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Be . @ . . Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga = Unidade Organica us de Duefo, 20 - 4710232, Brag, Teefne: 253208800 Fan 213506000 Emaltconeo@tragatamj pt 27 MNO ‘ ea 2225/14.7BEBRG costara22 Enno(e). Sent) of Dr(a), Pedro Marinhe Faleto = R Dr Joaquim Pires de Lima. 388, * 4200348 PORTO ae Processo: 2925/14. TBEBRG ‘Recurs0 de coniraordenagio | —Niktiatacas saa] Data: 8-01-2015 Recorrido: DIRECCAO DE FINANCAS DE BRAGA . Recorrente: JOSE AUGUSTO RAMOS DA SILVA. . Assunto: Notificagio de sentenga . Flea V." Ex por este meio notfcado da sentenga proferida nos autos supra referenciados cuja cpa Se junta, e de que dispoe do prazo de 20 dias para recorrer querendo, nos termos do artigo 83.° do Regime Geral das Infragdes Tributérias. 0 Oficial de Justiga, Aida Manuela aa Lemos Wot ‘me + Sollcta-se que na respostesejaindicad Re . “ ~, TRIBUNAL ADMINISTRATIVO EFISCAL DE BRAGA . ’ mee Proc. n# 2925/14.7 BEBRG* > Recurso ide contra-ordenagao I-Relatério ‘ Pe José Augusto Ramos da Siva, NIF. 212 153 838, residente na Rua Gabriel bacelr, 1° 39, Braga, interpds recurso da deciso da AT, que a condenou no pagamento “y de uma coima no montante de € 62,10, no procesio de contra-ondenagao gn® 036120140600000297056, por fala de pagamento de taxa de portagem. em violagéo do disposto no art? 5.%, n.° 1, alinea a), da Lei n.° 25/06, de 30 Q6. infagdo punida pel art.° ae 7 do mesmo diploma egal, ° i ° - $ . we No recurso apresentado, a recomrente alegou, em sintese a nulidade da decisfo . administrativa, ° . * Conciui pedindo a revogagio da contra-ordenagao pela qual foi condenada, A decisio de que se recorre encontra-se a fl. 18/19, ¢ reporta-se a pritica de o inffacgo alegadamente cometida pelo arguido de fata de pagamento da Taxa de Portagem relativa ao vefculb automével matricul 48-MQ-53, no dia 05-06-2013, pelas 11.48 horas, detectada na safda Maia PV, que constitui inffacgio ao disposto no artigo 5°, n? 1, alinea a), da Lei n? 25/06, de 30 de Junho, punivel ‘nos térmos do artigo 7° do . mesmo diploma, ° » TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE BRAGA Nessa decistio, akim do mais, teve-se em conta 0 cardcter “frequente” da infacedo, a mio verificagio de actos de ocultag’o que difcutassem a descoberta da inffacgio, tendo decorrido mais de 6 meses desde a data da infracgio, a stuagio econémica © financeira “baixa”, tendo-se considevato que o recorrente nifo agin de forma dobosa mas tho s6 negligente. * Orecorrente foi condenado em coima no montante de €62,10: Pelo Magisrado do Ministério Piiblco foram estes autos presentes a tribunal =, considerando-se tal acto como acusago, nos termos ¢ para os eftitos do artigo 62..n°1 do Regime Geral das Contra-ordenagdes (RGCO), aprovado pelo Decreto-Lei 1n.°433/82, de 27 de Outubro “ex vi" artigo 3.°, alinea b) do Regime Geral das Infiacgdes + Tributirias (RGIT), Notifcada a Fazenda Pibica nos termos e para'os efeitos. do disposto no artigo 81.°, n.°2 do RGIT, no se pronunciou. Notiticado 0 Recorrente nos termos do disposto no artigo 64°, n.°2 do RGCO, nndo foi apresentada quakuer oposigo & prolagdo da.decisio do, presente recurso por despacho. Ss. 1 R. TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE BRAGA Tl- Saneamento O tribunal écon:s@:cnte em raziio da nacionalidade, da matéria e da hierarquia, © proceso € 0 proprio © encontra-se isento de nulidades que o invalidem na totalidade, AS partes sdo dotadas de personalidade e capacidade judiciirias e sto legitimas. TH - Fundamentagio De Facto Considero provados os seguintes fictos, com relevincia para a decisfo a proférir, com base no teor dos documentos juntos aos autos: A) A 17-07-2014 fi levantado contra a recortente 0 auto de noticia por fika de Pagamento de portagem, verificada a 05-06-2013, que motivou a instauragio do rocesso de contra ordenago n,°036120140600000297056, [efr. Fs 20], cujo teor de dé aqui por integralmente reproduzido para todos os eftitos legis; B) A 11-09-2014, foi proferida, pelo Chefe do Servigo de Finangas de Braga 1, a decisdio ora recorrida, que se dé por integralmente reproduzida para todos os efitos legnis e se transcreve: TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE BRAGA Ee oc natant, ree Ta ea 2 Oe rR ath ee a A+ Eee, Bag Ou SSE MOY 8 et go) AUDL si—0 1 siToece sayutre sos desons-— ARR olan 27 ge sa Fase ES macs eno ere pega det de prtagem paper de 2 oe PSHE ET ee se 8 Seta Creda J 200s 8 8, I mo nae) PRCA 2 ESC) HOSA Shane cr neces cn oan Se) ero) a et Sn penn 2 nr) seri) re) (TSE [Assim tendo em conta estes e elementos para a graduayso da coims ¢ de acordo com 0 disposto no Ar? 79° do RGIT aplco a0 arguido a coms de Eur, 62,10 cominada o(s) An(@p Art? 7? Lei n° 25/06 de 30/06, com respeto pelos limites do Art? 26° do ‘mesmo diploma, sendo ainda devidas eustas (Eur. 76,50) nos termos do N° 2 do Dec Lei N° 29/98 de 11 de Fevereiro. (...) «off fis. 18/19 dos autos. Os factos supra discriminados decorrem da prova documental junta aos autos. S. 3 TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE BRAGA Inexste qualquer factusidade que, revestindo interesse para a soluto da causty tenha resultado como nfo provada. IV-ODireito Vem © Recorrente apresentar recurso de contra-ordenagao da decsto de aplcago de coima no montante de € 62,10, pelt prétca de inffacgo contra- ordenacional previta ¢ punida pelo artigo 7 da Lei w” 25/06. de 30/06, atenta a inffacgio do artigo 5° 1° 1 alinea a) do mesmo diplora. Cumpre apreciar ¢ decidir. tneumbe 20 Trbunal 0 conhecimento de todas as questbes susctadas pelas partes, e apenas destas, sem prejutzo de a kei impor ou permitir 0 conhecimento oficioso de outras: art. 608.° n° 2 do Cédigo de Processo Civil (CPC), ex vi do art. 2° al. e) do ‘Cédigo de Procedimento ¢ de Processo ‘Tributério (CPPT). Porque a middade da decisio precede as outras questOes invocadas, desde jé, nos prommnciamos sobre ek [Nos presenes autos vem imputada & argue a pritiza de wm iicito de mera condenagdo social prevsto no n° 1, alinea a, do arign 5° da Lei n 25/2006, de 30 de junbo. Dispée a ahudida norma nos seguintes termos: sContra-ordenagées praticadas mo dmbito do sistema de cobranga electrénica de portagens 1 -Consttui contra-ordenagao, punivel com coima, nos termos da preserie kei, fe S. Se RK. TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE BRAGA ondo pagamento de taxas de portagem resultante: a) Da transposicdo de uma barreira de portagem através de uma via reservada ‘a.um sistema electronico de cobranga de portagens sem que 0 veiculo em causa se cencontre associado, por forea de um contrato de adesto, ao respectiva sistema; (od. Artigo 7." Determinagao da coima aplicdvel 1 -As contra-ordenagBes previstas na presente lei siio punidas com coima de valor minimo correspondente a 10 vezes o valor da respectiva taxa de portagem, "OS ‘munca inferior a (euro) 25, ¢ de valor maximo correspondente a0 quintuplo do valor ‘minimo da coima, com respeito pelos limites mdximos previstos no Regime Geral das Infracedes Tributdrias. 2 - Para efeitos do disposto no mimero anterior, sempre que for varidvel a determinagiio da taxa de portagem em funedio do percurso percorrido e néo for possivel, no caso conereto, a sua determinacdo, € considerado o valor méximo cobrével na respectiva barreira de portagem ou, no caso de infracestraturas rodovicirias, designadamente em auto-estradas e pontes, onde sejadevido 0 ‘pagamento de portagens ‘e que apenas disponham de um sistema de cobranga electrénica das mesmas, no sublango ou conjunto de sublancos abrangido pelo respective local de detecgao de veiculos para efeitos de cobranca electrénica de portagens. 3 -As infragBes previstas nos artigos 5.°¢ 6." sd0 puniveis a titulo de negligéncia. (0)? Impbe-se,enlto, afer da verifeagio, “in easu’ de todos os requisitos legais da decistio recorrida. Estatui o artigo 79.2, n2 1 do RGIT, sob a epigrate “Requieitos da decistio que aplica a coima”, que a decisto que aplica a coime contém: a) A identficagto do infrator e eventuais compartcipantés b) A descrigdo suméria das factos e indicagao das normas violadas ¢ puritvas. ii TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE BRAGA ©) A coima e sancdes acessérias, com indicagdo dos elementos que contribuiram para a sua ficacao; d) A indicagdo de que vigora o principio da proibicdo da reformatio in pejus, sem prejuizo da possibilidade de agravamento da coima, sempre que a situagdo econémica ¢ financeira do infrator tiver entretanto melhorado de forma sensivel: ¢) A indicagdo do destino das mercadorias apreendidas; DA condenagéio em custas. Nos termos do artigo 63.°, n° 1, alinea d) do RGIT a fia dos requisitos legais da decisio de aplicagio das coimas, inchindo a notificaglio do arguido, constitui nulidade insuprivel do processo contraordenacional tributério. E conforme decorre do n° 5 do mencionado artigo 63.° do RGIT, tal mulidade ¢ de conhecimento oficioso, podendo ocorrer até ao transito em julgado da decisto final Conforme se extrai da “Descrigéto Suméria dos factos”, ievada a cabo na decisio recorrida, € omitido 0 comportamento contraordenacional modelado pelo n° 1, alinea a), do artigo 5.° da Lei n® 25/2006 de 30 de junho, que no se resume & faa de Pagamento de taxa de portagem. Na verdade, confrme vimos, jé, a ahiida norma exige como elemento constitutive do tipo, que tal omissio de pagamento seja “transposi¢do de uma barreira de portagem através de uma via reservada a um sistema electrénico de cobranca de portagens sem que o veiculo em causa se encontre associado, por forca de um contrato de adesio, ao respectivo sistema”, factualidade que € omitida em absohito na decisso condenatéria. Com eftito, 0 tipo de ilicto em causa nfo se basta com uma pura omissto de um dever de agir — dever de pagamento da taxa de portagem — contendo. pois, na sua descriglo tipica, os elementos adivionais acima enunciados, os quais, a0 constituirem um pressuposto da punigfo, tém de estar suportados em factos descritos na decisilo de aplicago da coima, ainda que reféridos por forma suméria, 0 que no caso dos autos nfo sucede, TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE BRAGA Nos termos do ahidido artigo 79.°, n° I, alinea b) do RGIT, a decistio que aplica @ coima contém “a descrigfo suméria dos factos ¢ indicago das normas viokdas ¢ punitivas.”” Conforme defendem Jorge Lopes de Sousa © Manuel Simes Santosl. cuja Posigfio se acompanha, “a «descrigo. sumériay referida naquele art. 79.°, 2-1, al by iio exige «a enumeragio dos fictos provados e nao provados, bem como de una exposigio tanto quanto possivel compa, ainda que concisa, dos nutivos, de facto e de dieto, que findamentam a decisio, com indicago e exame critico das provas que ida pelo art. 374°, n° 2, do serviram para formar a convicgio do tribunal, que é ex CPP para as sentengas proferidas em processo criminal. Trata-se, neste art. 79. n° 1, al b), de estabelecer um regine de menor soknidade para as decis6es de aplicagdo de coimas comparativamente com as sentensas criminais, regime esse justiicdvel pela menor gravidade das _—_sanges contraordenacionais. © que exige aquela al. b) do n° 1 do art. 79. interpretada & hw das garantias do direito de defesa, constiucionalmente assegurado (art. 32.°. n° 10, da CRP) é que a descrigio factual que consta da decisio de aplicagio de coima seja suficiente para Permitir a0 arguito aperceber-se dos factos que the silo imputados e poder, com base nessa percepedio, defender-se adequadamente.” Ora, no caso sujeito, a decisio recorrida niio contém todos os fctos que infogrem e sustentem a contraordenagao imputada @ arguida, ou seja, todos os elementos constitutivos do tipo contraordenacional em causa, sendo, por isso, insuficiente para sustentar a imputago do mesmo a recorrente. Por outro lado, a mera remissiio para aqueles fictos por vie da invocayiio da norma “infringida” © da norma “punitive” nfo € apta a garantir a verificagao do porque tal elemento essencial consubstanciado na “descrigfio sumiria dos factos”, n TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE BRAGA nio se traduz numa efetiva descrigio factual, seja porque, onerando o destinatiriy

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