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‘Alto-relevo em mérmore celebrando os atenienses mortos na Guerra do Pelaponeso 1 Existe uma l6gica duradoura de conflito na politica mundial? Duas tradigdes tedricas: realismo e liberalismo © mundo esti a encolher. 0 Mayflower levou trés meses a atravessar 0 At . Em 1924, 0 voo de Charles Lindbergh levou 24 horas. © Con- « hoje pode fazé-lo em trés horas; missei icos em 30 minutos. Nos anos 90, um voo transatlintico custa um tergo do que custava em 1950 ¢ uma chamada telefonica de Nova lorque para Londres custa apenas 6% do que custava ha quase instantineas ¢ os custos de tran: na Asia ou um act de comunicagio antes apenas desfrutado por grandes organizagées, como governos ou empresas transnacionais. Num registo mais sombrio, as armas nucleares acrescentaram uma nova dimensio A guerra, a que um autor chama de «morte dupla», querendo com isto dizer que nio apenas podem morrer individuos mas, em determinadas circunstiincias, toda a espé ser ameagada, nda assim, determinados aspectos em tomo da politica internaci ‘mantiveram-se 0s mesmos ao longo dos tempos. O relato de Tue © combate entre Esparta ¢ Atenas nia Guerra do Peloponeso, 2500 anos atrés, revela semelhangas misteriosas com 0 conflito israelo-drabe apés 1947 © mundo no final do século_xx & um estranho cocktail de continuidade © mudanga, Alguns aspectos da politica internacional nao se alteraram desde poder ¢ escolhas de politicas entre a guerra e 0 comprot semelhantes a0 longo dos milénio: lado, Tucidides nio teve de se preocupar com armas nucleares, camada de ozono ou © aquecimento global. A tarefa dos estudantes de politica internacional é a de construir a partir do passado sem serem por ele aprisiona- dos, de compreender tanto as continuidades como as mudancas, ‘Temos de equilfbrios de 0 pertmaneceram ernacional transformar-se-ia se os estados independentes, fossem abolidos, mas 0 governo mundial ndo se encontra ao virar da es- quina, Os povos que vivem em quase 200 estados neste globo desejam a \dependéncia, culturas separadas e linguas diferentes. Na verdade, 0 n: © a exigencia de independéncia dos estados, em vez de se terem nos estados, este novo século irs pro- esvaido, aumentaram. Em ver. de n vavelmente assistir ao aparecimento de mais. Um governo mundial néo res veria automaticamente 0 problema da guerra. A maioria das guerras actuais silo guerras civis ou étnicas. De facto, as guerras mais sangrentas do século XIx ndo foram travadas pelos desavindos estados da Europa, foram antes a rebelido Taiping na China e a Guerra Civil Americana. Iremos continuar a nundo de estados independentes ainda por bastante tempo@ é importante compreender o que isso significa para as nossas investigagdes, O que é a politica internacional? © mundo niio esteve sempre dividido num sistema de estados indepen- dentes, Ao longo dos séculos houve trés formas Num ‘sistema de império mundial, um governo € parte do mundo com o qual tem contacto. O exemplo mai mundo Ocidental foi 0 Império Romano. A Espanha, no século xv1, Franga, no final do século xv tentaram atingir supremacia idéntica, mas No séeulo xix, 0 Império Britinico estendeu-se pelo globo, mas ‘08 Britinieos tiveram de partilhar 0 mundo com outros estados Impérios mundiais da Antiguidade — 0 Sumétio, o Persa, 0 Chi- impérios regionais. Pensavam que governavam 0 los do conflito com outros impérios por falta de frbaros nas periferias do império eram diferen- aproximadamente igual i ional é um_sistema feudal, hor local, mas podia também dever obediéncia a algum assim como ao Papa em Roma. As obrigagies em grande parte, determinadas pelo que acontecia aos hierar- superiores. Se um governante casasse, uma determinada dea e podiam ver as suas obrigagdes reajustadas como parte de je de casamento. Uma populago nascida francesa podia subitamente ¥-se flamenga ou mesmo inglesa. Cidades e ligas de cidades tinham por idependente. A louca manta de retalhios de juagio feudal, néo tem nada a ver com o que (os modernas guerras tetritoriais, Tanto podiam ocorrer no interior /essando territérios e estavam relacionadas com esses conflitos € Idades transversais, nao-territoriais. 4) Uma terceira forma de politica mundial é um sistema andrquice de es: s, composto por estados relativamente coesos mas sem um poder supe- deles. isso constituem exemplo as cidades-estado da Grécia lo por parte de uma familia reinante. Podem ser encontrados exemplos india ou na China no século v a. C. Grandes dinastias territoriais formas de orga is de territérios en- ervou a Guerra dos Trinta Anos, por vezes considerada a tiltima das grandes ras de religiio ¢ a primeira das guerras dos estados modernos. Em rospectiva, esse tratado estabeleceu o estado territorial soberano como a rma dominante de organizagio internacion: forma, quando hoje falamos de po ‘mos politica in icional como a politica na auséncia de um soberano comum, a polit tre entidades sem um poder acima delas. A politica internacional é fre- ntemente classificada deandrquica, Assim como a monarquia significa Hobbes, o fil6sofo inglés do século xvu, desig s sistemas andrquicos, Para alguns, as pala 10 € a isso que Hobbes se referia. Pensemos Texas sem xerife na época do Velho Oeste, no Libano api governo na década de 1970 ou na Somélia na década de 1990. O natureza de Hobbes niio € benigno; é uma guerra de todos contra todos, ado para impor a orcem. Como Hobbes jim tende a ser desagradsvel, de diferencas legal as e sociais internacional. O direito nacional € geralmente egitimo da forga. Na politica io sobre © uso da forea. Como ap. ida € uns estados sio mais fortes do que outros, e: de que estes possam recorrer & forga. Quando a forga nao . 0 resultado & a desconfianga e a suspeil "ma ¢ a internacional diferem também quanto ao subjacente nento de comunidade. Numa sociedade interna bem ordenada, existe ado de comunidade que gera lealdades, padres de |, 0s povos divididos nao partilham as mesmas lealdades. E fraco qualquer sentimento de comunidade global. AS pessoas discordam mujtas vezes sobre 0 que Ihes parece justo le; fosso entre dois valores politicos basicos: porineo, apesar de, como iremos ver nos tl espec novo feu m que 0 século xx1 poderd presi jar a evolugdo gradual de um. OWS DE POLITICA ANARQUICA que no existe um na ia Politica existiram duas di- le de um estado de natureza. Hobbes, que destrogada pela guerra 0 como um tarde, John Locke, escrevendo numa ingumentou que, apesar de no estado de natureza ndo as pessoas podiam desenvolver lagos e estabe- 20, a anarquia era menos ameagadora. Essas 10 dominant no p © problema central da pe jstema_andrquico de estados. ar o poder dos Estados Estados de por em peri € Nixon, por exemplo, procuraram © minimizar a capacidade de outros sta, 0 principio eo fim da politica ¥io com outros estados Kant, na Franga ¢ na wsofos ingleses do século Um exemplo contempo- até ao Bardo de Montesquieu ¢ I Alemanha do século xvut, respectivamente, XIX, lais como Jeremy Bentham e Jot 0 ams cientista politico Woodrow lado a lado com os dos. O comércio € insuficiente. Os liberais, como duras bolas de sixam-se de que os har chocando umas con do € suliciente porque os Hobbes: «Assim como um tempo tempes- um estado de guerra nao significa guerra permanente!» Assim como os londrinos carregam guarda-chuvas em sola- rengos dias de Abril, a perspectiva de guerra num sisterna andrquico faz. com que os estados mantenham exércitos mesmo em tempos de paz. Os realistas chamam a atengZo para previsdes nteriores que se revelaram erra- das. Em 1910, por exemplo, o presidente da Universidade de Stanford afir- mou que no futuro a guerra seria impossivel porque as nagBes no a pode- a guerra se tornara obsolet ar cancro da pele. Se a acumulagio de fundigfo das calotas polares, a subida dos todos 0s estados costeiros. Alguns problemas como a favessam fronteiras com tal facilidade que po- indo diferente. O professor Richard Falk de previsoes falharam catas- as foram vingados. t6ria nem o debate pararam em 1914. A década de 1970 ass a0 ressurgimento de alegagdes liberais acerca de como a crescente interdependéncia econémica e social estava a transformar a natureza da ca internacional. Na década de 1980, Richard Rosecrance, um profes- i, escreveu que os estados podem aumentar 0 ‘0 tempo, dizem, mundo esta a ultrapassar a anarquia do perspectivas divergentes acerca da natu- rma como esté a evoluir niio serio recon sofreu 0 desastre da Segunda Guerra Mundial. Mas desde entao, o Japio tem fo. Os liberais tendem a ver os rea lo passado os cega para a mudanca, 1918: 0 . A guerra sem limites de 30 anos que devestou Atenas nao era inevitivel. As decisSes humanas tiveram a sua importancia. O acaso © us personalidades tm importincia, mesmo que operem dentro dos limites impostos por uma estrutura mais vasta; a situagdio de inseguranga que se assemelha ao Dilema do Prisioneiro Que ligées actuais podemos aprender com esta antiga histéria? Temos de estar conscientes tanto das regularidades como das mudangus. Algumas sido inteiramente encharcados, ferenga m 90% da pops Jagdo, uma percentagem de escravos muito mais elevada do que a de Atenas, deus estruturals da politica internacional predispoem os aconte- os numa direegiio em vez de noutra. E por isso que € necessdrio dilemas de sey © Dilema do Prisioneiro. Por outro que a guerra & inevitével. Existem 's humanas podem, por vezes, evitar os piores wemnacionais verifica-se na ia tender a desenco- jo igualmente ter cuidado com analogias hist6ricas manifesta- is, Durante a Guerra Fria, era frequentemente popular afir- n uma democracia © uma poténcia ica era uma poténcia baseada © um estado de escravos, a América cra Atenas ¢ a Unitio Soviética marta, forgados a reinterpretarem um grande conffito histérico. M jas superficiais ni \eceu na Guerra Fria, Esparta ganhou, io € a de estarmos atentos a selectividade dos historiadores, pode contar a histéria completa de um qualquer acontecimento. jinemos o que seria tentarmos narrar tudo 0 que aconteceu na ultima quanto mais a histéria completa da nossa vida ou de uma guerra 9, no qual tudo reproduzido, demoraria tanto a ser narrado quanto e. Assim sendo, os historiadores resu- sempre. Para escrever histéria, mesmo a histéria da tiltima hora do | \o dia, temos de simplificar. Temos de seleccionar. O que seleccionamos) valores, inclinagdes ¢ teorias nas nossas m estes sejam claros ou incipientes. i (Os historiadores so influenciados pelas suas preacupagées contempord- estava interessado na forma como os Atenienses estavam a Ges da guerra, culpando Péricles © os democratas pelo erro de culo. Enfatizou, portanto, aqueles aspectos da situagiio que descrevemos © Dilema do Prisioneiro. Todavia, apesar de estes aspectos da guerra fem importantes, no formam a hist6ria completa. Tuctdides escreveu pouco acerca das relagdes atenienses com a Pérsia, ou acerca do decreto que inter- mpeu 0 comércio com Mégara ou sobre 0 facto de Atenas ter aumentado tante do tributo que os outros membros da Liga de Delos the tinham pagar. A hist6ria de Tucfdides ndo foi deliberadamente enganadora ou {endenciosa, mas um exemplo de como cada era tende a reescrever a histéria, porque as questées geradas pela vasta pandplia de acontecimentos tendem a udar ao longo do tempo. sno terem estado sempre no poder. Além do mais, ao contrétio | | ientes de que € seleccionado € necessariamente apenas parte da hist6ria. Te perceber quais as perguntas a que 0 autor estava a dar res se ele apurou os factos cuidadosa e objectivamente, A ‘muito importante da Questdes éticas e politica internacional Dada a natureza do di as preocupagdes morai Contudo, @ a8 acreditam que algum nos conflitos inter- wgumagem da ita» € «Sérvia» por «Cori essas palavras poderiam ser proferidas nos tempos act Os argumentos morais persuuadem e constrangem as pessoas. A moralidade é, nesse sentido, uma realidade poderosa. No entanto, os argumentos morsis, podem ser igualmente utilizados retoricamente como propaganda para mi carar motivos menos nobres, ¢ os que detém mais poder sio frequentemente capazes de ignorar consideragdes de ordem moral. Durante a Guerra do Peloponeso, os Atenienses navegaram até & ilha de Melos para suprimirem uma revolta. Em 416 a. C., 0 porta-vor. ateniense disse aos Mélios que estes podiam combater e morrer ou render-se. Quando os Mélios declararam que estavam a lutar pela sua liberdade, os Atenienses responderam que «os fortes fazem 0 que tém poder para fazer e os fracos aceitam o que tém de acei- tars", Os Atenienses afirmaram essenci todos empregam, até certo ponto, uma I6gica s modemo, é caila vez menos aceitavel expressar os motivos tio abertament como Tucidides sugere que os Atenienses fizeram em I que a moralidade tem vindo a ocupar um lugar mais proeminent ‘g0es internacion lar, Mas, no mundo rela- Ou simplesmente que os estados se tornaram mais hé- ja A politica internacional alterou-se radicalmente, com os manifesta ‘preocupados com quest6es éticas, ou existe uma man 4 © as acgoes do existe duas diferentes tradigdes na_cultura ‘a como julgar argumentos morais. Uma 6 filésofo alemao do século x ix, tais como Jeremy Bentham. «Por que esti a fuzilar estes campone- r responde: «Ontem nesta aldeia é culpado, por isso vou matar estes trés para servirem plo» Voce diz: «Nao pode fazer isso! Vai matar uma pessoa ino- jo, entio pelo menos duas destas pes- pode, de forma alguma, fazer isso.» ns e entrega-a a si, ido. com uma arma apontada para si. A sua opgio € duas ¢ largar a arma jana, imagine que os mimeros silo aumen- Suponha que estavam 100 pessoas contra a parede ou que pode salvar forma a manter limpas as mos ¢ a cons ‘as consequéncias tém importéncia. Os argum oni = julgados de trés formas: pelos motivos ou intengdes envolvidos, pelos nes @ estado de natureza | py bbes acreditava que a existéncia de a suficientemente a condigdo de anar- certo grau de ordem. ida para a existéncia do direito ¢ de costumes rudimentares, tais regras colocam 0 nus da prov -mos em consideragio a crise do Golfo Pérsico {dam Hussein alegou ter anexado o Koweit para recuperar uma. o Iraque nox tempos coloniais. Mas porque o direito proibe que se atravessem fronteiras por tais raz6es, uma maio- idos viu a sua aco como uma v resolugées aprovadas pelo Consetho de Seguranga da raga de Saddam ia contra 10 ni) podem existir direitos ¢ deveres morais, Para os cépticos, a proposicio ‘a sobre internacional foi a da resposta ateniense ao pedido ‘Os fortes fazem 0 que tém poder para fazer © o§ im 0 que tém de acei da forca. E isso, ido 0 que ha para dizer. imam frequentemente que «dever» (obrigagao moral) {a capacidade de fazer algo). A moralidade requer capaci- < no podemos ter uma obrigagaio de iermacionais so simplesmente 0 dominio € mais do que apenas mera sobrevivén- ‘ionais, alegar que nao existe escolha € meramente uma forma de escoll jgada, Pensar apenas em termos de interesses nacionais egofstas é simplesmente res sem o admitir. O diplomata francés que me dis «0 que € moralmente correcto & tudo 0 que ci is acerea da razio por franceses deviam ser considerados. O estadista que it mas tornaram-the mais dific sta situagio de comunicagio pratica- c, a politica internacional nao & sempre, como os cépticos iF ou morrer. As energias e atengdes dos governantes nilo estio na sobrevivencia, Existem vastas dreas de ide a cooperacao (assim como 0 ferengas culturais acerca da internacional € so intro- iniradas na segura ‘econémica, social ¢ E mesmo apesar de e no € permanentemente «matar ou morrer», entéo hé espago | «Anarchy» sig igOes rudimentares que propor- ‘ionam ordem suficiente para permitir algumas es Mbrio de poder, direi veres ter um papel a desemp nutrina da guerra justa, com igteja cristé ¢ secularizada apés 0 século xvi, proibe a inocentes. A proibigfo de matar inocen sa moral basi Hobbes defendeu que para escapar do rer», onde qualquer pessoa poderia matar outra, os individuos entregam a sua liberdade a um leviata, ou governo, para proteccio, porque a vida no estado de natureza 6 desagradivel, brutal e curta. Por que nao formam os governos entao um superleviaté? Por que razio nao existe um governo mundial? itmou Hobbes, é a de que a insegurang que ninguém deveria ma fa tradigfo da guerra justa a matar-nos e nds nos recus: Se alguém esté em perigo emi recto matar em autodelesa, Mas temos de fazer a disting2o entre certo grau de protecgéo contra a brutal a xdem € os que no podem ser mortos. Por exemplo, se um soldado fazerem tudo 0 que desejarem © © equ ‘iduos mais fortes de de poder entre os estados niio tenho o direito internacional, americano que mat (igo apds este se ter rendido pi num tribunal americano, Na Guert jericanos foram enviados para a pr apesar de muitas vezes serem violadas lormas que subsist veras. O facto de te cumprido, desmente 0 argumento dos aco de guerra, J que existe espago para a il A moralidade esté relacionada com a es has expressivas variam com as condigdes de sobrevivencia, jores for Is A sobrevivéncia, menor é 0 espago para a Guerra do Peloponeso, os Ate firmaram: 0 dignos de | que, embora, 8 para apreciarem o pode ‘uagio, esto obrigad guerra, mas isso recorda-nos que Taras e que a seguranga naci tio, Resumindo mum aforismo: os seres humanos podem no viver completa. ‘mente pela palavra, mas tampouco vivem unicamente pel Muitos autores e Ifderes, que so realistas nas 80 mesmo tempo eépticos as suas concepgdes acer mundial. Mas nem to existem obrigagdes mora fem primeiro lugar. A paz & uma injusta. A desordem da guerra dificulta a justiga, especialmente numa era nu- clear. A melhor forma de preservar a ordem € preservar 0 equilibrio de poder entre os estados. As cruzadas morais rompem os equilfbrios de poder. Por exemplo, se os Estados Unidos se comegarem a empenhar demasiado na dis- seminagio da democracia ou dos direitos humanos pelo mundo, tal pode gerar desordem que, na verdade, iré a longo prazo fazer mais mal do que bem. Até certo ponto, os realistas detém um argumento vilido, A ordem inter. nacional & mas é uma questo de grau ¢ ex fazer entre a épticos. Alguns reco- lem que a ordem deve vit mesmo se for uma paz 0 respeito ‘a questio jar a toca tuagdes parti Jo, mas exageram-no quando assumem que tem de haver antes de haver qualquer ju se baseia numa sociedade de estados com determinadas regras, dessas regras niio serem sempre perfeitamente observadas. importante & a da soberania do estado, que protbe os es io uns dos outros, O cic . por exemplo, sustenta que as fronteiras nacionais. ia moral, jé que os estados representam os direitos com- “duos que se jun pela soberania & Nas tiltimas décadas, 0 Vi re ‘i anda, Israel invadiu 0 invadiu 0 Vietname, a Tanzinia invadiu o Uganda, “ Unido Sovietica invadiu 0 Afeganistio, os Estados Unidos invadi- 0 Koweit, apenas para irem a formagdo de um governo comunista. A fina svengio americana na Republica Dominicana, impedit render a0 poder nas Carafbas, ¢ a finalidade da intervencio sov um governo hostil nas suas front sar algo mais do que_as intengdes. Em termos dos meios utilizados, muito poucas pessoas foram mortas pela intervengfio americana na Re} nos retiraram rapidamente. No caso afegio, um grande nGimero de foi morto e as forgas sovil Mais recente) a invasio enviaram tropas para depor 0 Agosto de 1990 o Iraque enviou Tanto 0s Estados Unidos como o Iraque violaram o prin vvengao. Mas, mais uma vez, houve diferengas nos meios ¢ No Panamé, 0s Americanos colocaram no poder um governo que devidamente cleito mas que Noriega nao tinha pei iraquiano tentou anexar o pafs © provocou sangue ao faz@-lo. Estas consideragées nao signi m que tulo 6, existem frequenter jedade de estados, mas como uma so duos. Quando falamos de justica, dizem os cosmopoli de justiga para 0s individuos. Os realistas centram-se de INTERVENCAO Imaginemos a cena seguinte no Afeganistio em Dezembro de 1979: ‘Um lider comunista afeeio ascendeu ao poder procurando tornar-se mais independente da Unido Soviética. Isto preocupava os lideres soviéticos, porque tum regime independente na sua fronteira poderia fomentar agitagio por toda a Asia Central (incluindo a Asia Central soviética) e criaria o precedente pe- goso de um pequeno vizinho comunista se lihertar do Império Soviético, Imaginem 0 general russo encarregue da forga de invas20 sovi tando o Ki confron- ler afegao renegado, 0 qual estéprestes a mata, explicando por que Fazio esté a agir dessa forma, contra as regras intemacionais de soberania € ao-intervengdo, «No que diz respeito ao bem € a0 mal China outios esta dos julgam que nao existe diferenga entre os dois e s© no vos atacarmos, € Porque estamos com med. Pelo quc, con apenas a extensto mas a seguranga do nosso império. Nos dominamos a regio da Asia Central ¢ vocés so um estado fronteirigo, © mais fraco do que os outros. & pois panicularmente importante que voeés nfo escapem.» Estas palaras consttuem parte do didlogo dos Mélios de Tuciides, com as palavras «China» adicionada e «Asia Central» substitnids por «mar» ¢ «estado frontetigo» por silhas», A intorvengéo nio é um problema novot rmiano, Manuel Noriega, ¢ em pas para 0 Koweit para depor o Emir ido que assumisse 0 cargo. Os Americanos ndio tentaram anexar 0 Panamé, No Koweit, 0 governo grande derramamento de do Panama tivesse sido completamente certo ou errado mas, como veremos no capi- 10 morrer de 1a est agora mais elevado. go tm qualquer cépticos morais como alguns m 0 € o de que a abordage dem. Se cumpridos & letra, os esforgos para uma mente a um violento confito, jé 8 possufrem fre- amigos. bairros, Ivez para com alguns grupos reli © para com de humanidade comum. A maioria das pessoas comove-se com s de criangas sudanesas csfomeadas ou refugindos Kesovares, pois Jguma comunidade universal para lé do ambito nacional, ainda que ica, Somos todos humanos. Os cosmopolitas lembram-nos que exis- me importancia tanto na paz 5 para prover as necessidades humanas basicas ¢ direitos humanos sem destruir a ordem, ico apresenta um argu- . mas nfo € capay de valido sobre a ordem ser necesséria yma abordagem i fatsrins acerca da ie algumas intervengdes podem ser ju mente, © cosmopolita, que se centra numa sociedade de 4, apresenta uma profunda perspicéci de uma humanidade um mas corre o risco de fomentar uma enorme desordem. A maioria das nesta tiltima, Mas apenas porque existe ignifica que de todo nao existam prin- os. Até onde devemos ir na aplicaga ‘A resposta € a de sermos prudente im tudo, a moralidade pode conduzir a um s Nova Ioraue, lemas morais e de seguranca espectficos da Guerra do Ainicos, muitas das questdes so recorrentes ao longo da ia. A medida que tragarmos a evolugio das relagdes internacionais, encontraremos repetidamente a tenslo entre ret épticos e cosmopol sian War, trad, Rex Warner, ed. M. K. Finley, 1972, pp. 35-87, 400-408. fate jonald, The Outbreak of the Peloponnesian War, Whhaca, Nova torque, I University Press, 1969, pp. 31-56, 345-356. ternacional & um ina hist6ria e teoria. A medida que desbravamos das teorias e dos seus exemplos, tentamos ter pres como o que permaneceu constante, para que mel compreender 0 nosso pasado 0 nosso presente e nos baixios desconhecidos do futuro. © nosso caminho através sente tanto 0 que mudou thor sejamos capazes de melhor possamos navegar adicionais et M The Evolution of Cooperation, Nowa Torque, Basic, 1984 ie, «The Use and Abuse of Thucydides», International Organization, ism: The Contemporary Debate, Nova rvive?», World Polities, 50:1, Outubro P. 186, 2. sFrom Our Dec. 13 Pages, 75 Years Agon, Dezembro de 1985, nceton, Nova Jérsia, fermational Herald Tribune, 13 de de 1998, p. 23 5. Robert ix, Jean Bethke, Women and War, 2." ed., Chicago, University of Chicago ess, 1994,

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