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RicHarp HENDEL ‘Arelid Editorial Freqtientemente, o design das coisas cotidianas é invisivel. A no ser quan- do oaspecto de uma coisa ¢ radicalmente ciferense daquilo que esperamos, saramente peasamos em sua aparéncia, Presumimos que 0s livros devem se parecer com “livros”: retingulos vertieais com letras serifadas. Qualquer desvio desse padcio (pouco importa quio sutil ele seja) sugere que esté ‘aconrecendo alguma coisa muito diferente, peculiaridade pode sec inefi vel, mas é genuina, A tipografia de livros apéia-se (alguns poderiam dizer: menggutha) na tra digo ¢ nas convengOcs. Os designers devem entender a histéria e as con- -vengdes da tipografia de livsos, porgue ha boas t es pam a sua existéncia, Mais de meio século atris, S:anley Morison ¢ Oliver Simon reiteraram o que devemos comsilerat 08 prineipios da boa tipogeafia, Bssas supostas regras paca um bom design de liveo nao sto absolatas, mas fornecem pontos de partida tteis—o que Rober: Bringhurst chame “etiqueca tipogsaficn”. Bringhurst sugere que at regecs tradicionais de tipografia sto, de fato, iguais a regras de etiqueta, que, se forem observadas em momentos de du vida, impeditao que se cometam gafes visuais, Para os novatos em desiga seria muits proveitoso conhecer essas convengées; no entante, pata os designers mais experimeatados, segui-las cegainente resultara em desele- gancias visuais, O cerxeno entre aplicar banalmente “as segias” ¢ exagerar no design é muito pequeno. O design de livro nfo é uma dessas artes que permitem uma eriatividade infinita ¢ inresteita verdad rato ata 9 inpresioa€ fata de tuagga0 ous delta daspensa dota wrogante despre per todeequelgser ‘ames, Se podsmos lersatisatoramente sever coisa. €poreue Tagan com. Sober oneness conbecdtase espe. jn scene Atogratiatem bom exo ‘wand of imeresses > omuins ~e ni eitom ecies edeogsos somurs. Ui tpérafo seta sbri nevas rotas deve andar, como fualqervisjortesoiteio, po teritios Aesabitatos. “Robert Brngwist Livros para os Dias de Hoje Nito € somente 0 que 6 autor escreve num livro que vai definito assuneo do livro, Sua forma fisica, assim como sua tipografia, também o definem. Cada escolha feita por um designer causa algum eftito sobre o leitor. Bate feito pode ser tadical ou sutil, mas normalmente esti fora da capacidade do leitor descrevé-lo. Umm romance alto ¢ fino, ou um pequeno e quadsado, informa que o livre aquilo que seria de esperar. As monografias de pequeno formato (1.8 1 29,3 em}, que George Mackie uson para a Edinburgh University Press nos anos 1970, parecem certamente mais ftccis de manucear do que a inchada monografia académica da época, de tamanho exagerido. ‘Alggans tipos de design —o design industrial, por exemplo ~ estimularn a cc amudanga. Espera-se dos projetistas de automével que dentro de alguns anos mudem significativamente seus projetos. Contudo, quando ume mudange ¢ radical demais, como alguns pensacam a respeito do design do Rdsel, 0 abjeta deixa de corresponder 4 imagem que s pessoas tém dele. Um pacote de aveia todo em preto com a tipografia que pareca um poster de cirvo do século x1x pederia sex uma eapléndida pega de design gréfico, mas provavelmente iria confundir aqueles que s6 10 pensando num bom caféda mankil. ‘Uma ver contiatci um jovem estudante que estava ansioso para aprender design de livro. A primeira tarefa que Ihe dei foi o design de um livro de historia militar inglesa do seculo xvit. Algamas semanas depois, ele voltow com um desig num tipo sem serifa, em compo 8 sem justifieagio A direita e disposto de forma assimeétrica na pagina. O design eta bonito ¢ estimu- lance, mas no pasecia corceto para aquele livro, cujos leitores podria achat a tipologia dificil de ler es aparéncia do liveo igualmente perturhado- ra, Diante dos meus comenticios, o estudante rerrucou que dar aos leitotes a oportunidade de verem as palavras num cotitexto inesperado” poderia forgi-los a pensae sobre o que o autor estava dizendo. Na época, tive certe- za de que o designer estava totalmente errado, mes, agora, acho que, sob ccertas cizcunstincias, a atitude do novato pexeria estar correta, Os designers podem trilhar dois caminhos diferentes. Existem aqueles ‘que julgam que o design do livro nao deveriarefletir uma epoca ovum local particolarcs © hi agucles que acham que deveria eflesir 0 gosto contempo. siineo. Cada uma dessas atinudes tem seus méritos e seus problemss. Uma produgao de Ricardo [7 feita na epoca do fascismo estabelece una) clevancia contemporines que sealga a peca c 10 meemo tempo permanece fiel 20 texto de Shakespeare. Nio ha razaio, pois, para que ums edigo das pegas de Shakespeare nao possi ser feita com a tipografia no estilo Bau- hous. Contudo, as designers devem ter em mente que, ao usar uma tipogen Tasos gostamos os artigos impresses les trian colts bens Insodua am poucoae stasqualeades nas casas que faze, Todos ns eos rosso momen forte na isin da impress @

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