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ce drag ne ign rr RAS TEE a 1, FUNDAMENTOS DA HISTORIA * I 1 As condighes prévias das quais partimos no sdo bases arbitrérias ‘ou dogmas; so bases reais, que $6 podemos abstrair em imaginacao. Sio os individuos reais, sua agdo e suas condigdes de existén- as que encontraram j4 prontas, como também aquelas que nasceram de sua propria aco, Essas bases so, pt eis através de um meio puramente empftico, A condigéo primeira de toda histéria humana é néturalmente, a hk existéncia de seres humanos vivos. © primeiro estado real a constatar 6, portanto, 0 patriménio corporal desses individuos © as relagées que esse patrimOnio desenvolve com o resto da Natureza. iralmente, fazer aqui um estudo aprofundado da prépria constiti ica do Homem, nem das condigées naturais que os homens encon- traram j6 prontas: condigdes geoldgicas, orvgréficas, hidrogréficas, climéticas € outras, Toda histéria deve partir dessas bases naturais € de sua modificagao, através da ado dos homens, no curso da Hist6ria. is, pela consciéncia, pela ido € por tudo 0 mais que se qi les mesmos comegam ‘dos animais desde que principiam a produzir os seus incia, um passo adiante € conseqiiéncia de sua organizagio Ao produzir os seus meios de existéncia, os homens produzem indiretamente a sua prOpria vida material, A maneira pela qual os homens produzem os seus meios de téncia depende, primeiramente, da natureza dos meios de exist “Feuerbach.” pud YANNI, i. ‘Séo Paulo, 46 jf dados e que precisam ser reproduzidos. Nao se deve considerar essa modalidade de produgio sob esse inico ponto de vista, apenas como a reprodugio ‘da_existénci dade jé Fepresenta um modo determinado da atividade desses individues, ou ‘maneira determinada de manifestar a st ‘© que so. O que eles so coincide, portanto, com a sua produgio, tanto com 0 que produzem quanto com a maneira pela qual 0 produzem. O que os individuos sio depende, portanto, das ‘condigées materiais de sua producao. Esta produgio s6 aparece com 0 crescimento da populagdo, Ela mesma pressupde de sua parte relacdes dos individuos entre si. A forma dessas relagées 6, por sua vez, condicionada pela produgao, As relagdes entre as diferentes nagies dependem do estégio do desenvol que cada uma n no que se refere 10 € as relagdes internas, Esse pelo ni forgas produtivas, - pel das forcas produti de terras virgens, por exemplo), toda nova forga de produgio provoca, em conseqiténcia, um novo aperfeigoamento da divisio do trabalho. A divisio do trabalho no interior de uma nag&o acarreta, pr do trabalho industrial e comercial, por um lado, € do trabalho agricola, por outro. Assim sendo, provoca a separacio ‘entre a cidade € 0 campo, e a oposigio dos seus interesses, O seu desenvolvimento ulterior acentua a separagdo do trabalho comercial e it ‘Ao mesmo tempo, devido & divisio do trabalho terior dos diferentes setores, desenvolvem-se, por sua vez, dife- subdivises, dentre 0s individuos que cooperam em trabalhos modalidade de exploracio do trabalho a © comercial (patriarcado, escravatura, fordens ¢ classes). As mesmas analogias aparecem quando os inter- ‘cimbios sio mais desenvolvidos, nas relagdes entre as diversas nagdes. a7 Os diversos estigios do desenvolvimento da divisio do trabalho representam igual i outros termos, ca mesmo tempo, relagdes do iuos entre si, no tocante as coisas, instrumentos € produtos do trabalho. ‘A primeira forma da propriedade & a propriedade da tribo. Ela ‘corresponde a esse estigio rudimentar da produgio, quando um povo se alimenta da caga e da pesca, da criagdo de gado ou, a rigor, da agri- cultura. Neste caso, supde-se uma grande quantidade de terras incultas. a divisio do trabalho. é ainda muito pouco desenvolvida into, a uma extensio chefes da tribo patriarcal, tendo abaixo de si os membros, bo e, finalmente, os escravos, A escravatura latente na familia . somente se desenvolve aos. poucos com o aumento da populagdo ¢ das necessidades e, também, com a ampliagéo das relagdes externas, tanto pela guerra como pela troca. A segunda forma da propriedade 6 a propriedade antiga, proprie- dade comunal e propriedade do Estado, resultante sobretudo da reuniéo de varias tribos numa s6 cidade, por contrato ou conquista, onde subsiste a escravatura, Ao lado da propriedade comunal, a propriedade Privada, de bens méveis ¢ mais tarde iméveis, j& se desenvolve, mas sob luma forma anormal, e subordinada & propriedade comunal. Os cidadaos no tém plenos podores sobre os seus escravos, que trabalham em sua comunidade, © que jé 0s liga & forma da propriedade comunal. E a propriedade privada e em comum dos cidadios ativos, os quais, face aos escravos, so obrigados a permanecer: nessa forma natural de associagio. E por essa razio que toda a estrutura social bascada nessa forma e, juntamente com ela, 0 poder do povo, se desagregam medida que se desenvolve a propriedade privada imobilidria. A diviséo do tra- batho j4 esté mais adiantada. Ja se encontra a oposiglo entre a cidade € 0 campo e, mais tarde, a oposicio entre os Estados representantes do interesse das cidades ¢ agueles representantes do interesse do campo. E no interior das proprias cidades, encontra-se a oposigéo entre 0 comércio maritimo ¢ a indi AS relagées de classe entre: cidadios © escravos atingem 0 seu completo desenvolvimento, 0, etc., como a forca mot itemos aqui aos pontos capitais, razdo pela qual 48 tomamos um tnico exemplo marcante, que € 0 da destruigéo de uma ago por um povo bérbaroe a formacdo de uma nova estrutura social que a ela se reine €¢ 05 bérbaros, 0 fendalismo e a G Entre 05 conquistadores barbaros, acima, uma forma normal de relagdes, explorada porque o crescimento da populacdo cria, de maneira mais imperios: a necessidade de novos meios de produc, considerando-se a mo dade de produsak Propria guerra ja f-se a concentracdo da pr idamento, foi a heranga; pois raridade dos casamentos provo- familias, tendo os seus bens dias) pela importagio de também, pela conse- Como resultado jo quase por giiente caréncia de consumidores det dessas circunstincias, a populagdo livre ‘A. escravatura permaneceu a base de toda a produgao. Os plebeus, situados entre os homens livres € 05 escravos, jamais conseguiram elevar-se rompidos por sua vez. Com o desenvolvimento da .propriedade privada, surgem, pela primeira vez, as relagdes que reencontraremos na propriedade privada moderna, embora numa escala mais vasta, Por um lado, a concentragdo da propriedade privada, iniciada muito cedo em Roma, como o prova 4 lei agréria de Licinio, progrediu rapidamente depois das guerras civis, sobretudo sob 0 Império, Por outro lado, ligando-se a tudo isso, a transformacdo dos pequenos camponeses plebeus num proletariado cuja situagdo intermediéria, entre os cidadaos proprietétios ¢ os escravos, pedi, para sempre um desenvolvimento. independente, A terceira forma 6 a propriedade feudal ou por ordens, Enquanto ‘a Antigiidade partia da cidade e do seu pequeno territério, a Idade Média partia do campo. A populagio existente, espalhada ¢ dispersa sobre uma vasta superficie, para a qual os conquistadores nko foram 49 ntibuigao digna de nota, condicionou essa mudanca do ponto ida. Em oposigdo & Grécia e Roma, o desenvolvimento feudal sobre um campo bem mais extenso, preparado pelas imos séculos do Império Romano em decadéncia massa de forcas prodi a populagio, tanto ‘como a urbana, tinha di Esse estado de coisas ¢ a modalidade de organizagio da cor correu, desenvolveram a propriedade feudal, sob a io do exército germéinico. Como a propriedade da tribo ea ‘mas 0s pequenos camponeses avassalados que se erguem como diretamente produtora, Paralelamente ao desenvolvimento com, individuo. Mas a necessidade da_associagdo contra a nobreza espolia- ‘8 necessidade de mercados cobertos comuns numa época em que (0 industrial fazia as vezes de comerciante, a crescente concorréncia dos servos que se evadiam em massa em diregéo as cidades présperas, a estrutura feudal em cada regigo fizeram nascer as corporagées. Assim, ‘65 pequenos capitais economizados aos poucos por artesios isolados, € © invaridvel nimero destes numa populacdo incessantemente aumentada, desenvolveram as condigies de artesio ¢ de aprendiz, fazendo com que nnascesse nas cidades uma hierarquia semelhante & do campo. A propriedade principal consi a feu- dal, por um lado, na propriedade im st& ligado 0 € por outro, no trabalho pest com pequeno estos, A estrutura de uma € fados lucros de producdo, pela cultura forma era condicionada pels ii ‘a propriedade feudal repousa, por sua vez, sobre uma * i de feudos tinha a sua prépria opo: A divisio em order marcada; mas, além fo € camponeses (no campo) © a separagao © aprendizes © logo também em plebe dos diaristas (nas’cidades), nao houve impc divisio do trabalho, Na agricultura, esta tornou-se mais diffc exploragio em pequenas propriedades, ao lado da qual se desenvol a indéstria doméstica dos préprios campones idido dent as diferentes profissdes. A divisdo entre 0 comércio e a indistria jé existia nas antigas cidades, mas s6 se desenvolveu nas novas cidades, quando estas travaram relagdes umas com as outras. A reuniéo de feudos de uma determinada extensio em reinos feudais era uma necessidade, tanto para a nobreza latifundidria como para as cidades. Por isso a organizagio ‘da classe dor a nobreza, teve por toda parte um monarca sua frente. Portanto, 0 fato é 0 seguinte: (duos determinados, que tém uma atividade produtiva, segundo um método d relagdes sociais e politicas determinadas. Em cada ac ‘a deve mostrar, empiricamente e -sem observagio emy especulagdo ou mistificagio, o elo entre a estrutura social € € a produgdo. A estrutura social e o Estado resultam, con: do processo vital de em condigdes vontade, A produgio das i representagies, o pensamento, oomércio ida, como a emanacio dire representagies, de suas idéias etc., mas os homens reais, .atuantes, condicionados que so por desenvolvimento determinado de suas forcas produtivas e das relagdes a elas correspondentes, amplas formas que esta possam tomar. A. consciér ‘outra coisa que 0 Ser consciente e 0 Ser dos homens € 0 seu processo real de vida. E se, em toda a idedlogia, os homens ¢ as suas relagbes nos parecem colocados de cabeca para baixo, como numa éimara escura, esse fendmeno decorre do seu processo de vida histérico, da ‘mesma forma que a inversio dos objetos sobre a'retina decorre do seu processo de vida diretamente fisico Ao contrério da filosofia alema que desce do céu sobre a terra, 6 da terra ao céu que subimos aqui. Em outras palavras, aqui néo Partimos daquilo que ginam, eréem, nem muito ‘menos do que sio nas imaginacdo e representacéo de outrem, para atingir finalmente os homens em carne © oss0. Nao, aqui partimos dos homens tomados em sua seu processo real de vi se podem constatar . Por isso, a moral, jo, a metafisica e todo 0 resto da ideologia, como também as formas de consciéncia que thes sio correspondentes, perdem logo toda aparéncia de autonomia. Elas ndo tém histéria, no tém desenvolvi- transformam, com esta ide que thes € prépria, 0 seu pehsamento € os produtos do seu ensamento. Nao é a consciéncia que determina a vida, mas a vida que determina a consciéncia, Na primeira maneira de se considerar as ia como sendo 0 Individuo vivo; na se- gunda maneira, que corresponde A vida real, parte-se dos préprios vos e considera-se a Consciéncia unicamente como Esta maneira de considerar as coisgs ndo € desprovic Parte de premissas prévias reais © ni Suas bases slo os homens, nao is ‘maneira, pela imaginag: viento real, em condigdes determinadas, desenvolvimento esse ¢i 52 ‘ou uma ago imaginéria, de assuntos imaginérios, como ocorre com os idealistas £ af que cossa a especulaglo. F, portanto, na vida real que comesa a cincia real, positiva, a representagio da atividade prética, do processo de desenvolvimento pratico dos homens. Cessam as frases vazias sobre a consciéncia, devendo uma sabedoria verdadeira subs A filo idependente perde 0 seu meio de exis .de, Em seu lugar, poder-se-&, no més os quais € possiv proporcionam, de mancira alguma, como a filo esquema segundo o qual se podem acomodar as épocas i ou do tempo presente, © dificuldades depende dos dados prévios, impossiveis de serem aqui desenvolvidos, pois resultam do estudo do processo real de vida © da ago dos individuos de cada época. Tomaremos aqui algumas dessas abstragées, que empregamos a propésito da ideologia, explicando-as através de exemplos hist6ricos. 2. Como os alemies, desprovidos de qualquer dado prévio, & forgoso {que iniciemos pela constatacio do primeiro dado prévio de toda exis- téncia humana, e comecemos pela hist6ria; pois os homens devem poder viver para ‘poder “fazer a 4 produgio da_prép t6rico, uma condicio fundamental de de anos atc, satisfazer dia a dia, hora a hor fos homens com vida. Mesmo quando a materialidade esté reduzida a TA attra des frase, Marx anotou na coluna da diva: Hegel, Consiesen colic, hidrgréficas ete. Os corpos humanos. Necessidade, trabalho, rm 53 um bastéo, 0 e pressupSe a al minimo, como ocorreu com Sido Bruno,? esta produz esse bastio. A primeira daa sua extensio; ¢ fazer-lhe base ferrestre para a am um tinico . Embora s6 tenham percebido a jesse fato com o que se denomina histéria sob 0 Angulo m sobretudo enquanto permaneceram encerrados n: franceses ¢ os ingleses fizeram, néo obstante, para dar a uma base materi as hist6ri iedade burguesa, do da s segundo ponto & que, uma vez satisfeita a pri em si, a acto de satisfazé-la e 0 instrumento dessa s: to hist6rico. ' através desse grande sabedoria hist6rica dos alemies tem por caréncia de material positivo © onde nao se debat jez nossos alemaes vem, nao mais a especulagio histérica se tanga, é-hist6ria", porque ela se considera ao al © terceiro ponto, que intervém iepentinamente no desenvolvi- ‘mento histérico, € que os homens, que renovam a cada dia a sua propria vida, se péem a criar outros homens, a se reproduzirem: & a ligagio entre homem ¢ mulher, pais e filhos, € a familic no inicio a nica relagio soci subalterpa (exeeto na Alemanh: geram novas relagdes soi que cada famfia teaha a que os némades tenham 54 se devem compreender esses trés aspectos da estégios diferentes, mas pr ou, pai mentos”, que cocxistiram desde 0 homens, ¢ que se afirmam ainda hoje na hi a sua propria, através do trabalho, como jente ligados a uma modalidade de cooperagio qu determinado; € essa modalidade de cooperagio é por produtivas aces como conseqilé homens”, em conexéo com & {Go claro quanto impossivel escrever semelhant es, para fazé-| incessantemente a “hist6ria dos a faculdade de conce — elo que toma incessantemente novas formas, apresentando, portanto, spensivel quando ocorre 0 desenvolvimento da, propriedade ‘t economia doméstica comum € tio impos io de forgas naturais e de numerosas xemplo. canalizagio de gua, Hluminagdo a gis, aquecimento a vapor, ele @ fupressio da cidade do campo. Sem essas condigées, a economia comum nfo por sua vez, uma forsa produ onsrogoes de edifice comune, “A supressto dx economia separada & insepardvel da abolsio da uma “histéria” mesmo quando nfo existe um néo-senso politico ou religioso qualquer que retina ainda mais os homens. nio se trata de uma consciéncia que © inicio, uma maldicéo pesa matéria que se presenta sob a forma de camadas agi velha qua jo também para caréncia, a neces uma relagdo, esta ‘nao conhece, suas relagdes yeza que se ergue em pri incia essencialmente estranha, todo-poderosa ¢ inatacd os homens se comportam de uma maneira puramente lhes impde tanto quanto ao gado; conseqiientemente, igido da natureza). eza ou essas relagdes determinadas face & natureza sio condicionadas pela forma da sociedade € vice-versa. Aqui, como em todos os outros lugares, a identidade do homem ¢ da natureza apareceu também sob essa forma. O comporta- mento determinado dos homens, em face da natureza, condiciona 0 © 0 comportamento determinado entre eles ‘Marx escreveu_na coluna da direita: “Os homens tém uma devem produzir soa vida, devendo fazt-o realmente, de uma ‘mancira determinada: sendo esse dever dado por sua organizaglo fisica, da ‘mesma maneira que a sua consciéncia", i f i 56 idade, © aumento necessidades © 0 aumento da populagio que esta na base dos ecedentes. Assim se desenvolve a divisio do trabalho, que, nada mais era que @ que representa realmente ‘A partir dese momento, ipar do mundo, passando & quando de relagdes, isso pode ocorrer também porque a contradi no no interior dessa esferanacional, mas entre esta consc nal € a prética das outras nagdes, isto é, entre a consciéncia naci de uma nagao € sua conse ia empreende isoladamente; toda essa podridao 6 resultado: que estes trés momentos, a forca prod! ial e a consciéncia, podem e devem entrar em conflito entre si, pois, isdo do trabalho, torna-se possivel, ou melhor, tomna-se efetivo que as atividades intelectual e material, que 0 gozo 6 trabalho, a produgio ¢ a consumagdo caibam em partilha a individuos diferentes. Entéo a possibilidade desses momentos néo entrarem em conilito reside unicamente no fato de se ter novamente abolido a divisio 5A cia altura, Mark aotou na coluna da dicta; “Colncide © primera forme don ideélogos, padres". que “fantasmas”, “ral nada mais sio que a expres- ‘a, a representagio aparentemente do isolado, a representagdo de cadeias ¢ de interior dos quais se movimentam a modalidade de produgio da vida ea forma de relagdes que esté a ela ligada. € fepousa, por sua vez, sobre a divisio € sobre a separacéo da sociedade em fai As outras, — esta divisio do .trabalho iny repartigio do trabalho ¢ de seus produtos fem quantidade como em qualidade. Implica, portanto, a propriedad ccuja forma primeira, 0 germe, reside na familia, onde a mul ‘eriangas so os escravos do homem. A escravatura, naturalmente rudimentar € latente na familia, € a primeira propriedade, que, aliés, ‘corresponde perfeitamente & definigo dos economistas modernos, se- gundo a qual cla é a livre disposicio da forga de trabalho de-outrem. divisio do trabalho e propriedade privada so expresses, ‘enuncia-se, na primeita, em relacio & atividade, aquilo que na segunda, em relacdo a0 produto da atividade. interesse particular € o interesse comum, enquanto fade nao for voluntéria mas naturalmente dividida, 0 préprio ato do homem se trans- forma em poténcia estrangcira que a ele se opde € 0 avassala, a de ser por ele dominado. Realmente, desde o instante em que 0 trabalho comega a ser repattido, cada um tem uma esfera de atividade exclusiva e determinada, que the. 6 imposta e da qual nio pode sair. Seja cle cagador, pescador ou pastor ou critico fazendo critica, deverd perma- necer como tal, se ndo desejar perder os seus meios de. existéncia; enquanto na sociedade comunista, onde 0 individuo nao tem uma esfera de atividade exclusiva, podendo se aperfeigoar no ramo de sua prefe~ réncia, a sociedade regulamenta a produgio geral, possibilitando assim 38 20 individuo que fa pescando & tarde, cri Igo de diferente a cada dia, cagando pela manl ido gado A noite ¢ fazendo critica apés as ref ‘es, segundo a sua propria vontade sem nunca se tornar cagador, pescador ou Esta fixagdo da atividade ‘numa poténcia ot 0. © 0 coletivo que conduz Estado, uma forma independente, separada dos © do conjunto e a fazer, ao mesmo tempo, a, fugindo 20 nosso contrariando nossas expectativas, reduzinds a zero os nossos embora sempre sobre a base concreta dos elos existentes em , como os lagos de sangue, mais siio do que formas las as lutas efetivas das diferentes nesse sentido se Thes tenha amplam Franco-alemaes € Precisamente porque 0s individuos sé procuram o seu cular (que para eles néo coincide com 0 particular ou, entéo, ‘como na democracia. Por outro necesséria a intervengio prétic ilusério sob forma de Estado, © refreamento pelo interesse “geral” 39 © poderio 50 cooperacio dos balho, néo aparece a esses 10-6, a forga produtiva décupla, nascida da 1uos, condicionada pela divisio do tra- 10s como a sua propria forca na mas natural. 1, situada fora qual, io podem mais dominar e que, inversamente, percorre agora ia particular de fases e de estégios de desenvolvimento tio da vontade e da marcha da humanidade que na verdade fa marcha da humanidade. Para que esta “alie- igivel_ aos’ filésofos, ela precisa, naturalmente, ser eas. Para que se tore uma force contra a qual se faz a revolugio, € necessério que da massa da humanidade uma massa ‘mente “privada de propriedade”, que se acha simultaneamente em ‘um mundo existente da riqueza e da cultura, coisas que supdem um grande aumento da forca produtiva, isto é, um estigio elevado do seu desenvolvimento. Por outro lado, esse desenvolvimento das forgas produtivas (que jé implica que a existéncia empitica atual dos homens se desenrole sobre 0 plano da hi 10 invés de se desenrolar sobre aquele da vida local), esse desenvolvimento das for- as produtivas é uma condicdo prética prévia absolutamente indispens4- vel, pois sem ele haveria a pentria geral, a caréncia, ¢ a luta pelo neces- sétio que recomegaria, recaindo-se fatalmente na mesma velha imundicie. E igualmente- uma condicéo pritica sine qua non, porque as relagbes universais do género humano podem ser estabelecidas. unicamente vés desse desenvolvimento universal das forcas produtivas e porque este gera o fendmeno da massa “privada de propriedade”, simultaneamente fem todos os pafses (concorréncia universal) tornando cada um deles dependente dos transtornos dos outros ¢ colocando, finalmente, homens empiricamente universais, histdricos, no lugar dos individuos vivendo num em isso: 1.9) 0 comunismo s6 poderia existir como fenéme~ as forgas das préprias relagdes humanas nao teriam podido se desenvolver como forcas universais e, portanto, inexordveis, e teriam i lecorrentes das supersticdes locais; € 3°) qualquer extensio das relagies humanas aboliria 0 comunismo local. O comunismo s6 € empiricamente possivel como o ato “repenti- no” ¢ simultineo dos povos dominantes, 0 que supe, por sua vez, 0 desenvolvimento universal da forga produtiva © as relagdes universais estreitamente ligadas a0 comunismo. De outra forma, por exemplo, de ue maneira pod: 60 tomar diferentes foruas? Como, digamos, teria a propriedade rural podido, nas condigdes adversas que se apresentaram, passar na Franga do desmembramento a centralizacio, nas mios de uns poucos; e, na Inglaterra, da centralizagéo nas mios de uns poucos ao desmembra- efetivamente 0 caso? Ou entdo, como se expli © fato de o comércio, que no entanto representa a troca dos produtos dos individuos ¢ de nagies diferentes ¢ nada além disso, dominar 0 iro através da relacdo da oferta € procura (relagéo que, segundo um economista inglés, paira sobre a terra como a antiga fatalidade e distribui através de m&o invisivel a felicidade e a infelicidade ‘entre os homens, funda impérios, destréi impérios, faz povos nascerem ¢ desaparecerem), Uma vez abolida a base, a propriedade privada, instaurada a regulamentacao comunista da produgao, que abole ‘no homem o sentimento de estar diante do seu préprio produto como diante de uma coisa estranha, a forga da relagio da oferta e da procura & reduzida a zero € os homens retomam 0 seu poder, o intercdmbio, a produgdo, a sua modalidade de comportamento uns face aos outros. © comunismo nfo ¢ para nés um estado que deve ser criado, um ideal segundo o qual a realidade deve se regular. Nés chamamos real que abole o estado atual. As condigies te existentes, Outrossim, lho separada em massa tem como base prévia 0 mercado mundi portanto, existir na escala da histéria universal, da mesma forma que © comuunismo, que € a aslo, nao pode absol forma que a de universal dos individuos, em outras palavras, existéncia diretamente A forma das relagdes humanas, condicionada pelas forcas de pro- istentes em todos os estégios hist6ricos que precedem 0 n0ss0, mando-os por sua vez, € a sociedade burguesa que, como ele, que 0 precede, tem como condicéo prévia ¢ base © que se denomi Ha ide burguesa & 0 verdadeiro ria © vé-se a que ponto a conceps passada da histéria era um non-sense, negligenciando as relagdes re iando-se aos grandes e estrondosos acontecimentos histéricos © 6 politicos, A sociedade burguesa resine 0 conjunto das relagdes materiais dos individuos, em um estégio de desenvolvimento deter forcas produtivas. Ela abrange 0 conjunto da vida comer de um estigio e ultrapassa por esse mesmo meio o Estado ¢ a nagi cembora deva, por out ar-se exteriormente como nacional dade ¢ organizar-se burguesa aparece partir do momento em que as acdes de propriedade foram desligadas da comunidade antiga ¢ Inelleval A soa tal 86 se desenvolve com a burguesia. ‘Todavia, a organizagio social nascida diretamente da pro- dugio ¢ do comércio, e que forma em todos os tempos a base do Estado ¢ do resto da superestrutura idealista, continua a ser designada sob 0 mesmo nome.

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