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MILTON SANTOS A Natureza do Espago TSP 7 zi Técnica e Tempo. Razio e Emogio ka be x As Técnicas, 0 TEMPO EO Espago GEOGRAFICO por demais sabido que a principal forma de relagdo entre 0 homem e 2 natureza, ou melhor, entre © homem ¢ 0 meio, é ‘dada pel técnica, As téenicas so um conjunto de meios ao meaTio Temps; criaespago™ Esa forma dé Ver a todavia, completamente explorada,_. A Nacuctcts con 0 de sua constituigio ¢ da sua dos estudos sobre teznologia, mas 0 espago nao ¢ mencienado nem “outros tomas”. 8 ‘mesmo em um Ingar secunddtio, ‘Adam Schati (1990, 1992) se tefere as conseqiiéncias sociais da revolugio técnico-ci cas yeogréficas. Certamen ande fSlego a desconsiderar 0 espago como uma noma do pensar bist6rico. Para Pinch & Biker (198 eegocia autan zreconhecidos historiadores da tecnol dos estaria da Tecnologia; 3} Sociologia da Tecnologia. Outea vez seus capitulos, intitulade “A Geografia 52-98}, ocupa-se da espacial de ce ‘mundo, mas fica em aberto a questdo propriamente geogrifica da dncia ¢ da tecnologia, como contetido do espago. Denis-Clair Lambert (1379, pp, 64-76), com sua nogie de “peténcias cientfias” ja havia espa co” para significar a densidade ou aio da presenga de pesquisadoces eatividades de pesquisa ¢ producio| ia de espago é metaforica, ante a rio ¢ ao seu conteiido em técnica, capaz de ident riadoces da ciéncia ¢ especialistas da técnica, come & 0 ¢330_ wentam o fato de que nos estudos snicos apareca como um dado licagio. Esse, mestno autor, di freqiientemence também, a posigie dos ecene! mas no fazein cel como barragens, condutos, geradores, reatcres, tansformado reconhecer que a reenologia embutida nos como se nfo fosse necessério. ica, Para Joerges, bjetos constitul macéria central da anilise soc .o basta que a teenologia seja considerada apenas por analogia com 9 feadmenos sociais. si HESS, Wo & recente, M. Mauss, um dos prin soguidores de Durkheim, lembrava, num dos se 3 da revista ia de Durkheim nao hi 10 fendmeno t6 compartida por Amand Cuvillier (1973, p. 1 nupos de estudiosos que “tomaram conscitncia” da importa se ocupatia do conjunto das relagSes entre cfenicas,dizendo que “em fungio as tcnieas¢0 Solo das técnicas é que observaremos 2 base geogritica da vida social: © sna a montana, 0 rio, a laguna”. Se esse conselho houvesse sido aczito, a, quanto a geograi, tera | “os gedgrafos evitam to sistematicamente 0 sdade-meio”?. Esse raxfo pela qual 1 mesmo desapreso é também apontado em relacio a economia espa- cial por Begag, Claisse & Moreau (1990, p. 197), a0 esereversin que ‘a economia espacial pe ce das questées relacionadas com o desenvolvimento ds comunicagies 8 distancia”. Mas, no seu projeto de pesaui B, Gille (1981, pp. 22-23) traga um inven grupos de problemas propost rio (“aménagement du tervitoire a organizacio do terri [Nese item, encontram-se as rodovias, estradas de ferro, canais, pon ipe-tines e estocagem de com! assim como as construgées ¢ urbanismos e, também, 3 paisagem, Néo é de esteanhas, pois, que em sua grande Hi ada na Encyclopédie de la Pleiade + “A Geogeafia eas Técnicas” confiado Técnicas ‘As téenicas tm sido, com freqiiéncia, considecadas em artigos livros de geégrafos, sobeerado em escudos e raro que um esforgo de generalicagio participe do processo de pro fo de uma teoria e de um método geosr4f depois as rodovias, chamaram a atengio de historiadores ¢ de gedgr fos. Tanto Vidal de La Blache, como Lucien Febvre, tiraram partido da nogio de progresso téenico na elaboracio de suas sinteses. D: jerados entre os pioneiros da produgio de ymbém 0 caso de Albert porque eles podem ser con uma geografia vinculada as téenicas. Es Demangeon, quando se interessa pelo comércio internacio clara que “nem 2 ecologia humana, nem a geografia region: progzedir muito sem que se dé a devida atengio a0 papel pec biologis do homem e no esquems da Quando J. F Kolass & J.D. Nysten (2974, p. 113) jade opera no espago geograico, eeansporte¢ comunicacto, fazem-no de um panto dz vista do planeje- igados 20 movimento das avés dos sistemas de TS), onde lembra que “a influéncia da.téenica sobs “de as maneiras em duas escalas; Saviniraest : ‘spaces reservados & circ seneralizadas impost métodos de prod ‘Tomando um aspecto concreto da anilise geogr onsenicoae Gu Dasiruicées (Piesse George, 1974, B.. divide as réenicas em dois grandes grupos: ténicas da producto ¢ Cabe, também, uma referéncia particular 4 obra de Maximilien Sorze, 0 primeiro geégeafo a propor, com detalhe, a consideragio do fenémeno técnico, em toda sua amplitude, A sua nogio de séeniea ¢ ‘essa palavra ‘técnica’ deve set considerada no téenicas de enquadeament Para Gourou, o nivel da civilizagdo seria medido pelo prép as*, conceito criticado, entre outros, por M. Bruneau (1989) abrangente. Para Roca ¢ sobretuds D. Dory (1989), que o considetam como uma seu sentido miaisTarE6;e 00 Wo Seu seh ° apreciagao quantitativa 4 priori das ci cagées mecdnicas”, Para Sotre, x nogao de técnica “estende-se a tudo ‘os no topo e outs fo gue percence & industria © ‘atv « faltando clareza quanto a0 papel das dindmicas 5 a combinadas. | ca prosente, ¢ da mesma forma, Gourou introduz, também, a nogio de “eficécia paisagistica” sida ai (1948, (1973, p.17, pp. 30-31). Como paisagem e espago néo sio sindnimos, ide a eicdcia agBes, colocando alguns energia, as técnicas da conquista do espaco ¢ da vida de téenicas da produsio e da teansformacio das matérias-primas (Sorte, 1948, pp. 6-7). Mas Sorre foi pouco seguido pelos seus agrafos, mesmo se a5 suas em outras disciplinas, Segundo A. Bi geSgrafos franceses deram pouca atengio & mais como um geégrafo ortodoxo, verborsigico ¢ confundir ciéncia com filosofia”. © iinteresse pela técnica também prescups 0 No jd mencionado artigo que escreveu sobre a geografiae as técnicas, 60s entre a céenica e 0 fato geogesfico, lembrando que “se os objeros téenicos se instalam na supectice da tera, fazern-no para responder a necessidades materiais fundamentais dos homens: alimentar-se, resid deslocanse, rodear-se de objetos ieis”, Mas ele reconhece a austncia ‘de uma verdadeica citncia geogrifica d: a, claramente definida tem seus objetos «em seus mérodos (p. 1062). Por isso ele sugere acria- lo de uma disciptina quese poderia chamar de geotéenica,incumbida dessa tare’ Aatual revolugao ti que da um lugar procminente i informa ences 08 gedgrafes. Bo céso, por exernp. 1990) e de Susane Pacé (1982), cu adequado do aparelho informs: , mas, onde se poderia, talvez, o 10 do espago, nie apenas exteeno et Gedgraphie, trax um invent francés, segundo cegiSes cida ara auséacia de umes conjunto de téenicas, pesentss ¢ passadas na conformacio do tert So, atavés de um processo de deseav (Cabe marcas a distingio entre as técnicas particulares examinadas na sua singularidade, ¢ a técnica, isto ¢, 0 fendmeno té mento desigual ¢ combinado. Quando gedgrafos escrevem que a sociedade opera no espago geo fico por meio dos sistemas de comunicagio ‘masa relagio, que se deve buscar, 0, € abrangente de todas as ma as téenieas da propria agio. Nao se tra rar as chamadas tdenicas da producfo, ou como outzos peeferem, as “técnicas industriais”, nica especifica, vista como um meio de realizar este ou aquele resultado espectfico. Uma visio assim pode levar a nogies como a de esp la, espago indus o fenémeno técnico na nsportes, eles estio ‘ espaco eo fendmeno ois, de apenas conside- ogratico. geégrafo espanhol Economia y Sociedad (1991 1 Espacio y vacion Teen 163-319) ¢ por um gedgrafo bras Moreira (1325) Para B-J, Roca (1982, p. 119}, 0 diseutso dos ogratos sobee 2 ao seu ver, trés esquemas bastante distintes, Esses esquemas si0 of seguintes (Roca, p. 120}: um primeiro esquema em torno do conceito de género de vida de Vi . em que, ao dizer de Andeé las téenicas, as sociedades que as utilizam ¢ 0 melo geogrifico que ihe, formam um conjunto coerente. Um segundo esquema, é ie La Blac! © ponte forte & 0 estudo das técnicas a partir dos instrumentos de balko, Para Cresswell, 4 técnica seria definida come “toda uma sér ag shee as eécnicas eo meio, assim com suas intertelagées, Mas esse esquema, segundo o seu autor, oferece 0 risco de ver os geSgrafos, pelo fato da caréncia de comando dos métodos espectficos’, concentrarem seus ¢s- forgos apenas sobre a8 celag6es homem/meio ou sociedade/entorno, ATéconca, Sua Paonia, & uo Meio ica de modo a que sirva como Come trabalhar a questio da novo meio natural que seria 0 cesultado di ‘téenicos com as iS, a0 dizer to técnico, Ele também se pergunta se um gro de tigo ou um exemplar de um jornal podem ser considerados objetos téenicos. A verdade, porém, € aue, para os fins de nossa anise, mesmo os objetos naturais poderiam ser incluidos eatre os objetos técnicos, se é conside- rado © critério do uso possivel. Se é valida a pfoposta de Seris (1994, . 22: “serd obj susceptivel de Funcionas, como meio ou como resultado, os de uma atividade técnica” Esses objetos técnicos estariam st eris, 1994, p. 35),a um pro- cesso similar a0 da selegio darwiniana, Sua adogie pelas sociedades téenico todo obj funeo de uma avaliagio dos valores téenicos, em relagio com 0 xito ou o fracasso provaveis. A eficécia do objeto técnico foi bem analisada por M. Alcheich (1987, 2.51), para quem o objeto técnico vive num “pisca-pisca” inces- entre o “interior” e © “exterior”, Mas em nenhum caso a difusio ou de modo homogéneo. Es hheterogeneidade ver da maneira como eles se inserem desigualmente na histéria ¢ no territério, no tempo e no espaso, £ dessa forma que, como diz J. Prades (1992, p.18} adguire uma presenca e esposa um dos objetos téenicos se dé uniforme riedade forgada entre os indi téenico define 20 mesmo tempo peso na producio de uma Segundo essa autora (p. 52) 00 0s atores e um espago. Comforme observa Usher (1923), “em um momento dado as esco- tha tadas pelo entorno geoaréfico ¢ social” (p, 67). E esse fato que autoriza Stiegler (1994) a dizer que esse mecanismo creditada a Simondon (1958), pai da idéia de objeto Gragas aos progressos da eitneia ¢ da técnica, construi a Thtencionalidade extrema: 6 Paca Simondon 1258, 1989, p.36), 08 “objetos técnicos concretos” so distintos dos “objetos abstcatos”, tipicos das primeiras fases da humans, © “objeto absteato”, lembra Thierry Gaudin (1978 mado pala jStaposigfo de componBies Gut exereem, cada fangio abstrara, 20 passo que, no objeto conersto, cada S se integra no’ todo #4 medida que o objeto se torna mis ‘outras, tendetide sme propée Langdon Wine: (1985, p. 374). De tal modo, podemos afirmar que cada novo objeto é apropriado de um ‘modo especifco pelo espago preexistente em divida, 0 i ‘Téiica © utilizados (acto colgas 2 da wala los mum conjunto coerente onde a co i obriga a agie eft COnJUHTS'e-sotidariamishte. Essa discussfo deve ser aproximada da idéia de Simondon de naturalizaczo do objeto con- veto, isto &, sua completa imisco no meio que © acolheu, © qu ! chama de processo de adaptagdo-coneretizagio. £ dessa forma que st xia 0 que ele vai chamar de meio tecnogeografico. Esse meio tecnoge- a seu ver, em vireude da ral, mas da produgo de owtra jeto téenico aparece come condigéo de nico e geogritico 20 mesmo 20, (p. $5). E a isso que Simondon vai chamar de meio azsociado Essa proposta de Simondon deveria ajudar-nos na construgio de uma ogo adequada de meio grog: ates como meio técnics ej ional, O gue, codavia, € ja, mesmo quando recentemente recomada por de nosso ponto de vista, incompleta, exata- dois meios, 0 meio téenico e o meio geosrifico”, a seguine: porque u em vez de consideri-los como fundidos 20 Rilo ba essa coisa de encontro entre “deve see ineegeado 20s dois. (B. Stigler, 1994, p. 92 através de uma separa produsir 0 meio geogréfico? De fato, dizemos de um meio geogréfico de um lado e de um gi Siapieae SSowa PARTE Gf © UmmeIp ‘ussviveu milénios como mie natural ou pete chaiou de mei TCHS iagulico tu i. Mas se ha um senaé fia proposes de Simondon, est certamente uma heranga da propria posigio da geografia diante do sew ‘quinhdo da cealidade, que essa disci de maneira dual. E como se se buscasse renovar a op teio natural eum melo técnico, com a vecusa em vera técnica integra a ao meio como uma realidade unitiria. Nao ¢ assim, também, que, igfo entre um (eno a uma geografia fi desse vicio fund s composco de formas-contetido. A Necessipape os vai ENFOQUE ASRANGENTE Nod io das relagdes entre técnica # espaco, uma primeira re- :n-Louis Lespes (19: ugere um importante debate a respeito do processo ds das técnicas ede sua implantagio seletiva sobre espaco. Num mesmo scnicos provenientes de épocas diversas. Perrin (1988, p. 26) lembra que “um sistema téenico ele estélevantando um problema que a plena efiedcia do lagdo entre as suas sistema precedent propriamente técnico: © de sua eficii sistema técnico esta condicionada a ums a diversas peras. Deum ponto de vista propriamente geografico a questio se coloca te, Devemos partic do favo de que esses diferent fa num lugar Ge forma temas técnicos formam uma simagdo ¢ so uma exist dado, para trarar de entender como, a parti desse substrato, as agSes humanas se realizam, ens idades vai is nai a de verifcar como 0s rsiduos do passado juntos ancontram a maneica ante, a questilo & so um obstéculo a 80, p. 73}, de “reverse sax sre", decorse dessa concingncia histérica. Segundo este autor, um reverse salient ram da elaborago técnico que se tornou velho. Segusido Joerges (198: io anomalias técnicas ou organizacionais que res desi : quando uma pazcela progride, uma out algum modo, equivalente a nossa nocio de rugezial pp. 136-140), quando a: Hi, todavia, diferencas. As eugos caidas omoTeEIMST Sh diferenga entre fligosidades « , do carter quase absolute do valor em si de uma existéneia técnica, enquanto na anilise geografica ndo ha valores em si, O valor de um dado elemento do espaso, seja ele 0 objeto téenico mais concreto ou mais performante, é dado pelo conjunto da sociedade, «se exprime através da cealidade do espago om que se encaixou, Outro enfoqueligado a usa difusfo desigual das tenicas permite dlistinguir ene tado o que se passou em data anterior e 0 periodo atual, no qual a'téenica se torna universal, direta ou indiretamente ‘presence em toda parte Ora, examinando sob esse aspecto a hist6ria do mundo, vemos que a aceitagdo das técnicas novas foi sempre relativa Mesmo 0s paises cesponsdveis pelos maiores jSgicos jamais apresentaram um quadro de homogenci- iantasie. Por exemplo, no é nos E.U.A. que esto as melhores estadas de ferro do mundo, nem os correios americancs encontram entre os 1 relozes. Se consideramos © conjunte dos ow {que se passou no fim do século passado, quando se instala a grande ia, Gragas as novas técnicas, foi possivel a0 mundo entrar na fades téenicas disponiveis no fase do imperialismo, mas as poss foram completamente utlizadas. Se a técnica fosse um absoluto, nio seria po peemanéncia, durante tanto tempo, desse sistema imperial maginar 2 Holanda, Portugal ‘ritantes de pode , com os equilibrios Ja forca de normas tum século, ¢ @ erise vai dar-se quando os paises que dispunham de novas tecnologias, mas néo de colénias, descobrem a necessidade de penetrar nesses circuitas fechados, pela sedugo ou mediante o aberto incentivo & implosio dos impérios. Quai dos se sent samente na competicfo, através das suas novas teenologias, mesmo as da informagio, e por meio dos sistemas produtivos correspondentes, ira tarefa eza desmantelar as condigBes es consttuiam um obsticulo, las, no mundo como 1m prontos a entrar vantajo~ compreendram que a socioecondmicas e sociopol Ea parti disso que os E.U.A. passam a est um todo, a produgio de um elima picok 20 processo de descolonizacto, Esta produz uma crise no interior de independéncia,e depois, a criagio de novos aos impérios crescer jeas que ¢ intelectual favorsvel io importance e obrigatéria de novas 85,0 impétio americano do apés- le de wen cou subsistic serm uma contribu teenologias. Ao contro dos a guerea nfo tem como base a posse de coldnias, mas e cont rodutor de cidncia e de tecnologia e a associagao entre esse apacelho, a atividade econdmica ea atividade milicar Estava, por con aberta a porta para o triunfo de um novo sistema © procesto de giobalizagdo, em sua fase atual, zevela uma von~ da a nogio de espago pode contribuir a interpretagio de ico, ¢, de outro | fcamente, o papel d rmagées do espaco geografice yea. Esta, segun- do ele, teria desejado interprerararealidade social eo seu movimento a partir exclusivamente dos meios técnicos, atribuindo, assim, um papel ios, em levar devidamente em conta os qua- nicas ¢ os instrumentos nasceram ¢ agiram, G. Gurvite inelui entre os que assim pensaram os partidrios da tecno- ora J. Burahan, Mas ele também inclui, 9 que € disew tivel, gente como Veblen, Ogburn, Leroi-Gourhan ¢ Lewis Mamiford, reservas ¢ matizes. Danie! B embora para este (1976, p. X) ambém critica a énfase.dada.a secnologia, qu s mudaneas sociais, > qiaiidsele nos. see lativo € valor. Eo sorinha, até Valor Felative a de um sistema de re io explica nada, Apenas 0 valor identifcado no interior de um sistema da realidade, clas elaborados para arrancar 0s fatos isolados da sua 0. ‘itil a esse enquade- (1994, p. 90) consi- specificos constran- seferéncia a geografia na obra de J-P. Séris (1994, pp. 95, 3 éenieas do espaco, que presidicam durante ole ¢ a sedentarizacio (p. 60). Todavia, ia, Cabe, entio, perguntar a0 longo do tem: Trata-se, na smo, refecéncias & 4 ocupagio jtarse a essa aurora da espago de dade, de um espaco-recepticulo, que apenas tomatia expressio como um reflexo do ator. Também a refertncia de JP Séris & normalizagio ica desse entendimento do espaco, quando © autor considera que mpo das coisas outras manifesragées do tempo, por exemp! © tempo como agdo 0 tempo come norma, © espaco e 6 tempo, apenas os altera em sua textura, e pode cam! alteré-los em sua duracio, © exemplo do “espago do automérel” dado por 5: ‘© ndo permanece concreto, seno enquanto essas relagdes se manténs quando séenica & necessriamente hiscéria” (p. 91). esti certo. séenion & também geografia, Se esta nio se.algou as condigdes de considecar a técnica como um dado exp entanto, dizer que a téenica&, também, necessa E no espago que esse papel de “ de “mediagio generalizada” (J momento da histéria, sobre uma area ct exatamente sabre renovando, assegues ‘Apenas 0 espago ni participa da hi socles imobiles et muets”, da alegoria de Foucaul: na Argueologia do Saber, que Si Culpa dos gedgcafos? Preferimos tender para uma resposta negativa a primeira questio e afirmativa a segunda. De um faz falta, ali, seria uma metadisciplina da geografia, que se inspire 1a técnica: na técnica, isto é, no fenémeno técnica e nao nas técnicas, 1a tecnologia, 0 fato de que os gedgrafos tenham com freqiiéncia desconsiderado a técnica em suas forsmulagées metodolégicas ou que 2 tenham con- siderado como um dado externc e nfo propriamente constitucional em sua démarcie testico-empirica, vai ter implicagdes na maneia come outros especial im a questio do espago. Jé vimos que vex de considerar o meio téenico como uma normal © mmnnans anes evolugio do meio geogrifico, viu-se levado a propor a nogio de mate sssociado e de meio tecnogeogréfico, para dar conta dessa associacio entre técnica e meio, fruto da marcha da historia, Em cévanche, 05 agedgrafos nem sequer se aperceberam da impor ‘geogcifico paralelo, Pata esse resultado, trabalha, sem duivida, a ambigiidade do esta- tuto epistemolégico da geografia até ho tuma clara explicitagio do que deva sec 0 seu objeto. Quando Anne B ccupacées cen do espacoe re em conta todos os aspectos de uma dada situasao, jtua¢io € uma construcio real que admite uma consteucio jo entendimento passa pela historia da sua produgdo. O re nica deve permitr identifica: ec! [higtétieas. (econémicas, s6cioe permitiram a chegade desses ol é congelado.¢ revela uma bist ros e presidiram & sua operagio. A como a unidade entre tempo e sspago vai dando-se, ao longo dé tem. o, pode ser entendida através da. abun ia (1989) a0 aeaiar” A epistemologia analitica (M. Escol légicas, um discurso elegante ¢ talvez coe: & realidade. Con podemos correr o sisco fia, que no um enfoque que das, a geografia ‘em consideracto e aperfeigoe as premissas agit d deve, a0 menos, ser vista como um estudo de caso para as floscfias da a producio de uma Glosofa das sfenicas. Quanto a0 p emol6gico propriamente dito da geografa, do caminho adequado para sistematizar as elagies da “tempo” e com 0 “espago” As Técwraas 24 Eupsnccrzagio po Tamra (© enfoque das técnicas pode tornar-se fundamental quande se tats de enfrentar essa questo escorregadia das relagées entre 0 tempo ¢0 de uma geografia igualmente faltosa? Como ultrapassar o enunciado ‘se, em primeico lugas, reconhe- = sracuita de um tempo unido ao espago, mediante a zelarivizago de um cero encontro de um tempo cet ede um espago real. Nio sempre ede outro? caso > f22 com que o espago scja também o tempo ¢ vice-versa? ‘A geografia histica também se preocupou com a questio das ‘A teafirmaclo das celagdes entre a geografia ¢ a histéria é, certa- periodizagées, C. T. 2 mente, © mais simpiese, positivamente, 0 mais naif dos enfogues. E como fundamental 0 tedo entre period ¢ luge, certo que Blisée Recles havia escrito, hd um século, que a geografis a Tamim 1 imos, em um dado momento (Santos, 1972), entre E ia ne espago e a historia &a geografia no tempo, mas essa frase, ‘os gue consideravam que a peciodiza : lida, jamais se pretende um guia de mérodo, mento adequado para enfrentar 0 z a de certo modo desejou inverter esse enutciado, fazer uma geografia no tempo, reconst om a construcio no apenas de uma periodizacio & escala do mundo, mas com a elaborasio de outras periodiagées a ealas_ riehEeS, agindo, por Nossa proposta de um tempo espai formas geogrdfcas, vstos isoladamente ou em conj de Hagerstrand ¢ da Escola de Lund, assim como os estndos sobre modernizagio de J, Ridell (1970), P. Gould (1970), E. Soja (1968) ¢ ‘outros sfo, ainda foje, um marco nesse esforgoinicial. Mas, através da chegada de um novo item, numa determinada data, a um determinado Jugas,era como se apenas o “tempo” fosse atravessando 0 “espago”, mediante objetos ¢ aces, passando mas nio se misturando a0 ingido o objetivo de proves, com um mécodo, essa fusdo do tempo ¢ do espago. Desde que escreveu que “pedir um registro dos fatos que le a unificagio do tempo e do espaco & pe T. Higers- 773, p. 27) fez um avango significative em sua Geografia do ‘Tempo. Sua sroposta inclui o esforzo de mapear os tempos de uma jcio de “congelar” os eventos vealidade em moviment uma verdadeira movimento do tempo e do espago se dic de modo uniticio. Essa unidade espago-tempo obri- t6rico, como sugerido por E. em termos de processo Ullmann (1973) a0 dizer que o uso do pianeta exige a organizagio do cespago e do tempo. inkowski e tantos out muitos a de espaco absoluto ¢ a accitasdo da idea de espago relativo se amy A fusio do espaga relativo ¢ do tempo relativo que havia inspirado 973}, assim como aD. po e espago reciprocamente se st Quando Amos Hae espago ¢ tempo em ab

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