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PREFACIO Entendemos que o desenvolvimento de uma tecnologia mecAnica dificilmente sé processa sem o conhecimento cientifico dos fatéres que nela intervém. O dominio déste conhecimento possibilita uma industrializagZo racional, a qual permite produtividade maior e custo operacional menor. Com éste ponto de vista, temos trabalhado com dedicagdo, pensande contribuir com alguma Parcela positiva no desenvolvimento tecnolégico da Indiistria Me- canica, A falta de literatura especializada no campo das m4quinas ferramentas, a necessidade de um livro texto para utilizagéo nos cursos de engenharia mecinica e a possibilidade do fornecimento de dados para a solugio de problemas relacionados com a usinagem dos metais, nos incentivaram a claborar éste trabalho, Esta obra baseia-se em trabalhos anteriormente publicados, pesquisas rea- lizadas pelo autor nos Laboratérios de Maquinas Ferramentas da “Tech- nische Hochschule Miinchen” 2 da Escola de Engenharia de Sao Carlos, da U.S, P. 2 numa intensiva pesquisa bibliografica sébre o assunto. Subdividimes éste trabalho em trés partes: 12° Volume — Fundamentos da usinagem dos metais 2.% Volume — Ferramentas de corte 3.° Volume — Médguinas ferramentas No volume Fundamentes da Usinagem dos Metais sho tratados os conceitos fundamentais, as principais teorias 2 dados experimentais que possibilitam o conhecimento e utilizagfio racional dos processos de usinagem, bem como suas implicagdes econémicas. Dada a importéncia que os materiais ¢mpre- gados nas ferramentas de corte desempenham no estudo da usinagem, ésse assunto foi tratado neste volume. Deu-se especial reléve A parte de ensaios e seus aparelhamentos, com o fim de familiarizar o leitor com as técnicas de medida das grandezas envolvidas neste campo. No volume Ferramentas de Corte serao abordadas tédas as ferramentas de corte, agrupadas segundo caracteristicas comuns. Em cada grupo serao estudadas a gcometria, afiacdo, férgas e poténcias de corte, vida da ferra- menta ¢ condigdes econdmicas de seu desempenho. Seré estudada a selegio dos metais, no ponto de vista da usinabilidade, sua correlagio com a ferramenta e o processo de usinagem utilizado, No volume Madquinas Ferramentas serio estadadas as partes constituintes comuns a essas maquinas. Para cada parte constituinte serio tratados os VIII FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS aspectcs funcional ¢ dimensional. A composigao e o comportamento dind- mico dos principais tipos de m4quinas ferramentas serao também analisados, buscando uma solugac econémica que atende ao fabricante e usudrio. Sdo desenvolvidos nesta colecHo, assuntos que constam nos programas de ensine das escclas de engenharia mecfnica, de produgio ¢ operagao. Aos engenheires ¢ técnicos industriais, possibilitam uma melhor compreensaa dos problemas de usinagem dos metais, Agradecemos a colaboragdo des colegas Prof. Dr. VICENTE CHIAVERINI, Dr. Eng.° Horst A. Daar, Eng.° Rosatvo T. RUFFINO ¢ Eng.° CarLos A. PALLERosI. Aos funciondrios e secretérios da Escola de Engenharia de Séo Carlos que colaboraram nos trabalhos de datilografia ¢ desenhos, assim como ao Editor, pelo apoio e incentivo, expressamos os nossos agradeci- mentos, Aos Ieitores que, mantendo o objetivo déste trabalho, contribuam para scu melhoramente através de sugest6es ¢ criticas, agradecemos ante- cipadamente. Sdo Carlos, agésto de 1969, DINO FERRARESI INDICE Intredugao 1 — CONCEITOS BASICOS SOBRE OS MOVIMENTOS E AS RELACOES GEOMETRICAS DO PROCESSO DE USINAGEM ................5 1 id — Generalidades 12 — Movimentos entre @ pega e @ aresta coriante ., 1.2.1 — Movimento de corte 1.2.2 — Movimento de avango 6.02... ei c epee cere tence teenies 1.2.3 —~ Movimento efetivo de corte ©... 066 cece center ee 1.2.4 — Movimento de posicionamento ....... 66 c eee anes £,2.5 — Movimento de profundidade ,.............2.2.-.02.-2200- 12.6 — Movimento de ajuste ...... 0.00 sce cece serene ee renee eee 1,3 —~ Diregées dos movimentos 1.3.1 — Diregio de corte ..... 1,3,2 — Diregdo de avanco 1.3.3 -—- Diregdo efetiva de corte 66... cece reer teens 14 — Percurso da ferramenta em frente da pega oo... 60.60 cee e ne VAL — Percursu de corte fee. cece e cere ee ee ett eet eee Bs ke eR PR Yew YH we ew MD DB me 1.4.2 ~~ Pereurso de avango yoo. ce cee s sere eee eer eee nee 14.3 — Percurso efetivo de corte fy... 2.6... e eee eens 1 iS + Velocidades .. 1.5.1 — Velocidade de corte » 15,2 —— Velocidade de avango va cj cr cee eres eee ene eeet Da beeeee L.5,3 — Velocidade efesiva de corte ve ....--..- se cece ee phen 16 -— Conceitos auxiliares 0.0.6... -5 066 eee mentee eta eter ea eee nee n eee 1.6.1 — Plano de trabalho... 26. e ee eect eee e eee ees fees wwe wm ew hm x FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 1.6.2 — Angulo p da diregio de avango ..... 6.6.6... eee eee 1.6.3 — Angulo 7 da diregdo efetiva de corte I? ~~ Superficies de corte .... 1.7.1 — Snperficie principal de corte 1.7.2 — Superficie lateral de corte 2.2.2.0... 0.0 eee cee eee cee 18 — Grandezas de corte... 6000s tee L.B.1 — AVAGO @ ec ec ec e cece e de nee beeen eta 1.8.2 — Avango por dente da c.ce eee c acre ue esr ea eer enereneeas 1.8.3 — Profundidade ou largura de corte p 1.8.4 — Espesaira de penetragio e ... 1.9 — Grandezas relativas ao Cavaco .-.. ei. ccc cece eee eee beeeee 1.9.1 — Comprimento de corte boo... 2... eee eee cee ees 1.9.2 — Comprimenta efetive de corte be vie. cece cece eee eens 1.9.3 — Espessura de corte Ao... 6.2.2 eee ee eee cece eee 1.9.4 — Espessura efetiva de corte fe ccc cece ccc e see cence eens 1.9.5 — Area da seegdo de corte Fcc cscs eres eer caeeneaee beeeee 440 — Bibtiografia il — GEOMETRIA NA CUNHA CORTANTE DAS FERRAMENTAS DE USINAGEM 2.1 — Generalidades 2.60.60 2 cp eee eee ce eee renee ee eer . 2.2 — Superficies, arestas e pontas da cunha cortante 0.6.0.0. cece e eee 22d — Superficies oo... ce cece cceeeeneeeesesetneenses berees 2.2.2 — Arestas 2.2.3 — Pontas 2.3 — Sistemas de referéncla utilizados na determinacdo dos éngulos da cunha cortante ... 2.3.1 — Planos de referéncia ......--- beeeeeee 23.2 — Plano de corte 2.3.3 — Plano de medida .....6... eee c nen re nea e nee tates 17 17 18 18 19 as inpice 2.3.4 — Plans de trabalho -. 00.02. eee Deeb e bene e eee 2.4 — Angulos na cunha cortante ...... beet eee pees tebe 2.4.1 — Angulos medidos no plano de referéucia ........000.. tenes 2.4.2 — Angulos medidos oo plane de corte ...........0..022 000 . 2.4.3 — Angulos medidos no plano de medida da cunha cortante .., 24.4 — Angulos medides em plancs diferentes do plano de medida da cunha cortamte .......0... 0... ete e eee ee eee . 2.5 — Relagdes geométricas entre os dngulos ........... Aenea era eaneee 2.5.1 — Relagdes geométricas entre os Angulos de diferentes planos de medida num mesmo sistema de referéncia ....0...,... 2.5.2 ~~ Relacdes entre os Angulos efetivos ou de trabalho € og corres- pondentes Anguios da ferramenta ...... 0.00... ae dees 2.6 — Angutos da ferramenta segundo as normas americanas ... 1.00.00. 2.6.1 — Angulos da ferramenta ........ aber eae e eee eee fetes 2.6.2 — Angulos de Trabalho ........ 2.6.3 — Angulos empregados nas fresas .........0... 0005 bene enee 2.7 — Conversio de Angulos da ferramenta segundo a norma DIN 6581 aos dnvilos especificadus pelas normas. omericanas e vice-versa .. . 2.7.1 — Exemplos de aplicagio ............ Seve e eect tenes 28 —~ Bibhografia 660. eee cece cece eees leveeeeeeeeas Til — NOCSES SOBRE A TEORIA CRISTALOGRAFICA DOS METAIS 3.1 — Estrutura do dtome .... 1... bee c eee eee eee peter i ete eees 3,2 — Ligagdo metdlica .- see eeeee 33 — Cristalegrafia .... 0.0. eee ne heeeee 33,1 — Sistemas cristalinos 0.00.0... cece nsec cece eee bene 3.3.2 — Cristais metalicos 3.4 — Deformacdo dos crisiais .... 6.0.61. 0 00s Denese tenet bee e ect ee ee 3.5 — Origem das estruturas metdlicds .. ccc. reece cere bee ee eee bee 3.5.1 — Solidificagéo de Metais puros .......066..6.. 26.00 cee ee 3.5.2 — Solidificagéo de Metais com impurezas .......... de eeeee . 26 27 27 27 27 31 32 32 38 49 50 55 58 6t 60 65 6? 67 6o 0 1 71 74 7 7 W XII FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 3.6 — Ruptura dos materiais cristalinos ...... 00.0. eee er eee deeeeeee ei 3.7 — Discorddncias -..........- beta e ence eee base nm 3.8 — Mecanismo da deformacdo pldsiiead oo... 6.060... 005 pievettetereee 83 29 — Movimento das discorddrcias ©... 0.0.60. o eee cee eee ee 85 3.10 — Ejeita de tiga na resisténcia ...... cece eden teens . 8S 3.11 — Ruptura dos materiais diiteis ¢ frdgeis ..... 86 3.12 — Escoamente em metal policristaling ©... 0.0.06. o eee eee ve BF 3.43 — Bibliografia .. 60... eee eee Pee een teen eee . & IV — MBCANISMO DA FORMACAG DO CAVACO .....-. 2... 89 41 — Generalidades 6.6.0 c veer ees Decent t ett ete ee re ceteteees BD 4.2 = Caracteristicas dos cavacos 7 4.24 Tipos de cavaco ...........0200- bode eeeeeeeeteeeees 37 4.2.2 — Formas de cavaco ..- es venees OR 4,3 — Corte ortogonal 600 cece cette eee cents 106 4.3.1 — Generalidades 22-0... 0 0.2 cece ee cee eee 106 4.3.2 — Relagées geométricas 0.00. ee cet eee 109 4.3.3 — Relagdes cimermaticas ook cent eee eee o 10 4.3.4 — Grau de deformacdo ¢, e consideragdes complementares ... 111 4.3.5 — FOérgas na cunha cortanie. Consideragées energéticas ...... 11g 4.3.6 — Atrito na superficie de saida e no plano de cisalhamento .. 122 4.3.7 — Tensdes no plano de cisalhamento ......0 00.6. c eee eae 123 4.4 — Deserminagéo do dnguio de cisathamenta 2.06.00... e seein ees 124 4.4.1 — Teoria de Erast ¢ Merchant 2.00.00. 6000 c eee e eee eres . 134 44.2 — Teoria de Lee e¢ Shaffer 0.000... cece eee davereerece: 12 4.4.3 — Teoria de Shaw, Cook e Finnie .. 0.5.00. secseeeeeeees 130 44.4 — Teoria de Hucks ....... 1a 44.5 — Comantitios das teorias citadas . «138 4.5 — Temperatura de corte ........ 06.0. a cree eee Ree beeen sere 140 4.5.1 -+ Goneralidades .....0..........0.065 Debt eee teen eee » 140 INDICE 45.2 — Balango energético. 4.5.3 — Medida da Temperatura de Corte ..... . 4.6 — Bibllegrafia ..... 4.5.3.1 —- Medida da temperatura de cavaco pelo métedo calorimétrico 66.6.4 453.2 — Medida da temperatura do gume cortante através de termo-pares colocados na ferramenta ....... 4.5.3.3 — Determinagéo da temperatura de corte pelo termo- par pega-ferramenta 22.000... 02. ec 4.5.3.4 — Determinagho da temperatura de corte através de vernizes térmicas ............ Pete epee teen nes 4.5.3.8 — Determinagio da temperatura de corte através da medida da irradiagio térmica ... V — FORCAS E POTENCIAS DE USINAGEM ...... Paes 3.1 — Generalidades ........0... sees bebe eee cee e eee beens eeee $.2 — Férgas durante a usinagere oo 6. eee bone beeeeeee en 4.2.1 -- Férca de usinagem Py ..... ener t eee eee ee peeeeee + 3.2.2 — Compenentes da fGrga de usinagem ................ 5.2.2.1 — Componentes da frga de usinagem no plano de trabatho oe cece eee ne 5.2.2.2 — Componentes da fOrga de usinagers no plano efeti- vo de referencia ......-.. cee eet a eae eee S.3 —— Poténcias de esinagert oe. ce eee ee ween ars 5.3.1 — Poténcia de corte Ne .....e ee eee ee eee pete ees ee teens S32 — Poténcin de avanga Nao... ee be ee seas 53.3 — Poténcia efetiva de corte Ne ........2 5-2. eee eee tees 5.3.4 ~ Relagio entre a poténcia de corte e de avango ..........-. 5.3.5 — Poténcia fornecida pelo motor oo... 6 cece esecser eens $.4 — Vuriagéo das componentes da férca de usinagem com as condigdes de Habalho o.oo eee ccc ees ees fesse ee . 3.4.1 — Férca principal de corte. Pressdo especifica de cérte ...... 144 145 146 150 iS1 132 135 155 155 155 185 156 158 160 164 163 XIV FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS $4.2 . Fatéres que influem sébre a pressiio especifica de corte A, .. 5.4.4 — Caleulo da presséo especifica de corte ......... 5.44 — Exemplo numérico 5.4.5 — Férga de avango P, ¢ de profundidade Pp ....... 5.4.6 ~— Exemplo numérico .........0. 00-02 2cce ee bese 55 —~ Bibliografia ........, cede cee eee neenee sean eee seceeeees VI — MEDIDA DA FORCA DE USINAGEM .........0...-5 GL — Generalidades 1.0. .i ees e cet e cere eee 6.2 — Requisitos que devem satisfazer os dinamémetros ....... 6.2.1 — Sensibilidade .......... ee eee eres. 6.2.2 — Precisho oo. eee e reece eee beep eee teeter eee 6.23 — Rigider 00.00.60 c cce even eee ee cee cceeeen es 6.2.4 — Exatidio de reproducSo de fOrgas varidveis com o tempo .: 6.2.5 -— Insensibilidade quanto 4 variagdo de temperatura ¢ 4 umidade 6.3 — Principlos de medida .. 63,1 — Principio mecdmico 2.0.0.6... cee eee eee veveeeee 6.3.2 — Principio pneumaticn oo... 1.66 cree eee nee 63.3 —- Principio hidrdulico oo... eee c eee eee bivnees 6.3.4 — Principio da variacio da indutancia ... 6.3.5 —« Principio da variagia da capacitancia ........... 6.3.6 — Principio da variagdo da resisténcia elétrica ..... 6.3.7 — Principio da _piezo-eletricidade 6.3.8 — Principio da magneto-extricgao 6.4 — Medidg dindmica da férga de usinagem 6.4.. — ConsideragSes gerais ........ “ §.4.2 — Escolha da freqiitncia natural f. ¢ do grau de amortecimento § 6.4.3 — Medida da férca de corte P. na operagko de torneamento .. 6.5 — Dinamdmetros empregados na medida dindmica da forga de torneamento 65,1 —- Dinamémetro modélo Ferraresi .. 163 234 240 243 246 InpicEe 65.1.1 — Céleulo da freqiiéncia natural mais baixa para o dinamémetro oscilando livremente ............. 250 6.5.1.2 — Aferigic estatica do dinamGmeiro .............. 255 6.5.1.3 — Aferi¢ho dindmica para o caso do dinamémetro oscilando livremente (no em operagdo) ....... 259 6.5.1.4 — Medidas com o dinamémetro ....0............. 264 6.5.2 ~ Dinamémetro Berthold... 000.06 e eee 265 6.5.3 —- Fenémenos transitérios que ecorrem durante a medida da férga de corte na usinagem dog metais .. 268 6.6 — Bibliografia .. VIE —- MATERIAIS PARA FERRAMENTAS . 277 7.1 — lntrodugao ... 277 7,2 ~- Classificacdo dos maieriais para ferramentas ..........0.0.0 0200 ee 279 7.21 — Agos-carbono para ferramentas 2.2.0... 22.0000. eee eee ee 285 T22 — AGOs PAPIOS oe cece nec eeeet eee ee 296 F221 — Inteodugdo .... 0.6... ee ee eee ee 296 7.2.2.2 — Fatéres de que depends a selegio de ages para ferramentas 6... eee eee eee renee eee 300 7.2.23 — Classificagio dos agos répidos ..............-- 302 7.2.2.4 — Efeito dos elementos de liga nos acgos rapidos .. 305 7.225 — Propriedades dos agos rApidos ....2...0..0.055 308 7.2.2.6 — Tratamentos térmicos dos acos répidos ........ 314 7.2.2.7 — Selegéo dos agos rapidos ........2.2..00..0200. 325 7.2.2.8 — Agos semi-rapidos .............. 02 cece eee 325 7.2.3 — Ligas fundidas para ferramentas .. 328 T.2ZA — Metal duro oo... cece eee e eect eee eee eters 330 7.2.4.1 — Nog&es de fabricagdo do metal duro .......-...5 331 7.2.4.2 — Caracteristicas gerais do metal duro ....,...--.. 333 7.2.4.3 — Classes ou tipos de metal duro ............-... 337 1.244 — Selegio do metal duro ..........----00 2-0 e eee 339 XVI FUNDAMENTOS DA USINAGEM, DOS METAS 7.24 -» Materiais ceramicos 7,2,6 — Outros materiais para ferramentas 7.3 — Conctusdes ... 14 — Bibliografia....-. 0.0.65. Vill — AVARIAS E DESGASTES DA FERRAMENTA Ril m= Avarias da ferramenta . 2.000060 0 eee eee ee eee eee BAL — Quebra ... eee 8.1.2 —- Trincas devidas 4s variagdes de temperatura .........454- 8.1.3 — Sulcos distribuidos em forma de pente .-........-..-.. 065 8.2 — Desgastes da ferramenta oo... ccc ec cece erence en cen ee been eee ueee 8.2.1 — Desgastes convencionais .. B.2.2 — Medida dos desgastes .......... 8.3 — O mecanismo do desgaste das ferramentas de usinagem 8.3.1 — © mecanismo do desgaste das ferramentas de metal duro .- 8.3.1.1 — Curvas “desgaste-velocidade de corte” .......5.- 8.3.1.2 — Aresta postiga de corte .........,..-..5 vanes 8.3.1.3 — Mecanismo do desgaste da ferramenta na presenca de uma aresta postiga de corte oo... see ee 8.3.14 — Condigées fisicas que reinam nas zonas de conta- jalo do material usinado com a ferramenta, em alias velocidades de corte ......-..-.6+-22+00- 8.3.1.5 — Mecanismo do desgaste da superficie de saida da ferraments, segundo Trigger e Chao 8.3.1.6 — Mecanismo do desgaste da superficie de folga da ferramenta, segundo Takeyama e Murata ......- 8.3.1.7 — Transformasiio gq — ‘y dos agos ¢ mecanismo do desgaste, segundo H. Opitz, G, Ostermann, M. Gappisch .o.ciceveecveeenee ween beeen eee 8.3.1.8 — Difusio nas zonas de contato e desgaste das ferra- mentas, segundo E. Schaller e G. Vieregge ...... 8.3.1.9 — Oxidagio das ferramentas nas zonas de contato .. 8.3.2 — Mecanismo do desgaste das ferramentas de ago rapido .... 352 3452 352 352 354 360 360 362 366 366 367 368 380 382 388 392 397 401 409 410 InpIce XVII 8.3.2.1 —- Influéncia da velocidade de corte sébre o desgaste da ferramenta 8.3,2.2 — Influéncia do avango sébre o desgaste da ferramenta 8.3.2.3 — Influéncia da geometria da ferramenta sébre o desgaste da ferramenta ........ Weer eet eeecenee 8.3.2.4 — Influéacia do refrigerante sébre o desgaste da fer- ramenta oo. see... view eee . 8.3.2.5 — Influéncia dos materiais da peca e da ferramenta sdbre o desgaste da ferramenta ............., we 8.3.2.6 —- Os fendmenos fisico-quimicos responsdveis pelo des- gaste das forramentas de aco rapido ............ 8.4 — Bibliografia .. : IX ~. DESGASTE E VIDA DA FERRAMENTA . 9.1 — Generalidades .......... tetas 9.2 — Desgaste de jerramentus de meial dure em operagéo de desbaste .... 93 — Desgaste de ferramentas de metal dura em operagao de acabamento .. 9.4 — Desgaste de ferramentas de aco rdpida em operagde de desbaste .... 9.5 —- Desguste de ferramentas de aco rdpido em operacéo de acabamento .. 9.6 — Desgasie de ferramentas de material cerdmieo ....,.....00....2, on 9,7 — Bibliogratia ...... 00.6. eee cee ee been enee sens X — CURVA DE VIDA DE UMA FERRAMENTA E FATORES QUE IN- FLUEM NA SUA FORMA ............ eek ene eee eee e eens ‘ 10.1 —- Generalidades ........... 10.2 — Fatdres que influem na vida da ferramenta ......... beeen nae 10,2. — Variagfio dos parametros C e y da férmula de Tayler com © material da pega e da ferramenta ........ see ee ee eeee 10.2.2 — Variagiio do parametro C da férmula de Tayler com a du- reza Brinell do material da pega ..........0.6.....00.. 10.2.3 -—- influéncia da forma ¢ da drea da secgfio de corte ........ 10.2.3,1 — Influéneia da drea da secgao de corte ... 10.2.3.2 —- Influéneia da forma da secgfio de corte ...... All 412 412 413 an? 419 422 424 424 426 436 439 454 456 456 465 465 aia 475 476 478 XVID FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 10.24 — Comentarios ....-.....5+ ne 10.2.4.1 — Exempio numérico .......... foe 10.2.4.2 — Escolha do avanco ¢ da profundidade de corte .. 10.2.5 — Influéncia dos angules da ferramenta na velocidade détima de corte ... 10.2.5.1 —~ Angulo de posigio yo ...cccieeeeeee ence eee 10.2.3.2 — Angulo de ponta € ...... vp ccceeteneneees 10,2.5.3 —- Angulo de saida y ........--.-65 weer eee 10.2.5.4 — Angulo de 10.2.5.5 — Angulo de 10.2.6 — Influéncin de rato de curvatura da ponta roo... . 6. es hae 10.3 — Bibliografia . XI — FLUIDOS DE CORTE ...... peters bene Dee teen erecta iL. —- Imtradugdo .. 11.2 — Histdrica 11.3 — Fungées dos fluidos de corte ...... te teeeeeee wae 11.3.1 — Atrito na regido ferramenta-cavace ..6-+-.- cere r ese e eres 11.3.2 — Expulsdo do cavaco da regio de corte ..--....- esse eeree 11.3.3 — Refrigeragéo da ferramenta ...-.---+++--+* cae e eee eaee 11.3.4 — Refrigeragiio da peca em usinagem .....+..-+-eereeeree 11.3.8 — Melhorar o acabamento superficial da pega usinada ...... 11.3.6 — Refrigeracho da m4quina ferramepta ...... beeen nena 11,.3,7 — Redugfio do consumo de energia de corte -....-..+--- see 11.3.8 — Redugdo no custo da ferramenta na operagho v..eeeee eee 11.3.9 — Impedimento da corrosio da peca em usifageM ... ne. 11.4 — Penetracdo do fluida de corte ...2..1.e0 se erer te ecer ese seeeeee 11.4.1 — Penetragio dos sdlidos ....... pe cee eens e tees teen n ees 11.4.2 — Penetrago dos Hquidos . 11.4.3 — Penstracio dos gases BE 485 496 500 300 502 503 509 3510 512 512 512 514 51s 516 S18 SAB [noice 11.5 — Agdo dos Hluidos de corte . 11.6 — {1.7 — LSE 11.5.2 ILS.3 Tipos LL6. 11.6.2 — Liquidos ©2020... 0.2. beeeeees — Ago dos sélidos ...... beeen . de jluidos de corte ...., Ag&o dos liquides .. 2... cece cee see — Agia dog gases ....,.0...,., — Solidos ... {16.2.1 —~ N62 — 11.6.2.3 — 11.6.2.4 — 11.6.3 — Flufdos de 11.6.3.1 — 11.6.3.2 — 11.6.3.3 — Oleos de corte puros ©0020... eee, Gleos emulsiondveis (ou dleos solliveis) , Fluides de corte quimicos ....... Wee tae eee Merctirig 6.2), res vane Diéxido de carbono (CO) ... Outros gases 11.6.4 — Outros sistemas de reftigeracio ........... Pete eee Operagies de corte .. (LZ 117.2 WL7.3 11.7.4 LTS 1L.7.6 AL7.7 11.7.8 11.7.9 —~ Roscamento com macho e roscamento com cossinete .. Usinagem Usinagem dos dentes de engrenagers . em ternos automaticos oo... 0... eee betes — Usinagem em fresadoras 2.0 ......22. 00.4. ere e ences wm Furagdo 0. ee eee teen eee ees — Torneamento .........0...04, Sete e eee Peters os mo Mandrjlamenta oo eeec eee — Aplainamento com -plaina limadora .......-0 0.006000 ee UL7.10 — Serramento 2... cece eee ee 11.7.1] — Laminagao de résca ... 2.2.0... debe eee pete e eee 11.7.12 — Retificagiio de résca 11.7.13 — Retificagio .,,. 541 542 542 543 343 343 543 544 XX FUNDAMENTCS DA USINAGEM DOS METAIS 11.8 — Materiais em usinagem . 2... 666 cine erect eee $44 11,8.1 — Fscoltha do fiuido de corte ..... cscs cee reer eee eee $49 1L8,L.1 — Agos 549 11.8.1.2 — Ferro-fundido 22.06. c pee eee eee 553 £1.8.1.3 — Aluminio ¢ suas ligas .....,...0e- eee cen 534 11.8.1.4 — Magnésio © suas igas o.000...ccee2cee vere 555 ULB1S — Cobre ¢ snag ligas ........ ee ese e ee eee 555 11.8.1.6 — Niguel ¢ suas figas ...... weeteeeetere feces 557 11.8.1.7 — Ligas resistentes ao calor 2.000... cee eee eee 587 ILS.1.8 —- Materiais nfo metélicos 52-0... .sce eee ees 559 11.9 — Aplicagéo e manuseio dos fluidas de corie ... 559 11.9.1 — Aplicag&o do finide de corte 539 11.9.2 — Manutengio dos tluidos de corte ......5.) ee eee eee eee 561 TLG.Z1 —- Cleon de corte... 0... sree ee eee pete ee eee 361 11.9.2.2 —- Gleos emulsiondveis ¢ fluides quimicos ........ 362 11.9.2.3 — Cuidados na operagao ...... 563 1110 —- Bibliografia oo... cece eect neers 563 XI — ENSAIOS DE USINABILIDADE DOS METAIS .. 566 12.1 — Generalidade 12.4.1 — Principais fatéres que influem na determinacao do indice de usinabilidade dos metais ......-.:seesee scene renner 368 12.1.2 — Critérios empregados nos ensaios de usinabilidade ........ 569 {2.1.3 — Padrio de usinabilidade ......+-eser sere reese ere tees 570 12.1.4 — Relagdes entre a usinabilidad: e determinadas propriedades. tecnolégicas de um metal S71 12.2 —- Ensatos de ustnabilidade baseados na vida da ferramenia ..........+- 575 12.2.1 — Método de ensaio de longa duragHo ......+...-- eee eee 375 12.2.2 — Métodes de ensaio de curta duragdo .....--.+.+--- 220s STT 12.2.2.1 —- Método do comprimento usinado (1938) ...... S17 Invoice 12.2.2.2 — Método do faceamento de Brandsma (1936) .. 12.2.2.3 — Método do aumento progressive da velocidade de corte no torneamenta cilindrico 2.2.0...) 2... 12.2.2.4 — Ensaio de sangramento com ferramenta bedame 12.2.2.5 —~ Método radicativa de medida do desgaste .... 12.3 — Ensaios de usinabilidade baseados na férga de usinagem ............ 12.3.1 — Método da pressio especifica de corte .................- 12.3.2 — Método da tensio de cisalhamento 12.3.3 — Método da férea de avanco constante ..,, 12.4 — Ensatos de usinabilidade baseados no acabamento superficial ...... ae 12.4.1 — Goneralidades 20.......00.0,00,0000, 12.4.2 — Caracteristicas geométricas das formas das superficies .... 12.4.3 — Principais fatéres que influem sdébre a rugosidade superficial 12.4.3.1 — Avango e raio de curvatura da ponta da ferra- menta ....,... beets Whee eee . 12.4.3.2 — Velocidade de corte .... ce. cae 12.4.3.3 — Angulos da ferramenta ....., beeen eee an 12.4.4 — Tufluéncia do processo de usinagem no acabamento super- ficial... 6.5... rn vee a tees ees wees 12.4.5 —. Influéncia de vibragSes durante a usinagem ...........,.. 12.4.6 — Influéncia do fluido de corte .......... eee ene e eee ees 12.4.7 — A rugosidade de superficie como indice de usinabilidade .. 12.5 — Ensaios de ustnabilidade baseado na produtividade .....,..... 12.6 = Ensaio de usinabilidade baseado na andilise dimensional ........, tae 42.6.1 — Generalidades 20... ..0000..cc cee beeen ieee ee eee 12.6,2 —- Aplicagiio da andlise dimensional no céloulo do desgaste k ¢ da velocidade de corte de uma ferramenta, correspon- dentes a uma determinada vida ......00.00.00..0.00.005 12.6.2,1 — Aplicagda do método .... 12,6.2.2 — Procedimento 20 ensaio de usinabilidade ...... 12,6.2.3 — Aplicagdes praticas. Exemplos de cfleulg .... XXI 578 583 585 587 388 589 590 592 595 598 396 601 608 609 609 609 610 615 615 618 618 623 623 XXID 12.6.3 — CAloulo da temperatura média na zona de contato ferramen- fa PEGA eee cee 12.6,3.1 — Aplicagde do método 12.6.3.2 ~~ Obtengdo de dados experimentais ............ 12.6.3.3 — Célculo da temperatura ..-..- 12.6.3.4 — Provedimento no ensaio de usinabilidade . 12.7 — Consideracdes sbbre alguns ensalos de usinabilidade de curta duragdo \28 — Ensaios de usinabilidade baseados em critérios especificos .....1+.-- 12.8.1 — Método baseado na temperatura de corte 12.8.2 — Método baseado nas caracieristicas do cavaco ,..... deeeee 12.8.2.1 — Grau de recalque .....- beeen seeetee beeen 12.8.2,2 —- Coeficiente volumétrica e forma do cavace ...- 12.8.2.3 — Fregiiéncia e amplitude de vibragdo da férca de wsinagem veer eine ree . 42.8.3 —- Método Pendular 12.9 —- Bibliografia .........--- . XIII — DETERMINACAO DAS CONDICOES ECONOMICAS DE USINA- GEM oo... 13.1 -— Generalidades 13.2 — Cielo ¢ tempos de usinagem ...... vcd aes vebe ee nee esr eteeese eee 13.3 — Velocidade de corte para maxima produgilo ..... beeteteer es beers 13.4 — Custos de produgiio o......-0- 00000 cee epctueeesnseceeeeees we 135 — Velocidade econdmica de corte para 0 caso de maquina operatriz com uma daica fereamenta de corte .. 14.5.1 — Caleulo para o avanga © a profundidade de corte constantes 13.5.2 — Céleulo da velocidade econémico de corte para o caso do avango varidvel ....-....25 sees errr rrtte dence een eens 13.5.3 — Influéncia da profundidade de corte sébre o minimo custo 13.5.4 — Influéncia dos térmos x e K da formula ds Tayler sébre © custo de usinagem ...-.+++ 13.8.5 — Influéncia de fatéres secundérics sdbre as curvas de custo FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 629 630 632 632 635 635 836 638 638 646 646 647 649 656 656 659 463 666 INDICE XXII 13.3.6 —~ Determinagao da rotagdo da pega na operagéo de facea- MEMO 2 eee reece ‘ 13.5.7 — Determinagéo da rotagia da Pega, quando a mesma é tor- neada em diferentes diametros com uma Gnica ferramenta 13.6 — Imtervale de méxina eficiéncia . 13.7 — Determinagéo do campo de trabatho eficiente da maquina para um determinade par ferramenta-peca .... 2... 6. bec cc cee eee es ' 13.8 — Determinagdo das condigdes econémicas de usinagem e de mdxima Produgao pare © caso de vérias ferramentas de corte ... 13.8.1 — Generalidades 13.8.2 — Céleulo da velocidade de corte ¢ da vida da ferramenta para a méxima produgo ...... 0.6... eee ceca eee 13.8.2.1 -—- Cada ferramenta trabalha com um determinado avango, profundidade ¢ velocidade de corte {con- digdo de méxima produgfo) .......-........ 13.8.2.2 — As ferramentns trabalham simultaneamente com © mesmo avango e rotagio da pega (condigho de maxima produgio) ............. Ve eeeene 13,8.2.3 —. Determinados grupos de ferramentas miltiplas trabalham com o mesmo avanco e rotagio da pega (condigio de maxima produgfio) ... 13.8.3 -— Célenlo da velocidade de corte ¢ da vida da ferramenta para a condigag de minimo custo ....-.. 2.22... eee ees 13.8.3.1 — Cada ferramenta trabalha com um determinado ayango, profundidade e velocidade de corte (con- digses de minimo custo) ............---.45 13,8.3.2 — As ferramentas trabalham simulténeamente com @ mesmo avange ¢€ rotagio da peca (condicéo de minimo custo) 13.8.3.3 — Determinados grupos de ferramentas miltiplas trabalham com o mesmo avanco ¢ rotago da pega (condigées de mfnimo custo) .....,..., 13.9 — Determinagée do desgaste econdmico da ferramenta .......06.0.5 . 13.9.1 — Generalidades ........... Sane tee ern eter aceon anne . 13.9.2 — Custo da ferramenta por pega ........c20ecccceveeeees 13.9.3 —- Custo de afiagio ...,......0..00, ener er eeeeeeeeeeee 667 669 671 673, 676 676. 676 676 679 683 684 684 685 XXIV FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS 13.9.4 ~~ Nuimero de afiagdes da ferramenta .... 689 13.9.5 -— Determinagdo do desgaste econdmico da ferramenta ...... 689 13.9.6 — Consideragdes sdbre a quebra prematura da ferramenta .. 693 13.10 -- Exemplos de aplicagdo 13.10.1 —- Exemplo 1.° 1310.2 — Exemplo 2.° 2 13.10.3 — Exemplo n& 13.104 — Exemplo 2.° 13.105 — Exemplo n.° 1BAL — Bibliografta .... APENDICE A — Tabelas de materiais .. B — Consideragdes sdbre a norma de rugosidade das superficies NB-93 da ABNT vo ci cece cece eure e ene eee n ete e eres 147 INTRODUCAO No estudo das operagées dos metais, distinguem-se duas grandes classes de trabalho: As operagées de usinagem As oneracgdes de conformacaéo Camo operacées de usinagem entendemos aquelas que, ao conferir 4 peca a forma, ou as dimensdes ou o acabamento, ou ainda uma combinagio qualquer déstes trés itens, produzem cavace. Definimos cavaco, a porgao de material da pega. retirada pela ferramenta, caracterizando-se por apre- sentar forma geométrica irregular. Além desta caracterfstica, estéo envol- vidos no mecanismo da formacZo do cavaco alguns fendmenos particulates, tals como 0 recalque, a aresia postica de corte, a craterizagéo na superficie Ge saida da ferramenta e a formagio periddica do cavaco (dentro de deter- minado campo de variag&o da velocidade de corte) *. Como operacGes de conformagda entendemos aquelas que visam conferir & pega a forma ou as dimensdes, ou o acabamento especifico, ou ainda qualquer combinacéo déstes trés itens, através da deformagio plastica do metal. Devido ao fato da operagio de corte em chapas estar ligada aos Processos de estampagem profunda, dobra e curvatura de chapas, essa Operagdo € estudada no grupo de operagdes de conformacio dos metais. A inexisténcia de nomenclatura padronizada e de normas sébre a usinagem dos metais e suas maquinas, conduziu-nos a sugerir 4 Associacdo Brasileira de Normas Técnicas a instalagio de uma comissio para elaborar tais estudes, Esta comissao, instituida com o nome de Comissde de Mdguinas Operatrizes e presidida pelo autor, tem como objetivos: Nomenclatura e classificagdo dos processos de usinagem dos metais. Normas sdébre a geometria da ferramenta e dos movimentos relativos a0 processo de usinagem. Normas sébre ferramentas de corte; nomenclatura e classificagao. Normas sébre méquinas ferramentas e seus elementos; nomenclatura e classificagao. Ensaios de recepgéo em méquinas ferramentas. Normas de seguranga de trabalho com mdquinas ferramentas. * Vide capitulos IV, VU, VII e IX. XXVI FUNDAMENTOS DA USINAGEM DOS METAIS Com relagio a Nomenctatura e classificagdo dos processos de usinagen dos metais, a Comissio j4 elaborou o primeiro trabalho, ¢, por ser de interésse imediato para éste livro, apresentamos em seguida um estudo baseado nesse trabalho. Classificagao @ nomenciatura dos processes mechnicos de usinagem | — ToRNEAMENTO — Processo mecarico de usinagem destinado a obten- co de superficies de revolugio com auailio de uma ou mais ferramentas monocortantes*. Para tanto, a pega gira em térno do eixo principal de rotacdo da maquina ¢ a ferramenta se desloca simultaneamente segundo uma trajetéria coplanar com o referido eixo. Cuanto a forma da trajetéria, o torneamento pode ser retilineo ou curvilineo. if —- Torneamenio retilineo — Processo de torneamento 10 qual a ferra- menta se desloca segundo uma trajetéria retilfnea. © torneamento retilineo pode ser: 1.1.1 — Torneamento cilindrico — Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetéria paralela ac eixo principal de rotagdo da mAquina. Pode ser externo (figura 1} ou interno (figura 2). Quando o torneamento cilindrico visa obter na pega um entalhe circular, na face perpendicular ao eixo principal de rotagdo da maquina, o torneamento é denominado sangramento axial (figura 3). 1.1.2 — Torneamente cénico — Processa de torneamento no qual a ferra- menta se desloca segundo uma trajetéria retilinea, inclinada em relagao ao eixo principal de rotacao da maquina. Pode ser externo (figura 4) ou interno (figura 5). 1.1.3 — Torneamento radial — Provesso de torneamento no qual a fer- ramenta se desioca segundo uma trajetéria retilinea, perpendicular ao eixe principal de rotagao da madquina. Quando o torneamento radial visa a obtengo de uma superficie plana, o torneamente € deneminado forneamento de faceamento (figura 6). Quando o torneamento radial visa a obtencio de um entalhe circular, o torneamento é denominado sangramento radial (figura 7). 1.4.4 — Perfilanento -- Processo de torneamento no qual a ferramenta s¢ desloca segundo uma trajetéria retilinea radial (figura 8) ou axial (figura 9), visando a obtencac de uma forma definida, determinada pelo perfil da ferramenta. T Denominese ferramenta de usinagem mecdnica a ferramenta destinada a remogio de cavaco. Penoming se (eerie uma anice, superficie de said, a ferramenta & chamada ferramenie Mone Ne raue, quendo possuir mais de uma superficie de sada, ¢ chamada ferramenta ‘rautticartante, Soran: eiioao 'oe superficie de sada, vide $22 do Capitulo 1 -— Geometrla na une ortante das ferramentes de wsinggem.

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