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Realidade di

Caminhar pela estrada da vida ver a perda: Amores, sonhos, fantasias e iluses

Uma eterna quarta feira de cinzas, sem show nem serpentina. Vagar pelas caladas ver sonhos perdidos, olhares destrudos.

Geraes amarguradas, sonhando com o que poderiam ter sido. Como acreditar que o futuro tem jeito se a criana chora sem comer

Se a me no sabe o que fazer com a dor tambm a lhe comer. O pai pobre coitado foi preso tentando arrumar o que comer

Virou mais um nmero em uma estatstica que no para de crescer Mais um Jos que morre sem ningum saber.

Pobre Jos
Hoje eu to revoltado, pois vi mais um z ningum ser denegrido pela multido s por que no tem escolha nem patro, chamado de vagabundo e vadio.

Nunca lhe ensinaram nada, nunca lhe daro chance, ele nem Deus tem a olhar por ele, por que no paga dizimo ento nem orao recebe nada. Foi jogado pela sociedade no lixo, acabou fugindo e se virando para os vcios.

No por escolha mas por que no tinha mais nada. Viu seu barraco invadido ser destrudo na reintegrao de posse. Pobre Jos voc no tem rosto, morreu vitima do estado, filho da misria ningum deu importncia.

Quando o filho do rico atropelou voc e deixou o morto esperando IML s no outro dia, para vir te buscar pois teu corpo podre estava afastando os clientes da boutique a chegar.

Pobre Jos, voc s um nmero nesse pas de corrupto. Um pas que se diz me mas no cuida dos seus filhos. Ainda tem gente que luta para que outros tantos iguais a voc no morram mesmo sendo chamados de vagabundos e reacionrios por que aqueles que dizem que s o capitalismo salva!

E esquecem de voc Jos por que cada um igual a voc um tapa na cara desses falsos moralistas, morre em paz meu amigo. Mesmo que todo mundo te chame de vagabundo morre em paz, pois s voc sabe o tanto que a vida dura.

Que os sorrisos so falsos. E que o mundo no tem perdo. Voc no existe, uma criao. Mas se torna to real, como imagem de jornal. De um dia qualquer vendendo sangue para quem quiser

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