionadas no apoic ) processo insuucional. * Aplicar os principios instrucionais atuais, pesquisa e p de aval Gao apropriadas ao uso dos computadores © tecno- logias relacionadas, e E plorar, avaliar © usar mate /tecnologia, incluindo a e documentagao associada. jis baseados em computado- res plicativos, software educacional © Demonstrar conhecimento de uso de computadores para resolugao de problemas, coleta de dados, getenciamento aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. ‘TECNOLOGIA, EDUCAGAO CONTEMPORANEA E DESAFIOS AO PROFESSOR 31 O professor estara ainda sendo desafiado [DESAFIO 2] a aban- donar © papel de “ator principal no palco” da escola; agora Ihe estara destinado um papel coadjuvante. O professor tera de renunciar a fun- cao que lhe foi tradicionalmente atribuida de transmitir informacées € cultura produzidos ¢ acumulados, ao longo de séculos, pela socieda- de. O “paleo” ser dos alunos. Entretanto, 0 professor devera ter tibuido de maneira alguma Ihe diminuird a importancia; pelo contririo, a aumen- ta. O professor melhor capacitado a usar a TI nao podera ser aquele transmissor de conhecimento. (Cancio S, Neto, 1993) O professor util nessa nova escola sera aquele capaz de estimular e mediar processos de construcio de aprendizagem dos alunos (Masetto, 2000). Para que isso possa ocorrer, o professor vai ser desafiado [DE- SAFIO 3] a ocupar muito de scu tempo criando estratégias para a aprendizagem que sejam também desafiadoras aos alunos € que este- jam vinculadas as suas proprias realidades. . mais, muitas dessas ativi- dades serio realizadas para além dos muros da escola; além do tempo das aulas. Mas 0 professor mediador estara la, nesse espaco ampliado © tempo redimensionado, no papel de orientador, estimulador, facilitador.” Com a constatagao de que muitos alunos tem computador em casa, embora os subtilize, por que nao solicitar a eles que as tarefas de escola sejam feitas também com o auxilio do computador, permitindo- Ihes avangar no desenvolvimento de uma cultural digital? Aos alunos consciéncia de que © nove papel que Ihe estard sendo en que nao tém computador em casa a escola deverd permitir 0 acesso as suas salas ou laboratérios de informatica, em horarios extraclasse, com a presenga de técnicos ou até monitores [que poderiam ser selecionados entre os proprios alunos que melhor utilizam 0 computador] que pos- sam lhes dar apoio nas tarefas. Esse uso estimulado, na escola mesmo Jem horarios extras] ou em casa, é necessirio para também fazer que o aluno perceba que aprendizagem nao ocorre apenas na escola, nio se restringe a sala de aula ¢ a determinados horirios. A dificuldade em des envolver miltiplas formas de aprendizagem para um mesmo assunto © para encontrar diversas abordagens de en- 7. Facilitador nio por tomar as coisas ficeis, may a fim de susteniar u aprendizagem complexa. critica © criativa do aluno, tendo este como centro de referencia (Demo, 2000:36) aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. Tecnoic IA, EDUCAGAO CONTEMPORANEA E DESAHOS AO PROFESSOR interesse de grupos de estudantes, produzir algo de real valor, apren- der por meio do trabalho em equipe e¢ aprender em um contexto interdisciplinar so estratégias no que se caracteriza como uma instru- cio auténtica (US. Congress, Office for Technology Assessment, 1995a: 5) e as ligagées interdisciplinares que a tecnologia sugere sio uma d razOes que justificariam que o ensino-aprendizagem da tecnologia ocorra em todo o curriculo, ao invés de estar localizad tudo, a dificuldade em como tratar a interdisciplinaridade na escola é um dificultador dessa pratica. (Reis, 1995) Fi interessante observar que, embora ess mais avancados ja estejam incorporados ao discurso da escola, exis- tem dificuldades para a sua pratica efetiv: Mas nao podemos culpar os profe: m ter suas responsabilidades. De ma- ja numa disciplina. Con- ercicios pedagégicos S sores pela auséncia dessas pra- ticas, embora cles também po neira geral essas praticas nado estavam presentes em sua formacao para © magistério € sao por eles ainda desconhecidas. Por isso a inclusio delas no cotidiano da escola demandara preparo e agentes catalisadores. Os professores deixados a sés dificilmente realizarao atividades desse tipo. Antes de serem incorporadas, essas priticas requerem ser objeto de reflexio. Que competéncias os professores precisam ter para de- senvolver esse tipo de ac: porados no fazer pedagégico? O que eles demandario de profe res € alunos? Sio questdes a serem respondidas de pronto. Como alerta Fazenda (1996: 55), “se a escola resolve simplesmen- te buscar essas abordagens sem uma prévia reflexio © sem uma devida >? Como esses exercicios podem ser incor- so- preparacio, corre muito mais 6 tisco de encontrar resultados pifios Jque sio desanimadores por natureza] do que conquistas © avancos. Obsticulos de ordem institucional, epistemologica, cultural e de for- macgio de pessoal capacitado sao alguns dos que devem ser superados”. Exereicios de interdisciplinaridade ou de multidisciplinaridade e a pedagogia de projetos que, como os computadores, podem parecer solucdes imediatas, quase migicas, colocam desafios ¢ demandam um sna escok tempo para que possam cfctivamente integrad Mas 0 exercicio da interdisciplinaridade vira antes. A ele se ajustara © computador como recurso ou instrumento, Existem alguns aspectos do computador, quando utilizados na escola, que hoje sao atrativos € envolvem efetivamente os alunos. Lim exemplo disso est4 no uso de aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. 60 A TECNOLOGIANO ENSINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGEM GOODSPEED, J. (1992). About Shan ideas about educational reform. Ir a man with provocative ‘annings, T. R.; Finkel, L. (Ed) The technology age classroom. Wilsonville: Franklin, Beedle & Associates Incorporation. HERNANDEZ, F; VENTURA, M. (1998). 4 organizacdo do curvicnlo por projetos de trabalho, 5, ed. Porto Alegre: Artmed. LAMP, R..G. (1989). Educagio com qualidade: meta inadiavel. Tecnologia Ediacional, 22: 61-62. LITTO, F. M. (1996). Repensando a educacio em fungio de mudan- cas sociais e tecnologicas recentes. Em: Oliveira, V. B. (Org.) Informatica em psicopedagogia. Sao Paulo: SENAC. MACEDO, E. F. (1997). Novz A. F. B, Org,). Carriculo: questoes atnais. Campinas: Papirus. tecnologias ¢ curriculo. Em: Moreira, MADIAN, J. (1992). In the midst of restructuring, our only hope is s knowledgeable teacher, Em Cannings, T. Rs Finkel, L. (Ed.) The technology age classroom. Wilsonville: Franklin, Beedle & Associates Incorporation. MARINHO, S. P. (1998). Educagao na era da informacéo: os desafios na incorporacéo do computador na escola. Tese, Doutorado em Educa- cio Sao Paulo: Pontificia Universidade Catélica de Sio Paulo, 361 p. MASETTO, M. T. 2000. Mediagio pedagégica e 0 uso da tecnologia. Em: Moran, J. M.; Masetto, M. T.; Behrens, M. A. Novas tecno- Jogias ¢ mediacao pedagégica. Campinas: Papirus. EIROS, M. FE. de (1989). Repensar a tecnologia da educagio: 0 compromisso social e a tecnologia ou a pseudotecnologia? Tecnologia Eiducacional, 17/18:11-21. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. A Tecnologia e o Ensino Universitario: avaliando perspectivas educacionais Marcia Adriana da Silveira’ Maria Cristina Rodrigues Azeredo Jol? Ha uma premente necessidade de se fazer uma alteragio no sistema de Ensino Superior, por meio da insergao de novas tecnologias da informagao ¢ comunicagaéo no processo tradicional de ensino-aprendizagem, uma vez que a globalizagio tem apontado para a necessidade de formacao de profissionais comprometidos com sua realidade ¢ competentes para solucionar problemas criativamente. A Universidade deve se constituir em um centro, cuja fun- 10 primordial é 0 avanco do conhecimento e€ nao uma simples instancia para a reprodugio idcoldgica. Os avangos do conheci- mento devem ser aplicados a realidades sociais especfficas, na tentativa de modificar problematicas ¢ ajudar a resolver proble- mas, como também, prever formas futuras do conhecer. Segundo Moran (2001), muitas formas de ensinar hoje ja nao mais se justificam, pois perdcu-se muito tempo aprendendo-se pouco, além do fato de muitos alunos ¢ professores terem a sensacao de que as aulas convencionais 1. Mestre em Psicologia pela Universidade Sao Francisco ¢ Docente da Universidade Sao Francisco. 2. Doutor: em Psicologia pela USP © dovente da Universidade Francisco. 66 NO EASINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGEM, mostram-se ultrapassadas. Face aos desafios atuais enfrentados pela educacao, em todos os niveis, faz-se necessaria sua adapta- cao 4 demanda social, utilizando, para tanto, recursos mais cria- tivos e fazendo que os alunos desenvolvam habilidades de bus- ca seletiva da informagao util, atual ¢ de aplicagao imediata, pois, em diversas areas do ensino 0 uso de microcomputadores e 0 desenvolvimento de programas informatizados fazem parte do cotidiano académico. Mas em que diregio mudar? Como ensinar e aprender em uma sociedade mais avangada tecnologicamente? As propostas mais modernas de educagio consideram © individuo como um todo integrado, inserido ¢ em constante troca com 0 meio sociocultural, ¢ a partir dessa nova premissa de ensino-aprendizagem, diz Moran (2001), muitas instituigdes estao investindo na implantacio de tecnologia telematica de alta geracio, com o intuito de conectar alunos, professores ¢€ administracgao. Sem diivida, a tecnologia permite ampliar 0 conceito de aula, de espago de tempo e de comunicagao audiovisual, estabclecendo novas pontes entre o prescncial ¢ © virtual, por meio de ensino a distancia, educacao continua ¢ de cursos de curta duracio. Neste novo contexto, ensinar exige muito mais flexibilidade, processos mais abertos de pesquisa e de comunicagao e menos contelidos fixos. Para Behrens (2001), 0 profissional do futuro precisa ter competéncia para ser autonomo na produgio de conhecimen- strema- tos € ser acessivel para coletivizé-los em grupos. mente importante saber criar se as idéias, ser perspicaz, ativo € envolvente. O aluno universitario precisa pesquisar ¢ acessar informacoes ininterruptamente, frente ao avanco das ciéncias € ao acelerado processo de produgio do conhecimento. Todo individuo engajado neste proces interdisciplinar de aprendizagem seri nao 0 aprendiz mas, a s projetos, saber vender s oO medida que se familiarizar com as técnicas & quesitos basicos, 6 criador de novas estruturas, novos conteddos, Novos métodos, sera motor de transformacio, (Fazenda,1996) Sabe-se, todavia, que os paradigmas tradicionais da educa tornaram-se ineapazes de lidar com as constantes mudang: A TECNOLOGIA E.G ENSINO UNIVERSITARIO; AVALIANDO PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS 67 ocorridas na sociedade nos ultimos vinte ou trinta anos, no tocante a comunicagao e€ aos processos de informagao de todos os tipos disponiveis para o cidadio comum. A educacao, na tentativa de adaptar-s constante de evolucao, buscando diferentes formas de so de aquisicio do conhecimento. novas demandas, esta em processo contribuir no proce: Recursos mukimidia como televisio, biblioteca, musica, teatro sio utilizados como forma de variar a sistematica de ensino centrada no profes processe, Modificar essa concepcio da educacio implica em criar alternativas de aprendizagem, com as quais os alunos, por meio de pesquisas ¢ projetos colaborativos, possam construit 6 conhecimento. (Litto,1996; Joly, 1999) Ainda hoje, alguns professores que usam computadores, sor, que, em varios casos, € 0 centro do yéem esta maquina como um meio auxiliar de ensino ao inv de ser parte integrante do processo educacional. (Benjamin,1988) E necessario, segundo Joly (1999, p. 80), repensar o papel das instituicées de ensino, desde a escola fundamental até a Universidade, para possibilitar que a aprendixacem das habilidades basicas esteja inserida num contexto cultural ¢ bistorico com fins sociais, podenda principais metas a serem atingidas para garantirmos educacio de qualidade aos nossos estudantes, A competéncia para utilizar os recursos tecnoldgicos preci ser adquirida por intermédio do desenvolvimento de habilidad basicas relativas a leitura, 4 escrita e a0 céleulo aplicads rv esta uma das catacteristicas dos equipamentos multimidia que exigem leitura digital de icones ambientes de aprendizagem em busca de conhecimento e¢ telagGes sociais mais efetivas. Torna-se imprescindivel que as sons © imagens, reconstruindo-se novos instituigdes de ensino se conduzam para a formacao de individuos capazes de lidar, de modo ctiativo ¢ critico, com as novas tecnologias em seu dia a dia. (Hartman, 2000; Enciso, 2000; Leite, Pocho, Aguiar & Sampaio, 2000) As tecnologias de comunicacéo nio mudam, necessaria- mente, a relacao pedagogica entre professor ¢ estudante. Elas apenas servem para atualizar uma suposta visio conservadora e individualista, transformando-a em uma visio progressi: a, que 68 A TECNOLOGIN No ENSINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGEM, permite aos alunos € professores pesquisarem e comunicarem- se com seus pares de outras cidades, estados ou paises, e, conse- qiientemente compartilharem seus conhecimentos e publicé-los. Além dis 0, s tecnologias de comunicacao possibilitam agdes criticas ¢ transformadoras, por meio das quais o estudante tera oportunidade de participar de situagdes de produzindo o mundo real, quer propondo problemas a serem resolvidos, favorecendo entao a aprendizagem cooperativa na construcdo e produc tecnologias cooperam para o desenvolvimento da educacio em sua forma presencial, uma vez que podem ser usadas para dina- imulacdo, quer re- o do conhecimento. Essas novas mizar aulas em cursos presenciais, tornando-os mais vivos, inte- r ntes © mais vinculado: nova realidade de estudo, de pes- quisa e de contato com os conhecimentos produzidos, Coope- ram tambem e¢, principalmente, para o proc gem a distancia (virtual), uma vez que foram criadas para aten- der a esta nova nec sploram a maxima velocidade no atendimento as demandas, 0 trabalho informacé so de aprendiza- idade ¢ modalidade de ensino. E com as em tempo teal, bem como 6 uso de ima- gem, som ¢ movimento simultaneamente. Colocam professo- tes ¢ alunos trabalhando ¢ aprendendo a distancia, dialogando, discutindo, pesquisando, perguntando, respondendo, comuni- cando informacoes por meio de recursos que permitem a estes interlocutores, vivendo nos mais longinquos lugares, encontra- rem-s . Profes especialistas, grandes autores ¢ pesquisadores, que para muitos seriam inacessiveis, gracas a esses recursos, agora ji podem ser encontrados (Litto, 996; Leite, Pocho, Aguiar & Sampaio, 2000). © enfiquecerem-se com contatos mutuos ores As instituiges de ensino devem se adaptar a este novo rumo da educagao, fazendo uma teorganizacao fisica dos prédios, salas de aula mais funcionais ¢ em menor quantidade, todas elas com acesso a Internet, a fim de que o aluno busque noyos materiais para a solucio de problemas. Com isso, os processos de comunicagio tendem a ser mais participativos, ¢ a berta, interati telaciio professor-aluno fica mais va, além de propiciar uma integracéo mais profunda entre a socicdade ¢ a escola, entre a aprendizagem ¢ a vida, na qual o importante & aprender © nfo A TECNOLOGIA E 6 ENSINO UNIVERSITARIO: AVALIANDO PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS, 69 impor um padrio tinico de ensinar, Ensinar nao é sé falar, mas se comunicar com credibilidade, é falar de algo que se conhece intelectual e vivencialmente, coneribaind para o avan¢o do grau de compreensao de tudo 0 que . Para tanto, ensina-se melhor se for mantida uma atitude hunilde e confiante para com a vida, tentando sempre aprender, comunicar € praticar em cada momento. Ensinar usando recursos tecnoldgicos pode significar uma revolugio nos paradigmas atuais do ensino. (Moran,2001) Leu e Kinzer (2000) consideram que prever a natureza das habilidades basicas necessarias para o novo milénio pode ser uma tarefa impos: segundo Joly (1999), deve considerar nao somente a qualidade ores & ivel. A avaliagio dessas habilidades no futuro, e a natureza das informacoes utilizadas pelos prof aprendizes, mas, principalmente, © investimento técnico € profi: de ensino na capacitagao de seus docentes para o uso de informacdes tecnolégicas que facilitem ional das instituicd a comunicacio globalizada, visando a formagio de individuos auténomos, capazes de lidar com novas tccnologias ¢ linguagens € de responder a novos ritmos € processos de aprendizagem. Atualmente, a mais importante manifestacao dessas tecnologias de trabalhos em rede é a Internet. Faz-se necessatio, portanto, o desenvolvimento de projetos educacionais voltados para o uso da Internet, em destaque. A INTERNET & seus R: EDUCACIONAIS ECURSOS O termo Internet refere-se a conhecida rede de computa- dores que surgiu no final dos anos sessentas, provavelmente de um convénio entre a Advanced Research Project Agency (ARPA) do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, universida- des ¢ algumas empresas privadas com a finalidade de manter om s durante a guerra. A segutanca informagoes confidenci partir do inicio da década de 1980, a Internet, foi adaptada aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. A TECNOLOGIA E.0 ENSINO UNIVERSITARIO: AVALIANDO PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS 73 Internet, com recursos ¢ enderecos, sera facil em virtude das miltiplas interfaces planejadas para todos os niveis escolares. Os livros raramente serao tetirados das bibliotecas, ao contrario, os jovens pesquisarao por intermédio de CDs, videos ¢ ainda usarao recursos da propria Internet. Sob © ponto de vista curricular, a Internet pode ser usada para projetos tutoriais, cursos a distancia, teleconferéncias, correio cletronico, listas ¢ grupos de discussio, dentre outros recursos ¢ linguagens digitais de que atualmente dispomos € que podem colaborar, significativamente, para tornar o processo de educagao mais eficiente. (Carneiro,1997; Moran,2001) A utilizacao da Internet como apoio ao aprendizado tem sido amplamente analisada, sendo que diversos projetos e ambientes vém sendo topicos de pesquisa, uma vez que ha mudanca nao somente no paradigma educacional, no qual 0 centro passa a ser o aluno, € a aprendizagem, © processo mais importante (nao o ensino), mas também na forma de aquisigio de conhecimento, ji que o processo “aula” nao é necessariamente sincrono, sendo possiveis interagdes assincronas com aumento da qualidade ¢ estimulo & cooperacao ¢ a interatividade. Delisio (2001) relata que estudantes de uma escola mé- dia de Greece, em Nova York, usaram a Internet para pesquisar ¢ se transformar em alguns agentes da Histéria, tais como: um soldado da Guerra Civil Americana, um astronauta pre- parado para fazer a primeira viagem & Lua e um observador da Convencio Constitucional. Os estudantes, com /aptops emprestados da escola, escreveram pequenas histérias sobre os temas acima arrolados e, posteriormente, caracterizados como participantes dos eventos, fizeram uma apresentacio para seus colegas em suas salas de aula, como produto final s pesquisas. Cada grupo possufa um diretor de projeto, que personalizou a cépia final da histéria ¢ supervisionou a de su: criaglio da apr ZOU a entagio; um técnico de som, que sonori apresentacao; ¢ um coordenador de graticos, responsavel pe- ilustragGes para a apresentacao, Esse projeto interdisciplinar contou com a colaboragio de trés profissionais: um profe: sor de artes, um prof or de estudos sociais ¢ 0 bibliotecario aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. Referéncias BEHRENS, M. A. (2001), Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. Em B. R. Moran (Isd.) Noras decnologias e mediagév pedagéeica, (pp. 67-132). Sio Paulo: Papirus. BENJAMIN, T. L. (1988). A history of teaching machines. Averican Paychological Association, 43-9, 703-712, September. BERTHIAUME, J. (2001). The nar role of teachers, {On line]. Disponi- vel: www.techlearning.com/db_area/archiver/ WCE /archives/ berthiam.hun! CARNEIRO, M. L. EF. (1997). O impacto de um Web Site educative sobre o proceso ensino-aprendizagem. Teabalho apresentado no XXV Con- sino de Engenharia, Salvador, BA, outu- gresso Brasileiro de Ei bro. CARROLL, M. (2001). Internet surfing in an elementary elassroom: Students and teacher negotiate the waves. \On-line]. Disponivel: www.readingonline.org/articles/art_index.asp?, september. DELISIO, E. R. (2001). WebQuest Sends Students Back in Time. {On-line}. Disponivel: www.education-world.com/a_tech /tech073.html AASO, P. E. (2000). What will be the influences of media on literacy in the next millennium? Reading Research Quartely, 35- 2, Apr/mai/ june. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. Alfabetizacién tecnologica en extremadura: profesorado, generacion de contenidos y conectividad Dunia Hassan Montero Antonio Marin Ruiz Cuando se habla sociedad de la informacion, se piensa generalmente en tres elementos clave: redes de telecomunicaciones, conectividad y recursos humanos. Se entiende que estos tres elementos son garantia de funcionamiento de la red y de que se pueda llegar a obtener de la misma un alto rendimiento. Sia ellos se une una concentracién humana clevada, buenos servicios de traduccion y de hosteleria, aeropuerto internacional, redes de comunicaciones por ferrocarril o carretera, mano de obra barata y/o altamente cualificada, etc. puede hablarse de un foco importante de desarrollo en la era de la Sociedad de la Informacién. Qué lugar espera a ciudades, regiones o | con los requisitos descritos? Previsiblemente la infomarginalidad y, de su mano, bajos niveles de desarrollo social y econémico. La extension de las Tecnologias de la Informacién y de la Comu- aises que no cuenten nicacién (TIC), no obstante, abre posibilidades puntuales a regiones que, como Extremadura, arrastran retrasos hist6ricos. Sobre la posibilidad de desarrollo econdmico que ofrecen las tec- nologias de la informacion y comunicacidn a las regiones deprimi- J. Técnica del Proyecto Infodex. Junta de Extremadura 2. Director Secretariado de Comunicacién da Universidad de Granada; Ex-director de Intodex aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. 88 A TECNOLOGIA NO ENSINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGEM el uso combinado de Internet y correo electrénico en las relaciones entre el gobierno federal y las empresas. Inmediatamente después, la de sociedad de la informaci- patticipacin ciudadana en las iniciati 6n dio lugar al primer “Iisernet day”: mas de 250.000 voluntarios se afanaron en tender fibra 6ptica en 40 estados. Actualmente 1 de cada 2 nuevos empleos creados en EE.UU, pertenece al sector de las TIC. A partir de 1994, la Union Europea tomé conciencia exacta de que estaba en vias de perder el tren de las TIC, de Internet mas exactamente. Se destacd entonces, especialmente, la importancia que para la cohesion social y econémica tenia la sociedad de la informacién jon en Europa (“An assessment of the Social and Economic Cohes Aspect of the Development of the Information Society in Europe”). Documentos como “eEurope: una sociedad de la informacion para todos” (Comision Europea, junio 2000) 0 “Estrategias para la creaci6n, de empleo en la sociedad de la informacién” (Comisién Europea, febrero 2000) vienen a incidir, asi mismo, en la necesidad de la construccién de una sociedad de la informaci6én europea. En cada uno de estos documentos sobresale la importancia que se concede a la formacién. En eEurope, por ejemplo, se establecen incluso calendarios de actuaciones, Mas adelante nos referiremos a ellos, Al mismo tiempo que en BE,UU. o en Europa, ottos estados han llegado a la conviccién de que no habra innovacion en ningun ambito de la vida econémica sin el uso de las tecnologias de la informacién. Asi, gobiernos como los de Canada, Japon, Nueva Zelanda, Israel, Brasil, etc. han disefiados estrategias nacionales en materia de la Sociedad de la Informacion; al tiempo que los estados mas desfavorecidos y organizaciones no gubernamentales llaman la atencibn sobre la necesidad de extender las TIC al conjunto de los ciudadanos de un mundo que camina hacia la globalizacion total. Lai SITUACION EN Espana (I): LA POLITICA NACIONAL DE SOCIEDAD DE LA INFORMACION, enté la iniciativa Info XXI. Suce: sta Lniciativa han precedido a toda En 1999, el gobierno espaol pr a5 as en escena de rucdas de prensa y pues aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. o4 A TECNOLOGIA No EXSINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGEM. 4. CREATIVIDAD ESPANOLA EN LA RED El mencionado Plan propone la digitalizacién y puesta en red de contenidos de artes € industrias culturales, asi como creacion y difusién de nuevos contenidos digitales con tecnologias innovadoras. Para ello el Ministerio de Ciencia y Tecnologia invertira 11.210 Mptas. El plazo de ejecucién es el 2.001-2.003. Como acciones complementarias, se recoge la participacién en el programa “CIBERMEDIA”: contenidos digitales iberoamericanos (Ministerio de Ciencia y Tecnologia) y la participacién en el programa e-Content: contenidos digitales de la Unién Europea (Ministerio de Ciencia y Tecnologia). En Extremadura destacan la Red de Museos de Extremadura y sus exposiciones, asi como el portal cururaextremadura.com y la edicion digi- tal del Boletin Cultural Eco de la Consejeria de Cultura, que incluye, entre otras cosas, visitas virtuales a museos, exposiciones, patrimonio cultural, etc. Entre las iniciativas que han sido aprobadas en la convocatoria europea Leonardo se encuentra el proyecto “e-Content”, promovido por la Direccién General de Sociedad de la Informacion de la Junta de Extremadura y en el que participan seis entidades espanolas mas y nueve organizaciones e€ instituciones francesas, italianas, lituanas, porniguesas, checas € inglesas. Los objetivos principales del proyecto aprobado son la generacién de contenidos multimedia dentro de las empresas del sector audiovisual, con el fin de permitir que éstas se anticipen a las necesidades que crear la emergente Sociedad de la Informacién, y la mejora de la competitividad de las firmas de este sector. Entre los tema especificos que “e-Content” abordara, destacan el del uso de las tecnologias de la informacién con fines pedagdgicos, a través de la generacion de contenidos multimedia adaptados a los distintos ciclos educativos y formativos, y la creacién de una plataforma transnacional de intercambio de experiencias y pricticas. Una vez mas cabe cuestionarse como va a coordinarse el Plan Info XXI en este area con las iniciativas extremefas ya en desarrollo. Podriamos continuar contrastando acciones del Info XXI por desarrollar y acciones llevadas a acabo o en desarrollo en Extremadu- tia tan larga como las area que pretende abarcar el Plan Nacional (Portal de Turismo espafiol; el Medio Ambiente en la Red; Patrimonio Historico en la red; Identificacién y control del ganado; Portal Proyecto CERES; el DNI electronico: ra, pero la lista s de Salud; Seguridad clectrénica: aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. ALFABETIZACION TECNOLOGICA EN EXTREMADURA: PROFESOR ADO, GENERACION., 107 — Disponer en todos los centros médicos de Extremadura de acceso a las tecnologias de la informacion (voz, datos imagen). remefias conozcan las — Conseguir que las PYMES ex posibilidades existentes en la regi6n para acceder al comercio electronico y lograr un crecimiento significativo del numero de PYMES extremenas que realicen comercio electronico. — Lograr que los empresarios extremefios comiencen a desarrollar nuevos negocios aprovechando alguna de las posibilidades que ofrecen las TIC. Para trabajar con cada uno de estos objetivos, se establecid un Plan de Accién articulado en cinco grandes program: a. Programa de acceso a Redes Avanzadas de Telecomunicaciones. b. Programa de implantaci6n de las telecomunicaciones en la e Administracion Extremena. c. Programa de acceso de los centros educativos extremefios a la Sociedad de la Informacion. d. Programa de impulso de las telecomunicaciones en la sanidad extremena. e. Programa de fomento de la Sociedad de la Informacion entre las PYMES de Extremadur: Los PROYECTOS EDUCATIV OS Y DE ALEABETIZACION TECNOLOGICA EN FIXTREMADUR-1 1, INFODEX — RED TECNOLOGICA EDUCATIVA Mediante este proyecto se pretende transformar los métodos educativos através de la incomporacidin del ordenador en el aula, 4 razon de 1 equipo aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. CAPITULO V aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. 120 A TECNOLOGIA NO EXSINO: IMPLICAQUES PARA. A APRENDIZAGEM Leu ¢ Leu (2000) propoem que, por meio de Projetos Educacio- Internet, os alunos possam aprender a aprender com a apren- dizagem colaborativa entre pares de diferentes classes, escolas € regi- nais via des geograficas, Lssas atividades favorecem nao somente a leitura cri- tica das informagoes a screm sclecionadas, mas também a escrita das mensagens eletronicas entre os grupos de trabalho, além do registro edigao das informagoes pertinentes ao projeto, resultando em oportu- nidades muito especiais para se implementarem as habilidades de lei- tura e escrita, Beazley (1989), visando a tealizar experiéncias reais que envolves- sem ler ¢ escrever por intermédio do computador, numa perspectiva de des nvolvimento de Projetos Educacionais via Internet do tipo per pai, claborou um projeto colocando em interacio dois alunos de dois paises diferentes comunicando-se. Os objetivos do projeto foram: (1) promover a comunicagio ¢ a experiencia lingiiistica do aluno com seu idioma € com 0 estrangeiro em situacio real, por meio de mensagens ja computador a um aluno de outro pais; (2) pro- porcionar oportunidade para a troca cultural de escritas ¢ enviadas informagoes € experi- éncias por intermédio da leitura ¢ escrita; (3) motivar os interes lingtiisticos do aluno; (4) famili nicacées internacionais; (5) desenvolver habilidades com o teclado. Os alunos iniciavam sua comunicacao com os parceiros interna- cionais por meio de uma carta referente ao desenvolvimento de um determinado tema. A partir dai, cada aluno elaborava um relatério para scu parceiro internacional contendo 0 maior mimero de infor- macdes sobre o tema em sua propria cultura. Os temas mais comuns vax o aluno com 0 uso de telecomu- foram passatempos, esportes, muisica, historia ¢ alimentacio. Ativida- des como ¢laboracdo de poesias, artigos de jornal ¢ didlogos sobre questoes sociais com relevancia para o pais ¢ 0 mundo (energia nucle- ar, fome, guerras, ecologia, dentre outros) foram decorrentes. Os resultados obtidos indicaram que 0 projeto possibilitou aos alunos: identificarem a importancia da leitura para a escrita; utilizarem um processo eficiente de escrever composto por revi- sdes, eliminacao/inclusao e edigao de mensagem; desenvolverem cuti-las; u! competéncia para gerar idéias © di m melhor a lingua gem facilitando, d Ao da expressio de sua se modo, a compreen escrita © a motivacgio para aprenderem uma lingua estrangeira. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. 124 A TECNOLOGIA No EXSINO: INPLICACOES PARA. A APRENDIZAGEM compreenderem, interpretarem, analisarem os textos lidos e sobre eles emitirem uma opiniao. Historicamente, © livro impresso tem sido o meio mais impor- tante de difusio do conhecimento e 6 suporte dos principais registros da humanidad surgiram novas formas de comunicagao desse conhecimento. Em um futuro proximo, o formato padrao de circulagado da informagao sera o texto eletronico. Estima-se que, com a crescente diminuigio do ta- manho dos computadores ¢ de seu custo, em menos de duas décadas, Mas, a partir do aparecimento dos computadores, havera no mercado tantos titulos de livros eletrGnicos quanto se tém hoje de titulos impressos. Atualmente, muitos livros, revistas, jornai: enciclopédias, documentos ¢ material de referéncia podem ser adqui- ridos em CD-ROM ou consultados por intermédio das redes de com- putadores em bibliotecas e centros de informagées, cujo acervo é& digital. Dessa forma, a participacao do individuo na cultura passa a ser ‘0 € utilizagio da multimidia pelos multimeios. (Andetson-Inman & Horney, 1997a; Reinking, 199 Alvarez, 1998; Ande: |, 2002a; Leu, 2002b) As formas eletrénicas de leitura ¢ escrita exigem novas manciras de medida ¢ avaliada pelo sew aces son-Inman,1998; Let conceber a leitura € a escrita como meios de aquisigio de habilidade ¢ competéncia, pois, se no texto impresso, 0 espaco fisico é determinado pela pagina impressa que abarca um contetdo estivel ¢ controlado unicamente pelo seu autor, no texto cletronico, o espaco é dinamico, virtual, fluido ¢ temporario, permitindo ao texto maior transitorieda- de e mutabilidade, reduzindo a distancia entre autor € leitor, possibili- tando uma interacio constante € continua entre ambos, exigindo do autor um compromise maior com a veracidade ¢ a autenticidade de seu texto. Isso mostra que transformagdes fundamentais estio se pro- cessando na criacao dos textos, nas estratégias de leitura e na formacio de novos leitores, Sendo uma das fun¢o s basicas da escola formar leitores € es ritores competentes, mudancas na instructo ¢ na tecnologia educacionais devem ocorrer para atender as novas necessidades dos alunos que passam a ler, consultar, estudar, escrever © comunicar-se por meio de documentos eletronicos. (Reinking, 1997; Alvarez, 1998) O hipettesto ~ documento eletronico composto por nticleos ou unidades textuais interligadas que formam. uma estrutura naio-linear — segundo Reinking (1997), de como é particularmente um timo exemplo, aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. 128 A TreNOLOGIA NO ENSINO! INPLICACOES PARA A APRENDIZAGEM programas de treino sobre o desempenho dos sujeitos ¢ verificou a influ- éncia do nivel de escolaridade sobre 0 desempenho em leitura ¢ escrita ctiativas. O procedimento utilizado foi do tipo experimental e contou com avaliagdes inicial, intermediaria ¢ final, por meio da Prova de Criatvidade. O treinamento foi realizado com programas de Leitura, Escrita e Criatividade. Para cada programa foi estabelecida uma avaliacao inicial e final, com pré e pos-testes com provas especificas. A anilise desctitiva e estatistica dos dados revelou que o desempenho dos sujeitos dos grupos ¢ foi qualitativamente superior a0 dos grupos-controle, em- experiment bora diferengas estatisticamente significantes nao tenham sido registradas quando da comparacio entre os grupos, pois todos os grupos revelaram sos significativos em todos os programas de treino ¢ 4 anilise geral progre: dos dados assinala uma possivel interdependéncia entre os trés programas de treino. O Programa de Leitura possibilitou que 35% dos sujeitos dos grupos experimentais ¢ 27,5'%0 dos sujeitos do controle atingissem © nivel de leitura criativa pela utilizacio da literatura infantil. A Técnica de Cloze, independentemente de ser utilizada no modo convencional ou pelo com- putador, mostrou-se motivadora ¢ efetiva para promover a compreen- so critica ¢ criativa. O Programa de Escrita, por meio do computador, revelou-se significantemente superior ao convencional para incrementar a esctita criativa; o convencional mostrou-se mais efetivo para desenvolver a estrutura lingiiistica na producto de textos, O relato dos sujeitos dos grupos experimentais acerca da utilizacio de programas educacionais por computador, como 0 Caca-Palavras e A Terra das Historias, bem como. a observacio de seu desempenho, revela o computador como um instru- mento motivador, interessante e viivel pata aprendizagem. Os grupos de Be 4s treino, principalmente no que se refere a criatividade, a éries foram os que mais progrediram com os programas de inalando-se, por: tanto, a importancia de programas especificos de leitura ¢ escrita que favo- s habilidades, na I+ sultados obtidos indicou uma possivel rie ¢ das competéncias, na 4 recam 2 aquisicio di tic. A anélise geral dos 1 entre os trés programas de treino: leitura, eseri interdependénei ae criatividade. consider: undo Leu Faz-se necessario, frente ae (2002b), investigarem-se as condigdes em que a tecnologia deve ser usada para implementar a compreensao em leitura, ¢ as habilidades em escrita, considerando-se diferentes praticas pedagogicas, alunos com aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. AVALIANDO O USO EDUCACION AL DE RECURS IS TECNOLOGICOS EM LEITURA EESCRITA vistas com pais, professores, dirctores das escolas © com os préprios alunos acerca do programa em si, Foram analisados documentos aca- démicos e planejamentos de aulas dos professores. A avaliagao con- junta desses dados e dos resultados decorrentes do desempenho em escrita revelou ser o uso habitual ¢ freqiiente do processador de texto, como instrumento de apoio 4 aprendizagem e a execugao das ativida- des académicas, 0 responsavel pelos ganhos em competéncia dos alu- nos do primeiro grupo envolvidos, rotineiramente, com essa tecnologia em sala de aula. A maioria das pesquisas realizadas sobre 0 uso do processador de texto, como as descritas anteriormente, tém analisado a qualidade da escrita dos alunos associada aos procedimentos instrucionais utilizados em sala de aula por periodos curtos de tempo (média de 3 a 6 semanas). Esses estudos, apesar de nd possibilitarem avs alunos © uso irrestrito dos processadores de texto, tém evidenciado uma nitida melhora no desempenho em escrita dos sujeitos participantes, 0 que ja justificaria a manuten¢ao do uso dessa tecnologia no contexto educacional. CONSIDERACGES FINALS Os estudos e recursos instrucionais por computador, apresentados anteriormente, revelam sua importancia para a pratica pedagogica, vi- sando 4 competéncia em leitura e escrita, colocando 0 computador como ferramenta educacional importante quando es rada aquela obtida em atividades em que se utilizou material convencio- al. De modo geral, os dados obtidos mostram que a utilizagio do 4 comperéncia é compa- computador leva a uma aprendizagem mais eficiente que a convencio- nal, nao somente por proporcionar avaliacio e retorno imediato desta aprendizagem ao aluno, aumentar a motivacio e individualizar o ritmo da instruco, mas, principalmente, por possibilitar melhora nas habilida- des de decodificacio € fluéncia, por meio da leitura independente asso- ciada simultaneamente @ pronuncia correta das palavras ¢ ainda por co- locar o aluno como agente de sua aprendizagem, por sua interagao com textos eletronicos € producao escrita. (Reinking, 1997; Dahl ¢ Farnan, 1998; Leu, 2002b) aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. REFERENCIAS 139 VALMONT, W, J. (2000) What do teachers do in technology — rich classrooms? em S$. B, Wepner, W. J. Valmont ¢ R. Thurlow (org) Linking literacy and technology. Newark: IRA. VALMONT, W. J. © WEPNER, S. B. (2000) Using rechnology to suport literacy learning em S. B, Wepner, W. J. Valmont ¢ R. Thurlow (org) Linking literacy and technology. Newark: IRA, WEPNER, S. B. (1992) Technology and texts sets. The Reading Teacher, 46(1):68-69 ZHAO, Y. (1998) Design for adoption: the development of an integrated web-based education environment. Jonrnal of Research on Computing in Education, 30(3): 307-328. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. 146 A TEENOLOGIA NO ENSINO: IMPLICAGOES PARA A APRENDIZAGEM um triingulo. E, por outro lado, a falta de qualquer um dos atributos mencionados impede que a figura seja classificada como triangular. Segundo Smith e Medin (1981), uma outra maneira de resumir este aspecto crucial da visio classica é dizer que os atributos que represen- tam um concetto sto singnlarmente necessdrios e conjuntamente suficientes para defi- ni-do, Sex singularmente necessatio significa que todo exemplo do con- ceito deve apresenta-lo. Conjuntamente suficiente implica que toda entidade que agrupe esse conjunto de atributos é necessariamente um exemplo do conceito. Mais um exemplo ajudara a esclarecer este as- pecto fundamental da visio classica. Tomemos 0 conceito de mimero primo, Para que um nimero seja primo cle deve apresentar os seguintes atributos: a) ser somente divisivel por si ¢ b) pela unidade. Ser divisivel por si mesmo é uma condicao necessaria para que um ntimero seja considerado primo. O mesmo vale para sua divisibilidade pela unida de. E. esses dois aspectos sao conjuntamente suficientes, uma vez que todo mimero divisivel apenas por si mesmo e pela unidade necessari- amente um mimero primo. Uma vez aceitos os pressupostos da visio classica, uma pergunta ocorrcu naturalmente aos psicdlogos: Qnais os atributes comuns que servem de base pata a formagdo de concetos? No Jongo dos anos, quatro atributos comuns foram postulados: elementos comuns, relagdes comuns, fun- ges comuns € respostas mediadoras comuns. Uma vez que os trés primeiros elementos sio passiveis de ser objetivamente observados, 0 behaviorismo radical deles se serviu para explicar 0 processo de for- macio de conceitos. Vejamos, entio, resumidamente, como e teo- ria define conceito e como entende seu processo de formagao. A TEORIA BEHAVIORISTA RADICAL FO PROCESSO DE FORMACAO DE CONCEITO f sobejamente conhecido que 0 behaviorismo considera 0 com- portamento que pode ser direta ou indiretamente observado como a. Liste fato implica a rejeicio, como objeto de estudo desta ciéncia, de hipotéticos processos mentais que certa- © objeto de estudo da Psicok aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. Oo) avancos tecnologicos através do uso do computador como meio de comunicagao entre as pessoas, é um fendmeno bastante recente que vem determinando novos tipos de interag4o social ¢ alterado as formas de ensinar e aprender. As escolas atualmente tém condigdes de oferecer cursos a distancia, mais experiéncias praticas através da simulacao das situag6es reais, acesso ilimitado 4 informacao de bancos de dados através do uso da Internet, troca de mensagens escritas entre as pessoas através do corrcio cletr6nico, participagao do aluno em grupos de trabalho ou de discussao e de tele- conferéncias, nos quais tanto poder aprender quanto ensinar, adquirindo conhecimento. Nessa obra ha © desejo de se colocar em discussao esse tema. Os textos aqui presentes retratam as preocupacdes de um grupo de educadores, que atuam e pesquisam na area, em partilhar seu conhecimento e experiéncias sobre a tecnologia no ensino e suas reais implicacGes para uma aprendizagem significativa. |

Você também pode gostar