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{INDICE Introdugio ao Estudo da Nootogia ANTROPOGSNESE, ‘Tewa 1 Art, 1 Que € 0 Homem? Art. 2 — Advento do Homem Art, 3 — Diferenga essencial entre © Homem eo animal Art, 4 — Teoxias antropogensticas . Art. 5 — Os simios e 0 advento do Homem Art. 6 — Vislio decadialéctica da Antropogénese PSICOGENESE ‘Tea ‘tea 0 Art. 1 — Psique, Alma e Es Arl. 2 — As estructuras intencionis e vivenciais om Art, 1 — A construccéo da reslidade ul uw 7 35 6 6 93 108 am 123 13h 1 MARIO FERREIRA BOS SANTOS TEMAS NOOLOGICOS Tex ‘Taxa w Art, 1 — Introduegdo & temética . Ant. Art. 3 — Decadialéetiea nooldgiea Art, 4 — A timese parabélica e a criagio das tensées .. Att 5 — A Iiberdade cee 193 aT 138 ut 158 . 1st ut 213 223 INTRODUCCAO AO ESTUDO DA NOOLOGIA © tormo noologia tem sua origem na palavra Nous, que em grego significa espirito, O térmo noolégico tem sido empre- gado modernamente na filosofia, para tudo quanto eoncorne 0 espirito. A Noologia é em suas linhas gerais, a (a Geistelekre dos alemies), e corresponde & tafisien dos escolisticos, pole nflo € apenas uma deserigfio do funcionar do psiquismo humano, mas uma especulacdo em torno de temag transeendentais, metafisicos, como a origem e o fim da alma humana, prova ou nfo de sua existéncia. nar psieolégieo racional, como ¢ afectivas, e penetra no Ambito da problematic enoseolégico-eritica, que pertence espe- mente ao campo da Teorin do Conhecimento ou Gno- is dos escolésticos seguiu-se a grande contribuigde eritica da psicologia de nossos dins, 0 que convém consignar, cujo impeto 6 devido em grande parte as criticas elaboradas por Kant ¢ as andtises em profundidade procedida por psicdlogos modernos, A Noologia néo se cinge apenas ao estudo do funcionar noético, mas também investiga as suas raizes, origens fins, 2 MARIO FERREIRA DOS SANTOS incorporando déste modo téda a imensa contribuicao do espe- cular escolastico sore © tema da alma. Por outro lado nao pode deixar de examinar as teotias propostas para explicar 0 advento do homem, embora tais temas sejam propriamente das 1as antropoldgicas. Também nfo pode desinteressar-se fins a que tendem, e a discussie em térno déste ponto se impoe cada vex mats, Desta forma, podemos considerar nosso livro “Psicologia’ onde compendiamos as idéias gerais sobre aquela disci nossos trabalhos sobre Noologia obedecerao ao seguinte eritério. 1) “Novlogia Geral”, apresentada neste volume, det case 40 esttdo da Antropogénese, que discutira as idéias prin- cipais sobre o advento do homem, e a Psicogénese, onde exami- naremos a8 principais teorias sObre a formagao da alma huma- na e suas carseterfsticas diferenciais. Terminaremos éste vo- lume por um exame dos temas noolézico As normas do nosso método, que pri sintdticamente a materia em estudo, para, posteriormente, proceder a andlise dos temas prineipais e, finalmente, encerrar com uma visio conereta da totalidade da temética e da pro- blomatica da matéria em exame. cuteto de Braque ". Esta obra, que suce- Gerd & “Nook consta de um amplo exame de uma das regives ;portantes da Noologia, que é 0 estudo da formacio e conexio dos esquemas noéticos. 8) “O Problema da Al mos a série de estudos nool6 mos as diversas posigdes te cia ou nfo de uma alma espiritual no homem, e do seu =. Com esta obra, encerrare. NOOLOGIA GERAL 13 A Noologia 6 uma ciéneia eo seu objecto material é o facto psiquico. O objecto formal 6 esse facto psiquico examinado espeeifieamente no campo antropolégico, no campo da ratio. nalitae dos escoldsticos, no campo da noesis humana, com os icos animais, sera opor 'TROPOGENESE EMAL ARTIGO. 1 QUE £ O HOMEM? ‘Duas perguntas fundamentais incluem-se na lista das in- terrogagées mais exigentes: que é 0 Homem? De onde vem? Se a estructnragiio das ciéneias do saber tas, deade as de até as de origem eien- jo pensamento hu- os gestos de ‘ifiea, que passam pel mano, muitas vézes do homem enquanto t sentar as seguintes 1) 0 homem, com 60 mesmo homem, como @ de Neandes Aurignae, ete, m construir, pelo meno: de Cro-Magnon, 0 de Grimal cas importantes, que permitem tha ascensional, cont fluxos e re- 8 MARIO FERREIRA DOS SANTOS fluxos, de um desenvolvimento que se intereala entre 0 dos simios superiores ao tipo de homem mais elevade que conhece- ‘mos na actualidade, mente cientifico, que se estabelega seja o homem um simia evoluido. 2) Por outro lado, psiquicamente, podemos admitir que ‘© homem, nas suas diversas fases, conheveu evolugées, estruet- anda as stais faculdades no funcionar de esquemas, de conjun- tos diferentes, o que permite admitir que ha uma eonstante va- Em suma, os estudos actuais da Antropologia permitem-nos afirmar, no campo da Antropoginese, que: a) © homem enquant € formalmente invariante, isto 6 quanto & sua hor de, © homem o @ desile que transposicdes especifiens, de uma espé- a animalidade para a hom! 86 cientifieos, como filosbfieos e metafisicos, sive teolégicos; 2)__que o homem, tanto fisiea como psiqufeamente, tem Antes de_pross concopedes s6b1 perspectivas (que oportunamente mostraremos ser ui fe abstractas, apesar de certa ‘magbes) fornecem jortante, o que nos tividade conereta em suas fio de eonjunto déste tema 4 colucar © problema da antropo- 1) Teorias que nao aceitam a evolagio propriamente dita, 2) Teorias que a aceitam, NOOLOGIA GERAL 0 Impée-se um esclarecimento do térmo evoluedo, tantas vvézes empregado nos livres de cigneis, mas nem sempre devi- sires, ¢ nesse sentido lato todos estiio de pleno acdrdo, avabado. A Assim o germe evolu até aleancar o indiv espécie posterior e mais perfeita estar mento terminaria por dar surgimento efee- dade, B tal se dard ou por factires i por um desenvel io evolucionista, pois éste pensamento é dominante na los, Mas 6 evidente que ha vi wr a evolugao, e esti nessas modal jonista o motive que gera as mais dades do pensamento ev tas discordaneias, Ha necessiddade, portanto, de esclarecer livergéncias para de HA teorias que no aceitam a evolucio, ¢ hit as que a aceitam. ‘Tanto nae primeiras, como nas segundas, hi # aecitago de modifieagoes: 2 MARIO FERREIRA DOS SANTOS ©) Por factéres internos b) ™ > externos ©) pela interactuaeflo de ambos, ‘As que nfo aceitam podem elassifiear-se: 1) Fixistas — admitem uma harmonia preestabelecida . ‘Temos, ein parte, o eriaciuntema ismo moderne. je admite que o orgunismo responds ando suas estructuras virtuais (po Hn, © que corres onde ao apriorismo nas atitudes filos6ficas). O meio ambiente ‘tem um papel de “detector”. No terreno da Psicologia, temos as posigies aprioristieas, que consideram algumas estracturas de Ia tentes, como vemos nos jnatistas eléssicos, Aqueles sto Preformadas e nko eleboradas pela experiéneia, entos exteriores, @ as sinteses jas “formas”, na Psicologia, tas) : no agirma a adaptagdo por pressiio exte- ia cortesponde a0 assoc’ conhecimento results dos haloitos fdade interna, que con Sicione tais acquisigées. Corresps ‘que expliea a inteligéneia pela press 2), Por tages en evolugio (evoluci ia a inteligéncix como tal, con- Je também ao empirismo, NOOLOGIA GERAL a ago euclidiano tem Ués dimenedes porque melhor corvespon- 03 nossos sentidos. (FA aqui adequaeio do espirito ‘tarmos @ externos: 6 0 que ssponde & interdependén- 10 do objecto pelo su- interaceionismo afirma sees intemos ses endégenns) fects rime eanrepondente $0 Beolusgo imo (convencionstio, dent Paget) actives oxteros — Jamarcklamo (empire nn Horots). io evotngao \fenomenciogia) faceives extornes Corresponds ie concepescs dos fxistt, & da harmonla preesisbelecia, As do prelormicmo, 0 platonic ngs formas. Antes de procedermos a critica das diversas posigdes, hé se entende por factires here 0, cfs, achiagio posterior serd, \la aes mesmos, de eerto modo, propor’ Factéres heredi Sto factores here: 2) o nosso sistema nervoso ¢ os nossos éréiias dos sentidos b) a organizacao tensional da nossa inteliyéncia mani festada nos niveis de capacidade. 2 MARIO FERREIRA DOS santos Nilo poderia 0 organismo adaptar-se As varidmeias exte- estivesse éle j& organizado, Nem a Herdamos pelo menos a aptidée para os esquemas que 3¢ estructaram em conjuntos, e éste em con Ha, assim, riedade psiquica. pansio ¢ retragio do process vital sabrochamento) ; e eariay 10, estabelece Piaget og seiruin- ntropogéness, 0 que nos interessa & saber algo sé © desenvolvimento dos esquemas fisieos ¢ psiquicos, que ossam esclarecer ‘a sdbre 0 adventa do homem, Posigio de Piaget assim, 0 pa- imporé hs NOOLOGIA GZRAL 2 cestructuras eertas eondigdes necessfias e irreduetiveis de exis ‘Muitas vézes se cometeu o érro de olhar 0 ap: ‘iente om estructuras j4 feitas, e dadag desde 0 pouco e pouco é que éle se impde & conscineia, wracas a elabora- Go de estructuras sempre mais adaptadas ao seu proprio fun- cionamento, Desd wri nao s0 apresente sob a for- ma de estructuras necessérias, sendo go térmo da evolugio das nogies @ ndo ao se 0 a priort esti, portanto, nos siderarmos como inatas, nao as cons{deraremos epistémicamen- te como a priori. COMENTARIOS ius teorias que nfo aceitam a 0s fizistas estabelecem que 0 or! ma adequada ao meio ambiente, O proce monto ge di dentro dessa forma, e ac vém sito apenas aceidentais nfo substan tanto, transformagd dygieamente, nao é uma fase do deseny' mom ¢ formalmente homem, Para que um ser animal se tornusse homem, teria de perder a sua forma anterior para ser novamente informado. Haveria, sssim, uma geraefio ¢ uma imediata 9, so apenas avtualizegies de virtual i@, porque todo ser actua proporeionadamente & a MARIO FERREIRA DOS SANTOS icionisias admitem que as mutagdes experimentadas igteo esto contidas na forma que tem, e sAo apenas: \les aetualizadas que ufo afectarm a substancia do ser, formalmente. gruente com © axioma do de ‘montadas silo apenas possi est no postilado filos6fieo de As mutagdes que se déem, se ultrapassam ao campo da forma, exigiriam a eorrupelio do ser anterior © # gerngio de mancira clara: um triangulo as mutagdes se do den- tro da forma da triangula drado, porque ao sursir éste to déste tridngulo, O quadrado nfo é um trian, lo, mas otro ser, formalmente outro, As mutagies dio- irmagio, € por 8 negada. Para que suryissem novas espécies, essas ndo seriam apenas faves de uma espécie anterior, mas eorrespon- com a corrupefio da forma an- 's posighes, as espéeies ja estiio dadae desde mutagies, que Se conhecem, slo apenas o actualizar parte de um ser anima idades, o qual eorrespondert forma, Mas 0 advento do homem implicaria, to 6, 0 preestabeleci humanidade, o que ¢ expresso no térmo biblico da iespiracdo da alma humana no Adgo feito de barro, no ado animal, que re- cede 0 que © humaniza, NOOLOGIA GERAL 8 propriamente composigdo, como se o homem ima mixis, de uma mistura de animalidade e de por um acto ‘ormagho nova. Tangemos aqui tema da assungto, que 6 ma- “Q Problema da Alma’ nas ao campo blemas de or ‘Nao se trata aqui apenas de situar uma afirmat fa, que so reduzitia apenas 2 um tema de .quele livro teremos oport veremos que & inge- lesmente porque so poueos. ‘Pais tomas wero & proporgfio que examinemos outros, ar com seguranca terreno de sem 0s quai ‘thio grave importaucia. rem ad ARTIGO 2 ADVENTO DO HOMEM ‘Sempre o homem interrogou, proeurando respostas &s suas nde png ésse algo mais? Qual a nossa posieto diante de tudo isto? De onde vim? — & a pergunta do adver iu o homem? Para onde vou? — constitu sempre o problema miximo, presente om t6das as époeas: © problema da morte, Houve époeas em que 0 heaem vive preparando-se para \da © homem:; 6 a Cosmologia, a Antropol 19 vimos em “Ontologia ¢ Cosmologia”. a "MARIO FERREIRA Dos SANTOS Nels, o homem é tomado e estimado parte, embora siderado como parte do universo. Na Cosmologi le € considerado como a parte mais elevada (como valor), Para essa posi¢io, o mundo é modelado pelo horaem, que forma, como se observa principalmente nos homens primitivos. a antropologia ¢ as diversas cos- a essincia ¢ a estructura do ho- lo finito, 0 corpo. © homem 6 um de Deus, mas tem em si a possi- % vim composto de salma ¢ corpo. E: como a de qe 0 homem & um 2njo deceido, nostalgica por isso angustiago, ; ia concepeho é a greya. Uma espéeie de teopan- fismo, om que tudo € ‘Todos os deuses tém eardcter pessoal, Para os gresfos 0 mundo era divine, ¢ vive (pantesimo © hilozotsm0). NOOLOGIA GERAL 2 Para os gvegos, 0 homem € animal, mas recebe um dom, ‘que & 0 Logos, a razio, que ¢ algo semelhante A alma, @ qual Ihe permite a formagio da inteligéneia, A raaio é um poder, uma forga. (Para oc rfl 6 farga, porque é espiritual). Na concepgdo grega hé quatro pontos fundamentais: 1) O homem é péoduto de um agente diveto, a razio; 2) essa razio permite que éle conhega a si mesmo, ¢ as coisas como elas so; 8) Gee agente (Logos) tem um poder, wma forga; 4d) ésse poder é dado a todos os homens, e no apenas a usa aiimero determinado déles. os prineipais representantes cesta posiglo, pode- ‘a do “homo sapiens”, A inteligéncia nio sti na uatureza, mas sb o homem & Esta 6 2 coneopedo que passaremos snto, que é conbrario a essa cone eopga Jaco, que corresponde, por an ieia, ao movimento renaseentista no Ocidente, e do tendéncia exotéricamente irracional. |A terecira teoria, que 6 das mais eonhecidas, pode ser er globada como a dos siaturalistas, positivistas e pragmatistas, fistes procuram reduzir o homem a natwreza, So orizam o nexo eausal. Para Ostes, o homem nfo é 0 piews, mes 6 homem que produz, que fabri como também 0 s40 0 w MARIO FERREIRA Dos SANTOS tinto e as sensagbes, vio derivando-se até se tormarem propriamente sho, dessa forma, inteligéneia é © Logos, transformagses qna- eriias no trabatho do eérebro, Os defensores siio Demdcrito, Epieuro, Comte, Spencer, Darwin, Laplace, ete, A quaria teoria oferece uma valorizagao do tinto de reproduedo, de pod rm ésses instintos de reproducio, a convepgao econdmica na his- toria, que procura explicar os factos humanos como cauisados sobretudo pelo factor eeondmieo: como Karl Marx, Bsta pi we o homem é apenas 0 produto da natureza, 0 racistas, que estabelecem serem os cho- ques de ragas os adores do homem. Finalmente, ta concept, t do peder politico no sentido de Ma- guiavel, © a da Vontade de Poténeia de Krause, Adler ¢ Nietzsche. A quinta teovia ¢ uma iddia terrivel, como a chama Scheler. Procura estudar o advento do homem, a sua posigio e o sett valor na histéria, © poueo conhecida por estar esparsa em muitas obras. # contréria a todas as outras, O tema principal é 0 da docadéncia. Afirma: o homem é um desertor da vida, 0 homem vive de sucedaneos, ete., enfim, é um ser desarmado ante 0 mundo, por NOOLOGIA GERAL a sso necessita de instrumentos téenieos, incluindo coneettos, idiomas, ete. A razio, que para a posigiio grega é divina, para 1 6 uma negacHo da vida, ou como coxo”, sem o valor que The deram sresos e cristaos. Para esta teoria, o homem é uma enfermidade, um verme ridieuto ¢ pretencioso, que se autocritiea nas horas de depres- lio, © homem pens porque nfo pode e nao sabe para onde ,, e escolhe racionalmente porque nao sabe agir instintiva- mente. E astuto, porque é fruco e jeamente. Por isto 6 um animal vido de morte, porque nasceu para sofrer. Conclusfo: © wo sapiens nao & um momento alto, mas um momento de d Apoiam esta teoria: Schopenhauer, Nietzsehe em parte, Klages e Dacgué. ste foi propriamente um dos primeiros a esbocarem-na, com alguns fundamentos sérios de ordem cientifiea, Daequé assim considera: hé uma deeadéneia em tida a natureza, ¢ © homem também decai. No inicio do universo, 0 homem foi 0 maior de todos os bens, mas decaiu. Nés somos apenas alguns homens que esto demorando a decair, enquanto outros irmfos nossos j4 decairam, que so os anim: portanto, Inverie a teoria comum, partinde do m: tabelecen que o homem é decadente, mas pode servir de ponte ‘para 0 super-homem, que o superard. wore preciso evitar a confusto entre inteligéncia ¢ espirito, ‘Mas o espirite humano nfo consiste apenas na inteligi- lidade, © homem pode usar a in para o mal. 2 MARIO FERREIRA DOS SANTOS © animal néo contraria og seus instintos, enquanto 0 ho- ides, eensuras, entraves, obs- tos. ido a forga dos insti 6 suficiente cxlar 2 si préprio, e se vé obrigado a construir o que compens Cria, entio, os instrumentos. Neste easo, Ole esté dentro também da concepeho naturalista, que admite 0 homo-faber. ‘Mas sugede que as concepcdes naturalistas aceitam um progresso continuo, enguanto a da decadéncia repele esta afir- ohomem néo esté em progresso, mas sim em cons- em regresso. Cada vex porde mais férca, e cada ver se vé obrigado a trumentos para a vida. EA proporgio que os ceria, os érpos funcionam menos, o que lhe aumenta o en- Sraquocimento. Dao como exomplo, o abuso dos medieamentos. Nao procura evitar as dores por meios natursis; prefere drogas de efcito mais rapido 6, com isso, enfraquece o orga- jsmo, por atrofiar as suas defesas, Nao enfrenta as intem= , porque 0 seu organismo no est preparado para elas. imontagio 6 cada vex mais eozida, B quando no idas condimentadas que possam des- wa-se contra ai proprio, éle preci- surgem algumas opintoes, dosviam 18 que aceltam tides a deeadéncia inevitével, idade de superagio, com excepgio de Nietesche, que teoria slo as dos autores meios naturais (como nudi tiviam despertar os proprios A ravio passa a ser, para éles, uma manifestagio de deca ia maior. A proporgdo que 0 homem se torn mal NOOLOGIA GERAL s salogia. das Moral”, 1a novessiddade, viu-se tintos por instrumentos. Nietasche, na defende a tese de que o homem, foread brigade a viver em sociedad. Iidade sempre que hé “sé reunigo entre “companheiros” comun. Para Nietzsche, 0 homem vivia anter) macho e Femea. para a execusio mente avs pares: nfo & propriamente uma soeiedade, O homem pelo aumento dos ques, ax necessidades do apbic-raitno, ‘o homem fraco, que no podia ca fisien, entregava-se 20 aseetismo pars sous semelhantes, pala fOrga Imitivos feitieelros, 08 pre- \ésofo alemio. Iutas entre os grupos e exam apoiados pelo asceta que néles encontrava a férga que 0 amparava, O aseeta é um taumnaturgo (palavra que vem de um verbo grego que siguifica admirar, causay admiragio). a MARIO FERREIRA DoS SANYOS Na concepglo de Nietasche est estabelecida a luta, ao surgir 0 chefe, porque surge o esbogo da divistio de classe. Hoe os Realmente o homem, como animal, é decadente, A inteligéneia, incluindo a razo, nfo pode ser conside- rada como um mal, nem apenas como um recurso. Sendo um a intensidade dos instintos, teria fatalmente que compensé-los. Por que os outros animais ni eriam tam- bem instramentos? Porque nao tém o que Ihes permitiria criar instrumentos, © conjunto sistemitico 1m produto do espirito, ¢ ps nossa époce & que é espirito de decadéneia. na afectividade? Ox homens que ago perdem em afectividade mais do que 68 que vivem em pequenos agrupamentos. Quanto mais nos aproximamos uns dos outros, mais nos separamos, Perdeu-se muito da simpatia humana, Devido as grandes acumulagdes nas metrdpoles, a capa cidade de sotrer Nas grandes concentragdes humana, os homens aproxi- mam-se fisicamente ¢ afastantse afectivamente. Hoje 9 homem vale pelas coisas, Foi em épocas cruéis que sti Buda, Confiicio, ete. Mas ha excepgies que permitiram que ria niio Fosse apenas um pesadelo, O homem que tanto progride com a téenica néo realizaré nada de grande com 0 coracao? # natural que actualizemos a decadéneia porque mos, mas outra coisa deixar-se arrastar pelo es decadéncia. TEMAT ARTICO 8 DIFERENCA ESSENCIAL ENTRE © HOMEM E 0 ANIMAL relagao poraneidade de onto nao tinham a conformagdo que conhecemos hoje, Os mares estavam repletos de vegetais, de algas; eram mares de sargacos, dos quais alnda conhecemos um entre & América e a Europa, na parle norte, Na terceira fase, os vegetais ja ndo tinham as grandes di- mensbes anteriores e eram semelhantes aos vegetais de hoje, restando algumas espécies remanescentes. % MARIO FERREIRA DOS SANTOS As drvores diminuirum de tamanho, e 86 nessa época seria possivel o surgimento da homem, ou melhor, de sett antecessor, ‘© homin‘deo. ideos, anteriores a0 pitecdintropo, eram dife- fides que hoje eonheer:i0s, os simios supe- riores. Deviam vir dz mesma fonte, mas ja se haviam dife- renciado, Deu-se, portanto, algo espantozo, porque éstes se trans- formaram completamente, Qual a causa desea transformagio? Compendiando o que 8 seguintes observagoe Se atentarmos para as diferengas entre o3 mein, vemos que elas so imensamente grandes, como tambéin grandes sfo as semelhancas. Como se ex] to, que désve clo comum, uma parte seguiu uma diregéo, e outra seguiu uma sso diferente? #2 visio humana é binocular e permite a conver- sobre © mesmo objecto. © homem a converse no consegu tim também essa mobilidade, mas ter 08 focos acentuados como o homem; seus is hipermetrépicos, e nao podem fixar os objectos imos. A hipermetropia diminui no homem civilizado. comaparado a um homem culto, revela maior hic eemelhante & dos simioz, que percebem melhor os objectos mais afasindas que os proximos. Bsses animeis tm uma visio de conti l, diferente de a dos outros Os hhominideos, na primeira fase, alimentavamese tiniea- mente de frutos e félhas tenras, Depois das mi é gicas havidas, viram-se forgados a procurar 0 al © que Ihes provacou ies fisioligicas, Por ex., 0 mésculo que sus. tenta a caboga perdeu 2 suwe fancio, ¢ a nova posiedio do eére. NOOLOGIA GERAL a vo exigia ovo equilibria, per parte frontal, parte das asso posterior. A transformacSo désse anim: vores © passou 2 viver depois de um longo per’ Gecorre das modificagées fisiolégieas sofridas. O lo facto de #fastay na narinas do ehfiv, atrofion graniiemente 0 olfato. A modificagdo da visto, que cada vex mais se fixou, de- senvolvend Jbém of nervos; @ a mastigacko, em conseqtién- las mudangas de alimentos, desenvolveu-lhe os maxilares, aram formas completamente diferentes de a arborieolas. Essas modificagies permitiram ‘9 completa do funeionamento do eérebro, Ne- hhomem consegue viver sem a parte frontal, enquanto os jos © podera, como j4 foi verificado experimentalmente. O com a visio, mais ou menos 120 graus, podendo ‘58 olhos dentro déese campo, Os outros suimais no © homintdeo, quando também modifieagies qual om sua tensio, ‘Vemos que a agua tem caracteristicas completamente feventas das substiinelas que a comp5em. As modificagdes do eo MARIO FERREIRA DOS SANTOS hhomem podiam ser compreendidas andlogamente. (1). Quando comegou & desenvolver-se em sux estructura, houve também icagées de ordem qualitativa, que explicaria porque se inguiu dos outros animais, pergunta: por que ste animal rente de 2 dos outros an- Um tedlozo poderia dizer que o hominideo foi escolhido por Deus para ser homem, feito a sua imagem, Realmente i uma completa moditieagio déste no modo de proceder em conte + néles hii o predominio da co- r enquanto no horiem dé-se o 6, hd predominaneia do vérebro sébre a colina los misteriozos, nos quails os animais se opdem & nature, Houve exemplos de s tamente 0 NOOLOGIA GERAL 2 1s de baleias e de elefantes. Mua tal nfo é propriamente se, mag um entreyar-se gos impulsos de morte, que animeis, hi escolha, mas, na- , enquanto nos animais, mao. por Darwin e oa Tanto no homem como nos es esta se aplica a val Este ponto de vista, entretanto, & comb: tros, que nfo accitam nenhuma bese metafisice, Acham que vopsiamente a eceolha de valores. Real os ani 1e nko tém a concepeo do valor, Quando 0 bomi animal, em gue os instintos perderam a sta forga, conhecea a Quando alguém promete, 6 porque admite a possibilidade ae cumpr promesta coloca no future ama reallzagio qualquer. E uma possibilidade recontiecida. cobservamos, recolliemo-nos em nos mesmos, concentramos-nos em ns mesmos, € no nos consideramos como objecto; Tundi- ‘mo-nos em nés mesmos. a MARIO. FERREIRA DOS SANTOS aan iis Wizem sempre sm & vida, € 6 omer pie Os animais nao rompom os Ii sequioso do novo , animal edipido ¢ E agora surge a divide: gave espirito? 0 ndo, ou apenas ésse ndo aprovisions-o de energins? Reanalisemos algtuns pontos importantes. A erecedio do hiominfdeo era uma exigéncia da propria des. ites, ¢ adomais o homem 6 Conseationtemente, 0 v ibrio, desen- volvendo-sv a parte frontal. Hssas modiffeagSes se processaram ais voltar & pesicio quadvamana. Os chipanzés, por exemplo, Ao para a ereceso, porque éles, quando 12 palma das mfos, mas nos nbs dos as de ordem real e as de sto & quais as confirmadas pelos factos & a que nfo 0 sho. NOOLOGIA GERAL a 5 divigem-se a si prOprios, mas essa antono, , conhece 0 (© funcionamento cerebral do ‘vex mais separado do sistema sensi Os animais esto sujettos a actos de Ioueura por terror, ete., mo porém 108 também que a visdo do ho- mem permite uma fixagio de diversos planos, o que nao sucede com os animais, o que Ihe permitiu desenvolver ums meméris eoordenada, A meméria dos animais é demesiadamente pelectiva e, te- maple, 08 piissarox que encontram seus ninhos idade, apesar de estarem déles muito distan- ‘a meméria do homem 6 mais complexa, con paieologia. te em todas o8 actos psieelégicos ,, tem sensngiio provorada pelos es pela, e na percepgio dyieamente, tornousse ais guiar-se pelos instintes como jovos instintos com o decorrer’ wsatisfagho, sfio indiferentes acs factos da insatista- 2 MARIO FERREIRA DOS SANTOS um certo conhecimento das possibilidades, mas dentro de certo Ambito, 0 que néo acontece com o homem:; éste 0 ultrapasca. O homem constrdi possibilidades ‘denis que o animal niio pode fazer. Eis por que néle se desenvoive a vontade, o que nfo se & nos animais, 0 homem estabeleee um fin, e © anim nfo estabolece fins. Ble estabelece uma meta a ser aleangoda, ¢ isto 0 homem eriou os primeiros instrumentas de trabalho, que The permitiram a construgio da téentea Com ésses instrumentos, prolongou © aumentow as possi- bilidades, conhecendo, ao actualizé-las, novas possibi homem primitivo, que usou © primeiro instramento depois da pedra, desejou que éle fOese melhor, pois accitava a possibili daile de ser mais eficiente. Assim o que o homem reallza, julga que pode ser porve sempre considera uma poasibilidade. le cor) tem com um objecto ideal, possiv ‘paracao cha eradlo, rao que que Ale desejaria, A com- ciagéo, Ble estima, (que vem do grego timesis), e temos a times rab 10 por meio da comparacke, Som ensa timese parabéliea nao compreender' smano, Kia surge da propria possi esta da ‘ago. O animal nao a renliza, porque nfo tem con: satistagiio-satisfagiv. Bo facto de o homem conside- 08 0 pro. To do, veritieamas que a seleceao é erescente, e que homem é 0 animal mais selective que existe. O conhecimento é 2 mixima seleesio realizad: ‘mamente selective em seu operar, Hi, entio, uma mais? Ha duns respostas: entre os homens e ani- NOOLOGIA GHRAL 8 1) 4 dos gue dizem que nio ba essa diferenca es 2) a dos que a accitam, Os fitimes admitem que o homem é portador de algo qua- ferente dos outros animais; é portador de uma alma, Outros admitewn que o homem, por dest fisio- Jogico, diferencioa-se completamente. Deu um salto qual passot a projectar-se de outra maneira. Exsas transformagdes iio tensionais. Como animal, tinha éle uma série de poseibili- dades que se transformaram quando éle se tor ‘Gla mudanea estructarul, criam-se nevas possi Os ani tanto, de mé Bles notam o corpo morte, néo meditam sobre a morte, o eapazes de idear. Nao so eapazes, por- wre a morte, por exemple. © homem vriou inibigGes para si mesmo, por isso pode opor-se & naturcza, Pode transformar-se em obstéeulo contra: fa naturezas separar-se do mundo exterior, tornando-o um ob- jecto de conhecimento, enquanto os animais sc fundem com 0 mundo exterior. © homem, em suas relagies soci 6, posterformente, a aquéle que constréi um superego, walidade; tornase pessoa. E & pessoa um papel na vida, ¢ que tem conseiéneta de a, € que & portador de si mesmo, senhor de uma, que atinge a pessoal ia abstraegées, como as do espaco, do quantitativo, do qualitative, ete, O espago, para éle, pasen a ser compreendido coma vazio, enquante, para os ani- mais, 0 espaco é sempre cheio de realidace, O homem & um constante desveelizador, por construir fdéias. © homem diz nfo & nabireza — e por isso surge & por- gupta: & 0 sido que cria o espirito, ou serve para aprovisionur © espirito de energia? Ha duas respostas: 4) © espirito € forga, (pensamento apolineo) ; 2) ou 6 nogativo; 0 espirito nasceu désse nie. 4“ MARIO FURREIRA DOS SANTOS No primeizo caso, 0 rio dé energi do, é justamente o contrario: porque criar 0 esptvito, No segun~ a natureza, teve Aceitzmos, entretanto, que 0 mio acontue a energia e ine tensifique o espirito, Mas se o homem nio fosse diferente de animal, niio poderin dizer ndo & natureza. fste espirito, por- tanto, jé estava no homem, antes de recusa, do nfo, ¢ éste nia acentus o espitito, Os defensores da teoria negativista sae Proud, Adler, Schopenhauer, ete. E surge outra pergunta: como sobrevive ésse animal traco ¢ enférmo, que é 0 homem? Dizse que consegue sobreviver justamente por A natureza. pelo ¥ 0 espirito quem verifies a repressio dos impulsos; 6 de ‘quem realiza a mobilizagio das frcas inibitOrins para enfren- leva & coneepeio mecani dle uma eeséneia diferente dos ani- ro campo da metafisica, 0 que is JA nos Tevaria a pene faromos & proporefo que invadamos os temas pri déste livro. 0 facto de elas suegirem TEMAT ARTIGO 4 TEORIAS ANTROPOGENETICAS Em face das grandes semelhangas que hé entre o homem e algims antropéides, surgiu ista, que afirma 0 seu parentesca (nfo a deseendéneia) com os simios s ‘neipalmente com o chipanzé. ‘Tiveram éles um élo comum, Assim se julgava antigamente: Homan t oofntopo i Antroptide do homem, que Entre as diversas teorias sbbre 0 adver merece hoje 08 favores da iz que © homem surgi sombocar nos simlos superiores. Desta forma, em vez do homiem ser aponi evolufda dos simios superiores, é le o desenvolvimento de um ser que sobrevém de um elo comum. uma espécie oe MARIO FERREIRA DOS SANTOS 0 grafico abaixo nos esclarece esta coneepeao: Homo sapiens simios auperiores \\ 7 ™ ese “elo comum” era um ser arboricola, B arboricola o foi ‘também o hominideo em sua primoira fase, quando se deu a ida das drvores", 0 que permitin o surximento do homo 2, depois de atravessur uma longa evoleio até atingir ‘em que se funda esta con- cepeiio, isemos em nosso livra “Se a esfinge falasse, . Apresentaremos alguns aspectos e notas que julgamos necesei- rios para o bom entendimento dessa hipdtese, condensanda o exposto no artigo anterior. Quando sobre # face do mundo dominavam os wrandes ani- mais, viviam os hominideos nas drvores que thes serviam de reftigio. 0 que néio se jam isolados, como os ivasy a destruigio da arvore era prove- dida de uma corimbnia de carscter litirgies, e os lenhadores confessam sentir estremecimentos quando Ihe ferem cerne com seus machados. NOOLOGIA GERAL " “Admiram-na antes de destruf-la, Admiram-na como a um deus voneido, Ha entre o homem e & Grvore uma ligagdo mais profunda. ‘Uma espécie de sacer, no sentido romano da palavra. O rect nheeimento de quem se depara com quem o acompanhou ne vide, () Hé na veminiscénela, Em fédas as épocas, 0 homem emprestou & avo: ., anseios € Sonos mem + @rvore um qué de famil Jago _ HG senipne respeito ante a serenidate de um carvalho, ante 1 perdida nos deveampadas,e © sulgueiro infunde sim- A intlixéneta 6 em ome parte estimulada pela érvore. tamente possivel, através de uma série de observagies psicoléuiens, his , bioldgicas ¢ paleontoliy Aceitemos, por ora, parentes remotos, € no nossos ascendentes. A hominifiengio dos antropéides, dos pros: exereido pelos grandes ani antropéides encontraram na rvore o refigio, um meio de le- gilima defesa. © viver nas Srvores desenvol i no lati primitive @ que & da drvore do bosoue: A ‘sta, es origo™ 6 MARIO FERRIIRA DOS SANTOS Po, eresciam mais, porque, nas arvores, a aleneio exigida, for- ava o desenvolvimento dos membros anteriores. No chiio, na terra, 0 des imento dé-se nos membros traseiros, 0 que sucede com todos os outros animais mamfferos, Ai o terreno 6 continuo, e basta tnicamente a atengio sensorial instintiva para a mareha animal. Nas arvores, o terreno descontinuo mento. Como conseqiién- Jo terreno descontinuo da terrae « p la pelo tempo, es Pago, variagdes geosraficas, ete, © desenvolvimeno dos membros tropside se viu em terra, nao Ihe fi imano de outros mam‘feros, 9 que 0 levou @ equilibrar-se patas traseiras, condicionando-the a vertiealidade, Esta era mais fécil, por corresponder ao desenvolvimento exagerado dos membros anteriores. sriores, quando © an- wap eaminhar qua- A marcha eviou 0 equilibris, apés ensaios sneessivos ¢ mi- enévios, © tornaram-se os braces supérfiuas para a marcha, porque a ela nfo se adaptavam, comum obsorvar-se nos animaia arborieolas am maior desenvolvimento do volume cerebr A necessidade constante de um alertamento da atengio 6atica predipos um desenvolvimento das sensagdes correspon dentes, um entrosamento entre © perigo e os olhos, entre a vida © os olhos, entre a atengfio e os olhos.... NOOLOGIA GERAL ry Por iss0 so os olhos que oferecem pontos de referéncia do equilibrio, bem como 0 “ponto de eoagulagao” de todo 0 conhecimento, no homem. (1) Determinou a vida arbérea o desenvolvimento da lingna- gem, Sao precisamente os animals arbéreos os que possiem © maior nfimero de elementos de linguagem, o que permitiu obter maior conhecimento das necessidades colectivas, pele transmissfio das emogdes de uns para outros. nu na arvore @ nasceu do perigo. Foi © temor uma das condicionantes da inteligéncia. ju 0 desenvolvimento progressive ‘io déste, Desta forma, a verti- iferenca entre ima, pois estri- bba-se tinicamente na maior varisbilidade da estructura eitos- ‘tratoldgien do edrtex © do seu tamanho. (2) ‘0 erinio do selvagem ¢ esquistomente dolicecéalo, © que most de célules ganglionares, ou 129 mil quimetros de neuretbtias, alam Go tecido canjuntive. 50 MARIO FERREIRA DOS SANTOS lo da forma, do estado, A avco exterior forga uma transformagio do “processus” interior, diferente do precedente, determinando a criagto de eequemss reactivos para as segSes © diversos acomodamentos, porque o psiquismo torna a busear Reage em fungio da acgdo, tismos primitivos. As bases or: sentimentos, reflexdes vontade ‘que se forma evoluelio do psiquismo. Nio devemos separar o aspecto sensitive do aspecto motor © & observagio mostra.nos que nio se pode separary na psico- logia, a acco motriz da acgio psiquica prdpriamente ‘Uma contragéo muscular separada, uma sensacio sepa ada, pode eseapar & conseiéneia, mas 0 mesmo néo se dé quan- co hi os correlativos motores. Ha conseiéneia quando ha ura agrupamento sensitivo-motor. © ambiente exerce sua influéneia sobre o homem, como exercemana o vento, o sol, a temperatura, a umidade e os astros Os instantes psicolégicos sia regidos pelos processos nsso- ciativos, quer separadamente, quer i do mundo exterior sdbre 0 umas eSbre as outras, HA uma niza, que as dist Os processos de meméria hereditéria sfio fixados nas eélu- Jas germinais, difundindo-se, om sesuida, em todo o organismo, especialmente no sistema nervoso, (1) da sensagio, afeiedes, a agai ambi Reredilela & um probleme sins em né pare » inci wansferéncia ea memsna dos antepessidos para oo aucesores Pod st iscutide no plano fico, de luboratiio, Talves a yentilea nde enconire, por ora, uma solusio; mas existe algo que se tanafore. A tese € damasiadamonte Yasin ¢ erie euttas observagoes NOOLOGIA GERAL a através de uma observagio suseinta, matemétiea de seu movimento. 10 6 indiferente a0 meio ambiente, pois sofre ‘a8 influéneius dos fendmenos que se sucodem & sua volta. A. verticalidade interior, aproximé-lo de outro objecto , e, eventualmente, para ransportados em linguagem psicologiea, éstes gestos tor- ram-se em operagées mentais usuais: adie@o, subtracio, eompa- ragio, trasladagl ico a wma coisa pensada, generaliza- abstraceao, edificacio material, etc. Tudo isto forma o ra- jo”. (Pierre Mabille) Niio queremos explicar 0 mental pelo fisico nem o fisico pelo mental. Aos penssimentos acodem os sestos, @ as atitudes As imagens decorrem, vivem, desenvolvem-se e traduzem-se em movimentos fisicos, Podemos pensar, construir pensumen- peren asin portato, as mesmas IntacrogegSes permenceere de Pe, isin, porcini, da Clone Naturl, come veremes mals adlante, 2 MARIO. FERREIRA DOS SANTOS tos, numa quase atonia dos museulos periféricos. Mas 0 sangue pode quase parar nas veias, as glindulas activarem-se ou nao, « digestio perturbar-se, as vézes paralelamente a um pensamento, No universo, 0 homem abrange mais espago do que um animal qualquer, Segurar um objecto @ a génese da adigfo e arrancar algo déle € a da subtracho. Compa transformé-lo favorecem a construgéo de esquemas intelectuais E dat para as abstracgdes e sinteses, o eaminho j4 nflo 6 to grande, afirmam, Nenhuma ideagio pode ser realizada sem se revestir da forma de representagées, quer auditivas, visuais, musculares, ou clfativas gustativas. © espago exerce sobre © psiquismo uma influénela inet tivel, pois é le, para nés, a reproducio dos noscos volumes das nossas dimensdes, # uma evolucio lenta, e desenvolveu-se de acérdo com os nossos meios de apreensi. A erlanca no pode ter a mesma concepgio do espao que nés. Bla 33 toma consei erescimento de stia capacidade de set cia do espago com 0 lade e muscular. vo, ela “toca” para crex. So os sen- tidos @ medi B nos milseulos, no tacto, que podemos tomar conhecimento da “realidade”. Segundo essa do, toda filosofia, neste ponto, tem Como avditiva, como visual, como tictil, segundo nossos sentidos, segundo os sentidos de quem onve, va e toea, 6 a “verdade”, | ; ‘| Hi ! NOOLOGIA GERAL 3 ‘Nés nfo apreendemos tda a realidade sensivel das coisas. Hé os que podem ouvir “melhor” 0 universo e seus fenémenos, 1e posstiem maior sensibilidade téctil, e outros iugéo tem suas bases, quer nos ele~ ‘ambiente que nos cerea, eomo nos que cons Nossos raetocinios obedecem as leis do universo, niio fogem_ delas, apesar de muitas vézes termos esta impressao. A vida pstquien ‘Um dos elementos importantes na vida psiquien é tempo. Pox éle velucionames, eneadeamos 03 pensamentos e formamos fa base da lei de eausagho universal. A nogo do tempo nos é fornecida, em primeiro lugar, por uma base apriori 1r, sensitiva, Nase da constatugio do ritmo inter no, de todos os ritmos, eirculagdo do sangue, vespiragio, sensa- ces, ¢ também do ambiente, noite, din, ete. ‘A ccerlena, cue forms a base da nossa verdade, tem seu nas- eimento numa funcio muscular. ‘Noa, e também os animais, temos consciéncia da certeza depois que tocamos, ouvimos, cheiramos, gostamos (saber, vem Ge saborear), mordemos,., S20 éstes os elementos sonsitivos ‘ue modelam os nossos melos de averiguago da verdade. a Formula primaria, mas que gera a hase das nostas certezas fue turas, a certeza que vem posteriormente, numa fase mais avan- gala, e que tem como ave a certeza muscular, nervosa, primitiva. Bm cua génese a palavra compreender (cum-prehendere), slenitica tomar, segurar. Eas operagées psicol6gieas posterio- ta, tém base ot MARIO. FERREIRA DOS SANTOS Os impulsos vém urados no homem e 0 sistema ideo obscuras € misteriosas, ‘Tudo quando gravita em torno désses pplsos secretos, & acelto como preestabeleeido, como axiomé- tico. Colectivamente os homens também sfo assim, Ta cerlas prediaposigdes simpitieas, énicas, raciais, tvi- bis, de el, que néo se explicam yor ficarem ocullas nas som dyras do passado, as quais explicariam tendéncias, predilesées, jnjetativas, desejos, preferénetas " * = As afeigdes emprestam ao mundo a beleza que vemos néle. Sem elas, éle seria repulsive e absurdo. Subjectivamente temos “horror a0 vacuo”, um objecto, de um homem, de uma eens, s mos logo 0 seu ie de icompleta, enche- io com pormenores anal nes aos elementos primordiais, como nos mostra a Gestaltthen- das formas). uma das nossas maneiras de eriar 0 mundo. E 0 nossa imaginaedo, juntando-se ao pouco que hi de sas idéias @ opinides, 0 que existe de apreendido do ext © que acrescentames com as nossas opinides nagio, 0 que evidéneia a nossa pouca familiaridade com a verdaste, ‘Nao nos contentamos com 0 conhecido; exercitamos sébre para delas podermos chegar ao conhecimento. NOOLOGIA GBRAL 8s |A fantasia permitenos formular o conhecimento pela apreensio das percepgées singulares. A fantasia € o prelidio da razio. Ba raa%o ainda priméria, cheia de impurezas, que ordena € compara yor anslogias remotas, pelos sentiments, selvagem, ia, A razio nio fore fa estas ingluéncins, Mas cireunsereve, analisa, focaliza melhor ‘as percepcdes, liga por assaciagées légiea, busca o auxilio dx tneméria, dispensa as analogias remotas, controladas pelas sen- sagées objectivas. ‘Tal ndo impede que muitos dos elementos comparativos da rasio eejam sedimentagies arcaicas de fantasias, de percep- ‘goes falsas, de sentimentos e afeigGes coaguladas, de peticdes de prineipio que se tornam postulados indiscutiveis. Para essa eoncepgéo, so éxtes os limites da raziio, E para determini-los exige-se uma grande atengdo e anélise, 0 pen- 1 asgociagSo, anulogias préximas ¢ remotus, con- tradig6es por analogias, por associagdes, meméria e, finalmen- ., a pereepedo psiquiea das eurvas altas do sacdes armuzenadas pelo subeonseiente. steriormente (em relagio & evo- por exelusdes da fantasia, A con- dude das pereepgdes sedimenta, fixa as sensagies objecti- formam, depois, a base angular da rezao, tanto no individual como no eolective. A razio, 6, portanto, de Nos jutzos, hé a influéneia dos instintos, como proporcio- nadores de fendmeno psiguico do pensamento ¢ do juizo. ‘Alas o¢ instintos, provocades pelos impulsos, trazem 08 con- instintos em movimento, Por isso 0 juizo, as vézes, destoa igGes internas é a tiniea que mneepedo, explicar @ aparente liberdade & em suma), pela condicionali- dade dos fuetdres opostos. .. 3% MARIO FERREIRA DOS SANTOS Aste choque dos instintos © eontra-instintos procesea-se no subeonseiente, eo que vem & Lona sio as curvas altas dos resultados. 0s indecisos trazem ao consciente es resultados eontradi- t6rios, as coordenadas das curvas altas. Se provalecom as de- terminagées étiens da razfo, ou actua por elas, o individuo con- sidera livre a escolha do acto. Se contraria os fundamentos éticos para tomar uma ati tude oposta ao que Ihe ditam as regras — o esguema racional ve, No nota que a i \dos de aparente est s instintos manifestam-se nas tendéncias, nas afetgbes, na percepeao. Ao percebermos alguma coisa e ao Zormarmes Longa ¢ demorada, cheia de aventuras, de march: trasmarchas, tem sido a histérfa da conguista ds hominilidade. ih tunas esto abertas pare essa coneepeie. Ela nfo explica suficientemente a formacko da inteligéncia, pelo menos NOOLOGSA GERAL Ea outros animais, sobretudo em seu aspecto expec previsbes, em seu impulso de dominar o tem} sua maneira de Interrogas 0 norqué da existéncia, em desejar interpretar 0 mm destino para si. Seré tema priximo estabelecer as pontos que distinguem ‘-homiem da animalidade. ‘Vasto campo do conhecimento humane, muito hé néle ain se quo a maior parte do que sabemos do passado esta ainda ensombreado de hipdteses. ‘A descida das arvores 6 ainda uma hipétese, ¢ certas dou trinas evolucionistas, apesar das fortes razdes a se favor, ainda mio ello suficientes para assegurar uma evidéneia in- contrastavel. Sedimontacdes psicoldgicas Mas prossesuindo por ésse emaranhado de hipéteses, elgu- mas tio sblidamente fundamentadas, outras sdbriemente apoin- das, podemos imaginar 0 homem de trezentos mil anos atrés, Jonga fase em que se deram 11s primeiras sedimentagoes psleolé- gicas simples, os primeiros actos intencionais elementaros rela- tivos ao emprégo dos instrumentos eolfticos, ° , os mais acessiveis foram aproveitados, o que ge observa também por parte dos sfraios quebrar, moer, iva, e 0 acto selective provocava uma neentuagao da capac! dade reflexiva. 4 nagquele longo pe silex usados, para facil pormitin a formagio de actos intencionsis. s MARIO. FERREIRA DOS SANTOS embora incompletamen- , uma diferenciaco, o , 0 comhecimento um certo ane mento do conhceimento, A esta fase ‘eariqueeimento das sentidas. Naturalmente af se desenvolveria a afectividade, 0 homem ior, @ fase que pre- cedeu a nossa, A mudanga da temperatura ésse periodo deter- minou 0 desaparecimenta Nesze per mento, como isfagdes conscient pela fraqueza gue ger nentava o campo d coma recursa para Nessa época, jé se esbegariam as Intas sociais entre os grupos, econéinica, ¢, conseyientemente, a formacio de ovas neuroses, NOOLOGIA GERAL 3 'S6 ento se processou a nitida difer sonho ¢ a realidade, gerando 0 cont dade, como evades. (1) ‘Na formagao da inteligéneia do homem muito influi a linguagem, ‘Aseim, como se desenvolve em funcio da intel uGnela sobre esta, porque a iago entre a fan- ito de liberdade e igagao dos sons aos objectos que ela dese- java dar indo uma nova espéeie de asso- ciagdo de bem come o enriqueeimento de morfemas, que Zaeilitavam © processo da inteligéncia. (2) sentines com 03 aciuais estudes da antropologi cela nos coloca em face de dificuldades tedrieas (aporius), que servirio de tema para os artigos posteriores. TEMAT ARTIGO 5 OS SIMIOS E 0 ADVENTO DO HOMEM Para a Antropologia cientifica, © homem primi tualmente inferior ao homem actual, embora fisicamente as diferengas vojam relativamente poouenas. Comparado © homem com os simios superiores, vése que 4, na forma exterior, multa semelhanga entre o eérebro do homem ¢ 0 do chipanzé, por exemplo. No chipanzé, encontram-se ‘05 mesmos centros eerebrais que no homem, e semelhantemen- te dispostas, embora sua extensio relativa seja di Ro é, dos séres conhecidos, 0 que cerebralmente mais se », ademais, no homem, je de gestos facinis que so semelhantes aos dos simios superiores, cado amplamente por éles. Por outro Iado, afectivas nos simios, como mimos ¢ euid como entre 08 pr plo. Conhece-se 0 entre mae e filho, ios casais, que nos serviriam de bom exem- ito bem nosso de “mie macaea” para assi- ‘nalar a me que mima excessivamente o filho. es MARIO FERREIRA DOS SANTOS Por outro Indo, tém ainda notado os antropSlogos, que se superiores, manifestagses de “a muito elevado, rebelando-se éstes, a0 ihote ser ameagado ou maltratado por um se fo. Repelem 0 abuso sobre a fraqueza, @ com nagio que é rara entre os humanos. Por outro lado, entre éles se observam, como complemento Iwidos, como teve ocasifio de observar Weinert, um dos antropétogos que mais se dedicaram a0 esiudo dos simios superiores, eujus obras representam hoje uma importante contribuigo neste sector do conhecimento humane. As observagdes de Weinert 0s exemplos comoventes de abegaciia, revelados por todos 08 estudiosos entre os s{mios, impedem juleamentos preeipita- dos, no sé quanto a afectividade, como até quanto 20 desen- volvimento intelectual. Weinert conta-nos, em seus livros, infimeros casos comoventes, em que, afrontando todos os peri- 4205, arriscam-se uns em bem dos outros, ultrapassanda e ven cendo repugnéneias, sofrendo at6 dores atrozes, para vir em suxilio de um mais fraeo, 0 que revela uma divegéo dos imput ‘50s que se opem ¢ Yoneem os impulsos haturais de conservaciio, Considera Weinert, ante tantas mostras, que a diferenca intelectual entre os simios superiores ¢ os homens pr € muito menor que a diferenga fisica, pois os factos que obser- vou permitiram-Ihe concluir a favor désses animais. Termi comum entre homens ¢ simios, coneeber ‘a, o mais elevado dos primatas, nome que di a , caja existéneia cabe & eidneia provar. Observon sobretudo entre gorilus e chipanzés, que sao oa mais préximos ands, ha v idade de niveis de inteligéneia, Uns revelam-se NOOLOGIA GERAL cy 1s, como muitos dos homens, e outros emi- © chipanaé, tendo uma sociabilidade muito , revela ainda maior grau de inteligéneia. E ‘einert ao facto de viverem em sociedade 0 maior de- senvolvimento da inteligéncia, bem como dos meios de comu- nicaclio, que sto imensamente esti um constructor de utensilios, enquanto o plo, o acidentalmente, Na verda lo muitas das experiéneias de outros ‘nos, verificar que o chipanzé 6 eapaz de construir um instru mento, como o de usar bambis, ¢ ligar uns aos outros, aprovei- tando a parte Gea para aleangar um fruto, como Guillaume também ja havia obsorvado. Mas, hi aqui, uma diferenga im- portante. B que o homem torna a usar ésse instrumento para ‘actos futuros. Sabe que éle serve para isso, e conexiona-o As possibilidades Faturas, 0 que nfo o faz 0 chipanzé, que, se 0 fencontra, usa-o como 0 faz com o bastio ou a pedra para de~ Fender-se, mas nio Ihe d& continuidade utilitéria, isto 6 nlo percebe a possibilidade de ser usado outras véves, 0 que é uma earacteristiea para nds importantissima, como ainda ve- ‘remos, € que permitiu 20 homem a construcgio da téniea, o ‘que no a comhecem os animais, nem mesmo os simios supe- Odservagies de Yerkes ¢ Guillowme Indimeras experiéneins de Yerkes também comprovam as afirmativas de Gi © ¢ Ge Weinert. “Nés verifieamos dste facto important bo de Antropomorfo capaz de pensar losicamente ¢ de exe- ‘entar uma série de aegées, das quais nfo se pode meyur 0 ex- nicter de encadeiamento lgico, Pois aqui nae pode ser expli ‘eado apenas como instinto: nenhum antepassado dos chipanrés teve jamais a oporti de buscar seu alimento, construindo Instrumontos dessa espé Weinert, referindo-se as expe- 6 MARIO FERREIRA DOS SANTOS j@ncias que teve ocasitio de realizar, ¢ que confirmam outras izadas por Yerkes e Guillaume. Bm face desses experidneias, concluem estes dltimos por admitir que a construgio de instrumentos deve ter antecedido 20 homem, e pertence A era eolitica, Revela o chipanzé uma seus actos nfo podem ser ex vos, E essa curiosidade, tercldria, panzés, como mostra Weinert, através de uma série de factos, como sejam 0 de eriaeao de bebidas com frutos e outras mani- festages ac ue teve Cle ccusifio de assistir por ocasio observacé teve oportumidade do fazer, sobre dsses ‘com os quais conviveu durante muito tempo para ob- io em plena natureza, Essas afirmativas foram nde curiosidade, e mui As manifestagdes estétieas primérias foram também objec- to de observacio, como os cantos dos orangotangos e as dancas dos chipanzés, provocados por motives ¢ ritmos, que o pri ‘ nto que Thes das izavam Variantes inesperadas, ¢ nfo uma icadus, como uma espécie de box, em que ha regras, @ no al es que as ofendem, com golpes 8", so desprezados e até castigados pelos outros, Gestos de admovstagtio foram verifi- cados, quando da pritiea de actos indevidos, eomo por exemplo, excesso de castigo ou atitudes violentas dos mais fortes «6 os mais fracos, que levam os outros @ protestarem com estos, com brades, com pulos, em manifesta expressio de desaprova- Ho, Atitudes inteligentes, como dissimulagdes ante os guar- das, afim de poultar actos realizados ou esconder abjectos, sfio comuns ¢ ficilmente observaveis. Brinquedos de “esconde-es- conde” e de “peyador”, em que um corre enquanto os outros © perseguem, variando depois os papéis, foram também observados. NOOLOGIA GERAL 5 Nas suas dangas, os chipanzés revelam téda a catharsis de suas emogées. Hd dangas alegres, frenéticas, dangas tas, desorganizadas, com manifestaeio de furor e de paixdes, € outras eom as figuras perfeitamente sincronizadas entre i, em cfreulos, © com variagio de posigdes e de altitudes, que nem sempre se repetem, surgem inesperadamente, enquanto uns maream o ritmo e outros cantam. ‘As conclasdes a que chegam os actuais observadores & que muitos dos eapectos Gue julgévamos ter surgido entre os ho- ‘mens, ou ser de origem exclusivamente humana, vemo-los tam- bem entre os simios superiores. © homem, para Weinert, por exemplo, deve ter surgido ‘dese elo comum, que cabe & eiéncia achar, que certamente, para ale, deve ser o driopiteco da Europa Central. (1) por panto de antropilogos europeus. Baseando-se nos estudos actuais eObre o desenvolvimento do hominideo até 0 homo sapiens, Weinert oferece o seguinte quadre, que abaixo reproduzimos: 5.000 20.0) Citncia e téenien Miade doe mete Homo sapiens (ou altuvialis) omens 0,000 200.000 a BPR m g nee =m —| & a ome i HE u u aS £ ze 1.000.000 ‘menbuums (terezie) cvilizagéo Driopitoce ‘Australopiteco ‘Prehominideos (Anieopsides vi- Einhoe dos Chis aneds Ponto de Percida NOOLOGIA GERAL 8 © homo sapiens Weinert (aceitande a opinidio de Schwalbe) considera o homens. Assim como 0 Authropus foi 0 homem do paleolitico antigo, o homem de Neandertal 6 0 do paleolitieo médio, que corresponde ao timo periodo interglacial. sapiens, que surge no paleolitico recente, corres- jento do homem através dos tempos, até al- cangar 0 de hoje, é, para Antropologia, uma decorréneia do desenvolvimento da intoligéncia latente, j& esbogada desde 0 elo, Seria o actualizar-se das possibilidades do homini- deo em face dos factores predisponentes, que lhe foram permi- tindo esta ou aquela emerséncia que, por sua vez, actuava sdbre os proprios fuctares predisponentes, pois entre dstes, ¢ impor- tantissimo salientar, esto 0s histérico-sociais. © homem de Neandertal ja tinha armas que Ianeava com ‘as miios; conhecia a divisio de trabalho, embora a sua vida Fosse devotada totalmente & procura de alimentos para satis fazer as necessidades. Ainda nfo havia gepultura e 0 enter- ramento, como se vé no paleolitico recente. © homo sapiens & propriamente do pleistoceno. # a inteli- ‘gdneia que venee a forea corporal. A arma de tiro é um grande progresso intelectual, embora trouxesse grande destruigao entre os homens, em suas novas guerras, ste homem jé conhecia o enterremento, e as ceriménias, que realizava no euidado do morto, revelam uma nogéo da vide de além timulo, e respelto ao morto, procurando cereé-lo de todo o bem estar que The proporeionasse uma viagem tranqiti- Jae segura pelas regides do além, ‘Todas as manifestagdes culturais, que preparam o advento dos grandes eiclos culturais, manifestam-se désse periodo em diante, até aleancar as grandes culturas 6s MARIO FERREIRA DOS SANTOS Quanto ao fogo, a primeira operagao deve ter sido a de ‘transporté-lo. A prépria lenda de Prometeu 6 do “transporte do foge”, de onde caira, de um vaio de Jupiter, até a habitacdo, leador © destrutive do fogo, © poder de é + cuja vaeiio les desconhe- ex, carmes cozidas, que até entio tempo deve ter decorrido entre a posse do fogo © a covedo dos alimentes, A. Eingnagem inggue os homens dos animais, dove ter lemorado desenvolvimento, Sabe-se que os simios pronunciam sons quando da inspiragiie do ar, en- cuanto nés 08 pronuneiamos expirando-o, Essa mudanga capi- tal é ainda um problema para os antropologistas. Uns admitem ‘que & mudanga da alimentacéo, depois de o hominideo ter alean- cado a posigao erecta, as mudangas do metabolismo, e também da posigho das cordas voeais, permitiram que se processassem 6s Sons por expiragio, dando surgimento, assim, 4 voz humana, 0 uso de basties de madeira e dos ossos permitiu a cons- trugio de muitos utensilios que predispuseram, por sua vez, novas possi O advento do homem Sobre o advento do homem, assim se expressn Weinert: os gerais do meio idade wo foi eviada NOOLOGIA GERAL co eee, porque um pareiso ha se nflo fol o resultado desea , ele no se teria produzido; dade poderia determiner 0 evento. E nfo se sido perdido, Se » antropo- ‘éneia, sem le, sem di- ela queime melhor permitiu cortar os va- quando a mao por si s6 nao 0 podia fazer antropogénese e gragas & époea glaciad (op. eit. pigs. 76/77) ao homem se explicaria, portanto, por um gran- i © homi- lade de seeuir em busea de re; tes, como devem ter feitos outros, j& desapareci ea de permanecer, gracas a0 fogo e enfrentar os frios permaneeer desenvolvendo assim poss! dades que estavam lntentes, mas que aguardavam as condi- jee predisponentes, que permitiriam o advento do Homem. TEMAT ARTIGO 6 VISAO DECADIALECTICA DA ANTROPOGENESE A Antropologia Cientffien procura astudar o homem como idade bioldgica, dentro da natureza, A Antropoyénese pergunta pela origem do homem. B eis Porque ela esté to Intimamente ligada & Amtropologia Filoa6- fica, que pergunta também sobre “o que” éle ¢ e 0 seu posto bo cosmos, nao se satisfazendo apenas em vé-lo colocado na natureza, pois também iga sdbre 0 homem como espirito. rersas opinides que ee formom sdbre a origem estudamos nas piiginas anteriores, encontra- ‘mos suficlentes clementos para colocar o problema da sua ori gem sob anélise decadialéetica, ano, como em tudo quanto Ole realiza, eria, cons- tréi, permite estudemos a eooperacio dos quatro grandes con- juntos de coordensdas que siio: 0 homem como corpo (soma- ticamente considerade), como psiquismo diferenciado, como rso dentro de uma coneresio geogréfica, sua cireunsténeia ital, © fazendo parte de uma sociedade humana. 2 MAEIO FERREIRA DOS SANTOS Da cooperacéo désses conjuntos de eoordenadas forma-se © homem como existente © no apenas formalmente eonside- ado. $6 podemos ver o homem concretamente se 0 considerar- mos como tendo um corpo, e um espirita, e que vive numa sociedade, numa regio ei © que © diferencia dos animais 6 0 espivite. O ter um corpo, o viver sObre a Terra e om sociedade, encontramos nas outras especies animais Nas religides, como na eristd, Deus £82 0 homem do “bar= Yo” da terra, como corpo. Os elementos adiimicos, que so os corporeos, foram por Deus sublimados, e néles soprou a inte- ligeneia, que é uma esséneia exaltada de vidas, 9 que ta Adio semelhante a Alma Univers boliea ésse texto, admite 2 origem animal do ho- tensito, de uma nova estructura, por uma causa efieiente que The inspirow uma alma, A rationatitas logos tim-se dedicado, no entanto, em procurar esclarecor essas diferencas entre o homem e o animal. Ja vimos nas paginas anteriores quantas mi semelhance NOOLOGIA GERAL B virtualizarmos as semelhaness, para actualizar as diferencas, 108 fatalmente uma posicso oposta, Nao pedemos, para ser perfeitamente dialéeticos, virtua- 1ada, Devemos actualizar os aspectos heterogéneos ¢ con- ma de escamotenrmos uma dificuldade ¢ nfo friamente colocarmo-nos ante o que é real. Animalmente considerade, 0 homem é parente dos simios superiores, $40 demasindamente evidentes os aspects, ¢ a eién- cia ndio pode nogar ésse parentesco, is0 reconhecer que as di vada pode muito bem caber em hipdteses que as expliquem, como 2s que constituem os principais postulados das hipSteses ciontificas. Mas 0 importante, ¢ que transparece a homem ¢ os simios ha uma diferenca especifiea, que eonsiste no que a filosofia eldssiea chamava de rationalitas. O homem é um animat al. Bese ractonal, 0 loos dos gregos, 0 espi- rito, a alma, — e 0 nome poueo importa, pois o que interessa €o contetido — ¢ algo que o distingue completamente dos a mais. © preciso saber em que consiste éese logos, essa razio, essa alia, quo entre Diferengas entre © komem ¢ 08 animais Na Antropologia, muitos autores tém proposto uma série de pontos fundamentais, que apontariam a diferenga fundamen- tal. Vejamos algumas prop 1) © homem ¢ inteligente, sabe distinguir entre meivs & fing, Realmente podemos estabelecer, como fundamentais, trés " MARIO FERREIRA DOS SANTOS das nas reagées cixculares, que tanto interessam aos psieé- logos modernes. submetendo-se, porém, As condigdes do modélo, Essa i goneia eneontramo-ta também nos simios superiores, pois so capazes de imitar. A inteligéneia secundaria consistivia na capacidade de dis- tinguir meios de fins, como na Psicogéneso vormo-la desenvolver- nhém nos arimsis superiores. toreiévia consistiria na imovagdo. A erianga quando busea 0 novo sem saber actualmente o que 6, ngatinha, busca Ja vimes, pelas informagdes ¢ observacées de Weinert, Yerkes, Jennings e outros, que os sfmfos manifestam curiosi- dade e eapacidade até de inovagao, como nos exemplos de novas dancas, cantos, bebidas, alimentagdo nova, ete, Portanto, em sun fundamentalidade, esta inteligéncia seria ainda observavel nos animais, NOOLOGIA GERAL % Portanto, fundado nos trés planos da inteligéncia, a dis- tingio entre 0 homem e os animais superiores, quanto & sua fundamentalidade, seria ainda precéria. (1) 2) Bo homem am animal que conkece a morte. Esta rtante se olhada sob 0 seu aspecto e silenciogos, esperam o instante final. Ha exemplos impressio- nantes, como os verifieados entre os elefantes ¢ tam! ‘simios. 0 conhecer a morte, portanto, também cabe aos animais, ‘Mas se verifiearmos, porém, ante os dados da antropologia, © homem de Neandertal, com a sua maneira de proceder ante a verificamos que éste dé um sentido muito mais religioso a ésse momento supremo, quer pelo tratamento que se observa nos tiimulos, onde se excele em cui- dados, quer nas pritieas mortudrias, que apresentam um ritual, mais a conseiéneia da morte, Neste easo, essa diferenga poderia valer como um simbolo da diferenga fundamental, mas apenas camo um simbolo. 8) Verifica-se que o ser humano revela wn aumento de i sua vida; realiza progressos, 0 que néo se verifien propriamente nos animais. ste aspeeto é de magna importineia, pois os animais nos mostram a perduraglo de certas atitudes que se perpetuam, ()_ Wio 0 & porém, quanto as intoligincen do grave superores, da quastensrin pore cima, 9 gue estadaremos mais adlante. 6 MARIO FERREIRA DOS SANTOS enquanto realmente o homem apresenta uma heterogeneldade ‘eonstante, As ex} as de Weinert, Yerkes, ete., mostram que os 8 sho capazes de adquirir hébitos novos e os animais do- como os edes, também 4 revelam, Mas tais habitos so provecades pelo homer e nao adquirides exponteneamente, Ma los, © até possi- um ponte em que outros aspectos, yenas nos homens, ¢ niio nos anima lidade do uso de instrumentos, tenes hé certa semelhanea, o que nos leva a exigi que se verifiquem cto, de magna impor nenhuma diferenga fundamental, mas apenas de superes- tructura, enquanto infraestrueturalmente nio se disti dos animai Os snimais excolhem, éste pode pelos animais, izem, mas a escolhn irigi-la aos vaibres, Esta diferenga também encontraria objectores, como ja teve, entve éles Darwin, Schwalbe, Lamarck, Koehler 0 outres, pois a escola no komem, enquanto tal, nao difere de a dos NOOLOGIA GERAL w animals, Apenas a ta complexidade seria explicada pela com- plexidade posterior que eonheceu, o que nao € suficiente para uma diferenga tao fundamental. A propor- hd aumento de autonomia, Enguanto predomina, por exemplo, a espinha dor- sal, nos vertebrados, éstes sfio menos aut6nomos. Mas, & pro- porgio que o cérebro sintetiza sas fungies © se desenvolve, observa-se uma autono! Esta, portanto, revela esen- 6) Mas ohomem tem eouscidueia de #i como pessoa, acres- centam outros, Esta diferenga o distingue dos animais. Por ‘pose éste argumento, os objectores encontram razdes iando nasce, nao é pessoa, e a Iomgas experiéneias. Ora, ferenga especifiea da lade seria superes- tructural © encontrarin na estructura, em poténcis, os elemen- ais, que se ordenaram, de tal modo, que permi- de ai como pessoa, Bste argue no seria suticiente, portanto. supremos, que encerram as espéeies, Desde qe o homem pode conceituar, ¢ capaa de estabelecer eategorias. Além disso, a Psigogénese nos mostra que, na erianga, © conceito nfo surge 8 MARIO FERREIRA DOS SANTOS desde logo, mas é prece ‘gens ou esquemas tir que o nosso espirite, por excluskio do heterogéneo, ¢ consi derando apenas 0 homogéneo, o que se repete, 0 que tém comum muitos individuos, dé eriagio ao esquema abstracto, que 0 conceito, 10 pelos anteconceitos, que so am, até permi Neste easo, 0 que se estabelece como diferencial nfo o 6, pois os animais também sio eapazes de estabelecer antecon- ceitos, como o demonstram tédas as observagdes, @ a tor até uma linguagem (0 que ja é social), para transmi outros o que sentem, o que temem, o que desejam. mados “conceitos” is, mais anteconesitos, ni 808, que so esquemas ss no se do como tai 0 € 0 homem € penso- idade, e o homem niko, renga 6 objectada, por razéies importantes, homes ivo, 0 neandertalense, mostrava uma tendéneia apenas ia. Néo ha ay manifestagdes que vamos conhecer nos | Portanto, © que se apresenta como ums diferenga fundamental da espécie nfo o & A nfo ser que femos ¢ neandertalonse como € fs50 nos colo em outras aporias, e nko resolveria © problema. to, 0 que se dé no homem, neste sector, ainda nio é fiente. 2) O homem é capax do acto initit, proclama Leconte de Nouy. O homem pode realizar actos que nao servem mais as ne~ cessidades do momento. Quando o homem revela actos intteis? Precisamente no periodo intermédio entre o primeiro periodo NOOLOGIA GERAL 9 eo segundo, num momento de pletora, de alimentagao aet- mos, prometer implica ter conseiéneia da possi ‘que 6 prometido no esta ainda em zcto, mas em pot cumprimento da promessa é algo que, para at le actualizar-se, Neste eas seria um pono diferene negar, 10 wento, ante a pre- Gryores. Mas ale imento, ¢ se alguns gato. No entanto, 0 fenga de um gato, colocam-se woe guns se al para conseguir © cobtém bom éxito, outros so apanhados ps Sacto de alguns terem \do nia impede que outros tentem obtéto, Mas hi muitos passares, mais “timidos", mais medvo- aos, menos “audazes”, que nfo o tentam, Hé um pesar de pos- iades al. ‘Um clio vem em dosabalada corrida pelo campo. Stbita- Volta-se, arma uma issivel negur ai que ‘hi sopesamento de possibilidades’? O homem e ae nossibitidades mimais revelam, portanto, que «des, Mas 0 homem é eapaz de ides. Este ponto 6 difereacial, pois nunca se notow até sseibilidades que podem advir da actualizacao de uma possibilidade. eapazes de capter ‘0 MARIO FERREIRA DOS SANTOS mostrar ao ser humsno que, realizado algo, . pois ésse esquema Lcticw anteconceito &, posteriormente, tornar- to, fonte e base do raciocinio mais ymem 0 que encontramos tan ‘Mas qual seria entdo 0 ponto de di Mais adi caracterizam 0 ¢s cortas apor sicaruente, No exame das concepeGes evolucionistas e ndo evolueionis- 3s no campo das primeiras, que m ser que se diferenciou dos animais, asst cortas veis enquanto tais, indo uma variabilidade apenas numé- jea, entre mei sem se dar transformacbes, portanto, como forma, seria imatével, mas como nacimum e minimum, que as coisas imitariam, NOOLOGIA GERAL em sutas diversas ragas, seriam apenas possi- lades dessa forma, que se avam, e outras que ainda ‘sem se admitir uma transformagie abso- nesis aplés, uma geracio absoluta, no sentido q) Ariatételes expoe, come vimos em “Aristételes € as Mutagdes ps 90 Neste caso, a tensiio conereta do homem forma um esque- ma entre niimeros variéveis. £ verdade que os estudos da genétiea e da embriologin faci- litam em sas afirmativas, como também as opostas, Geni fem seus eromosomas © gent ente totalmente dos simios, que néo perteneem & mesma forma, mas & outra. Contribigdes novas fo resultado de corlas experiéneias ide de Duke, nos Estados Unidos, bem festudlo que empreendemos. alguns cientistas act As conclusdes a que stein, € que o nosso ul wegaram e entre éles materiais, estudadas pela fisie ‘Assim, por exemplo, um néutron é material, mas seu cam- © tomo é compesto de particulas léctrons, ete, mas reunidos por uma estructura imaterial, estructura que os as da fisien clissiea adi po de gravitacdo ¢ imateri vealidade material (fisieo-quimica), Sio @ MARIO FERREIRA DOS. SANTOS , erladoras, que pertencem a um mundo que nao ‘mais tempo nem espago, um mundo de eternidade, com as carac- teristicas, portanto, do que as religises consideram o incorpéreo. Profundos exames, levados ao terreno da genética, corres. pondem ao pensamento j4 exposto no campo da fisica. Cite- ‘mos Stromberg: “08 tomes eram olhizdos como compostos de elementos ‘materiais — ndutron, positron, oléetron, — cimentados juntos © organizados por uma estructura imaterial tempo-espacial com nas ou “células” definidas pelo quantum de izado, e enchendo os atomos, 28 moléculas, os cristais e os conpos em geral. A matéria deve algumas de suas propriedades estructurais, a0 campo no qual us pareelas de matéria sido postas e see campo 1a o8 espaga- uns vézes também, a sua configuracio, ‘65 movimentos dos eléc- necessfrio supor que o sistema de ondas imater manda a posigio eo movimento dos elementos materiais, e no vice-versa. A ese aqui que @ perda de um eléetron por um tomo, é antes o efeito que @ causa de uma mudanga na estrac- Stromberg nfo se conda- que afirma 8 homoge- NOOLOGIA GERAL ey as dessas ondas imaterinis nflo podem ser ss0s esquemas, A cféncia no teme @ sbsurdo. Ela sabe que 8 absurdes 0 so quando se opem nox esquemas accitos, © que se dava eon- se oposto A ra2ho, como 34 sucedeu algumas vézes. Planck e Einstein tal ne fisiea, Era necessévio ter coragom de en- © 4 concepgiio corpuscular € ao mesmo tempo ondulatéria, numa flagrante vontradigio, da fisiea moderna, eo- corajosamente dentro da dialéctica, enfretande visio de conjunto, que tomo ou de um cristal nfo de parcelas matorisis. A uotura parega definir a posi¢ae @.0 movimento das parcelas, néo temos nenhum meio de decidie se essa espécie de estructura tem uma existéncia indepent ‘te ou nfio, Quando um cristal é dissolvide num liguido, por exemplo, pela estructura imaterinl que eonstréi, partes mais clementares que dio as moléeulas individu: cardeter estructural. Mas a Por exemplo, as ondas radiofonieas, sdbre as quais a voz huma- impress, Gevem ter uma estructura no espago e no tem representa as vibragdes do som. As ondas electro-magné- as so eausadas por eléetrons em mu } mas as préprias no Ievam eléetrons, e viajam no espaco vazio com a velo- iade da luz. Quando elas tocam na antena de nessos postos -ptores, elas poem o8 electrons em movimento. As correntes eléetricas, que dai resultam, sdo amplitieadas ¢ actuam sbbre 0 nossos alto-falantes, e « estructura levada nos & revelada pela forma do som de uma voz". a MARIO FERREIRA DOS SANTOS As “ondas imateriais” ¢ a Biologia Essas ondas s6 sto observavels quando em associagdo com partfeulas materials, Embora imaterisis eofrem modifieagies quanto a sua act ‘Um campo de alimentam, Sao os som as fontes que o 108 atomicos a fonte de feutons, de massa 2er0, que tém de ser olhados como imateriais. At6 aqui estamos no campo da fisica. E no campo da bi logia? Nao sto essas ondas que actuam agui mais subtis «1 do mundo fisico. As fontes vivas sfo tam ater Stromberg e seus colegas. H aqui a obra dasses biélogos penetra no estudo acurado da genética. A teoria do “campo organiza- dor®, essa “onda de organizagio”, que Stromberg chama de genio, que encerra uma sabedoria que ultrapassa a nossa com- preensiio, determina a estructura geral do organismo dos diver- 0s séres vivos. io 6 apenas uma virtuatidade; mas, para transformar lade, € mister o que se chema de formo, em grego, eu estimulo, eu provoco a actividade). 1 hormona pode ser uma substincia quimica, uw so ou uma “onda eléctrica dotada de propriedades Mas olha sempre Stromberg a hormona eomo de es Desenvolve dle um estudo demorado de srsos aspectos da genética que nko eaberia aqui tratar. Bm conelusto afirma: ‘Numa substncia inorganiea, como uma moKeula ow um cristal, todas as fontes (néutrons, eléctrons) eo materiais ¢ ndo vives, quer dizer que elas tém residuos de massas finitas € definidas, e se reproduzom por elas mesmas por desenvolvi- mento. As propriedades de estrueturas dos sistomas de ondas associadas (ondas materials) nas substaneias inorganicas sio cespeciais. truetura no materi di NOOLOGIA GERAL 85 consegtientemente definidas por suas configuragées atomicas # pelo campo exterior. Numa substaneia viva, hé, por outra parte, fontes vivas © imateriais, @ seus sistemas de ondas, quando sio postos em acto, € desenvolvides pelas hormonas, intervém com as ondas materiais e tendem a fazer coincidir «a harmonizar os dois sistemas de ondas. ‘Um sistema de ondas vivas é sustentado por uma ‘nica fonte e por um sistema coordenado de fontes, mas o sistema de condas, néo vivas, de um fluida com muitas fontes independen- tes ¢ com uma grande Variedade de freqiéncias actuais ow em poténeia, pode facilmente ser modifiexdo. Apés se aprofundarem no estudo da hereditariedade e dos genes, © da origem ¢ do desenvolvimento da vida, temas que estudaremos em outros trabalhos, conjugando experiéneias & facto, em eooperacio com as idéias fisicas, demonstra Strom= berg que 2 interpretagdo meramente materialista nfo pode Tundar-se no que a dugéo constructiva, a cléneia, através de suas seus exames, se vé foreada a aceitar um mundo que esté além do tempo e do espago, a0 qual estamos ligados através de nosso espirito. Bsses géiios de que fala Stromberg ajudariam a nos expli- car a forma espiritual do homem. sees génios ultrapassam o campo da fisiea contempor’- nea, Séo estructuras imateriais, ndo dotadas das propriedades do espago e do tempo, ostructuras diferentes de as da ‘So prodiutos de agentes sob constituidos dag coordenadas do complexo tempo-espaeial, que a fisiea moderna tem de considera como um modo de ser, ¢ nao © tinico modo de ser, como o pretendem os materialistas. 0s cromozomas constituem uma estructura de um ntimero amuito grande de genes, com elementos hereditarios elementares, Pocemos estudar 0s efeitos fisieos désses genes, como a cor de 6 MARIO FERREIRA DOS SANTOS lum corpo, as formas das asas, ele, mas as modifieagies das sensagdes e das impressdes so dificilmente estudaveis pelos métodos fisieos, Prossegue Stromberg: “Dissemos que os elementos heredi- Larios so trazidos pelo eitoplasma, como pelos micleos, e se os chamados genes ou génios ou outro nome, depende apenas da definigéo... Os pequenos coxpos no citaplasma, que sie cha- mados plisticos, trazem também earéeteres plastas se perpeluam por si mosmos € sio, om st actuar, um tanto semelhantes acs micro-organismos. Os cloro- plastas, nas eélulas das plantas, silo responsiveis pela produgio a clorofila verde na maioria das plantas e contém éles mesmos clorofila. Alguns cloroplastas nfo contém clorofila, e uma se- mente, com um tal eloroplasta anormal desenvolve-se numa, planta branca sem clorofila, Sendo dado que os espermas ¢ 0 pélem contém poueo ou nada de citoplasma, é claro que néio im- porta qual dos factores hereditérios, que sao trazides pelo eito- plasma, pode ser transmitide pelas eélulas germinadoras £2. meas; em outros térmos, os caracteres correspondentes sto transmitides por hereditariedade material apenas.” Genes-ovos sao os nomes que dé Stromberg a essas formas is, que se dio no Universe e que, em cortas cireunstin- mse & matéria pela informagdo, sem perder suas 8, A ciéneia moderna, sobretudo a que sabe e vive 0 de tédas as suns ‘em que ambas se fundem, quer queiram quer no os menores, A vida nio pode ser reduzida e explicada apenas extensi- vamente, ¢ muito menos ainds a vida e complexidade © peculiaridade implicam alge que ultrapassa a visio meramente extensista, NOOLOGIA GERAL a Hipéteses modernas Volvames agora ao que estudamos até agui. As contribui- Ges da antropologia réhre a hominidco e a sua for fa deseida das devores até o desenvolvimento através de milé nnios, sio inegivelmente muito sévias. Mas hé um ponto onde sempre os antropélogos encontram uma dificuldade insuplantivel. H4 um instante em que ésse ho- jado, ante um dilema: procurar as rezides quentes, como o fizeram muitos dos seus, ‘ou permanecer e enfrentar a nova situagdo. & possivel que numa regio, um grupo pequeno ou até um casal, resolven permanecer. Pode ter sido, como ponsa Weinert, éste instante o primei- ro momento de liberdade: uma escolha entre o bem do ficat na regifio onde sempre viveu, e 0 bem que Ihe poderiam oferecer as regides quentes, Eseolheu, Talvez poucos, muito poueos, Talvez resse surgido quem fOsse capaz de usar 0 ‘© conservou, Ou escolheram ou foram Bstamos entre hipsteses, mas todas bem fundadas. Um gru- po permaneceu e gobreviveu, gracas ao fogo, por ter podido con- servé-lo, E as novas condigdes que daf decorreram explicariam fo restante. Também a deseida das drvores néo seria difteil de explicar, ‘Mas o salto especifico, a génese do espitito encontra sempre ume di dea vencer. Poderia um crente dizer que tudo isso sueeden pela provi- dencia de Deus (pro e videre, ver antes). Tudo o que sueedeu 36 estava contido na ordem universal em poténeia, porque, do con- tririo, nfo teria sido possivel suceder. A eriagiio do homem fot uma providéneia de Deus, uma possibilidade de ordem que, em cerias cireunstneias, permitiu que alguns captassem 0 Zog0 ¢, mais importante ainda, 0 conservassem, Encontramos éste mito em tédas as grandes religides e em thdas as crengas dos povos: Agni dos hindus (0 fog0), Zywis, dos romanos, Prometew dos 8 MARIO FERREIRA DOS SANTOS ‘gregos, ete, Encontramos essa erenga na China, na Africa, nos roves precolombianes, em toda a parte. Alguém domino o do tempo ¢ da universalidade, Daave grup ravés dos mildnios se diferenci ‘modificagGes do metabolismo ¢ da téenica, surgiu atinal o hemo Jaber, que sbriu caminho ao homo a As disputas entre difusistas e no difusistas, na An pologia, entre os que aceitam um ponto tinieo de surgimento do homem, que depois ge difundiu pelo orbe, e os nio-difusis- tas, que aceitam tenha surgido em pontos diferentes, encon- 2s @sse hominideo que se © tornou-se homem gragas a ter conservado o foro, télo dominado e produzido depois. Neste caso, haveria a di fio do homo faber e do homo sapiens, que, misturando-se com mais primitivos, terThes-iam Ievado a homin iade & le principal nfo teria desaparecido. & a espirito, Bsse homem tinka um espirito, ora portador de um espitito, ¢ éste no pode ser explicado em (érmos evolucionis- ismo, que é inegdvel- ins filosofias, se € que se pode consi- © surgimento do espirito é 0 toma fundamental. Mas como surgi precisamente nesse hominideo, que se tornow homo sapiens? NOOLOGIA GERAL 0 A forma humana Uma providéneia da ordem universal, um genes na lingua- gem de Stromberg, imate reo, que encontrou, em corto momento, wna mi ou ao ouro, assim aquéle ee: ,, que Ihe permitiriam , permitida ao alabast cisaria sofrer cerlas modificagies adquirir uma dessas formas, a kumana, que preexistin de toda eternidade, Pois se assim no era, como pod homem? Assim como 0 universo em qt actualizou tidas as formas, essas permanece’ até que as condigdes pert Essas formas sio para o nosso mundo virtualidades en- i zalas em sujeitos que sejam portadores delas. Nao sao elas, porém, materiais, mas modos de ser, que cha- aig; outros modos de ser que, em nosso mundo nsional (mundo do quaternério), actualizam-se nos séres corpreos que se dao no xo tempo-espacial. E aasim da magi maltiplicidade das ma- , nenhuma forma, que eterna, esgotase, mesmo quando e neste nosso modo de ser tetradi- um tema me- te, estudaremos em que con- siste 0 espi oferecem. Quanto 0 Ambita da Antropogénese, podemos dizer que 0 16 do homer, no que se refere ao advento do seu espiito, PSICOGENESE TEMAT ARTIGO 1 PSIQUE, ALMA E ESPIRITO Assim como a Antropogénese tem por objecto 0 estudo das hipéteses e teorias sdbre o advento do homer Psicogénese tem especificamente por objecto o ailvento da Psique (génese ¢ fune cionamento da alma humana). ‘Na Antropogénese, estudamos as diversas opinides sébre © advento do homem e anlisamos posigies como a teista, a ma- 8, 8 grea, ete HA necessidade, antes de prosseguir nesta matéria, distin. sur trés térmos usados até aqui, eujo eselarecimento muito nos ara o futuro, + Psique, Alina e Es to, tantas vézes tomados como sindnimos, mas que, na Psfeogénese como na Noologia Geral, tam de receber ou tomar um sentide muito nitido, afim de permitir 6 melhor exame de matérias tio importantes para a filosofia, A palavra psique, de origem grega, tinha para os helénicos © sentido de alma como forma e prin Noologia © extudo filoséfico da alma cube & Metafisiea, euja rexido € a Noologia, 6 MARIO FERREIRA DOS SANTOS ‘Tomés de Aquino a todos os que se aventurarem no campo da metafisica. Mas certas disting’es podem ser estabelecidas desde inicio. ia dé-se na temporalidade, enquanto a alma dé-se 0 espirito pode ser objecto e matéria da Ci a alma, como tal, pertence & Me ponto que metafis ‘in, enquanto ica, Mas ha no espirito um amente precisamos traté-lo: € 0 aspecto mncias, atine ge éle a certos pontos, como ja vimos até aq campo du experiéncia, como a posse virtual "¢ parabdliea, a penetragdo em eampos, que j@ncia tempo-espacial cronotépica, como ma- nifestagdes mistieas, que j4 esttdamos em “O Homem perante nos obrigam 2 penetrar mais profundamente nossa matéria e a ultrapassar os métodos que a ciéneia oferece. 0 exame da afectividade, tio descuidado dos psieélogos, so bretudo quanto ao seu profundo sentido e aleance, implica exige 0 emprégo da metafisica, Como o nosso tema principal nesta matéria é a formagao da peique, de anteman devemos eselarecer uma posigao de ordem dialéctica. 0 psiquice ¢ 0 fistoldgicn Reduzir 0 psiquismo apenas ao fisiolégico on ao fisieo, & tomlar realizar uma homogeneizagio pela aetualizagio dos as- pectos que se repetem. O psiquismo nfo se d& fore do corpo, do corpéres, mas néo pode ser apenas explieado por éste, pois 0 nosso psiguismo ja forma uma tensfo, que se dif em suas fungSes, de tal modo, que realiza um salto qualitative, que 6 caracteristico de tddas as tenses, quantitativamente igaais a8 partes componentes, mas qualitativamente diferen- tes destas, NOOLOGIA GERAL sw Podemos scentuar a9 diferengas e cairiamos numa forma viclosa e unilateral inversa, se quiséssemos, em oposigie aos fade total, 0 que seria eho das heterogencid: ies, © que @ dialéctica- mente falso. Busquemos, portanto, ante os dados que a cigneia nos ofe- rece, quais os pontos de analogia entre o fisico e o psiquieo, para ‘que possamos salientar 05 aspectos semelhantes e os diferentes, gue entre ambos se podem observar. 0 exame dos factos fisieos mostra-nos a presenca de certas normas, nfo ausente do facto expressuda provisériamente pela busea do maior ( menor esféreo, é um facto que se observa, on camente, tanto nos fuetos ffsleos como nos psi Bm sua actividade fisiolégiea, 0 corpo humano procura 0 maior proveito com 0 menor esfdrgo, e samente vemos actnar a mesma lei. Fermat nos ofereceu argumentos em favor dessa lei, como de atravessar 0 terreno, E podemos observar o mesmo nos cha- ios, de roca, ete,, onde a marcha humana jo quanto Ihe implique menor dispéndio de energia ir o fim desejado. Na observagio da naturezs, as montanhes téndem 18 e as posigées que Thes sejam mais com fa obediéncia das eoordenadas cla nossa re , na natureza, e @ste € ura ponte impor- ntradigio entre a is da fisiea, como por exempl menor esfoxgo. @ MARIO TERRERA DOS SANTOS NOOLOGIA GERAL * is nem ociosos. Em “Um elementar estudo dos Zactos olégieos nos reve- shnples, dos microrganis- ria que o diferenciar das células, ante as necessidades da vi complexos, hé sempre a obedigneia a essa se verifica, patente, no papel selectivo da osmose bio- ‘mao, por meio de célula 8 (em contraposicao flagrante & osmose quimiea do inor- coordenada a0 funeia -quimicas dos organismos tendem Ihes convém, © desviem-se de tudo quanto hes possa oferecer dans ja funeao é defensiva © mento organico, do soma (corpo) Reis foldgica da psique tudos mais clementares da fisiclogia e da biologia | | adores de aspectos que mo devemos esquecer, qual- A pique humana, portanto, tem uma raiz bio-fisiologica e, amos penetrar no campo da “Psicoxénese”. no seu funeionamento, veremos quanto hd de analosria com os eros factos fisioligicos. Se o sist e tensionilmente tem um proceso 4 do funcionamento meramente fisio\égieo, mente, e trabalha em cooperacio com o restante do organismo, ‘Nada compreenderiamos do psiquismo se nao considerar- tum ao outro, mas sim de ‘mo se df num tota- do contrario, fariamos uma psicolonia camente mio devemos A evolugio complet eélulas, formando que, na tensa celular), e dai © organfsmo realiza o embaimento que vai dar surgimento 20 celentério e, conseqiientemente, uma diferencizeiio de fancies —— so bons exemplos, A diferencingiio das célvlas dé nasci- mento ao que gendticamento constituiré 0 areabouga 6sseo dos séres mais elovados pela caleifieagio das eélulas centrais. Bsses factos so importantes pelas analogins que apreventam, para a compreensiio eionamenta do nosso psiquismo, da célula & morula (conjunto de desejar. Reconhecer que ha uma base de identifieagdo, entre oposi- \le, nfo é reduzir as oposigdes uma A ontra, senfio rencial das células provoca a coms o que ha lade & 0 que 0 pensa- ico se pode eolocar com sevuranca: 0 contrario é proprio do proceder abstracei Emm todo o psiquismo humano, em suas Tigagées com os ou- tos sistemas, a inritabi ismo, os reflexos, seguem sem as quais no se posiciona o psigt lulas nenrosutinens, que estio na super sistema nervoso, que veune 15, egies com acgies. 4 celula motriz, 20 contro is superiores e que, no homem, so com- dos mesmos, devido & vida sec! étieos, que dle adquire. A invitacdo vai sempre da edi Bese vai-evem 6 9 veflexo, (pelos nerves eentripetos) como um raio Iuminoso pelo nervo ago. espélho, e voita entio & periféria, i prossegue manifestando-se no eampo psicoligica, sempre obediente 2 mesma lei do Bem: maior provelto, menor x00 MARIO PERRSIRA DOS SANTOS esférgo. E, & proporsio que os corpos se toranm mais comple- x08, verificarse que essa selecedo se torna cada vex mais restric. ‘a, até aleangar, no campo noétieo, os valdres, que é am produto da captacho, pela consciéneia, do selectivo universal, ‘A tensfio nervosa, por sua parte, torna.se mais intensista A proporgao que os séres se complexion até aleancar, no homem, um méximo de intensidade. Sabemos que a eélula nervosa 6 # eélula mais irritivel. Na conjuneAo do sistema nervoso, observamos 0 reflexo, que @ um movimento contririo ao estimulo recebido, e também a reaegiio, que j4 é um movimento diferente ao do estimulo. Na resegio, hd sempre o reflexe. Na cooperagiio das reflexiva do sistema nervoso 6 um invariin- ‘cages dos reflexos ¢ das reacgdes constituem © variente désse sistema. O ser humano vem ao mundo j4 preparada com seus refle- x08, que slo es reditirios, somé- menor esfirgo. 34 sabemos que a organizagtio é a posta a hereditérios, A adaptaco dessa organizacdo se glea ou psicologieamente, pela acomodagao désees esquemas 0 meio arabiente, e pela assimilagao do meio ambiente no que se assemelhit aos. reflexos, Frases da psicogénese Se examinarmos as diversas fases da psieogénese animal até o homem, podemos estabelecor quatyo, com as seguintes ca- racteristieas NOOLOGIA GERAL so 1A fase) Nao hd consciéneta, Os reflexos sio apenas re- ‘Alexos neurénicas, mas 0 conjunto Jé toma o aapecto de um refle- xo complexo. Lodo refleso é topico. 2.8 fase) Os reflexos deteri ge aos poucos. (0 es ‘quema estructura-se em tensdes c se aferentes e inerentes, € Aqui, com a complicaglo dos reflexos, que se estructuram em tensdes esquomiticas, surge a reacgao. S fi le, 0 que se ‘vé nos animals que passam dessa fase para a dos vertebrados). Na 24 fage, a meduls espinhal ¢ indiferenciada, o que na 8.* se realize plenamente pela divisdo funcional de analisadora e sin- tetizadora. 42 fase) fa superior, pois aqui a distingio entre o seme- eo diferente como sabemos, mas 0 acto opera facto ao esquema abstracto, € re- ‘atos, que slo reflexos condicionades, que através ‘nam em incondicionados, so a Togiea, o nexo, ica da vida, que se complica, segundo a com- 12 MARIO FERREIRA DOS SANTOS velata a “histéria” da homanidade. Como o nosso intuite & esti , devemos eonsiderar bt nos mesmos preconceitos reductibi nao captam nada do sentido estructin mas, na canstrucelo te que ha, de qualquer forma, ab 5 que j& conhecemos, € da formagao dos esque- que se opera em todo 0 uni roune as eonjunturas em suas constelacdes, para analisé-las nos seus mais simples conjuntos tensionais até as tensdes compo- Essa posiego, aplicdvel em todos os plsno: aberias pelos que procuram a discontinaidade apenas, dle um exagerado espirito de abstracgho, que os leva a sep: o que cdstmicamente se dé num todo, sob uma ordem que identi- fea todo 0 acontecer ‘Tais rupturas, lovadas ao exagéro, criam as eternas aporins filosofia e da eiéncia. A concepeao tensional tora que um dia ser plenamente acelta, pois 6 ela que nos permite compreender positivamente que a ordem universal é uma s6, € que ha a cooperagho de todos os conjuntos eésmi Exporemos a Psicognese, segundo x consideramos. & initil tizar as teorias propostas. Podemos dizer de antemao que NOOLOGIA GERAL 108 ‘o concrete, que oferecem, é aqui coordenado dialéeticamente, des- ee abstraccionistas, por dialéctieamen- titative ea ‘vos, sem neces ‘ponentes. dade de negar & presetiga dos elementos TEMA TL ARTICO 2 AS ESTRUCTURAS INTENCIONAIS E VIVENCIATS tivamente para o esquema abstracto, para a generali 5 amente, construindo, por s de um exquema, © facto tem uma tendo, ow se G4 numa tense, do qual 6 ‘apengs um esquema agbes, qUe, por Sua ve que é um sstructura de signi 208 MARIO FERREIRA DOS SANTOS slgnifieagies, dos fa 420, como vemos, epenas aponta pura esses signifieados, pots dizer que “corpo é a matéria extenss’ isio feita de signifieagées abstractas, generalizagée mogeneinigdes, mas nada nos diz sobre 0 que 6 corpo em sua idade, nem 0 que € extensio, nem matéria em sua cnaidade, A raullo nao se estructura desde logo, como rao classifi. cador que é, com a funegdo de formar esquemas abstractes, eomo fof-la. HE muitos dos aspectos que ainds nto examinamos passario dagni por diante a ser exaininados © ex- plicados. (1). A ratio, portanto, j4 rovela uma técnica. E a téeni cia da reversibilidade, o que permite ao homem uma ment zagho diferente, como ainda veremos. amente tranemitida, porque NOOLOGIA GERAL aot ‘como nos mostra 4 actualizagio sucessiva das possibilidades que ga, Além disso, seria facil também concluir que ois a razdo, trabalhando com esquemas abs- a, por sua vez, com estruc- , que apontam a isto ou a ito. Se as imagens podem ser con- pontam & outres simbolizades, que sexism os esquemas caneretos dos objectos do conhecimento racionel qualquer espéeie que sejam, mesmo os i |A razio funciona, portanto, com contedides esauet formados de outvos, em lugar de outros, uma das caractertti- eas do simbolo. Podemos, agora, volver uo prineipio: falamos nus estructu- ‘gue so conscientemente para ymoe diger que além das e3- juiaoa, ete., formados de es- temos outras estructuras, que sao intencio- stidas com eoneeltos, como séo a8 que earac- ro, Alguém, diri- queraus abstractos} is, € ndo vom re terizaremos neste exemplo, embor gindo-se a outro diz: “tinha uma eo mas que na verdade?” .. “Ah! jd gei, ex ‘actual... verdade, era? Deixa ver se me lembro? Sim, era re as fltimas eleigies. Mas que era, mesmo?... Ah! agora seber se nfo hé divide quanto & posse do enndi- coisa Jer, sabe-se, portanto, que h uma estructura intencional em is eseapa. O que ela pretende, nfo sa- (sobre a sitnagio actual”), J4 temos uma determinacio. E, posteriormente, especifiea-se de tal modo até receber toda sig nifieago, que antes estava vit 108 MARIO FERREIRA DOS SANTOS NOOLOGIA GERAL m0 _ Vejamos o sentido dessas estructuras intencionais © das vivenciais. (pd para uma peste, que ainda nao sobreviere, mas que viria asso- anidade? & facil (fundado na nossa medfocre com- lo isco é produto da imast- atigavelmente aleangar um resul- tamente por uma Pode-se dizer, ¢ assim o afirmam wuitos, que ha uma ope- tado benéfico, hd outros que 0 stingem inspiracio. contetido, que em grat mente bem coordenada, mas nao nos diz 1s estructuras inteneionais, ee alg Captagao do concreto Explicar pelo operatério que se processa no subconseien- te, quando ésse operatério trabalha com simbolos, e no com iaado, mio nos mostra que ¢ mais importante © sim- Dolizado que o simbolo? combinar reversivel de esquemas, mec © que nos leva a ultrapassar 0 exemplo E agui estamos em face de algo mais profundo da vida, ‘Achar esquemas abstracts, a razio pode ft Penetramos nos mitos e captar 08 esquemss coneretos, como na desecberta eupado com a peste que avassa si le medicamentosa, como tal seria possi ‘apenas de esquemas abstractos que actuassem mecinicamente no subconseiente? esqnema abstract da razio & apenas uma estructura ada e nao canta o conereto, que sempre se df no indie ‘ome captaria 9 valor medicamentoso de mm bem, sem vonha de algo mais profundo? Que a ri2fio possa depois wazindo-a a esquemas abstrac ¥ sobre © que poderia e1 iragio. Folhus Vamos @ outros exe! mente se chama a actua como deduetiva de de onde ela reti B que mus, criando um medicamento q ages, como a de Nostradae | conde todos nos identificamos cor jalvou milhares de vidas | HG uma lnguagem profunda da natureaa que nosso espirito 0 MARIO FERREWA DOS SANTOS capta através das fréneses mais profu rmite cons- piéthicos racionais, como ja veremos. esses esquemas distinguem-se E aceitar esta capacid te na vida © no Quando um ou um ma- negam tais captagies mai estiio éles nezando a prépi esto, por exe Posigio? tum salto na jovos para um érgto tracturas inten dancias, A (0 desenval ao que até aqui examin: xlemos, portanto, t rRMA LL ARTIGO 3 0S GRAUS DA INTUICAO lano fisico-quimico poder-se ‘a nos revela a eorrespondén uum elemento eorres- utr is partes preencheria a possibilidade ie incluso, por parte da outra ou outras, constituindo, tédas, dadas estas igenio e, em outras, tal pode mio se dar. Neste enso, 0 hidrogénio teria um optiddo de eombinar ido de nfio combinar-se. me MARIO FERREIRA DOS SANTOS Kmergentemente se daviam estas duas aptidées distintas, a par de outras, mas, ante a varinbilidade da predisponéncia, dar-se-ia uma outra, , que a selectividade, tomada ontolgicamente, Asvimilagtio fisico-guimiea , um esquema de aptidao, ambiente (eoordenadas , neste easo, niio se ie, © hidrogénto, embora sendo 0 que 6 6 mesmo se processa com o oxigénio, Neste caso, a dar-se-d apenas pela er -aptidao do outro, que & seieetivo, ventemente do que pr Nos esquemas da. nio se dé como se observa na portanto, a salvo nas a igio de uma estructura atémica que se corrompe, para dar surgimento a uma nova estructura, formalmente outra, que vai constituir um novo ente, embora atémicamente os componentes permanegam formalmente 0 que so, mas 2 totalidade forma uma nova unidade, uma nova ten so, com caraeteristicas diferentes, 102, agora pelo menos, molecular © a que na primeira nfo se verifieavia, NOOLOGIA GERAL ua Assi 40 ineorporer-se a0 clemento as semethantes As Estamos, em fac organico, um modo al cavrese 18 20 estimulo exterior nao é quslaver , @ #8 corresponde 20 ieronte © fundamentalments ovora uma rosposta. A diferen- 1 para o retlexo, portanto 0 re- ingfio aqui jd 6 pois o estimulo potencial actua como ne flexo assimila o sinal do estimulo, @ nfo 9 incorpora, O esqu reflexo actua tanto para éste como para aquéle estimulo vidual e, como reflexo, & 0 mesmo; procede do mesmo mn milagdo, 0 que ni se vi mente, nos p 2) 8) 4) MARIO FERREIRA DOS SANTOS wel daquele, Neste easo, no reflexo, h4 vez da ordem da fase do proceso de de a atro tipo de esquemas. Nao 6 exagéro considerar Fases da intuicéo igo reflexa). por meio dos sentidos, @ qual se da quando da formaedo da medula-espinhal, E, conseqiientemente, no desenvolvimento da vida, uma intuigdo tercidria e uma quaterndria, que seriam: tereiéria, quando da formasdo do sistema "o-espinhal. Sensibilidade anatit formactio de esquemas dos esquemas, pois os esqtte- mas anaiiticos seriam assimilados a esquemas m: res que os conteriam. Essa accéo sintetizadora ja im. plica um esquema de esquema, com suas assimilagies, que seriam fundamentais para a eompreensio da ine ‘cligéncia; e finalmente, por ora, a Tar 0 processo operatirio da razio como éritfo sificador, ete. NOOLOGIA GERAL us Como nos interessa agora o estude da psicogdnese hama- retirno a0 cont da fase adulta, quai vianga repete, na fase intra-uterine, , a snimatidade; na fase extra-ut 0, estabelece a antropologia jumag sucedi- , mas também Quanto ao modo de prod ‘que o homem passou por qua das ds outras, nas quais conservou as pr comheceu regressos, Hasas quatro fases sto: 1) Ohomem fol colector (eolector de frutos, animais, otc.) 2) 0 homem foi cagador, sem deixar de ser colector. 5) O homem foi agricultor, sem deixar de ser colector, © ora cagador. 4) 0 homem foi dominador, domesticador de animais, sem abandonar totalmente as trés primeiras fases, A524 fase, a nossa, seria a do homem industrial, na qual nao abandona as quatro anteriores. MANO FERREIRA DoS saNTos Hissas tases eonhecem 1 que ha mais intensidade e ex’ de outra, vressos € combinagées vérins, em widude, ora de ums fase, ora 1) colector — leva tudo a bea lembremo-nos de sabor) ase: lo é predominantemente bues!, Mede, conhece, eabe pelo tacto buesl. 2) A fase de w 8) A crianga € agri ‘ gosta de brinear com a terza, plantar, ete. 4) A evionca é domestiendora, gosta de ter animais, @ querem tudo ex- ie aprioristicamente ‘a crianga aprende, sem ter aptidio para aprender, aceitar Zactores wséncia da emergéncia -08 as simplistas explicagbes que nfo e: m nada, © nio penetram vo que hé de mais profundo na vida @ no cosmos, ___ © psiquismo humano nfo surge como um todo actualizado, if aeabado. # um longo proceso que esti na hase do exer dos reflexos, sobrotudo dos reflexos do sensério-motriz. primeira, jo menos, de um realiza a succhio em séeo, acompa nada de gestos desordenadas dos bragos, remover da eabeca. So se tacar com a8 mfias new Iébios, surge 0 reflex da succio. Nav ha correlngdo dos movimentos. Mas a protustio dos idico. Mas, & primeira mamada, hi uma modificacio da emergén- cia, Na sucgao em séco mio hi ingestio, mas na mamada hi 1anifesta, obedecendo aqui a experiéneias € eres, até organizar-se o eaquema que convém, que obedece & lei do bem. Temos aqui o que hé de positive nos defensores da sem excluir 0 que hé de posi- ‘monte, se ee the dor o dedo, ela o repole, Falta-the a completugio do esquema (ingestdo do leite) ; e o esquema in- 8 MARIO FERREIRA DOS SANTOS completado provoea desprazer, porque nfo aleanga st ho, que esté na plena actualizagio, no seu ben. O desprazer- prazer, que forma a primordial polaridade da vida psiquica da crianga surge desde a fase uterina, e forma verdadeiros esq ‘mas intra-uterinos que historieamente se repetem em acl zacbes, com graus de intensidade maior, desde o nascimento, © primeiro trauma do parto, da angustura ante as paredes ‘agina, estreitas, 0 que mares histbrieamente a base do es- quema da angtistin para os psicanalistas. Portanto, 0 esquema do prazerlesprazer ji se formou, € histovieamente funciona, agregando todos os esquemas infan- tis. Por isso, todo esquema novo incompletado line-se ao esque- ma do desprazer. A erianga repele o dedo, agora. Mas note-se tes nllo 0 repr mada a coordenagio de eequema de © éste com o aplucamento do desp: lego com o de doglutigio, wer da fome, ela agora, ante © novo esquema, que substituiu 0 primeiro, “sente-o” incom pleto. Repele, por isso, Observe-se # historicidade dos esquemas que so complexto- name je do osquema. Nossa visio, por jereciona as duas positividades, sem necessi lateralismo de ambos). janga volta a succeionar © & repel dedo © &s vézes 0 a’ Jo pr ‘esquema, componente do de suce -do-aplacamento da fome, desdobre-se no de succlio pa sm novo esquema que complets 0 primeiro de sucgao da dodo, mas ajunta-the # agradabilidade. No bilidade; imeiro easo tivemos: suegio do dedo mais agrada- NOOLOGIA GERAL x9 no segundo: suegfio do mamilo com deglutigio do leite & aplacamento da fome mais agradabilidade. ico do primero néo tensidade do seeun- refere a saegio no mami ‘em seguida, oferecendo-lhe o dedo, ela succiona-o prin- fe protesta, lo e se retivar um poco para o lado, procura-o suecionande o seio, busca-o e, 20 aleangé-lo, apega-se corn sofreguidao. Como j4 co complesionarara extra ‘dos pela constante experién dae, valoragSes manifestas em sua is de satisfagio ou Zo, de reaegdes protestativas, choros, etc. ‘Ja estamos em face de uma coordenasio complexfssima de , eonrdenaram-se na formagio de es intos de outros, © que tém ume his- inane compocender 2 aalogie qe Te wr Getaton (an estructura ds Geeettheori). 0 pont de ‘enon eet nu historias, Os exomas sie Getaten, ms wear fata enquaato aazéles slo ahistirens ¢ Inuts Fagan suas observagies, reflex de suelo 6 het ivi, come 20 hoetitros oc refleos do sensn-motsa € sev apkstza, Wes o mundo com Ue ereaHizageo de v0 MARIO PERREIRA DOS SANTOS mas, sip postos em functonamento, como os sont a proporglio que se do nossas experitneins ele, Mus 0 esquemn de cucedo nio se adapta logo. B preciso 0 exercicio, a repeti¢zo. A acomodacio eresee, e também & assi millago. A suegiin, que é instintiva, 6, como tal, paseagetra, O nto desaparece, mas ji tendo dado surgimento aos esque- mas, éstes funciona por ela, Os instintos silo a Togiea, @ nexo dus esquemas do sens6rio-motsiz em face dos Orgdos, ¢ do erie mo em eral. Mas, aqui, jd os esqutemas 0 substituem, actuam por @e, com seurangs, para o bem do organismo. ssa matagdo da fungdo, que de instintiva passa a ser es. igiea, € um pouto importante, porque € wento do salto qual! ainda veremos ante a austrcia dos instintos, 0 sew psiquisiao para a cordenagio de esquemas maiz. com; inteligOncia, posteriormente, & um meio de substite tos, B um saber adquivide, que vai fundamentar os Se ao nuscor no operar o instinto de suegto, 2. Observa-se 0 mesmo até nos anima rio, negamace depois 2 succionar. Os reflexos consolidam-se pelo funcionamento, E sso con- ae-se 6 importante, porque © eequema actus como genera Tizador. O esquema é posto ema funcionaraento para éste © para into, os Cundamentos de wma setividade recognitiva e generalizadare dos esquemas, anteci- pagio do que posteriormente sero os ante-conceitos, depois os vonceitos, ¢, finalmente, 0 desenvolvimento superior da vida psicoligica, A generatizagto do eaquema A goneralizagio do esquema se df sem que a inteligéncia esteja superiormente estructurada, © precisamente a genovali- zecao que vai permitir essa estrueturagdo posterior. A erianga NOOLOGIA GERAL rt genersl jaglo constante, eom travesseiros, panos, dedos, objectos, ete. neyalizacio que ee proeesea na fase em que leva mas j4 pelo prazer Bb eset tudo & béca. ion £6 de suceionar. O succionar € agora eo, tem am fim em st ar que néle se ineaxpora. Ora, 0 5, @ agent sate um fudus primisio do sensério-rnotr nents dex senvolvido. jexos eoordenam-se com 0: ‘A complexidade esqueradticn eresce constantemente, Deseay vem-ce suas sensngies acisticns ¢ também a sensibitidade téeti- To-gustativa, as ¢ mages globnis, » ponte de formar uma ex nio se distingne do meio am- pode 6 absorvida e gio permite dar cada ni ianga, h4 nec ram da seleegao biclégicn, | diferente da seleccio gio da natureza, earacte , um acto selective, porque ae MARIO TERNEIRA DOS SANTOS neste e280, & Biolog us mafores problemas, que campo, para penetrar no da filosotia, TEMA II ARTIGO 4 AS REACOES CIRCULARES A gvandioss obra que realizou Jean Piawet, 0 notivel psicé- logo e biologi igo, exige que lhe fagamos ¢ Ihe prestemos a homenagem que merece. Fovam os seus extraordindvios estu- dos sdbre a psicouénese, onde examinou demoradamente os os- quemes @ a sus Formago, o que no iti construir, com algumas yariantes mais de indole filoséfiea, a sua extrsordi- niria concopede. O que temos exposto, ¢ o ae exporemos, nilo teria sido posstvel realizar désse modo se néo tivéssemos a nos e vem destruir concepgdes de tantos psicélogos, que teimam. 1S aposar dos estados actuais os desmentirem. # preferivel silenciar ou, entdo, estabelecer uma crities infandada, como a que podemos observar em Wallon cutros, que deformando © pensamento de Pinget (velho costume Faremos aqui uma sintese dos extudos realizados por ék acrescentando as nossas contribuigdes que, por serem dialéeti- cas, constrem uma coneregao diferente ao sett pensamento, sem modificé-lo na sua esséncia, mas apenas completando-o com 0 a MARIO FERREIRA DOS saNros igo do sector pri ou até ref! adaptacao hereditéria no necess , thas a aduptagdo adqt la. A eoprdenaeiio dos reflexos nilo 6 heredi- ) — nfo hi um insti cperiéneis que explica a form: clara entre o puro ref ecto, cbgervaivel, a orl uma tendéncia a conservar a percepefio lumi- um tacteamento para eneontré-ta quando ipa (acomodacio) ela ve dl NOGLOGIA GERAL 1 |A acomodaco dit-se pelo conjunto das associagées ndaai- lee A esianga olha, mira, e cada dia mais. ‘Nas primeiras semanas nfo olha para o mnito comb: que ja a cangou, nem para o totalmente novo, que uiio corres pon ts uinda 4 nenhum esquema, B aos poucos que ela vai inte ressando-se pelo novo. lagéio puramente funcional a prinefpio (olhar ha para ver, @ até aleanga a contempla- Gom 0 exer’ recognigia de certos sons (rra, a2, ete,). Comega @ estructi- arse 11 coordenagio da audigao com visfo. NARIO FERREIRA DOS SANTOS Preensio: A v6ea, 08 olhos, 0 ouvide e a milo sio 08 Instra- mentos essenciais pura a construgio da esquemitica da inte- Tig@neia, imilagdes por esquemas se- vio earacterizar as primeiras formes de '3: 1) movimentos impu ebamento da rafio, prende e solta, m: veflexo, Fe. ffestacdes de interésee. ‘ewlayes velativas aos movimen- eoordenagao da preensio ceequemas ira preparando para o futuro a poss iga tomar os objectos no espago. A mio leva os objectos & bea, e mi serem olhados. # aqui, neste estigio, que o polegar se opde a pouco ¢ poco aos outros dedos. Dii-se entio “tomar para Ievar & bea”, que 6 0 meio de cognigio desea fuse oral, mais ou menos no quarta més. 4) Preensio desde que a crianga pervebs 8 mnfio e o abjecto desejado, Aqui ja toma os objectos que ve, ¢ niio 86 Ha coordenagio da proensAo mais desenvel Olha, ¢ pega. lente 08 que toca, com os olhos. a8 mis, leva-as jé coordenadamente ao objecto, eon 8 NOOLOGIA GERAL wet Estructuram-se os pri ciagdo habitual prepara a intel cesta & invengio getiva, ¢ 0 hibito apenas repeticao passiva. Outros afirmam que o hbito ¢ um facto primério de onde surge progressivamente 2 intel como € a solugio asso- ciacionista ¢ a doutrina dos reflexos condicionados. (1) Outea soluedo é a do vitalismo, que aveita a inteliggneia como faculdade. ‘Uma tereeira e quarta flo a do proformismo e @ do mu- tacionismo na Biologia, e a do apriorismo e do pragmatismo na Psicologia. Para essas, o hébito é 0 contrSrio da inteligéneia. Esta surge devido aos malogros do instinto, Uma quinta atirma que as tre a inteligéncia e 0 hébito sto ale aio soluciona, Ha ame Os re- idades organizadas, e nfo mecenismos justa- postos, ¢ a assosingio 6 criada pela relagdo sujetto e cbjecto, ai lora dessa relagao. Nao hd apenas associagbes, mas iagdes progressivas, e 0 habito é uma automatizacio, » ultrapasea 0 mero associacionismo. Como a acco € insuficiente para satisfazer plenamente ‘as necessidades hnmanas, para supricla, pis-sa o homem a pen aque tenia re Gpildan porn ta O papel do agent fda re fotolve ge ta tentar eseamotei-lo, MARIO FERREIRA DOS SANTOS nello dos actos da inte! a Gases acto. a crinnga disassocie ainda, nem reagrupe os e 2s assim obtidos. NOOLOGIA GERAL 2 ase estigio marca a exacta transigfo entre as opevagdes valmente intencionais. 1s citculares primarias: succionar por suecionar, ete, ves secundarias: surze a diferenciagio en cc os fins intermedifirios diversos, revelados pela Observagio importante: Et dos, observados pela erianga, secundaria so os sentidos como dependentes ica tent deseobrir processos pera fazer peridurar espeticulos interessantes. Hit um esfOrgo de repetigio nas reacgses cireulares secundirias. \doxo interessante: 9 real é tanto mais cbjectivado, jo melhor elaborada pelos esqnemas do suj santo, enquanto 0 fenomenismo da pereepcio imediata no que subjectivismo). wples difereneiagio de esquemss, , patra a procnra do novo, pro= prio das rencgdes tereidrias. Essa acomogacio, sem preceder & ass caco na racgho tercidria, nem dobri-la © easo da veagio priméria, consiste, pois, em completat momento em que se constitu, 0 esquema novo, ‘A acomodagio nfio é mais uma diferenciagao quase auto- : encional da novidade como tal, mas é uma fixagio querida e sistematica das Ses impostas pelas realidades novas que surgem [A diferenga entre as reacgdes sceundirias e as reacgies pri- jerésse que desde Jogo se manifesta ao cen- sultado exterior, ¢ mio simplesmente sobre dade como tal, sdbre 0 funcionamento. ‘vag é 0 aspecto interior do fu 1 esquemas, & qual a assimilegio tende redu’ meio exterior, 10 MARIO FERREIRA DOS SANTOS A neces necessidade. Jé no acto verdadeiro da inteligéneia hé procura de um fim, © 86 depois 6 que se doscolorem os metas. Neste enso, a ne- cessidade 6 anterior ao acto. idade nasce da descoberta © no a descoberta da ume espécie de jstema de relagies TEMA TIF ARTIGO 1 A CONSTRUCAO DA REALIDADE Examinadas as quatro fases da intuiefo, a 9." fase 6 a que ‘om a formagio dos ante-conceitos. pre-l6giea, em que se processa a es ico, e da finalidade, e se estructura racionalmente com a formagdo dos conceitos, namente a racionaligade logiea, sseente entre o mundo abjectivo ¢ 0 mune 10 s@ estructura pela coordenagso dos mundo objectivo se estructura tam- jemitticamente componentes de esquemas ‘A crianga est imersa no conereto, mas sem conseitneia ‘A noglo da objecto nao é inata; @ uma construgiin, Jonga construcio, que se forma & proporetio que se delineam os eontornos @ 05 pervis, que as reaegdes cireulares, ja estudadas, vo pormitir que se objectivem, a MARIO FERREIRA DOS SANTOS A generalizacio dos esquemas leva & que, por estabelecer aos poueos o abstracto, nova 20 eonereto, e, portanto, da consciéneta déle por oposigao a que se sedimenta constantemente, Coordenagio dos exquemas No inicio, néo tem a criangs a nogio da permanéneia dos objectos, pois éstes, quando desaparecidos, nenhuma providénei io the provocam Mas a coordenagao dos esquemas heterogéneos permite « constriigio do mundo objectivo, por uma reeiproca ac entre os objectos © os esquemas, A prolongaciio das mo de acomodagao funda aos poueos, na erian\ Som a noco da da nogio do lo exterior apenas acontece, mis seu nexo néo ia firmar, sem que o esqtiema da yermanincia ee actualizacse, As nocdes do dade, pois J4 suptem a elaboragio de grupos de esquemas, fan dados nos factos, e s6 podem ser squiridos & proporgao que & capacidade de captar (tomar) coordena-se com 0 éptico ¢ 0 tactile até 0 auditivo, Quando a crianca procura o objecto, ela apresenta feses hieraérquicas importantes: 1) Bla procura © objecto onde éle & visto; 2) depois, onde foi visto (coordenagso eom memorizagdo) 8) finalmente, onde foi encontrado & primeira vex. Se o objecto desaparcee outra vex, ela repete tidas essas trés fases. NOOLOGIA GERAL asa 56 no primeiro ano deeorrido, é que a crianga conquista, caja auséneia impede iste, portanto, implica: permanéncia ¢ Ingar. # 56 nesea fase que a erianga compreende os deslocamen- is. Um objecto que entra aqui e desaparece atrés ssporar ali, onde deveré sair. Essa coorde- a eusta a ser adqui nagio complex mnagio dos esquemas que permite concluir sdbre . 2 separacio, o delineamento, o contorno, ete, mos a atencio, Ievam-nos a compreender a complexidade que teviormente, até alcangar 4 elaboragao do universo tose da construegho da ré ‘ante o que j4 estudamos até ag ‘compreendé-la, A relagio entre sujeito © objecto cdo, na fase da cot i ras camamas, em que nfo se chserva nenhuma distingdo entre ul. A proporcio que se da a avomodacao ao objecto, iséncia se opera io sentido de exteriorizagho ¢ de interiorizagio. Ei quando da descoberta experimental, j& no dominio jas exactas, esta é acompanhada de um progresso re- flesive da razdo sObre si mesma, como se vé nas dedugdes 16- gico-matemitieas. a4 MARIO FERREIRA DOS SANTOS A evolugao da int efeio dos reflexos até as ras associagbes mite construir um sistema de esquemas s) nidas combinagdes, que j4 nos anunciam Jagdus posteriores. A proporedo que ee 8 eausalidade, © espago e 0 tempo, 0 Universo tornaase coeren- sucedendo-se assim ao caos das percepgies exocéntricas is, 0 que vem mostrar a positividade das wnas, sem a exclusao de outras positividedes nio das por éle. © magico dos primeiros momentos 6 substi in esamica, gragas a0 sensdrio-motriz, deste 0 exer- 10 Sptico que gradati- ia do mundo exterior. jo-motriz ¢ eminentemente pri Quando sarge, na fase soe rtal sensério-motriz, & da eooperacao destas duas inteligén- 5 que surgird a busea do verdadeivo. A acomodagio, sob o ponte de vista soctal, process nto das operagdes que permite ao pola. .de, pois, quanto @ inteligéncla sens 'o dos objectos aos esquemas da actividade, com 2 acomoda- NOOLOGIA GERAL 1 uma assimilagtio a ho do pensamento dos outros, 0 que 2 novos esqnemas, j4 de predisponéneia social © estado paramente individual da fase da inteligéncia ‘otria & eompletado por uma nova, em que é veneido stir a forma sualidade (Logos) e da afec- tividade (Pe nas taizes na sensibilidade (sensdrio-motriz), como ja vitnos em nossos livros ant cajo estudo é matéria desta obra, onde além de compendiar as dias aqui expostas, proporemos novas compreensées, que au- nossa visio global, eonereta, por ser dis Ji do espirite humano revela uma emergéncia que 1r apenas mecinicamente pelas primérins 5 diversas eonvepedes materialistas, pois & vos que nao pode- lio, que nfo é ape- nas produto da predisponéneis, TEMAS NOOLOGICOS a ema iy ARTIGO 1 INTRODUCGAO A TEMATICA L.A natoreza pensa por esquemas ¢ no por palavras, Nes ponsamos sbbre a naturez: quando eaptamos um quid tivemos oportunidade de estudar © pensamento em sentido res- tricto ¢ om sentido extonso, Em sentido restrieto, correspon ‘a openas ao funcfonamento do nosso espirite © a0 acto ioldziea de pensar, que € a eaptagio e ordenagio dos pen- samentos, Em sentido amplo, tudo é penssmento, pois tudo é captavel por um acto de pensar nosso ou de outro ser supe- lor a nés. Mas todo acontecer, epimeiteica e prometcica- mente considerado, & pensamento, e poderis, como em parte pode, ser pensado pelo homem, Assim todo o universo & pene samento, desde que se considere que pensamento também é ¢ ave © sujeito eapta no acto de pensar, de pesar, de medir. uo MAIJO FERREIRA DOS SANTOS Ser-nos-ia impossivel, por isso, um pensamento total, por que, dando-se 0 acto de pensar no tempo, éxte nos sempre, € nunea chegariumos ao conhecitacnta da totalidade, Se compreencermas assim, todas as distingBes que se fagam, quer ontoldgicas, metafisieas, légieas, re tOdas elas pensamentos que o acontecer © 4 ordem mitem captar, desde que consigamos estructurd-las. E agui sur- ‘se, bem claramente, o valor da teoria das tensdes. Nao é posaf- vel captar 0 que nilo se apresente j4 tensionalmente, o que nfio 2e apresente 208 olhow e aos eentidos do corpo do espirite, sob uma ordem, uma coerén: E estas afirmativas, que ora fazemos, serio pri uma boa parte da tavefa que nos eabe neste livro, pois as anili- \$ nos mostrardo haver no pensamento universal uma numerosas que sejam, nfo conseguem, no 8. No estudo da geometria, quando tratamos de uma ‘um conhecimento amplo da figura, que nfo 0 mas 56 depois de uma série de raciacinios, vrosamente comprovados. ‘Ao chogarmos ao fim de todas os enunelados que podemos formular sobre 0 podemos concluir que todos os pen- samentos geo jd estavam presentes, por jufzos. Pois bem, tudo quanto hé no acontecer eésmico, ao ser eo nhecido, € j4 uma possibilidade que se actualizou mente em um juizo, que é simbolo do pensamento refore.se a um pensamento que captumos e enunetames. NOOLOGIA GERAL aun Assim, o acto de pensar, psivoldgicamente considerado, 6 sempre singular, mas 0 pensamento € 0 mesmo. Tudo quanto possamos geombtvicamente dizer dos trifingulos sio pensamen- tes que jf e3 i amos através de nosso processo psi Come os factas simbolizam os conceitos, que sio estructa- res noéticas, ests im a estructura eid: ca que estd © é como vimos na “Ontologia”. 4, A quimien orgnica oferece-nos uma Tigo que deve- \s aproveitar melhor. Trés ou quatro elementos, em si as, podem constituir . projeesées de experiér sa sabedoria, a que nao nos deve estranhar, quando a nuns oferece exemplos tio andlogos € nio menos empolgantes. 5. O pens captada nam pensamento da mult 6. 0 pensamento pode ser sensério-motriz, pode ser Di i simbélico € também operatério, judieatorio, + (ou Descie que partamos de que o contriiria nio se ob-pde, resule ta que, de uma afirmagio, o contrario é negado por ausé privagio, jen excla- ‘dade do Se A 6 bom, o ser bom exelui o ser mau. Tada como a formal, parte do postulado da nega 0, que & ausen' ma MARIO FERREIRA DOS SANTOS il quando queiramos predicados io sempre rigo- rosamente dialécticos, Isto é, tém 0 seu lado positivo mas em face do A polarizagiio be como do desenv ;c0, Temos um exemplo bem os accidentes, que nos surgem no macroseépico, no r “desaparecem”, para surgirem outros. 0 verde, que nossos olhos dem, 0 6 daquela posigio, mas, gragas ao mierosedpio, peree- azoto, ete. 0 carbono, 0 azoto sio tensées esp! rentes de seus elementos, no vem com ser convidadas, necessiria seria que j4 estivessem no espirito antes de af estar: o que é contra- io. Vos nia podeis chamer uma saber 2 que chamais; mas couheeer uma idéia, 6 ter esta idei NOOLOGIA GERAL uo Som ai le todas as representagoes & a associngio, nflo uma carseteristica funclo- mas de todos os factos tices, porque podemos nessa grande ordem, peitando, porém, caracteres diferenciais, os reflexos condi ‘ou os chamados reflexos associades. \do se falava, como ainda se fala, em associagao de eciso esclarecer bem o térmo, Freqiientemente se ipresentagio intelectual abstracta , e inelut pensa- que © compreendem 0s assoi jdéia nese sentido, pois “elu 6 essa e6pia de sensagto que per manece apés cvssada a sensagio”. Propdem outros, ¢ entre éles Foulquié, part sstbes tais como ” ¢ “evocacto de i que “o fendmeno da ass¢ consiste essencialmente em que téda representacio, actuaimen- da conseléncia, tende a tornar eonsclentes as re- fesentacdes ineonscientes, As quais cla est associada, ou mais exactamente, que fazem parte do mesmo complexo que ¢: josofia associacionista (Hume, James Mill, Stuart Bain, ete.), que procura explicar todos os factos ¢ mais firmes que os animi atragdo... que produz no mundo mental tio extraordindrios efeitos, como no natural, ¢ manifesta-se sob ormas to nume- rosas como varindas” (Hume). 8. Impée-se algumas observagdes importantes. “0 cardcter essencial do pensamento liyico é 0 de ser ope ratévia, isto 6, proiongar a acgo ao interiorizé-la” (Piaget). Mas a “operagho” intuitiva, que capla o singular, ¢ j4 diferente, we MARIO FERREIRA DOS SANTOS nu operagio tinica ndo é uma operagio, mas permanece uma tnica operagio ndo seria uma opers- ss & construir sistemas”. (Idem). A erlanga 96 & capuz de pensar depots de saber seriar. Nao é possivel, por isso, sem uma Iogiea dos conjuntos, que penetre através désees conjuntos (did...logos... através de Cai... = dialéetica), e descubra seus nexos, Uma retagao espacial a compreensio do temy A realidade psicolégiea conjunte e nfo em operagies ipoe o espago; wma temporal implica into om sistemas operatérios de Iadas. Cabe-nos, por isso, revelar e descobrir a lei de equilibeio Aésses sistemas. Eis por que a concepeio sua aceitaco se inicia uma jornada nova na Filosofia, a jor- nada tensional, que expomos em “Teoria Geral das Tensdes". 9. © homem é portador de um espirito Onde no ha espitito, nio ha trabalho, Os animais sio apenas mecénicos, em! da Noologia, alma, que juntas se estracturam, fo entre o corpo a alma, ¢ a maneira de concebé-ta tém uma historia, NOOLOGIA GERAL 5 “Segundo a doutrina platénico-agostiniana, a uniio do corpo e da alma é menos intima, que segundo 2 opiniio geral mos, 0 corpo nfo é um mero ticias de fora, e, por mei e alma constituem um e: ino, uma substineia total, que cons io especificamente novo de proprie- 1, que come tais nllo convém mem ao corpo 86, nem s6 & alma, mas ao compasto entitative como tal, que results a unifo de ambas." (Fuetscher) A alma € um tema que nos interessard sob virios outros aspeetos, segundo as diversas opi Para Tomis de ‘Aquino “anima est quodammodo omnia” (Ver., a. 14, a. 1) ‘Aalia é, de algum moda, tudo. E no homem 6 a sua forma. B é de certo modo tudo porque intencionalmente se refere a tudo, @ tudo redua as suas intengdes (conceitos = esquemas). nos interessa neste preambulo, nfo € ex que nos servirko depois Py fim de construir ama viedo conereta ¢ lina, elaborando uma cosmovisio, de algum modo, suficientemente habil para vestigagées | TEMA Iv ARTIGO 2 ANALISE NOOLOGICA Ea Noologia, portanto, w de estide faetos do es} ‘ous). Seu objec da perfeigio espiritu: functonamento. Na “Psicogénose”, ponderamos sdbre a forma- sao dos nossos esquemas ¢ das suas coordenagies na formagio das conjuntos tensionais esquemitieos, das con}. de a andlise feita na “Antropogénese” até aqui, um problema se colocou que ainda nao apresentou uma solugi rite, Tivemos ocasifio de verificar o que disti lade de a animalidade no campo psieoligico & rsas propostas de oferecemos a cae esquemas para 1 © que opartuna- mente justifiearemos, a par da eapacidade de eaptar pos 8 MARIO FERREIRA DOS SANTOS @ assim sucessivamente. Tal ceria a sem porém near um ia, que se vevela tam- , mas apresents algo de peculiar que admite , como o pretendem os materi 2 3 © aspecto unvoro, sem querer reconhecer que, no homem, deu-se um salto qualitativo que oferece uma di- ferenga especifica, que o torna, portanto, irredutivel aos ani mais com os quais se analoga, e nfo apenas se univoca. esquemas complexos cas), guiados pela act Wo se observa, de fo Nao potlemos contudo penetrar nas caracter! complexas, sem que alguns pontos fiquem eselar dos, ¢ som que ougamos primeiramente a pole filosofia sobre 0 problema da alma e do espirito, para, final mente, obedecondo 20 nosso método, con: sob ‘Deste modo, impSe-se considerar proviamente certos as 10s & analisar sucintamente, para que éles no futuro, de instrumentos habeis. Entre ésses tomas, 0 importante & enracterizar como apresenta a conseitn- cla ante a especulagdo da psicologia moderna, “O que hi de mais geral numa actividade é, certamente, sus tensfo para um fim... A tensfo psiguica pode ser concen troda ox: dispersada, mantida pe'o aujeito ou sbandonsda por 0 automatism, e & 0 que chamados, em siima, con nseiéne. Por outro lado, a consciéneta © stan de bes so como os efeftos ou resultados de causas gue £2 podem NOOQLOGIA GERAL 49 também estudar nelas, ¢ que surgirio, como atengdo ¢ distraedo, Aatengio reaviva a conseiéncia ¢ até a er -agho a dimi nui ou até a anula. A conseténe mostramese cegos, testemunham muitas vézes uma sel ‘dade que nada ficam a dever is nossas actividades mats Para Pradines, a “eonsei Sum por em feize, uma orgar + portant uma operagao unifi- 14 com intenefio, e seguindo um designio.” Bla jo adormecimenta, sempre us. surge da com essa virtude de efieféncia. ‘A conseiéneia é sobretudo uma membria mantida para ta- refas do futuro, Ser consciente 6 estar presente a tarefa vom téda @ aua alia. Ao contravio, ser inconsciente & esque- uaentos — do passado; 6 ie presente & eonsideracio dos efeitos inevitavelmente produzir. Nessa consciéne! uma actividade A qual se ajuntaria de fora uma, dela um aspetéculo, mus uma actividade, euja luz cons- ia natureza e da qual néo sobra nada se anularmos essa Juz, assim eria o que ela aciara. © um mu desaparece com 0 dia e nasce com éle, A consciéne! raio visivel de uma actividede; ela é a nioia, a qual aio pede vergar ou romper, sem que ceda e romps o mecanismo inteiro, a consciéneia 6 uma cot ea ineons. coordenagao, ambas dinamicas. Ser eonsciente, Em s eléncin uma a0 MARIO FERRSIRA DOS SANTOS para um estado, 6 sentirae em unio de designio com outros festados (cum a (Op. cit. pig. 10) A consciancia 6 sempre conseitneia de... Bla néo pode ser separada de seu contetido. Uma conseiéneia sem eantetido é um pro nada, Se considerarmos 0 qe em n6s forma 0 nosso como constituide de uma luta de impulsos (instintos, versos, pela sobrevivénela e, portanto, para ciéncia 6 a victoria ou os instantes de predo: uns sbre outros, ora dominantes, ora. ai de aventuagio nos pareet (ateneional) seria a cons inio dinamico de dos. Tal estady ia como uma fixagio. Essa fixagio ianeia, Quanto ao funcionamento da afect derar a oposig#o que se revela com desenvolvimentos (ou com a composigao por compromissos. A dialéetica do amor e do édio (funeionando na afectivida- desenvolve-se em planos di ), 08 guais se se combinam (composicao por compromissos). Nao wente, reductibilidade entre os afectos. O amer nfo nem o ddio amor. H4 compromissos entre ambos, com maior ou menor grau do actualizagda e virtualizacho, 0 que nos repugna virtualizamos em que amamos, e actua- Hizamos tudo quanto nos dé agradabilidade, B até o desageadé- € sublimado pelo amor. Quando se dé um rompimento afectivo surge & tona 0 anti- patético virtualizado, que se actualiza agora, 0 amor 6 atracgio, desejo de fustio, enquanto o édio é a separagio total, desejo de desaparecimento do objecto, embora captado pela fronese, pela fustio entre o afecto e quem o sente. £ que © amor ¢ 0 dio so intencionais, dirigem-se a um objecto, que Thes dé um conteddo intencional, e nao contetido afectivo, que € dado pela capaci- dade de amar ou de odiar. NOOLOGIA GERAL a5 Essa mesma colocagio se pode fazer quanto aos ‘afectos, quo sdo sempre polares, pois actuam soxrundo vectores diversos. ; ‘A heterogencidade pura, 0 diferente absolito, teria unici- + portant homogeneidade em si. Si ie eo Yentos extremes, opostos, gue em nds coincidem. ibsviuto ¢ a identidade (homo- Ne aepara or abtractorn que & A afelividae te Ha uniidade na pthon- se sone sor compavaia a ntras, rat jamais perde #08 covactertet mente captada. E quando me- ciudad ae 8 debruga sobre 0 mais profindo de nossa alma. eee lade heteroeneizante da razio, que é menor que \da pela construgéo dos gene 19 hierarquia de homogeneizagio at’ 0 conceito supremo de ser, que exgle>a a todos (tomado 1- gicamente). afectividade vive a sua eficigncia e a yes em suas funedes, o que \dades sio separadas abstractamente por nés, se conereeionem no acto de conhecer. imonto conereto é sintese de identificagio + dife- 32 MARIO FERREIRA DOS SANTOS identifieagdo particularizada (diferenga espet cidade do Gntico eseapa ao formalismo; vai al © que no consta da definiglo. Onticamente, sé a afeetividade can homem & um homem,e podemos de )- Mas a porque inclui préximo que o da razio. mas @ afectividade vive a singularidade, Hegel mostrava essa dlferenca to importante quando dizia o oxige, em sua mais alta sintese do cons- ite, 0 aniquilamento da propria eonscid- meryulha exageradamente sua reflexto ma © seu saber e inclusive ela mesma em seu Sem um aprofundado estudo desta, nile € possivel compre. ender 0 home. TEMA IV ARTIGO 3 CARACTERES DO ESPIRITO. MATERIALISMO B ESPIRITUALISMO A Noologia diferencia-se da Psicologia propriamente dita, porque esta no ultrapassa 0 Timite do que é controlivel expe- ‘mental a ‘Noologia 6 outro que o método cien- as quais nao pedemos ‘mag os métodos da ar © método experimental das eiéne losofia. Nao quer tal dizer que a Nook 10 parla da expe: rigneia, mas através da anélise di que alcanga planos meta sncia cleutifica nko permite aleangar. Prdpriamente se deve reconhecer, no entanto, que 0 psicd- oxo nfo pode evilar « emprégo de métodos metafisicos, como se ye ficiimente na actividade da psicologia em profundidade, como, por sua vez, o nodlogo nfo pode evitar, ¢ nfio 0 deve, # fnuigio que a experiéneia oferece, afim de empreender sifieagbes do que soja corpo, alma e espi- rito, jf por nés analisadas, verifica-se, com clareza, 0 que s¢ en tende por eapirito. Podentos cavacterizi-lo funcionalmente, por eetes dis- tingdes: a MARIO YERREIRA pos SANTOS 1) _capneidade de veflendo. NEo § apenas capaz de experimen- tar sensagies, mas delas tomar conseléneia, bem como de si mesmo. Podemos, portanto, salfenta a) consciéneia das sonsagdes; 1b) conseidneia de si mesmo coma receptor de sensagdes — pessoalidade. 2) dade. idade — Capscidade afectiva, que alesnga uma consciéncia da frénese e da captagdo simbélica da aconte- cer. Penetragio mistica, através dos simbolos até a comu- 3) se dos lagos que 0 mera ani » bodlen= jue 6, em suma a vontade, e responde' ttinto do corpo? nao cabe responder a tal pergunta, sim & Noologia, NOOLOGIA GERAL 13 No pensamento tradicional das religides e das filosotias, que accitam um prinefpio espiritual, 6 Oste considerado como co um ser mais sutil que o da matéria, Por isso, compreende-se que certos sem a sombra projectada ipio realmente distinto do corpo, a alma no se com éste, e deve sobreviver-Ihe, sem universal. om que a alma, como forma imaterial, orpos (como se vé em certas teorias a metempsieose, das roineurnagies, ete.) até aleancar, pela pu- rifleagio dos elementos 2 cidade absoluta, que Ihe asses ide e 2 plenitade beatitis om face subemos que intuimos os factos, sem . No 0 exptamos como mas captamos manifestagdes, actos; sentimos sua presen- intuicdo confusa, Sen- las para precisar om a filosofia precisa investigar, usando métodos filosdtico-metafisiens, No exame que facamos do ser humano, vemos que este presenta: 1) fendmenos Diversas posigdes podem sor tomadas: menos correspondem a uma reama realidade; jentemente, em qualquer das respostas dadas: origem dessa ou dessus realidades? 1 0 destino que tém ou terao? PERREIRA DOS SANTOS lom ser classificadas nas seguintes eon. cristdo, para exemp! A concepeio materi ara que uma exposiclio nfio se possa fazer em linhas gerais. © que earacteriza propri tas (marxistas) explicam 2 sua posigio, que oferece certa variante, come o fax Haldane, quando di ndo digo que sow materi nas seguintes proposicdes: 1) Produzem-se avontecimentos que nfo so pereebides por nonhum espirito; 2) Honve acontecimentos nin percebidos antes que haja um Vogica necesséria das duas pro! 8) Quando um homem torre, éle esti completamente mort materialista marxista recite a 1 ao espe daquele. Neste easo, por a mundo, o espirito explieséo pelo funcionamento nhe como a dos charvakay, na fs de Epicuro, segui est6ieas, ra Eeog, a posicho por Luerécio, a de Demé NOOLOGIA GERAL ir A alma, para todos éles, era material. “Nada se pode eonceber de propriamente ineorporal, a nao © véeno. E 0 vacuo no pode actuar nem sofrer; permite ss a0 corpo de se mover através dele, Por eonseguinte, dizer incorpsrea & -e, Se ela o fésse, ela mio po- sm actuar nem sofrer, 0 gue vemos contudo com evi- grosseiros, que formariam tipi Mas, no materialismo antigo, o seu grande argumento é 0 seguinte: sea alma € ineorpérea como pode actusr sébre o corpo? Ora, comp ela actua sdbre 0 corpo, ela é corpérea. Por outro Jado, sexdo 0 corpo corpéreo, como poderia actuar sébre alma, que é incorp6rea? ‘umentos materialistas prosseguem, na cultura ociden- tal, com aigumas variantes apanhadas das ciéncias naturais. Holbach, no séeulo XVII, “fu vos digo que néo vejo minha alma, que no comheco € nio sinto senéo 0 meu corpo: que & 0 corpo que pemsa e que Julga, quo sofre e que se alesra. Com que diteito os tedloyos recusariam a seu Deus 0 poder dum-se, sobretuco, no que as ciéncias uaturais oferecem, © progresso que obteve a fisiologia do sistema nervoso © espivituais, como meras manifestagdes décse sistema. A paleontologia mostra-nos 0 desenvolvimento do cérebro ‘que acompanha o desenvolvimento da inteligéneia humans, bem como pode ser comparada a dos animais. Desta forma, os factas cespirituais poderiam ser explicados pelas modificagées que sofre @ matéria em suas combinagées, © nada mais. MARIO FERREIRA DOS SANTOS No século passado movimento da maté £ "0 pensamento é um ". Vout, para ndo The fiear atrds, teve foj tio repetida pelos materialistas: “HA a ma relagio entre o pensamento e o eérebro, que hf entre que ha entre a urina ¢ os rins”, © fésforo que pensa em nés. “Consideremos # alma como um jar aparentemente tais opi 2 variantes que tém um gr Mach, e Ostwald sobretudo, 0 vito seriam naga mais que duas formas da ener git Surgin 0 energetismo, Bertrand Russel ox a matéria sto factos (feitos) de uma substane lade da psieologia, formam 2 é: “Panto 0 espirito como “filosofia de acon nto oferecida & © mesmo : B Inexplicével a accdo do seuniendas dessa eoina & primeira — 0, em su quer que seja de comum entre NOOLOGIA GERAL 159 ‘Tais argumentos pod ria: 0 que ¢ incompreen: jam receber esta resposta é suficiente para near a real da alma? Podem as difi ss, serem 2 Negavam as \dades da baixa de do voo humano? Negavam os telese6pios deseobertos para efirmar depois? Pode 0 deseonheci fa inexisteneia do deseonhecido? Ademais se & difieil ou impossivel para os mater relagies entre o corpo e & alma, pode o materialiamo ex; a dia? Pode a “icamente afirma-se que a diferenga entre o homem al, € 8 entre o animal e a pl penas diferencas de graus, argamento aeariciado pelos mater tem uma alma, devem téla também os anim eas plantas. ‘tualfstas respondem que @ vide material (tanto ‘Os estudos de psico-fisiologia permitem aos materialistas afiemar : 2) que a actividade paiquien € condicionada pela actividade organics, A endoerinlogia, por exemplo, mostra-nos quan- to influem sébre os pensamentos e afeigées o funciona mento das glandulas; 2) que o desenvolvimento mental nas espécies a pence do desenvolvimento relativo do cérebro, e igualmente 0 foi no homem; 8) que as lesdes cerebrais implicam privagio de certas fan- Sptico € condigfo da visio, e nto causa. A condi dadeito agente da nego, O eérehro pode ser 0 Grgio do pensa~ mento, mas daf nio se pode coneluir que o cérebro pense. 0 MARIO FERREIRA DOS SANTOS E. D. Adrian, prémio Nob do nosso século, em seu famoso pag. 14, nos diz: © um dos grandes neurélogos ro “A base da sensagio” A - 0 problema da conexio entre o cérebro e espirito & ‘tio enigmatico para o fisidlogo como para o filésofo, Talvez ‘uma profuada revisio de nosios sistemas de conkecimento posen explicar como ut esquema de impulsos nervosos pode causar ‘um pensamento, ou demonstrar que ambos fendmenos sio, nia realidade, a mesma contemplada de diferente ponto de viata. Se tal revisio se levar a cabo, 26 espero ser eapar de en- tend asa opiniéo humilde 6 corroborada mais adiante, depois as penosas ¢ sérias experiéneias realizadas, que contirmam ‘esta conclusio: aleanga-ve até um ponto no exame da sonsagio. ‘Mas, depois, nada se sabe. Outras experiéneias nos mostram 1@ 08 mesmos factos organicos podem acompanhar factos psiquicos diferentes, Os ‘ensaios sdbre as localizagées cerebrais malogl . Que 0 eérebro seja uma eon digdo do pensamento, admitem-no os espiritualistas mod no, porém, que o pensamonto seja um produto do eérebra, Que .da pensamento haja modificagdes cerebrais, 6 tal facto v para pensamentos diferentes. © espirituatisino O espiritualista afirma a espiritualidade da alma, euja acti- vidade, bem como sua existéncia, sio independentes da matéria. NOOLOGIA GERAL 181 Cabe so espiritualista responder a um conjunto de pergun- tas que desde logo se colocam: a natureza dessa alma? relagées entre a alma e 0 corpo? ino da alma? '$ respostas a essas perguntas fundamen importantes, ‘Muitas tom sid tais, Sintetizarsmos apenas 2s mai do eepago. A alma, incorpérea, nao tem a actue no tempo. Como 2) A alma € uma colecgio de fendmenos e de sensagies. Nao tem ela mater je, mas apenas um relucionamente coorden: cas. Hsta opinido, acusada por mui de materialista, mas podemos encontré-la.jé esbocad: wamente no que se chama et sempre sbbre alguma pereepgiio parti ‘ma outra, de calor ou de irio, de luz ou de obs posso, nunca, tomar a mim mesmo numa percepeio, ¢ pode-se aizer seguramente que eu no existe.” (Hume). nosso ett Seno através de seus actos, # dois séres, mas dois prinefpios de um mesmo ser. ‘Todo accidente, que pode surgir e pode desaparecer, supie um suppositum, um suporte, o sujeito, uma realidade permanen- ast MAIO VERREIRA DOS SANTOS te, na qual se produzem tais modificagées. Como conceber a ;, quentes? Os fendmenos psicalégicos sto apenas accidentes, pois sito transitérios, mutiveis. Ora estou triste, ora alegre, ete. Hé, con- seqiientemente, uma substincia sub-jacente a asses fenémenos, ‘a Gaces accidentes psicolégicos. Nés captamos a inidade do nosso eu. A meméria atribui a0 mesmo eu factos passados. Sem ess permanéneia, como haver memorizagao de factos passados? Haveria, a0 contririo, apenas factos actuals, © accidente, como se viu na Ontologia, nao é um ser com uma existineia independente, Os accidentes dio-se taneia. O ser do accident Também as relagées, que sio séves seus suportes, Mas a substineia nfo é um ser sem aceidentes, pois 2 substineia tudo quanto acontece & aceidente. A substfineia € essen so de modo doterminado & substanei implicam portanto uma substincia, que real ssa alma é simples, imaterial, Se fOsse composta de par- tes, portanto material, cada parte simples teria um eonheci- mento do todo. Terfamos entZo uma lade de almas, tenho cada uma um eonhecimento proprio, 0 que 6 contrério & experiéncia que temos da unicidade do conhecimento. Ainda poderiamos observar que cada parte do pri cognoseente conheveria uma parte do objecto, mas o proprio objecto na seria conkecido em seu conjunto, 0 que também € contrat ‘aos factos. A idéia de espiritualidade supde a simplicidade, a imate. riolidade. Os estudos sdbre 2 meméria mostrs explieé-la como uma mera f varam tanto filésofos eomo fi ‘nos que nao se pode rebro, como j4 0 prow lonistas. idéias abstractas e gerais nio é singular. Uma imagem pode se pode explicar apenas pelo NOOLOGIA GERAL 13 que o seja uma, idéia abstracta? A idéla de justica, de bem, de p puramente intelectuais, © do dadas pela experiéneia. Ora, hd um axioma ontolégieo que nos diz que cxda ser Wo 0 que € (agere sequitur esse). O espirito huma- sofre segundo © que é A fotografia de um tridi gedmetra traga no papel, ndo 6 0 pensamento sobre o triangulo, $6 0 homem intui do conereto e do particular o abstracto € 0 geral. 86 0 homem tem intuigdes eidéticas, ‘© homem capta idéias normativas, 0 ethos, Blas niio naveem da experiéne! Nip ha anestésieos. # preciso amputé-lo, Todo o 2 néio, Mas sua vontade diz sim, e aveita a proposta dlo médico. Como explicar tal acto, quando tedo organismo se rebela & dor que o ameaga? es entre o corpo e a alma, ex m nao é um puro espfrito, éle & {Go heterogéneas podem agit um tos, que negam a matér! taco de um monismo espi- ritualista, © paralelismo psico-fisiolégico, que jé estudamos na Psico- login, procura explicar, sem no entanto resolver, o problema da ego reciproea entre corpo e alma, 108 MARIO FERREIRA DOS SANTOS © problema coloca.se portanto déste modo: a) enquanto os jas no so capazes de explicar problema da sensagio, também nao sio os materialistas eapazes de explicar 0 pensamento, b) A aceitag#o de um dualismo nao nos @ reciproca. ‘Vejamos a resposia de Tomés de Aquino: A.alma é a forma do corpo. 8 a alma que dé 20 corpo o ser, a vida, o sentitaento, e € ao mesmo tempo o instrumento do pen- 1a subsistente, © pode subsistir sem a matéria Qual a origom eo destino da alma? A esta pergunta so jonistas, que no sto certo aspecto, a opiniée predominante, no Oeidente, é a erincionista Os evolucionistas, quando sfo espiritualistas, dizem que Deus actua por eausas as e cauisas segundas (¢ agui tomista). Se o komem & portador de autecedineia) ordenou o mando de tal modo que se deseer tais éncias para que ela surgisse. A evolugo fwando como predisponentes, permitiram a emergén mma, que nos animais 6 simplesmente vegetativa ou animal, ‘mas que, no homem, é racional. 6 um modo de ser, como o espiritual que as antecede em dignidade e poder 6 que se actualiza como espirituel, quando um conjunto de con- NOOLOGIA GERAL 165 aighes favordveis per mas do ser, que geagas A providencia di que admitem a evolu entre os primeiros e os cria- ‘Uma pergunta impée-se aos eriaeionistas puros, que méo sm nenhuma procedéncta da dade: por que Deus 2 animal, aparentada aos primatas, ¢ ndo ontra culo de tina forme espiritual? Nao deveria cor- picamente a0 psicaligico? Gutras persuntas 20 imogem: ou a alma vem dos pais, ou iadu por Deus? E quando surge @ xima da erianga? Se ela numa eoisa, ow pairava imaterisl a espera da sua infor ins umn sOpro de vida e © hormem (I, 17), ai Wherdade As investigagses Reconhece que éste texto nfo pode ca “Divine afflante Spi vet, traduzindo 0 texto hebraieo, de cu m vestaurador, traduz déste modo: “I THOAH, a Dei- sho das partes mais cubtis dos elementos addmicos, ¢ inteligéneia uma esséncia exaltada de vides; e As perguntas que acima aliuhamos, os espiritualistas ati mam preferentemente qua a alma veio de Deus, Outros, porém, 106, MARIO FERREIRA DOS SANTOS aGmitem que seja transmitida pelos pais, « que explicaria o pe- deste modo, por geragdo, do corpo. foram expostar no texto des motivo de a i TEMA TV ARTIGO 4 DIALECTICA NOOLOGICA Em fuce das razdes apresentadas até aqui, por materialis- y 5) weado da sequinte maneira: é clara, e ante que © corpo e alma nilo sflo materiais, mas manifestacoes tas absolutes, e com pequenas variantes, 5 imaterialistas) ; mas a alma 6 vegetativa ou ani vel por eb ex. que 0 corpo é materi forma ineorpérea, que oragao, mas espirito ¢ absolutamente imateri » que 6 6 toma o corpo, quando éste esta 118, MARIO FERREIRA DOS SANTOS D yeincarnacionista, ou ainda, com variantes, espi que aceitam a » centre os hindus, Dispensando us diferencas que tem tOdas essas teorias, nas suas diversas manifestagdes, podemos assim sintetizar a lamental em que elas se classificam. 10s recorlamos dos argumentos fas eneontvam a seu favor, fundados no conereto, aspec- que servem de ponto de apéio is suas teses. Vimos ai le coneiliagio foram apenas compro ugtio que sutistaga plenamnente, ade wlobal, © que hd de concreto em tidas as posigdes. ‘Vamos, agora, através de uma an: 0 debatido problema, embora a sol 86 0 possemos faze plexidade do assunto, e a exigi cujo esclarecimento é impresein: , dada a com- stro pontos, uma uns pontos, nos quais, jules mos estar # aporis que surge, tanto para uns como para outros, NOOLOGIA GERAL 160 primeiro lugar, tanto a posi¢éo materialista como a tualista partem de conecitos sobre a matéria e 0 espirito jecessitam ser esclarecides. © que ge entende por matéria? O que se ex ia désse modo, seguinde os stica”, daria resultados Ora, uma métodos que expusemos em “Deca: como éstes rma de tensiio que chamamos “matéri moderna, nfo sabe © que 6 matéria, Eo conceito por mucrofisicamente estructurado, segundo 0s ico, ow methor ainda, ao esquema que consiruimos do macrofisieo. que sabemos € que 0 que consideramos ma- xo MARIO FERRHIRA DOS SANTOS » que poderia saivar-nos do problema, como os energetistas, também nade explica, porque a ener im silo assistenciais, pois, uima posigéo relativa, como 2 que pa- ‘Mas cometeriamos um érro, so nela permanecéssemos, depois dos estudos que realizamos na feamente @ pr stentéculo de t Antes de prossog -2o do que cl ‘um pequeno “teoria da insergi entese para "1 qual nos NOOLOGIA GERAL ma “Todas as idéias ou ter ou formuladas com certo rigor légico, representam uspectos gerais ou parciais, que sncia humana traca do conjunto compreens! 6 possivel © que sure actualmente aos nossos esquemas revels que nao estava como presenga actual para nds. Wsta. nos parece sempre condicionnda, A condicionalidade é relativa a nés, pri jente, Compreendemos que o que captamos como presenca mitem uma assh eonhecemos, que 0 que no é a nossa. jecer, podemos saber que deseonheremos, mas ao ccomhecemos jai temos uum eouheeimento. E pelo que sum método conhecer © que puro nada, pi r dade de ser uma presenga actual depois? Los se nos es- capa 20 conhecimento, 0 que desconhecemos, é um modo de ser diferente do modo de ver do que nos 6 ohjectivavel através da 1s mosses esquemas. E éase desconhecido aleanca, assim, a uma objectividade ‘que nfo 6 fisieamento ideaimente presente, © deseonhecido, tem um ser, porque tem iade, que € diferente da nossa actu: Ai nosea. Eo que chamamos potensie, A potensio tem cm si a xe MARIO FERREIRA DOS SANTOS actualidade ea potineia da actual © nos apa- lez de acto e poten: se d4 porque res _no tempo, e trabal tempo, sosgo conhecimento segue a portanto, 6 essa potensio, euja cia tom que estar na effcacidade do acto, pois, do con- trévio, como teria efieacidade para ser actual para nés, ou ser existencialmente actual. jer indeterminsdo para Hep be, 6 sempre urn ser intel og asso esquemas, e éstes, gracas a uma nova coxnbinagho es- em demonstrar a bese que Os factos que surgem ue transcende a nossa um apontar, € tam. NOOLOGIA GERAL am igmos um modo de ser potencial, eujo processo » por outro modo de ser potensional, que também tem um process especifico, A matéria é uma forma tensionsl, eonereto, que cube 2 ci ¢ tem uma esquema itmoldgicamente (no -4 © nosso espfrito nem © nosso espi- ia. Amabos sho modos de ser, simbolos de um sim~ bolizado transcondente a éles, que os pode realizar. ria caractoriza-se pela predominaneia da poténcia Hii entre matéri e o que chamames espirito uma analogin; portanto, um ponte de identifieagio no ser. n que a lei de alternancia © penetra até As portas da le Tomés de Aquino ao explicar a erlagiio, idade da forma ¢ da matéria, a’ emo. (1) potensio implica-as, ambas, como o funciona- Spria votensao, que é identieamente fem sens veetores. A forma é o outro lado potensional da maté- como bem 0 sentiam og chineses em sua idéia do h'u, com a polaridade contempordnea e eoeterna de Yang ¢ dus, em sua fase védiea, nos simbolos de Varuna e egipcios, nos simbolos dos deuses Osiris e Is 4 Oste inegivelmente o problema maior da filosofia, Re- decorre com singeleza ¢ clarera. Mas como irmagdes a priori? Poderomos partir {lo Crisdor, e a sua demansiragio m4 MARIO FERREIRA DOS SANTOS surgem em tOdas as cobrirmos 0 que premo de tidus as coisas, poi ce matéria seriam causss segundas, de que todo 0 quater seria, em suma, causa segunda? A fisies nfo pode dar a altima palavra sébre tal tema, pois ste eseapa ao campo de sux acgio © es or ingressar da filosofia, ¢ exigir outros métodos que nao os meramente ex- perimentais, jungidos apengs ao campo da corporeidade, do tri- NOOLOGIA GERAL us dimensional. B 6 esta a Iangar mio da matemiética, e red 1 nio sensiveis, 0 que ja sabe sdbre a intri 6 fonte do que vulsarmente se chama m los sores, nifo pode sem de todos os Jr de sua inéreia, sem um E aqui esté a grande «poria a necossidade de aceitar a, © realmente © nada passe a ser cria- ‘ote? Quem provocot o €l rela hav. téria 0 fsse, ‘um activo e outro passive, um que é movide, E 0 primeiro, neces Wr go Segundo, porque o acto nfo poder esi do acto, 0 que levari primeiro. perior ao © probe face da 106 MARIO FERREIRA DOS SANTOS nOmeno, como mera manifestagio material, tendo necessaria- mente que aceitar um acto primordial, que o ponha em acgéio, ‘0 que o col ier queira o inferior, © mais pelo menos, sem aceitar uma eriaghe, nio x6 do nada, isto é vindo de elgo que era nada anteriormente, ou nio existia, omposto de irla do nada ser, o que 6 ia humana, TEMA Vv ARTIGO 4 FUNCIONAMENTO NOOLOGICO Nos estudos ja realizados, verificamos que © nosso psiquis- idade, funciona polarizando-se le e na afectividade. mostrar 0 seu funelo- no que jé estudamos, jar_a responder sobre artigos anteriores, compreender 0 nosso eapirito, © at outres pontes, algumas das pergunta: e sobretudo suas dividas, vvidade e a sensibilidade sie confundi- idade, hd a topieidade do ‘que € objectivo em face do eagnoseente. Ha uma der aq) Mas, assim como a intuicgo intelectual s ‘ho entre a sen ae MARIO FERREIRA DOS. SANTOS dade, para se darem difusos pelo ser humans, slo raizes da afectividade no seu 9p1 ses empreendidas. Esta oposicie di- jadamente patente para que a negue- itagonismo 6 esseneial de tOda ymeno pode ser eampreens Os factos afectivos, no entanlo, escapam a uma |, pois aprese penetremos mais si & apenas a de um, A afectividade em si mesma transcende o conflite. Bete No conflita, wm enquanto 0 outro fo racional, em que 0 esqu enguanto o objecto é virtu A afectividade, no compreendic assim, levou as teorias 4 conhecidas que a reduzom & epifenomenslidade, atribuln- do-a a0 corpo, & matéria, como nas concepcOes mecanicas da NOOLOGIA GERAL a9 ula, como nas concepedes passa na alma favor Jes" ou “o reflexo do que se pass: sons uma imagem”... Mag Janet acaba, afinal, por explicacao singel, quando vé no sentimento -agio do conjunto da cot Desta forma, acaba por nega suas as) seré 0 de reconhecer que 0 vector da poi © vector active 180 MARIO FERREIRA Dos SANTOS Inegivelmente entre os actuais estudiosos da afectividade 6 Stéphane Lupasco 0 que mais profundamente a captou, Mui- tas vézes nos temos referido a dese homem de uma genlalidade extraordindria, mas infelizmente incompreendido dos seus eon- upasco é totalmente desprezado pelos actuais es- A grande obscuridade do seu pensamento, Mas é preciso que nos Jembremos que hé coisas simples que so expressadas com bseuridade, hf coisas obseuras que permitem expressiio si mas hé obscuridades que s6 com obscuridades se pode expressar (como ja nos mostrava Hegel). 0 pensamento de Lupaseo @ profundo demais para uma apreciagio rapida de sus obra, € essa a razdv por que muitos, afanosos ¢ inquictos Ge ler outros trabaihos, néo podem devotar-ee « uma anil demorada que seus livros exigem e merecem. No entanto, no que se refere & afectividade, devi ‘que esta tem na sensibilidade, mio a captou em sta lidade, pois c com aquels, dé topicidads gos eon- ‘lites que 2 apontam, dando a afect que ela nfo tem, Bla é atépiea, afectividade chamada fisica é ela ainda uma " sempre acompanhades pela representagao essa topieidade, porque ela é nés mesmos. Quando uma dor eresce, a ponte de difundir-se pelo corpo todo, e nos deixa no estado afectivo de profundo pesar, de gofrimento, nio € a dor topicamente considerada que 0 gera, mas apenas o eponta, externar-se déste ou daguele modo, NOOLOGIA GERAL a vevelaa; ndo a gera. E se provarmos a justeza dessas nossas afirms mos, entio, aqui um ponto que transcende ao fisic 20 somiitico, que colocer-nos-ia plenamente em face do mais, profundo, da nemen: no, oferecendo-nos, ito, meta dese- itor compreender que todo o exeesgo aqui de preciso é im- posto pela magnitude do préprio tema, e sobretudo por néo dis- pormos, neste trabalho, senéo de parcos elementos que nos ajudem, devido & total incompreensio que se observa neste sector, Numenalidade da afectividade So encontrarmos um estado entagao lost tida topicidade, que seja pelo es- pago de um raio, teremos aleangado um ponto importantissimo, sompre pelo antagonismo, Estabelecer a transcendéncia afectividade, ante @ dor ou 0 prazer, ¢ 0 que nos interessa ‘no momento. Podemos duas concepedes sbbre a afectividade: considerada como uma reco ea que a considera co iiria (Spencer, Mi jstas, fisfologistas em geral, ete.). Refuta Lupasco ap do a aegto que obtém éxito por unta satisfagdo mecdniea, como o automatismo, vazi de atectividade, m MARIO IHIRA DOS SANTOS Aristoteles considerava a afect ajuntava ao acto, como conseqi afective do gual o homem toma const Dessa maneiva, o prs como veremos, nilo é uma conseiéncia passiva do que se passa no espirito as teorias, na verdade, apenas nos que ‘ecm ou quando desaparecem a sensibi Nao at a afeetividade e a ide, quando os térmos do eontlito iio mereceram respostas ss de vista com nem muito menos respon NOOLOGIA GERAL as A dor moral, como também 0 agradé- menos wer th dente e uma mégoa moral, que semelhanca hA? ja num lugar preciso, e pode dura que seja acompanhads de urge, diz Lupaseo, d iperacdo, de fuga da dor e parece dissolve corpo, para ai desaparecer Jogo. ‘Temese con- sensagio de prazer como Tigada a ums exeitagio fraca para nfo ser sentida, nem smuito forte nar em dor. E isso nos parece bastante exacto. Mas pareco, dai, que uma tal exeitagdo média posea fornec dese stad ayradével, sem passar por um estado desagradi- adiivel, @ 0 esboga ou oferece a dor, Cita-se a co sexual como exemplos de sensagdes ayratlive uperficial- yagéo de um a0 maesmn0 19 mio & mats : ra se transforma em supl uma verdadeira dor pre- se, quanto a isto, que toda eépula 6 uma su- res veneidas, até o espasmo » em que & cer- la, que precede ist MARIO YERREIRA DOS SANTOS A sensego intensa de prarcr, resultante pre violenta rejeigio dessa dor, do que & prazer nfo 6 2 de uma partida de indiferente, para uma exeitacio. mais aurraddivel, mas a de uma excitacao a! excitagiio doloross, tensa, ¢ desta & sua el para reencontrar 0 estado de vazio afectiv dade para Lupaseo). No prazer conse de uma necessidade, como a séde por exer que ésse prazer Bio seja precedido por uma sensscio de sede, esta é provocada imediatamente quando 0s ériios so postas em ¢antacto com neeessidade; 0 prazer provém desta séde que toma no que a vai apazisuar, pelo facto de que o elemen a auisénela, que se manifesta imediatamente, & logo ‘Também nfo hé prazer sem sensacho aolorosa, apesar de que esta possa exis dane, notadamente, quando te trata de excitagées cutineas de natureza eléetriea, térmica, mecinica, pode-se sempre distin- conforme os graus, uma fase de no sensagfo, uma fase © sensaeao ¢ uma fase de dor (Georxe Dumas). ® adm cesie entio, que nfo se tenha notado com suficiente nitidez, ndigées do praner, ésse factor de eliminagdo das condi- de moderagio de uma excitagao demasiadamente savin que todo prazer seria condi Ja supresso de uma dor 1 sve cardcter positive da dor que faz que sua fisionomia soja mals desen , mais fell, © que a expliengho ao mes- mio tempo pela « @e todos 0s nervos ¢ até éneia de um sentido I, que the soria ae- je melhor As induegdes da observasdo corvente. isamonte de uma jona. A génese do cio fraea, que deixa (em sentido de quado, re (Dumas). A cmerytneia da afectividade Todas as teorias fisiol6gieas, como as intelectuatistas, colo cam-nos nas mesmas situagées. Nao resolvemos 0 que hi de NOOLOGIA GERAL 85 mais profundo por salientar apenas os factOres predisponen- tes. Precisamos & saber o que hé ou o que é em sua emergén- cin, a afectividade o até a sensibilidade. Assim como 0 valor 6 eaptado na presenga do que hé nas ‘coisas, sem que apenas nelas o valor encontre uma solugiio me- ‘a0 seu problema, também neste sector noolégico, as ‘ages oferecidas mostram apenas © que contemporinea- mente se dé, mas nada nos explicam da natureza da afectivi- de nem da sensibilidade, sendo, e apenas, 0 que sucede para- jaente, e que 6 actu fem nos dizer também como € por que se da essa act ‘Todas as teorias conhecidas, que aicetividude e & sensibilidade, sempre incluida nesta ‘tendem a considerar que 6 o conflito que as condiciona, trariedade dindmica do existir seria suficiente para @, neste easo, a sensibilidade (incluindo a afectividade) seria apenas um epifenémono do mesino existir, salvo para as con- cepgdes espiritualistas, em eerto sentido, que oferecem outra explieagio, mas, pelo modo como procedem, mio satisfazem plenamente. ‘Tédas esses teorias apenas \dieam quando aparece © quando desaparece o facto sensivel-pathien, que nfo € objec- tivo nom subjective, que née apresenta as caracte1 exclusfio cu do dualismo antagonista que se obse de captaciio do conhecide pelo cognoseente, Se @ necessario 0 conflito para que captemos 0 ico, comp poderiamos conhecé-lo em sua numen Se a presenga do sensivel, por exomplo, nfo se manifesta seniio niesse antagonismo, que implica a aetualizagio de um dos vimos no tocante a0 comhecimento, se 0 sonsivel se acusa sob a forma de dor ou desaparece sob a forma de prazer, nfo teria éle uma realidade 196 MARIO FERREIRA DOS SANTOS epifenomenal, fundada nese proprio an teorias eseapam aco do conflito, ponto, que Lupaseo se eleva acima dos seus , 80 no tomer afrontar 9 problema, Ninguém, es, mas o que 6 triste da paisagem ptada na coisa, mas em nds. em noszo conhecimento. Mas essa alegria ou essa tristeza nao trazem simultaneamente a marea NOOLOGIA GERAL a sujeito © a marea do objecto? Nao é algo que eapto ent © de sempre, No acto do conhecer, se o sujelto mor objecto models o sujelto, em qualquer case, objecto © 2 do sujeito. Mas © acto afectivo nfo se dirige a um objecto ou a um sujeito. Ble esta na aegho de nin e de outro. dor, da tristen? © objecto, ou 0 postulada a exi Ha uma conseioneia d iente & te ¢ tenho conseiéneia de que Posso tomar dois vi 188 MARIO FERREIRA DOS SANTOS Todo estado de conseiéncia 6 um estado de conseiéueia de alguma coisa. Portanto, todo estado de coneiéneia tom uma direcgio objectiva e uma subjectiva. Mas quando sinto uma dor, aqui ou ali, posso dizer que sou consciente dessa dor? Eu sinto a dor no dente? a dor. Se nZo sou a dor de que seria Na vert ‘eu consciente? Mas essa dor me avassala, domina-me todo. Nao sou eu a dor? itivo-pithico € acompanhado de estadas de le € quent 0 sofre, quem o ama, quem se ane # por inlrospec¢do que conhecemos os estados sensitivo-pa- ‘thicos? Nom por extrospecedo 0s conhecemos, como quem eo- nhece que é éle, Bu no me curvo sobre mim mesmo para tomar conseigncia de meus estados atectivos, como também nao os conheceria por extrospecgao. Posso, por introspecsao, saber o gue 0s condiciona, © uponas isto. cfo & associada & afectividade, mas, na verda- de nos desembaragarmos dela. 6 uma veslidade indopendente da realidade conscfencial e cognitiva, como nes mostra a prépria experiéncia, Quando do acto ate: E quando o estado afect quando dle tende para a se) Uma d presenga do pi ds dor. 0 prazer néo ¢ a presenga da sensi no sei da eonseién to de uma puro, a conseiéneia se des: ro ge mescla de conse le que permite object prazer agudo. A ie que a presenga NOOLOGIA GERAL 09 mais ou menos intenso, ¢ sobretudo intenso quando a dor desa- parece sibitamente, Portanto, ¢ dualismo prazer-dor nfo apresenta uma oposi- “Poderia muito hem, escreve Beaunis, que o prazer e a dor que nos parecem dois fendmenos opestos ¢ eontririos um a0 outro, nilo sejam, em suma, sendo fendmenos da mesma natu- reza o que diferem apenss por uma diferenga de grau”, (Ge Dumas, “Traité de Psychologie”, t 1 lade apenas pelo sem ade, izagho, enquanto que, noe 0, esta seria difusa, por ser generalizada ; tem loca a sua atopicidade, seer que o estado conscienci na verdade, tenho consciéncia jencizi-la, pelo menos. de uma simpatia e posso con: ‘A patologia mental obedece a fontes mais profundus que dos simples antagonismos. Nao seria possivel neste livro abor- 1a podemos, no entanto, para precisar a nossa salientados por fa descarga igo & sua actualizacio, descar- rega-se por formas viciosas. Mas essa descarga aparece como algo de prit , de misteriosa teleologia vital, ‘como vemos nas diversas concepgdes expressas na psicoloygia em profandidade. Olervesso 0 papel emergente que tom evsn tensa vital (e Ao € teleoldgiea, porque tende a realizar suas pos: ‘¢ como o todo exeree a sua acco ¢ dominio sbbre as jarcacthes de certo mado, & direcgio, 0 que earacteri- dade, izar alguns aspectos, 100 MARIO FERREIRA DOS SANTOS Essa tens&o vital depende da predisponéneia para actu se, desta om daquela ma Sem prosseguir ma an deremos em obra espe pontos que desde loo podem tornar-se confusdes comuns. Por exemplo, 0 NOOLOGIA GERAL ao © momento da erise da loucura, tange a iluminaggo do génio ou endo a do estado es ) Bis por que muitos, safdos de uma erise amorosa, de uma psicoze, de uma catistrofe, aleangam o talento estético que es- potencializads, ¢ realizam de arte de certo val essa crise levaria a perdurar nesse estado, 0 que nem. acontece, pois a descarga emocional suprime as vézes estético. chamamos 2 atenefo ps esta parte, 6 com a ose, € as diversas e universnis manifestayies grada- que € sempre produto dew ura ou de uma ameaga de raptura ‘as eoneepedes, desde as mais extremns até as mai cabem numa conereeao total, que decadialécticament construir. vema v ARTICO 2 A FISIOLOGIA DA DOR As tentativas de explicagio dos factos psi fisiolégicos, como nao poderia dei desconsidierar os aspeetos qt 10, veduzin- fisiolégieo. Mas tal no impede compreender a interactuacio, aque é po- sitiva, que se dé entre estas duas ordens, 0 que, so cap! levou a muitos, apressadamente, resolver com extrema fi dade o que era por demais complexo. A energia. alteragio so MARIO FERREIRA DOS SANTOS erente devido a va- freqiiéncia com que éstes se repetem”. A sensagho estd assim eondicionada pela acetio da estimt- lo, que € predisponente, Mas ésse eat nos mostra o caricter einematico da sensagho, que por constantes dif torna-se refractiria de. te outro, is0 durante cerlo lapso de tempo, permit ;, a transmissto doe novo, 0 que impede @ transmissio con fa. A diferenga da mensagem ests extensivamente no niime- ro das variagées e intensivamente na freqiiéneia com que éstes se repetem, (1) "Todos ésses impulsos actuam wr Factores pre- da emergén- © que completa o cielo de acomo- glo do estimulo. Mas 0 imptlso, NOOLOGIA GERAL 185 de da vensaedo, © facto do mundo exte- -arporada, rente, o que nos mostra, login do sistema nervoso a0 apet ute diferente, 0 que é important perder de vista. que 03 observados nos nervos inotate, entimulados eleteleamente. A investiacto du activ lade normal das fibras sensitivas estéve difieultada no passado activicade especifiea das ceuda tipo de Grefo sensi silo (fo semelhuntes que a diferente ‘oduzida tem que depender das cone- lo, € preciso de- 39% MARIO PERI RA DOS SANTOS terminar so existe a fibra nervosa. Como se verificou que a dor pode ser pro ‘mulos térmicos ou quimicos de intensid: eardeter especifico na actividade da dor, ponto de vista Acreditou-se, entiio, que havia condu- wra a dor, da mesma forma que os ha para a se, ante 0 eardic- devem ser de estructura distinta das outras. Apesar dos estu- dos de Gasses e Blanger, mais modernamente, nada se pide ainda precisar e tudo permanece no terreno das hipétezes, A conelusio final a que chegou (duracio ~ Nilo nervoes, gue nfo esteja fun~ :. E até agora 0 maximo a que ee aleasigou, permitiu apenas que se precisassem os fendmet Verificouse, ademais, que os factos apresentaram iguals processos nervosos. B, desta a conclusfo de Adrian é que a fisiologia néo sentio como se dio os factos psi afectividade, apesar dos esforgos com- binados de tantos fistologist ‘A palavra ainda eahe e cahera TEMA Vv ARTIGO 3 DECADIALECTICA NOOLOGICA spectos, que sio as quatro coordenadas pois concretamente nfo se di sem elas — o global dialéetiea do Podemos sintetizar em duss earnente 0 Im cor em aseensio, em de hoje é super 2) 0 homem esti erm decades mas em deelinio, pois peo de Daegné, 8) Sintetizanda essas Anas eoncepgies, pode-se admitir que 0 ser lumano comhece fluxos e refluxos em seu desenvol- vimento, mas apresenta, numa linha geral, um progresso, esa dos refluxos intevcalares, Othando 6 homem sob os quatro aspectos que compGem as suas coordenadas, ¢ le uma realidade constituida de pri a8 MARIO FERREIRA BOS SANTOS secos (corpo e psiquismo), ¢ extrinsecos (cireunstin- ambiental e sociedada), sem os quais ela nfo so actualizn, Correspondem também a todas os factSres que actuam, por sua ver, na construgao de tudo quanto 0 homem faz, pois em tOdas as suas obras, idéias, artes, ele, eneontramos ® eoopera- cho dos factores emergentes e dos predisponentes, de que j& temos tratado, Cooperagio dos factires wo homem © homem 6, assim, uma vealidade formada da cooperagéo dos componentes intrinsecos e extrinsecos. Se examinarmos como corpo e como alma, tenes: coma como: © homem 6, além de um produt logic e hiolbgico. Neste caso, tanto um como o outro a como predisponentes & propria emergéncia biondmica (das nor- mas bio-fisiol6gicas) © corpo humano é um aparetho, mas vivo. Se admitirmos ue é 0 longa pradato de uma evoluedo animal, temos de reco- mhecer que, como corpo, teve uma emergéneis, que vem desde ralzes eOsmieas, emergéncia da vida, © que as diversas pre- disponéncizs e a presse do mundo exterior dos factores ext ram 0 yapel de tacilitar, ou coaretar, ou frusti EntHo, dialécticamente, podemos dizer gue © corpo é um factor de emergéncia, considerado como totalidade, mas néle é preciso distinguir, dialécticamente, um dualisma cooperacio- nal: 9 produsirse e 0 producto, A vide © uma forma animica, que se desenvolveu como emeryéncia, com suas possibilidades, que os factores exter uns se actualizassem, enquanto coarctar: tualizagao de outros, E uma visilo dinléecticn da evoluglio, que nfo nega « posi- tividade da forma dos nfo-evolucionistas, nem a mutagio pelas NOOLOGIA GERAL 290 actnalizagies do possibilidades, ¢ frustagies de possibilidedes, dos evolucionistas. © produsirse é 0 actualizar-se em corporeidade de uma Forma, que é wma tensfio, com seu esquema, que ehamaremos, » de tonsdo-animica. se realiza-se em factos. 0 produziv-se 6 um acto que res 195 ({eitos), 0 produeta, Nao € aceso 0 corpo © producto histsrieo do desenvolvimento da vida, através da co- foperagio com os factores predisponentes: natureza e sociedade, ‘como influéncia dos antecessores e do grupo onde vive? A vida 6 acto Neste caso, a vida no ser bumano, que revela éase ‘m, sem interealagées, porque a vitla € acto, © no o pro dueto do ceto, ela nfio tem coméco. A minha vida implies a vida de meus puis, a déstes a de meus avés, e ussim sucessiva- Povtanto a vida, que esti em mim, é a vida que estéve no primeire ser vivo, A origem da minha vida, com éste corpo, yorso localini-la histdrieamente em seu gestar, mas a minha anto vida, nfo comegot af. Ela vem désse eterno que é a vida, que mio surge por geracao espontéinea, mas da vida, Portanto, 0 corpo & apenss jum reeebedor da vida, pois © que compte éste corpo 6 0 que vem déste mundo, ¢ éle & histérieo. © que © compde, eu o assimilei do mundo exterior, ¢ a0 fazé-lo tomou a forma d@sto corpo, mas o que assimilei nfo era u minha vida, mas tornov-se para mim, tornow-se minha, Mon corpo comega e acaba, mas a vida que em mim existe nfo comega em mim, ela continaa em mim. facto eriador ines} sével, porque elt & sompre ela, transmitida de uns 20 MARIO FERREIRA DOS santos Enea vida, portanto, revela um aspecto ontoligico e ums imutabitidade jen € qualitativa. Mas forma séres, Hiplica-se como o fogo, que 6 transmitido a imimeros mas que € sempre o foro. ‘Tem ela, portanto, um dos atributos do acto, a d votar-se na sua actividede, 0 Portanto, pode haver mais ‘Uma resposta simples poderia ser dada agai. Sim, a vida é acto, mas tudo é acto também, Nesse caso, 0 que @ distinzuiria do resto? A vida € acto om forma mais pura que o acto hibride que conhecemos. A vida & acto em sua intrinsi a outra coisa, de, mas irreductivel ‘A vide 6 vida, pois se f0sse um ser em outro, um nio exis: tente de per si, cla nfo se transmitiria sem deixar de ser ela. Pode-se duyidar da subsisténcin das formas, mas a forma- vida 6 subsistente, ¢ téda a coneregio a demonstra Um corpo é composto de drgiios, de fibras, milseulos, ner- \6gico. Mas ésse coxpe é apenas um gran ico de simbolos da vida. O corpo a atesta © testa a cooperagio da pressiio exterior, A vide for corpo, e, por éle, transmite-se de uns aos outros, mas nao 6 © corpéres, pois ste desapareee, surge e deeapareco, e: a vida perdura, E as formas do corpo so possibilidades de vidas actus 2adas, segundo a acgio dos factéres emergentes e predispan tes em sua intersetuagho. (1) © compe vive ai ida, mas 6 viv, He tom vida © no ¢ ela, Per= dé 3 forma vital, entra etn doeoraposiezs nnegueio da vida, mas sim do ior vivo, Quem NOOLOGIA GERAL ao © corpo como duatidate to, © corpo, como factor emergente, dualiza-se em: da claramente no producto, que é © corpo, que nos te, sBbre éle, como um grande simbolo, lizado, que € a vida no nosso actos vom corroborar as razdes cadialéctica, de nossa autoria, a estabelecer éste método, quo & tio proveitoso. Mas que essa forma vital? Essa forma a alma vegetativa dos escolistieos, a threy! e Jes, a vida universal de tantas outras concepedes, a séyns dos fica agsesurado que a esfera bioldgiea nio so redux & fis mica, Naquela actam formas diferentes da forma. actitam no segundo, Examinemos agora o Paiguismo 1 a psique um factor emergente do ser humano e consti- tativo de sua realidade total. xa MARIO FERMERA bos SANTOS tes do meio externo, © 0 casos, como 0 em nds (super- ep = bionbmicos leoscinte uismo = psleobetees naturess = ccaligicoe actrees predisponentes soeiedade (histérico-soial) te superestrue™ mo 9 nosso corpo slo produetor da formam a nossa realidade, ue is se desenvelve através las pela predispontneia, \5 formem os nossos esqne- NOOLOGIA GERAL ey a nos mostra, 0 que nos mostram ctuals que a ciéneia tem realizado, € que as actual icas dependem da nossa aptidie. Essa apt se de produ iio & apenas 0 corpéreo, ‘a segundo a 6 sempre vida, , formalmente em parte, o mesmo u desenvolvimento se processa com dife- ida, mas 0 ps jens, Bm sua r a, Mas na esquem: 1 ela se diferencia, como todos os estudos até agora feitos demonstra. 204 MARIO FERREIRA DOS SANTOS A vida nfo se complexiona, complexionam-se os érgtos da vida, A tensio dade, afecti tensional ani incorpérea, como 6 a vida, e a complexidade esquematica, como no homem, permite guiu eetvalizar um miximo da forma espiritaal, 0 que © renciou dos animais, ‘tanto, no homem, sragas & nossa convopetio dialéctica, © que ha de positivo em tddas as concepeses, to temos dito neste livre, en- lavras expressas, a sua coordenaio, © patolégico pontos Consideremos, agora, a servirio para maior eselarecimento, iéncia que exereem os factdres pre- NOOLOGIA GERAL 209 disponentes nas actualizagdes doe

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