Você está na página 1de 1

O poeta comeou por colocar como possibilidade a realizao do sonho; depois anula essa

hiptese, considerando que uma vez realizado, o sonho deixa de o ser; finalmente, conclui
que no necessrio fugir para o sonho, porque aquilo que procuramos est dentro de ns
mesmos.
A utilizao da regularidade mtrica (versos de 9 slabas), da rima, das repeties, das
aliteraes, da interrogao so os processos que mais contribuem para a musicalidade do
poema.

O sujeito potico neste poema, numa primeira fase procurou colocar a hiptese
de poder alcanar o sonho, numa segunda fase contradiz a hiptese colocada,
expondo a concretizao do sonho. Finalmente conclui que no necessrio
fingir para o sonho, porque aquilo que procuramos est dentro de ns mesmos.
No entanto, ao referir que Ali, ali / A vida jovem e o amor sorri, deixa
entender que mesmo estando dentro de ns, o sonho e a felicidade esto
distantes, pois so difceis de alcanar.
Este poema foi escrito para explorar o tema tipicamente pessoano do binmio,
sonho/realidade

Pessoa finalmente aceita que o talvez um no. E com um no que conclu o seu
pensamento: No com ilhas do fim do mundo, / Nem com palmares de sonho ou
no, / Que cura a alma do seu mal profundo, / Que o bem nos entra no corao.
Espantosamente aqui parece que Pessoa assume a futilidade de sonhar, de idealizar
a vida, o mesmo dizer que Pessoa aceita a futilidade de no aceitar a vida como
ela .

Você também pode gostar