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Tardes de Domingo

Tiago Caio
Era um domingo nublado, sem sol e nem chuva, o que nessa cidade representa um
calor infernal e as crianas brincavam sem camisas na rua. Carros passavam de tempos
em tempos interrompendo o jogo de futebol dos garotos, mas eles sempre voltavam pra
rua. E foi assim durante toda a tarde, das 14 h s 19 h mais ou menos.
or!m, um dos colegas estava faltando, "o#o. Esse estava adoentado, de cama. $
m#e dele disse para os amigos que ele pegou uma gripe e n#o podia sair. %as ningu!m
se preocupou muito, colocaram um de linha fora e tudo certo. &odos correndo descalos,
nas ruas do ajuara, atr's de uma bola de leite quase esf!rica.
%as o que tava arriado ficou em casa e descobriu um jeito novo de brincar( o pai
lhe dera um pla)station *, novinho, e uma sacola de jogos. +sso pelas suas boas notas no
col!gio, e os elogios que os professores davam por ele ser um aluno muito comportado.
,o outro dia, um sol sorria para todos os -ingamentos dos transeuntes, que
desabotoavam as camisas e abanavam com as m#os. %as, os garotos corriam na rua
+taborai, menos que no dia anterior, pois dois deles foram jogar .ifa com "o#o no
videogame novo dele. ,esse dia a brincadeira foi mais chata, faltava gente para fa/er um
bom jogo.
E parece que foi assim nos dias seguintes, mesmo depois de "o#o melhorar, e
cada ve/ menos garotos iam brincar, 0ustavo ganhou um 1bo- e de repente todos iam a
2an 3ouse em ve/ de jogar bola, perdiam noites de sono fa/endo corujam de C4 e as
notas na escola foram caindo. E, em uma tarde nublada de domingo, quando os pais de
"o#o proibiram ele de jogar at! que ele tirasse notas melhores, estavam l', todos os
garotos correndo atr's de uma bola de leite quase redonda.

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