O documento discute a oração ensinada por Jesus no Sermão da Montanha, comparando-a com as orações dos hipócritas e pagãos. Jesus ensina uma oração íntima com Deus como Pai, sem manipulação ou vaidade, baseada na confiança e no amor. A Oração do Pai Nosso representa essa nova forma de orar, focando a relação pessoal com Deus acima de fórmulas ou lugares.
O documento discute a oração ensinada por Jesus no Sermão da Montanha, comparando-a com as orações dos hipócritas e pagãos. Jesus ensina uma oração íntima com Deus como Pai, sem manipulação ou vaidade, baseada na confiança e no amor. A Oração do Pai Nosso representa essa nova forma de orar, focando a relação pessoal com Deus acima de fórmulas ou lugares.
O documento discute a oração ensinada por Jesus no Sermão da Montanha, comparando-a com as orações dos hipócritas e pagãos. Jesus ensina uma oração íntima com Deus como Pai, sem manipulação ou vaidade, baseada na confiança e no amor. A Oração do Pai Nosso representa essa nova forma de orar, focando a relação pessoal com Deus acima de fórmulas ou lugares.
1 "E, quando orardes, no sereis como os hipcritas; porque gostam de orar em p nas sinagogas, e nos cantos das praas, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que j receberam a sua recompensa. Tu, porm, quando orares, entra no teu quarto, e, echada a porta, orars a teu !ai, que est em secreto; e teu !ai, que v" em secreto, te recompensar." (Mt 6.5, 6). Jesus no est ensinando uma orao privada individualista, mas procurando desmascarar a futilidade do uso publicitrio da orao para o prestgio pessoal. ra assim o estilo dos !ip"critas# $... gostam de orar em p nas sinagogas e nos cantos das praas, para serem vistos dos homens" (v. 5). %ual a primeira recomendao para o discpulo de Jesus, sobre a orao& No orar como os hipcritas: "Tu, porm quando orares entra no teu quarto, e, echada a porta, orars a teu !ai, que est em secreto; e teu !ai, que v" em secreto, te recompensar." (v. 6) 1 'trado de %()*+,, -arlos. Ser o bastante# felicidade . lu/ do sermo do monte. -uritiba# ncontro, 0112. 3. 4556456. 146 + termo grego utili/ado para 7uarto, "tameion", 8 mais sugestivo do 7ue 7uarto. 9Tameion# 8 um dep"sito subterr:neo; a7uele ambiente da casa onde guardamos nossas 7uin7uil!arias, ou algum tesouro escondido 6 por isso 8 lugar de acesso somente dos mais ntimos. <ugar em 7ue ficamos despidos e no sentimos necessidade de nen!uma capa. +rar $no tameion" no 8 apenas orar num lugar, 8 orar com uma condio interior de total transpar=ncia diante do 3ai. > o estado de ser acol!ido pelo 3ai na privacidade da vida, na intimidade solitria, na e'peri=ncia em 7ue no se consegue encenar, at8 por 7ue, le con!ece em secreto 7uem n"s somos de fato. +rar no lugar secreto 8 a orao confidencial, a7uela 7ue somente o 3ai percebe. > uma disciplina espiritual 7ue nos a?uda a crucificar o e'ibicionismo e a !ipocrisia. @endo assim, orar ? no depende de ambiente e sim de ambi=ncia. , se 8 de ambi=ncia, no depende de lugar, gestos e formas. 3odemos orar no 7uarto ou fora dele, a?oel!ados ou no, rosto em terra, com lgrimas ou sem lgrimas. @e?a este lugar um deserto solitrio ou uma noite silenciosa, o importante e significativo na orao 8 manter uma relao ntima de total apreciao pelo 3ai. +rar $no tameion" 8 recol!er6se aos sentimentos no cognitivos, no decodificveis, usufrudos e fludos no sil=ncio do lugar secreto. %ual a segunda recomendao de Jesus sobre a orao& No orar como os gentios ou pagos. "E, orando, no useis de vs repeti$es, como os gentios; porque presumem que pe%o seu muito a%ar sero ouvidos. &o vos asseme%heis, pois, a e%es; porque 'eus, o vosso !ai, sabe o de que tendes necessidade, antes que %ho peais." (v. A) 147 B duas 7uestCes bsicas neste enunciado. Dimos 7ue os !ip"critas se ac!am c!eios de m8rito. Ea se colocarem nas sinagogas e nas praas para serem percebidos pelas pessoas. +s pagos, por sua ve/, apelam para a crena em seus m8todos 6 "presumem que pe%o seu muito a%ar sero ouvidos...$. F est a primeira 7uesto. F segunda 8 7ue no paganismo o adorador relaciona6se com o $sagrado$ com a concepo de 7ue ele (o adorador) tem controle sobre as suas divindades. Gica simples de entender essas relaCes se lembrarmos 7ue tais divindades so dolos 6 portanto, entidades sem intelig=ncia, vontade, iniciativa, enfim, sem poder algum. @endo assim, o orante define, a partir de seus interesses, o 7ue suas divindades devem fa/er. Damos a um e'emplo tipicamente brasileiro, a fim de facilitar a lin!a de raciocnio a7ui e'posta. Flgu8m vai a um terreiro de macumba e negocia com o pai6de6santo para 7ue faa dois trabal!os# um despac!o para 7ue a amante do marido encontre um outro !omem e se?a feli/, e um outro para 7ue o marido volte para o lar original e passe a gostar de casa como nunca dantes. Ho primeiro pedido, poderia at8, se fosse o caso, mudar de id8ia e dese?ar a destruio da amante. Ho estamos avaliando a 7ualidade dos pedidos, mas to6somente as relaCes entre o cliente e o seu dolo. Ho paganismo o orante, atrav8s de um intermedirio, manipula, negocia ou determina o 7ue o dolo deve fa/er. 3ortanto, a7ueles 7ue oram repetindo palavras, ?argCes e f"rmulas na tentativa de inclinar Eeus aos seus dese?os esto orando . semel!ana dos pagos. 148 +s pagos acreditavam 7ue os seus deuses os escutariam pela muita repetio das palavras. 3ara eles, essa maneira de orar representava uma t8cnica cu?a finalidade era manusear a fora divina em servio pr"prio. Ho mundo cristo ! a7ueles 7ue se utili/am de modelos pagos, ac!ando 7ue, $usando a frase certa$, Eeus os ir atender; ou 7uem sabe, usando um argumento forte baseado nas scrituras (uma promessa, por e'emplo), Eeus ir curvar6se aos seus interesses. sses artifcios de manipulao no mudam coisa alguma. Eeus con!ece todas as nossas necessidades e nos atende por causa do @eu amor e prop"sitos eternos. )sto no significa 7ue no devamos pedir. @ignifica, sim, 7ue estamos pedindo a um Eeus 7ue se relaciona com seus fil!os com base no amor e na confiana. Fl8m disso, 8 um Eeus soberano 7ue con!ece todas as coisas e no se permite ser manipulado por nossos interesses egostas e materialistas. > um ser inteligente, com vontade pr"pria e pro?etos eternos, no circunscritos .s limitaCes do ?ogo de interesses imediatistas. Hem mesmo a poderosa frase $em nome de Jesus -risto$ far 7ual7uer sentido se o prop"sito de nossa orao no fi/er parte dos interesses de Eeus. m suma, Jesus est ensinando aos discpulos uma outra forma de se viver uma e'peri=ncia religiosa. -!amamos de $outra forma$ por ser diferente da burocracia imposta pela religio. Mas, na verdade, estava sendo tra/ida de volta a g=nesis da relao livre e espont:nea dos seres !umanos com Eeus 6 + Eeus 7ue, ao mesmo tempo em 7ue cria e domina toda a nature/a, visita6a $na virao do dia$ (In. 2.J), mant8m dilogo com a !umanidade criada, e'pCe planos e pro?etos, estabelece valores e princpios e prescreve limites e fronteiras. + 3ai a 7uem precisamos orar confessando reverentemente 7ue le est nos c8us. 149 O uso publicitrio da espiritualidade A Orao do Discpulo "!ortanto, vs orareis assim( !ai nosso que ests nos cus, santiicado seja o teu nome; venha o teu reino; aa)se a tua vontade, assim na terra como no cu; po nosso de cada dia d)nos hoje; e perdoa)nos as nossas d*vidas, assim como ns temos perdoado aos nossos devedores; e no nos dei+es cair em tentao; mas %ivra)nos do ma%, pois teu o reino, o poder e a g%ria para sempre. ,mm- !orque se perdoardes aos homens as suas oensas, tambm vosso !ai ce%este vos perdoar; se, porm, no perdoardes aos homens as suas oensas, tampouco vosso !ai vos perdoar as vossas oensas." (Mt 6.K645) Jesus no pretende ensinar uma orao a ser meramente repetida na superficialidade litLrgica. Hem uma forma 7ue, somente decorada e reprodu/ida, traga efeitos mgicos . vida dos seus seguidores. +rar, segundo o estilo de Jesus -risto, no se resume . formulao de ?argCes, fraseados bem construdos, mesmo 7ue elaborados com estilo e fundamentos bblicos e teol"gicos. 150 Haturalmente, no descartamos a bele/a de uma orao bem elaborada. +s @almos, por e'emplo, so peas po8ticas elaboradas com muita t8cnica e maestria. Mas a orao a7ui ensinada por Jesus 8 mais do 7ue uma pea po8tica, 8 acima de tudo um estilo de vida a ser desfrutado. Eo ponto de vista da forma e estruturao litLrgica, esta orao ensinada por Jesus 6 e 7ue ficou con!ecida como $o 3ai6Hosso$ no inovou em basicamente nada. F inovao 7ue fa/ a grande diferena entre o "!ai nosso que ests nos cus" e as demais oraCes 8 a seguinte# Abba - Pai - A orao da intimidade + 3ai6Hosso enfoca uma nova maneira de nos colocarmos diante de Eeus, numa profunda e pessoal relao de ami/ade de pai e fil!o. @em esta relao ntima com o 3ai no adiantam formas, lugares, bons !bitos de orao, nem a linguagem rebuscada, correta e burocrtica das liturgias religiosas. +rao ao 3ai, antes de ser um modelo prefi'ado, re7uer uma entrega na base da confiana, um relacionamento alicerado no amor, um dese?o profundo de ser perdoado, acol!ido e amado pelo 3ai. ste aspecto inovador, relacional, com Eeus na orao de Jesus, 8 e'clusivo dele e dos seus discpulos. Jesus comea a orao usando uma e'presso aramaica 6 ",bba ) !ai", com a 7ual o fil!o, na sua mais tenra inf:ncia, se dirigia ao pai dentro de casa, e 7ue significa $papai$. Gora de casa, o pai era tratado por .irie, isto 8, 9sen!orM. > especialmente inovador o modelo de orao inaugurado por Jesus. + 7ue, para a cultura religiosa ?udaica, poderia parecer desrespeitoso no 7ue se refere . forma de algu8m se dirigir a Eeus, era de fato uma maneira in8dita de Jesus e'plicitar a sua intimidade com Eeus. 151 Jesus, ao orar vrias ve/es ",bba ) !ai", no o fa/ia para con7uistar uma intimidade, mas para e'pressar a relao familiar ? e'istente. ,bba ) !ai 8 a orao da intimidade, da depend=ncia, da entrega absoluta e incondicional. ",bba ) !ai" 8 a orao dos interessados e enga?ados nos pro?etos de Eeus. > a orao da7ueles 7ue, independentemente de ad7uirirem ou no coisas e bens atrav8s de suas oraCes, ou mesmo se tiverem de correr riscos por causa do *eino de Eeus, mesmo assim preferem a comun!o com o 3ai. ",bba ) !ai" 8 a orao do Gil!o 7ue confessa# "!ai, se poss*ve%, passa de mim este c%ice- Mas entre a morte e a nossa intimidade, entre a morte e a 7uebra da tua vontade, 8 prefervel a morte$. +rar em nome de Jesus -risto significa 7ue ele pNs o seu nome em risco para os prop"sitos de nossa orao. 3ara fil!os 7ue guardam com o 3ai to estreita relao, ele no somente con!ece as suas necessidades, como tamb8m pode declarar a sua apreciao# $ste 8 o meu fil!o amado em 7uem eu ten!o pra/er$ (Mt. 2.4A). Eeus porventura, diria o mesmo sobre voc=& ",bba )!ai" 8 a orao da7uele 7ue fala com Eeus e ouve a vo/ de Eeus. Os ve/es no paramos para ouvi6lo. +ramos com tanta angLstia 7ue s" n"s falamos. +rao, por8m, 8 uma via !armoniosa de duas mos. 3recisamos falar, mas ! tamb8m outro e'erccio essencial 7ue necessitamos fa/er, 7ue 8 discernir a vo/ mais profunda do sil=ncio de Eeus; e para isto 8 fundamental manter a intimidade com o 3ai. Nosso - A orao da comunidade F orao ensinada por Jesus 8 inovadora por7ue aponta para uma nova maneira de encarar as pessoas na reciprocidade do amor. @e amamos a Eeus, amamos tamb8m os nossos irmos. @e somos perdoados por le, tamb8m perdoamos os nossos irmos# "perdoa)nos ( ... ) assim como ns temos perdoado (v. 40). 152 Ha tradio religiosa ?udaica era con!ecido o perdo oferecido por Eeus .7ueles 7ue oram, mas em nen!uma tradio encontra6se a orao onde a7uele 7ue ora perdoa seu irmo. Ha orao6estilo6de6vida a7ui apresentada, orar no 8 uma ao privada6 individualista. 3or mais parado'al 7ue possa parecer, orar 8 a incubao da ami/ade com Eeus na intimidade, e em lugar secreto, sendo ao mesmo tempo vivida e ensinada no lugar mais elevado, . vista de todas as demais dimensCes e relaCes da vida. -omun!o com os irmos fundamentada no amor, na reciprocidade do perdo, algo essencialmente novo na orao do $3ai Hosso$. F primeira pessoa do plural usada na orao de Jesus evita 7ue a orao6estilo6de6vida caia nas prticas espiritualistas, onde a pessoa 8 estimulada a sair de si para o al8m, ou nas prticas !umanistas, na busca de si para si mesmo, provocando um e'cessivo isolamento da vida comunitria. F orao6modelo6de6vida ensinada por Jesus 8# 93ai nosso#, $po nosso", 9perdoa as nossas dvidas, assim como ns perdoamos aos nossos devedoresM; 9no nos dei'es cair em tentao, mas livra nos do mal...M. + 3ai6Hosso 8 a orao 7ue brota frutos no outro lado da porta e ?anelas do 7uarto. + $nosso$ 7uebra a tentao da orao privada6individualista. + 7uarto, "tameion", 8 o ponto de partida, o dep"sito subterr:neo onde Eeus planta em nossos coraCes a semente do amor, regada e fertili/ada pela comun!o com le. 3or8m, os frutos dessa semente germinam no relacionamento familiar, na conviv=ncia com os irmos e amigos, no trato amvel e reconciliador diante de relacionamentos desgastados, na consci=ncia de nossa vocao e, conse7Pentemente, na eficcia de nosso minist8rio. "!ai &osso" 8 a orao 7ue nos pro?eta da ami/ade com Eeus para um maior afeto com os fil!os. > a orao cu?o canal transcende, indo ao trono da graa e desembocando na concretude da vida. "!ai &osso", por7ue Eeus 8 pai do irmo 7ue sem motivo se irou contra voc=. 7uem ora ao 3ai no consegue ficar diante do altar da liturgia sem primeiro reconstruir o altar da ami/ade, uma ve/ 7ue no e'iste no estilo de Jesus a orao ao "meu 3ai$, e sim ao $3ai nosso". %uem ama a Eeus ama tamb8m ao pr"'imo. 153 "!ai &osso" 8 a orao do Iets=mani com a comunidade dos discpulos amados, 8 a transfigurao com 3edro, Qiago e Joo. > a orao sacerdotal, cu?a =nfase concentra6se na conflu=ncia dos relacionamentos. "/omo s tu, " !ai, em mim e eu em ti, tambm sejam e%es em ns" (Jo 4A.04). + 3ai6Hosso 8 a orao do "po nosso de cada dia". + po nosso de cada dia 8 um pedido para o suprimento material. 3edimos e recebemos o po de cada dia. Flguns, al8m do po de cada dia, possuem o po acumulado para cin7Penta, cem anos. + po nosso passa a ser um problema da nossa falta de espiritualidade, 7uando o outro no o tem. 3ara muitos, o !ai nosso pode ser compartil!ado, dividido; mas o po, este dei'a e ser nosso, 8 um dolo 7ue s" na re/a, na burocracia religiosa, pertence a comunidade. + 3ai6Hosso 8 tamb8m a orao do po de cada dia do outro. > a orao do despo?ado, pobre de esprito, motivado pela sensibilidade e compai'o de repartir com o outro o 3o da Dida e o po da terra. > a orao da reciprocidade do perdo# "!erdoa as nossas d*vidas, assim como ns temos perdoado aos nossos devedores". <ucas fala de oensas. J Mateus fa/ refer=ncia a nossas d*vidas. 3rovavelmente seu rigor como cobrador de impostos, sem nen!uma complac=ncia com seus devedores inadimplentes, o fa/ estupefato diante da miseric"rdia do 3ai revelada em Jesus -risto. F capacidade de perdoar ad7uirida no e'emplo do discpulo 8 conse7P=ncia do perdo ? recebido de Eeus. Eesse modo, o discpulo perdoa, no para ser perdoado por Eeus, mas por con!ecer, em sua pr"pria e'peri=ncia de comun!o com Eeus, o 7uanto 8 importante e libertador o poder do perdo recebido da parte de Eeus# "!orque se perdoardes aos homens as suas oensas, tambm vosso !ai ce%este vos perdoar; se, porm, no perdoardes aos homens as suas oensas, tampouco vosso !ai vos perdoar as vossas oensas" (v. 45, 45). 154 Eavi fala de como o pecado l!e consumia os ossos, abatia corao. Mas ele entendia tamb8m 7ue a confisso pessoal e pLblica era uma porta aberta para acol!er o perdo de Eeus e sentir6se sarado (@) 54; 412). Jesus e'ercitou o perdo em todo o seu minist8rio. 3erdoou uma mul!er adLltera diante de seus acusadores, perdoou 3edro depois de este o !aver negado tr=s ve/es. -oncedeu perdo aos algo/es 7ue o torturaram na crucificao. 3edir perdo e perdoar 8 uma vocao dos discpulos de Jesus. > a vocao da libertao plena, pelo e'orcismo de todas as formas de acusaCes. 3erdoar 8 uma via de duas mos, uma e'peri=ncia 7ue s" 8 possvel na primeira pessoa do plural. -onfisso e perdo so disciplinas espirituais na perspectiva de sanar por completo as nossas dvidas 6 pecados de nossa comunidade. , se os pecados so nossos, as tentaCes tamb8m o so. Qudo indica, ento, 7ue as tentaCes de prestgio, fama, ter e poder, e tantas outras, so resultado das interaCes !umanas, so decorrentes de uma con?untura, e um emaran!ado de sistemas e conviv=ncias 7ue todos n"s fomos responsveis em construir. Ee maneira 7ue, se algu8m 8 tentado, 8 tentado tamb8m por uma ambi=ncia da 7ual toda a comunidade 8 responsvel. 3ortanto, Jesus nos ensina a orar pelas tentaCes 7ue so nossas e no de um membro do corpo em particular. " ... e no nos dei+es cair em tentao ... $. Hesses termos, orar 8 a intercesso ntima, profunda, comprometida com a superao da crise de tentao da comunidade. > o gemido para 7ue o @en!or nos %ivre do ma%, por7ue se este ferir um membro do corpo, todos os outros membros sofrero com ele. 3orventura sofremos com a dor da mul!er marginali/ada, da criana sem teto, do ndio di/imado& Eo irmo 7ue no conseguiu resistir . tentao da 7ual todos n"s fomos instrumentos de insinuao& 3ortanto, a orao do 3ai6Hosso 8 a comun!o e'istente somente na primeira pessoa do plural. 'peri=ncia transcendente 7ue percebe o mundo como uma cooperativa interdependente. 155 ue est nos c!us - A orao da transcend"ncia > essencialmente novo 7ue o Eeus a 7uem oramos 8 3ai, 8 $nosso$, mas 8, acima de tudo, !ai que est no cu. Ho 8 um dolo terreno pro?etado materialmente em gesso, pedra, ouro ou 7ual7uer outro material. Ho 8 um dolo da imaginao, construdo em nossa realidade cultural6religiosa com o nome de deus e, em muitos casos, com o nome $Jesus$, 7ue nem sempre se refere ao Jesus -risto anunciado nas scrituras. Ho 8 o mero resultado das foras 7ue surgem como fruto de nossas inter6relaCes !umanas, como as ideologias, o mercado e outros. F orao 8 feita a um Eeus transcendente, todo6poderoso, imutvel, infinito, inominvel, 7ue con!ece e, por isso, no se impressiona com a7ueles 7ue oram repetindo palavras, nem com a7ueles 7ue do esmolas para serem visto pelos !omens. Ho se dei'a comprar pela confisso labial# "0enhor, 0enhor...$, no se curva diante das reivindicaCes da7ueles 7ue, mesmo tendo profeti/ado, e'pelido demNnios ou feito milagres, nunca aprenderam a orar como estilo de vida em ami/ade e comun!o com o 3ai. F estes o nosso 3ai do c8u dir# 1&unca vos conheci...#. Ho tivemos um Lnico momento de comun!o e relacionamento paterno6filial$. + !ai que est no cu no 8 manipulvel, 8 totalmente +utro, independente, indescritvel, suficiente em si mesmo, inconfundvel com 7ual7uer dolo. le ? 8 santo, mas 8 necessrio 7ue a santidade dele se manifeste em n"s. + discpulo ora para 7ue ven!a o reino desse 3ai e 7ue ten!a pleno domnio antecipado sobre a terra, assim como ? o 8 no mundo celestial. 156 Jesus propCe, portanto, um relacionamento baseado no amor, confiana, confisso, transpar=ncia... -om le os artifcios no funcionam, por7ue o !ai nosso que est no cu con!ece todas as coisas, inclusive as profunde/as da alma, o mundo vasto dos sentimentos !umanos. F orao tem, portanto, essa probabilidade de ser um mergul!o nas profunde/as do corao, um recol!imento ao "tameion" 6 esse dep"sito subterr:neo da alma, invadido pelo 3ai celestial, o todo6poderoso Eeus, diante de 7uem no ! corao 7ue possa se esconder, no ! mente capa/ de fugir de sua santa e graciosa ao. -om a invaso dele o po 8 mais facilmente dividido, em virtude da consci=ncia de ?ustia 7ue brota de coraCes puros e misericordiosos. Fssim acontecendo, o Eeus dos c8us nos a?uda a repartir o po da terra.