Você está na página 1de 13
Armando de Holanda ROTEIRO PARA CONSTRUIR NO NORDESTE Arquitetura como lugar ameno nos trépicos ensolarados, — Universidade Federal de Pernambuco Mestrado de Desenvolvimento Urbano Recife 1976 Holanda, Armando de Roteiro para construir no nordeste; arquitetu ra como lugar ameno nos trépicos ensolarados. Rocife, Universidade Federal de Pernambuco, Mestrado de Desenvolvimento Urbano, 1976. 48 pp. ilust 1. Arquitetura - Brasil (Nordeste) 2. Arquitetura - Trépicos 3. Clima e arquitetura 1. Titulo 720(213) COU. 720.981 Este livro faz parte do Programa Nacional de Capacitacdo de Recursos Humanos para ‘9 Desenvolvimento Urbano Convénio MINTER SUDENE/SEPLAN, CNPU/MEC.UFPE Série Estudos Urbanolégicos Publicagso n° 7 do Programa de és Graduacao em Desenvolvimento Urbano da Faculdade de Arquitetura UFPE i976, Fabula de um arquiteto — Lt Evitemos as desprotegidas fachadas envidraga- das, em cujos interiores tudo desbota e onde £6 ode permanecer com as cortinas fechadas isolado do exterior. Os munaratin, que outrors rcobriam a8 cede de. Ot a, Te sgt jor tre Geeea 9 No pojta da Edeio do Minitrin da Eduengso @ Cut {o, foram adotodse gucbran oo! para todo Teche nar, foramen neolads,srauonto s facrads 9, fecemecta oda, fol fecoberta or ‘um pano canting 20 war, G) © aro inicade por eece projla nao tove’ a sxpiretoe postenar quo ors de eo pero, devise, om para 60 prow (ipo que paseo s dectrtar ono de var (outa voll infvincis dn siamads cargateurs itemaconl © to utendo no brsl sem se aentar preSU3 Snquagio te drones orentabes ‘As chwa do vorto do Nordesto provecam Imuorealog palo cuanto ‘de unilede do ‘bee 6 iniepeneevel que ob ambertes be tases, sande uosina nse ediagbee art at, © Ber {oetvntioss, era por Augusto Hanae, | protegdo das eberturas externas tome-se mnprescnsive fot ténlens, pore crag de ambletee emence fe! ‘igo, dow saneumes de energia com rerigranio Iinaelo arcing, As vartogene ccondmicas doacae {epoee team evienciadse quando oe compara cou evo 44 trtcloggo ‘com co Go opera. do eat, a0 longo ‘Se oun vie. 3 6 ABRIR AS PORTAS Tentemos aprender a fluéncia entre a pal gem e a habitagdo, entre o exterior e 0 interior. para desenharmos portas que sejam um convite 508 contatos entre'e8 mundes coletve © ind orias protegidas e¢ sombreadas que possam ermanecer abertas. Desenhomos portas externas vazadas, capazes de garantir a necessaria privacidade o de admi- tir ar e luz, J bem como portas internas versdteis, que. pro: tejam os ambientes © permitam a tiragem de ar. aeae ea ealgads ae lous apcar do ho doe ims vi tan, prlongun a onpongas ata rus guste nd0 80 Per. (ate’ae co ant dena ov fora. No vendaae, ra ‘Smente tm lpar onde pane: # om ger nd mmect. Quel ent, eu pergnto, & a grande realidad de wna por in Bem aves‘ grande resiaade ‘se ume’ port, Sie Bachar de tn mantener hae \conaeénechagude ® para, Tao 6 0 Qu & una port, ‘rato so pre oaites ue’ oMfetm mon tania po Souci’ encotradon ow ompeddos'K ports ker Feo pera une vaso" 27 ‘As poras raogaden, quamocides por bandeise sbertae do femb, da hebltapio. do reclo parsed, permitam. to Aer a oe abe, com &orventte de r86 po 29 7 CONTINUAR OS FSPAcans Deixemos 0 espago fluir, fazendo-o livre, conti- uo e desafogado. Separemos apenas 08 locals ‘onde a privacidade, ou a atividade neles reall- zada, estritamente o recomende, Os ambientes podem ser incvisualizados por ura dferengs Ge nivels, por um plano vazado, por um tstemento Sito se" supers, por uma voraga se itonadade iuminos, Q for umo ort entanto. 9 eamnucade expecta tm Bawado, sabctudo na habtogao, om excesives exgenelon ae'prvoedade, que consicionom sompre aolugees, eres ‘mente somparimentasen " Identifiquemos os casos em que as paredes de- vam isolar completamente os ambientes, para ‘nfo perdermos a oportunidade de langa-las vres, soltas do teto, tra 6m de contri pora a con Se a poe yr eeule erent 6 eT 3 Mantenhamos os interiores despojados, na bela tradigdo da casa do Nordoste, Numa tree onda oo tom 0 priv do vver no mundo da atreza dunt todo @ eta, pode-ce depercat © apo do‘inri don habosdoerare-omarcanca ©. cups, Foleo de moves obletoe, ‘eriando ambientes cordiais, que estejam de acordo com 0 nosso temperamento e com os ossos modos de viver. ‘A ambidroa do Nordeste snd Sitar eesuroe poo materas sparentsyenquece ‘ranco “sempre om erzant con's oc verdes eacuron dt 3 Lis aauecon oo core 9 seu rors ugar io fol assueida polos ‘or dos ation qe 8 CONSTRUIR COM POUCO Empreguemos materiais refrescantes ao tato @ 4 vista nos locais mais préximos das pessoas, ‘como paredes @ pisos. NRA NS ‘Sejamos sensatos e fagamos uma reducéo no edificio; reducao no sentido de evitarmos a de- masiada variedade de materiais que emprega- mos numa mesma edifieagao. Desenvolvamos componentes padronizados que Possuam amplas passibiidades combinatsr exploremos estas possibilidades para que, a pa lir de simples relagdes construtivas, venhamos a obter ricas relagoes espacials, & ee —_— Se rono Promovamos 2 racionalizacio e a padronizacio a construgae, contrbuindo para a repetigto dos processos construtives © para @ redugio os Gustos da construcao. ‘Nossa orgaieno sante desconforto quando nBo consoqye iar ecard clin og, Produ, por Woes {Gusts torarar cate Go Alebnars Go Sto Lu do con {spt0\ sos ewemos do bz oan fonportura tropion. a ‘ura paracs enclents para Guam profre satis onads Foe repos. [A oxcossva varedado do matrss crrante nae const {eee stun, apenas Compromets 0 unidase don pojles © fenefarma a sonatuete mum prosesea comslcase » one oso pala cada mitral exige ur tpo de arts © Je sox armenta dition levando a 8fculdedes de execugso ous 180 ocorrom er ome 35 ferpare »‘cardo do sovor songmos de vives Eas eas Slade‘ Ciba quando Sbeowave gue “busta vn tere (bs fern pars ee evcrovor oe Sezae Go mRCtES do paras de 3 thomane {Som una sbordagem comnts ou permstacionsl dae Fie ee da aca an, ee Pr ‘bono mondtone. # que todor Yeriam que e@ comorman. (Gr oion dn ‘eicaen vocamers Comoe, argue Hstirico Naional don Gusrrape, ava felon don Som uma aorager combat: a bart fou an (qos de dupe curr, ote pei ears 9 fae es Eesonte GP pri np, from rma spoios: prossaguinda com proceeio conibinatore, 98 ese ‘Sn foram acopladee etree, Tormando unidates, dai Wii: Beste foro, fr posrvl repr o mesmo proceres ‘ensne pra ot ego, em posto aus 2 9 CONV: IVER COM A NATUREZA Estabelegamos com @ natureza tropical um en- tendimento sensivel de forma 8 padermos nela Intervir com equllibrio. Nao permitamos que @ psisagem natural — que #8 fo! continua e grandiose — continue @ ser ‘amesquinhada e destruida. EE Utiizemos generosamente © sombreamento ve ‘petal. fazendo com que as arvores dos jardins, ae vias, dos estacionamentos, das pracas © dos parques 2e articulem 6 se prolonguem pelas praia @ campos. Lombremo-nos dos antigos quintais recifenses, do sua luz fitrada, de suas sombras, de evas copas fechadas, de suas folhas gf de seus verdes escuros, mos 0s Jardins de vegetagio delicada & ‘muda, arrumada sobre bem comportados grama- dos, ¢ acolnamos o cardter selvético @ egigan- tado da natureza tropical a morecond us ‘ben ao: Narde hus bono andgto wreannrecontsems opr ‘i home ra? Na Fiona ¢ otival » ntegragto entre as eiades @ o ‘cargo, permndo so Famer tne Wangule condos {ins Cxprnstiage enorme = (1) “a 10 CONSTRUIR FRONDOSO Livremo-nos dessa dependéncia'éultural em ro- aga0 a08 paises mais desenvolvides, que j6 re- tardou em demasia a sfirmacdo de uma arquite- tura deoididamente & vontade nos tropicos bra- sileiros. eee Desenvolvemos uma tecnologia da construgio tropical, que nos forega os melos necessarios para o atendimento da enorme demanda de edi ficagdes das nossas populagdes, no s6 em te’ mos de quantidade, mas também do qualidade. Trabalhemos no sentido de uma arquitetur vyro-e espontnea, que seja uma clara expres- So de nosea cultura e revele uma sensivel apro- priagao de nosso espaco: trabalhemos no senti- 0 de uma arquitetura sombreada, aberta, con- tinua, vigoroea, acolhedara e envolvente, que, 'a9 nos colocar em harmonia com ambiente tro- pileal, nos incite a nele viver integralmante. “a "1 . BIBLIOGRAFIA frabalhos apresentados ao Seminirio do Tropicologia, da Universidade Federal de Pernambuco, por solicitago do socidlogo Gilberto Freyre. $80 Paulo, Pioneira, 1974 8,69 (Biblotece Plone de Estudos So 2 — CAMPELO, Glauco: HOLANDA. Armando; PONTUAL, Aluisio:_ CARNEIRO, COUTINHO, ‘Sénia. Seminario sobre o en- sino da arquitetura. Proposigdes pera o en- Sino na FAUFPE. Recife, 1910. 9.91, 3 — CARDOSO, Joaquim. Dois movimentos na rquitetura ‘brasileira. Arquitetura, Rio de Janeiro (13) : 11-5, jul. 1963. 4 — LE CORBUSIER. Le modulor; essai sur une mesure harmonique a T'echello humaine ‘applicable universellement a larchitecture et a la mécanique, Boulogne, L'Architecty fe dAujourdhul 1864. 1 (Callecton Ae 5 — LUCIO Costa: sbbre arquitetura. Pérto Alo- ‘gre, Centro dos Estudantes Universitarios, de Arquitetura, 1962. p. 56, 60 6 — LEVI-STRAUSS, C. Testes trépicos. Trad. de Wileon Martine, $a0 Paulo, Anhemb, 1987, p. 84 i 7 — LIPPSMEIER, Georg; KLUSKS, Walter EDRICH, Carol Gray. Tropenbau. Building in the tropies, Munchen, Callwey 1969. p 1389 i 8 — SMITHSON, Alison, ed. Team 10 primer. Cambridge, MIT Press 1968. p. 96, 48

Você também pode gostar