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BERNARD MANDEVILLE
Junho 12, 2013
Publicado em 1723, A Fbula das Abelhas, de Bernard Mandeville, defendia aquilo que era
entendido como o vcio dos homens, como o caso da ganncia, da inveja, da vaidade e do
orgulho.
Todos estes vcios eram fundamentais para a prosperidade da nao. Este desejo pela busca
do auto-interesse teria como consequncia no intencional um carcter estabilizador para a
sociedade. O bem-comum no seria um produto da bondade das pessoas, das suas virtudes,
mas sim dos seus vcios individuais.
Uma grande colmeia, de abelhas repleta,
Que viviam em luxuosidade completa,
Porm to famosa por leis e ao
Quanto por copiosa populao,
Constitua o grande manancial
Do saber cientfico e industrial.
No havia abelhas com governo melhor,
Com mais contentamento, inconstncia menor;
No eram escravas da tirania,
Nem sofriam com democracia,
Mas tinham reis, que errar no podiam,
Pois seu poder as leis comediam.
Embora o enxame a frtil colmeia abarrotasse,
Essa multido fazia com que ela prosperasse;
Milhes procuravam dar satisfao
Mtua a sua cupidez e ostentao;
Outros tantos entravam na lida
Para ver sua obra destruda.
Abasteciam o mundo com sobra,
Mas tinham mais trabalho que mo-de-obra.
Alguns, com pouco esforo e grande capital,
Faziam negcios de lucro monumental;
Outros, condenados a foices e espadas
E a todas essas rduas empreitadas
Em que, voluntariamente, infelizes suavam
Para poder comer, as foras esgotavam;
Outros ainda a mistrios estavam votados,
Aos quais poucos aprendizes eram encaminhada
Que no requeriam seno o impudor,
E sem um centavo podiam se impor
Como parasitas, gigols, ladres,
Punguistas, falsrios, magos, charlates,