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O texto busca uma discusso sobre o carter cenogrfico de um aglomerado urbano, unindo

conceitos do teatro, da arquitetura e do urbanismo atravs de uma experincia barroca: Ouro Preto.
feita uma introduo, de abordagem filosfica, sobre a identidade artstica de um objeto, de modo
que apresenta-se o juzo de valor como definidor da qualidade artstica de um objeto. O
reconhecimento desse valor o diferencia dos outros objetos sem esta qualidade. Para a anlise que
segue, pretende-se uma viso da cidade como um unidade que, junto ao seu sitio, se constitui em
um objeto indivisvel, passvel de se atribuir uma condio artstica.
Assim sendo, Ouro Preto, como cidade barroca, utilizou uma estratgia de exposio sedutora do
poder religioso e poltico ao transeunte, que fosse acessvel a todos (de todas as classes). Desse
modo, o artista barroco no busca a representao da natureza, e sim uma dramaticidade com o
objetivo da comoo. Um espetculo imvel, onde o espectador promove a dinmica e o
movimento
Ouro Preto ainda apresenta, particularmente, um relevo acidentado que enriquece o apelo
cenogrfico, de forma que a natureza e a cidade fazem parte de um mesmo mecanismo dramtico.
Como consequncia, a cidade pode ser vislumbrada tanto de perto quanto de pontos exteriores. A
topografia tambm contribui para que as igrejas no tenham rivais ao serem observadas,pois no
so obstrudas por outras construes.
De outro lado, a alternncia de imagens estreis com grandes cenas que explodem aos olhos do
transeunte formam o efeito surpresa da experincia. A densidade construtiva durante o percurso
junto s ruas sinuosas limita o alcance visual durante o caminho.
Por fim, tem-se uma anlise da Praa da Tiradentes, importante como centro administrativo, social,
poltico e econmico da cidade, alm de fazer o elo entre os dois lados rivais de Ouro Preto:
Antnio Dias e Pilar. Destaca-se, ainda, por utilizar, quase que de forma nica, monumentos laicos
como os focos de ateno.

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